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- GT do manicômio
- >ano 2015
- >era começo de ano
- >eu era um cara normal
- >tinha 17 anos
- >morava em uma cidade extremamente pequena
- >era praticamente uma vila
- >adorava morar aqui
- >a cidade era na beira de uma montanha
- >então eu sempre subia nela e deitava na grama ao lado do rio que descia pela colina
- >eu adorava essa cidade
- >era tão tranquila
- >fazia calor no verão
- >nevava no inverno
- >as folhas caíram no outono
- >e as flores coloriam a primavera
- >o ar era fresco e puro
- >minha casa ficava na subida da montanha
- >era o lugar que eu mais gostava
- >assim que eu saia de casa via um pequeno rio e um espaço de grama
- >deitava lá todo dia
- >e um pouco mais pra cima
- >tinha uma velha construção
- >era feita de madeira, era praticamente um labirinto
- >e como esperado pessoas inventam histórias
- >já houveram pessoas mortas lá
- >era tão grande e confuso que pessoas se perdiam e morriam de fome ou sede
- >a construção era originalmente um hospital
- >porém o homem que o construía desistiu na metade do processo
- >então o hospital foi aproveitado
- >porém construíram com dois planos de construções diferentes
- >resultando em uma construção complicada cheia de becos sem saída
- >era um labirinto de madeira
- >quando o hospital foi finalmente inaugurado os médicos se perdiam e não conseguiam antender seus pacientes
- >pessoas morriam
- >se perdiam
- >então o hospital fechou
- >e assim continuou por 60 anos
- >dizem que os espíritos dos mortos ficaram lá
- >pois tinham a esperança de que seriam salvos e receberam abandono como resposta
- >foram deixados para morrer
- >bom, isso não importa muito
- >já faz muito tempo
- >é apenas um dia normal
- >estou deitado na grama como sempre vendo as estrelas que apareciam
- >pouco a pouco elas se mostravam
- >uma coisa se mechando chama minha atenção
- >eu a vejo
- >na ponta do velho hospital
- >uma sombra
- >alguém tinha se perdido?
- >já tinha ido naquele lugar antes eu até que conhecia bem
- >resolvo ver oque era aquilo
- >entro no hospital
- >já estava ficando escuro
- >o sol estava se pondo deixando uma luz vermelha sob a madeira
- >entro
- >janelas quebradas
- >salas vazias
- >tudo estava caindo aos pedaços
- >todos os lugares eram parecidos
- >ando por uns cinco minutos
- >estou no corredor principal ele é mais largo que os outros
- >então eu vejo no final
- >alguém
- >ou alguma coisa
- >não era grande
- >era totalmente escura com cabelos que cobriam parte do rosto
- >seus membros eram podres e escuros
- >algum líquido preto pingava de seu corpo
- >tinha olhos grandes e vermelhos
- >e tinha um sorriso enorme totalmente assustador
- >em ambas as mãos tinham garras grandes
- >então ela olhou pra mim e sorriu exibindo seus dentes afiados
- >o sorriso se estendia de orelha a olrelha
- >um sorriso que eu nunca me esqueceria
- >era a coisa mais horrenda que eu já tinha visto
- >então ela começa a andar em minha direção em pequenos passos
- >não conseguia vê-la direito pois estava muito mal iluminado
- >e eu estava paralisado de medo
- >"vamos se mecha"
- >ela chega mais perto
- >"por favor se mecha"
- >digo chorando
- >ela chega mais perto ainda
- >os dentes estão a centímetros de mim
- >consigo sentir o cheiro de podre
- >meu corpo sua e treme
- >então ela abre a boca
- >grito com todas as minhas forças
- >ela faz o mesmo com uma voz contorcida e distorcida
- >pareciam várias pessoas gritando
- >volto a mim
- >saio correndo
- >posso ouvir os passos dela quebrando o chão enquanto corro
- >ela está logo atras
- >não vou olhar
- >não quero olhar
- >isso não pode ser real
- >não é real
- >vejo a porta da saida
- >corro rápido até ela
- >abro com todas as forças
- >e me atiro pra fora
- >......
- >oque?
- >ei....
- >isso era pra dar na saída
- >então porque?
- >PORQUE TEM UM CORREDOR AQUI
- >EU TENHO CERTEZA
- >AQUI ERA A SAÍDA
- >minha mente desaba
- >fecho a porta
- >sinto algo atras de mim
- >eu vou morrer
- >olho devagar pra trás
- >não queria virar
- >então vejo
- >uma garota
- >oque?
- >era pálida
- >tinha longos cabelos pretos
- >bochechas levemente vermelhas
- >e olhos mortos
- >"uhh... você está perdido?"
- >ela tinha uma voz confortável
- >não sei explicar
- >"....eu... ah... tinha um..."
- >"shhhh tudo bem"
- >"esse lugar é estranho, provavelmente você viu um vulto"
- >"não... era bem real"
- >"hmmmmm... a quanto tempo você está aqui?"
- >"olho no meu relógio
- >já tinham se passado 8 horas
- >como assim??
- >eu não tava aqui há tanto tempo
- >não tinha dormido a noite toda
- >"acho que você viu coisas"
- >ela ri
- >será?
- >"bom, já está ficando claro, acho melhor você ir"
- >ela abre a porta a qual eu fechara
- >e apos ela estava a descida da colina
- >......
- >"não quer ir embora?"
- >ela ri
- >levanto rápido e dou uma última olhada para dentro
- >"você não vem?"
- >ela olha para baixo e sorri
- >"não, estou procurando alguém"
- >tento convencê-la mas ela já tinha quase fechado a porta
- >"EI..."
- >ela segura
- >"qual o seu nome?"
- >"meu nome?"
- >"hmmmmm........"
- >ela sorri
- >"eu te digo amanhã"
- >wtf
- >nem fodendo eu volto lá
- >ela fecha a porta
- >desco a colina
- >já é de manhã
- >apenas me deito e apago
- >dia seguinte
- >acordo lembrando da noite passada
- >será que a garota tinha saído?
- >lembro da criatura
- >aquela pele podre
- >os dentes afiados
- >os olhos vermelhos
- >não queria voltar lá
- >minha mãe me chama para almoçar
- >resolvo perguntar pra ela a história do hospital
- >"que hospital?"
- >ué
- >"o de cima da montanha oras"
- >ela me olha com cara de triste
- >"meu filho aquilo não é um hospital"
- >heim?
- >"aquilo era um manicômio"
- >"mas as pessoas começaram a usar ele para despejar as pessoas que não queriam soltas"
- >"políticos honestos, pessoas que desafiavam os ricos e gente desse tipo"
- >"as pessoas simplesmente jogavam outras pessoas lá e as deixavam para morrer"
- >"os médicos de lá tratavam todos como loucos"
- >"varias pessoas morreram de fome ou torturadas"
- >"há lendas de que houveram experimentos com humanos lá"
- >"dizem que os espíritos continuam lá até hoje, então meu filho não vá lá"
- >ela aperta minha mão
- >"por favor"
- >eu nunca tinha visto ela assim
- >"tudo bem"
- >almoço
- >morava apenas com a minha mãe
- >dia normal
- >vou pra escola
- >encontro meus amigos
- >dia passa
- >fim do dia
- >o mesmo por do sol vermelho
- >a mesma colina
- >e o mesmo vulto no velho manicômio
- >eu não deveria...
- >mas estava curioso demais
- >resolvo ir
- >abro a porta da frente
- >e lá estava ela
- >"hmmm... não achei que você voltaria"
- >ela se aproxima sorrindo
- >"vim ver se você estava bem, sabe... esse lugar é pior do que você imagina"
- >"eu sem muito bem que lugar é esse"
- >ela sempre sorria
- >"então porque vem aqui?"
- >"já disse, estou procurando uma coisa"
- >"mas oqu-"
- >"ei, vamos fazer algo legal?"
- >"heim?"
- >"vem, vou te mostrar o resto desse lugar"
- >então ela me levou para dentro
- >conversamos muito
- >ela disse que estava procurando sobre a história das pessoas que haviam morrido ali
- >ela não frequentava escola e morava um pouco acima de mim na colina
- >disse que sua casa era em cima do manicômio
- >wtf
- >apesar do lugar ser extremamente sombrio
- >era como se fosse uma mansão só pra nós
- >era divertido estar com ela
- >resolvo ir, já tinham se passado horas
- >"te vejo amanhã?"
- >ela sorri
- >"claro"
- >saio
- >resolvo perguntar o nome dela antes de sair
- >mas quando olho pra trás
- >vejo atrás dela
- >aquela coisa
- >com aquele sorriso
- >e aqueles olhos
- >aquilo puxa ela pra trás
- >corro para tentar ajudá-la
- >mas a porta se fecha
- >sangue começa a escorrer por baixo da porta
- >"não.... NAO NAO NAO NAO"
- >corro até em casa
- >não podia falar para a minha mãe
- >ela não iria para aquele lugar
- >pensei em chamar a polícia
- >mas eles levariam horas
- >não sabia oque fazer
- >resolvo voltar
- >estava com medo
- >mas prescisava ajudá-la
- >chego lá
- >abro a porta devagar
- >não vejo nada
- >o sangue continuava lá
- >entro
- >deixo a porta aberta
- >meus passos ecoavam nos corredores
- >assim como a madeira gritando junto
- >passo vários corredores
- >então vejo ela
- >encostada em um canto
- >chorando
- >"caralho você ta bem? eu vi sangue na saída, oque era aquela coisa?"
- >ela treme e me olha
- >"ta tudo bem.... eu não tô machucada....eu... eu só não quero.."
- >ela chora
- >"eu só não quero mais ver aquilo.. eu cansei de ficar sosinha..."
- >"tudo bem, você pode vir pra minha casa eu explico tudo..."
- >ela chora mais
- >"não eu não posso... eu quero muito eu juro mas eu não posso"
- >"mas porque?"
- >então eu sinto um leve frio nas minhas costas
- >"você tem que fugir"
- >congelo
- >"por favor sai daqui"
- >olho com dificuldade pra trás
- >lá estava mas uma vez
- >aquela coisa
- >"por favor eu não quero que você veja isso"
- >aquilo pôs suas mãos em mim
- >e me atirou para o lado
- >então se dirigiu para a garota
- >"POR FAVOR NÃO OLHA ISSO"
- >ela fica as unhas em sua barriga e a levanta
- >então morde seu pescoço e arranca uma parte dele
- >ela empurra sua cabeça contra a parede várias vezes
- >a esfaqueia com as garras
- >ela cava na sua barriga arrancando tudo de lá
- >eu não conseguia me mecher
- >era demais pra mim
- >o corpo da garota olha pra mim
- >então ela fala
- >"por favor vai embora"
- >como ela tava viva???
- >com a pouca coragem que me restava joguei um pedaço de madeira naquela coisa
- >ela para
- >vira o rosto devagar para mim
- >fudeu muito
- >então ela sorri
- >coberta de sangue
- >e sai
- >sem fazer mais nada
- >o corredor antes marrom agora era vermelho
- >haviam órgãos espalhados por todos os lados
- >pelo menos pedaços deles
- >me aproximo da garota
- >"ei.... ei.. não va agora"
- >era idiota, ela estava aberta mas não conseguia aceitar
- >"por favor"
- >então percebo
- >o corpo dela não estava mais lá
- >mas...
- >algo me toca
- >"ei..... tudo bem?"
- >oque??????
- >a garota estava atrás de mim
- >"mas....."
- >ela me abraça
- >ela era gelada
- >"desculpa.... não queria que você descobrisse assim"
- >"meu nome é mia, eu morri neste lugar há 64 anos atrás"
- >"não..."
- >não queria acreditar
- >mas tinha acontecido tudo na minha frente
- >eu vi ela morrer
- >eu vi seu sangue jorrar
- >eu vi seus órgãos saírem
- >eu vi ela fechar os olhos
- >estava com medo demais
- >"você vai me matar?"
- >então ela me aperta mais
- >"desculpe....mas ninguém pode saber disso"
- >"não era pra você descobrir"
- >tento me soltar mas era inútil
- >ela me joga sentado contra a parede e me segura com os braços
- >"eu prometo ser rápida então apenas feche os olhos..."
- >fecho
- >"só vai doer um pouco... então podemos ficar juntos por muito tempo"
- >"você não precisará voltar pra casa"
- >"nem comer, nem dormir, apenas aproveitar"
- >estou tremendo
- >sinto a mão dela correr do meu peito para o meu rosto
- >então ela fez
- >sinto algo em minha boca
- >ELA TINHA ME BEIJADO??
- >abro os olhos e encontro os dela
- >ela me empurra no chão e continua
- >oque ta acontecendo?
- >então ela solta a minha boca
- >"porque?"
- >ela começa a rir
- >quase morreu rir
- >não pera
- >"você realmente achou que eu ia te matar?"
- >ela cai se contorcendo de tanto rir
- >vaca
- >empurro ela
- >rimos
- >conversamos muito depois disso
- >sobre o porque ela estar lá
- >ela diz que não se lembra de sua morte e que talvez prescisava saber
- >e conversamos sobre a coisa
- >ela chama de "a sombra"
- >aquilo basicamente a matava ou torturava ela quase todo o dia
- >era basicamente um passatempo e ela não sabia o motivo
- >talvez estivesse relacionado a história de como eles morreram
- >resolvo ajudá-la, afinal.. acho que gostava dela
- >passamos o dia conversando denovo
- >o tempo parecia parar quando estava com ela
- >já era hora de ir
- >ela se despede com um beijo
- >resolvo pesquisar sobre oque aconteceu neste lugar, talvez conseguisse mandar a sombra pra longe
- >chego em casa
- >pergunto pra minha mãe se ela sabe de algo do antigo manicômio
- >então ela desabafa
- >"você viu ela, não é?"
- >não sabia se falava da mia ou da sombra então apenas concordei
- >"filho tem algo de errado com aquela garota, há muito tempo atrás eu a conheci"
- >"ela parece ser gentil e uma ótima pessoa mas ela esconde algo"
- >"meu filho ninguém morto continua na terra por um motivo bom"
- >"bom, você já é maduro o suficiente pra tomar suas próprias decisões, mas por favor tome cuidado"
- >eu sabia no fundo
- >mia era um fantasma
- >uma assombração
- >uma alma que por sofrimento não subiu ou desceu
- >mas ela nunca tentara me machucar ou algo do tipo até então
- >decido ir procurar algo na cidade
- >lembro do pai de um dos meus amigos
- >ele fora internado no pequeno período em que o lugar funcionou
- >resolvo falar com ele
- >falei pro meu amigo que queria expulsar um demônio pra salvar minha namorada fantasma
- >não, não falei mas ia ser engraçado
- >antes de ir avisaria mia
- >subo a colina
- >porta fechada
- >sangue
- >caralho denovo
- >corro pra dentro
- >procuro por ela
- >corredor principal
- >nada
- >salas dos corredores
- >nada
- >entro cada vez mais
- >estou desesperado
- >prescisa a encontrar ela
- >não queira a ver sofrer mais
- >enfim as encontro
- >os gritos de mia agora podiam ser ouvidos da entrada
- >a sombra segurava ela pela perna
- >estava quebrando suas costelas expostas pelo peito totalmente aberto
- >"mia...." lágrimas escorrem
- >ela sorri, como sempre
- >caio de joelhos
- >a sombra continua quebrando suas pernas, depois braços, parte após parte
- >ela se esforçava para não gritar
- >eu também
- >não podia fazer nada denovo
- >prescisava viver para podermos nos livrar dessa sombra
- >finalmente o corpo "morto" se transforma em puro sangue
- >não era mais um corpo, apenas um amontoado de ossos com carne e sangue
- >sinto uma mão atras de mim
- >mia
- >ela tremia e chorava, tanto quanto eu
- >abraço-a
- >a sombra vai para outro lado
- >"eu vou te tirar daqui"
- >levo ela até a saída
- >andamos até a minha casa
- >ela pode sair de lá mas não muito mais longe
- >minha casa era muito perto daquele lugar, então ela podia andar até lá
- >a boto deitada na minha cama
- >minha mãe não poderia saber disso
- >"apenas durma, não vou te deixar com
- aquela coisa"
- >ela não disse nada
- >compreendo
- >apenas me deito abraçado com ela
- >manhã
- >acordo com ela chorando
- >oque?
- >"ei mia oque aconteceu"
- >ela me olha desesperada
- >"por favor me desculpa"
- >?
- >a porta do quarto estava aberta
- >assim como a da minha mãe
- >levanto e ando até lá
- >os choros ecoam pela casa
- >"mae?"
- >la estava
- >a minha mãe e a sombra
- >ela estava esquartejada
- >sua cama branca agora vermelha transbordava sangue
- >"MAE NAAO"
- >a sombra sorria
- >não me conti
- >nessa hora a raiva tomou conta de mim
- >pego uma peça de porcelana a quebro eu vou pra cima da sombra
- >mia entra
- >"NÃO, NÃO FAÇA ISSO"
- >era tarde
- >eu arranco um pedaço do rosto da sombra
- >então ela sorri
- >ela começa a rir com aquela voz distorcida de várias pessoas
- >"HAHAHAHAHAHA, AH MEU JOVEM EU ESTAVA AGUARDANDO POR ISSO"
- >dou um passo pra trás
- >"ATÉ AGORA EU NÃO TINHA MOTIVOS PRA TE MACHUCAR MAS AGORA...HAHAHAH
- >"AGORA....."
- >"NÃO ESPERA"
- >mia interrompe
- >"por favor não faça nada com ele"
- >ela tremia de medo
- >"OH MINHA DOCE CRIANÇA, POR QUE?"
- >"ELE JÁ DEVE ODIA-LA A ESTE PONTO"
- >"VOCÊ FALOU QUE SABIA QUE ISSO PODERIA ACONTECER?"
- >oque?
- >"mia você..."
- >"desculpa.... eu sabia.. mas não achei que ela realmente viria.."
- >"eu estou cansada.... isso acontece há 60 anos.... eu não aguento mais..."
- >então a sombra joga mia para o lado e se dirige à mim
- >"NÃO ESPERA... EU.. EU TE DOU UMA SEMANA"
- >a sombra para
- >olha com um sorriso para ela
- >"você tem uma semana, eu não vou correr ou me esconder"
- >"você pode me matar quantas vezes quiser por uma semana"
- >"mia não faz isso"
- >"não... eu já te fiz sofrer demais... a gente deveria parar de se ver... tudo foi um erro"
- >"desculpe... não volte mais aquele lugar"
- >"mas mia.."
- >então as duas desaparecem num piscar de olhos
- >"MIA!!"
- >queria ir atras dela
- >mas tinha coisas mais importantes
- >tinha que cuidar do funeral da minha mãe e explicar oque aconteceu
- >tudo levou 3 dias
- >o funeral era hoje
- >as pessoas começam a chegar
- >a casa está lotada neste momento
- >todos me cumprimentam
- >olho para minha mãe e penso
- >eu deveria ter tomado mais cuidado
- >deveria ter te ouvido mãe....
- >um velho senhor vem falar comigo
- >pergunta quem fez isso
- >acho que deve ser o pai do meu amigo
- >contei o mesmo que contei para os policiais
- >alguém arrombou a casa e fez isso enquanto eu estava fora
- >colou
- >cidade pequena
- >"isso parece obra dela"
- >"dela quem?" pergunto
- >"venha aqui garoto, vou te contar uma história"
- >"já faz mais de 60 anos mas aquele manicômio é uma prisão para as almas"
- >"quando fui internado por motivos necessários eu pude ver o desastre do lugar"
- >"médicos famosos iam até lá pois podiam livremente brincar com os espécimes"
- >"todos os dias alguém era torturado ou morto"
- >"ao total morreram cerca de 24 pessoas morreram lá"
- >"porém, mesmo nos dias mais sombrios, haviam almas caridosas pra nos confortar"
- >"era uma garota um pouco mais nova que você"
- >mia...
- >"ela mantia nossa sanidade e esperanças"
- >"dizia que um dia sairíamos de lá"
- >"ela trazia conforto para todos"
- >"porém todos os 24 pacientes os quais ela cuidava morreram ao longo do tempo"
- >"então por fim, a garota falecera após o último paciente morrer"
- >"sem explicações"
- >"tempos depois o hospital foi fechado"
- >"porém as almas ficaram...não é?"
- >ele sorri
- >concordei
- >"meu filho, o laço que essa criatura tem com a garota é um laço de conforto"
- >"para essa coisa ela é apenas um brinquedo para satisfazer sua agonia e sofrimento"
- >"e esse sentimento era tão forte que fixou a alma dela naquele lugar"
- >"então como eu posso me livrar dela?"
- >"há dois jeitos"
- >"você pode fazê-las aceitarem sua morte.. oque pode ser um pouco complicado."
- >"ou queime os restos físicos"
- >"o fogo purifica a alma"
- >"mas onde posso achar os restos deles?"
- >"quando eu saí do manicômio eu vi.. e uma sala com uma cruz preta"
- >"ache ela garoto, aliás, aquilo já pode te tocar?"
- >confirmo
- >"ah entendo... então você tem um problema.."
- >"bom, creio que isso foi de boa ajuda, boa sorte garoto"
- >o funeral acaba
- >o corpo e levado
- >e eu tinha uma tarefa nova
- >salvar mia e libertar as almas
- >me preparei logo no dia seguinte
- >gasolina
- >isqueiro
- >e pronto
- >dou uma umtima olhada na casa
- >talvez fosse a última vez que a veria
- >então entro na construção
- >devagar
- >podia ouvir gritos ecoando
- >mia... me aguarde
- >já fazem 4 dias que ela está sendo torturada sem parar
- >me apresso
- >começo a procurar a sala com a cruz preta
- >vou pelos corredores que conheço
- >nunca tinha visto essa sala antes
- >entro em áreas novas
- >corredores começam a ter fotos
- >pacientes
- >eles estavam em estado miserável
- >após algumas fotos, vi a foto do senhor
- >ele parecia bem na foto
- >logo após ele vinha mia
- >ela era linda
- >os mesmos cabelos longos e pretos
- >as bochechas levemente rosas
- >e o mesmo olhar morto
- >que de algum modo era atraente
- >continuo procurando
- >as salas vão ficando mais estranhas
- >portas fechadas
- >com cadeados
- >e no fim do corredor
- >la estava
- >a cruz preta
- >estava com um cadeado
- >simplesmente chuto a porta
- >a madeira estava podre
- >começa a ceder
- >mais um chute
- >quase
- >no terceiro quase quebrou
- >mas oque quase quebrou foi a minha perna
- >a sombra agarrara ela
- >me joga para longe
- >"FIQUE LONGE DESTA SALA"
- >alguém me levanta
- >oque??
- >era o senhor do funeral
- >"vamos garoto, falta pouco"
- >"SENHOR, O SENHOR TEM QUE SAIR DAQUI É PERIGOSO DEMAIS"
- >ele ri
- >e então começa a andar na direção da sombra
- >"oh lucy.... olhe para você... você não é assim... você é uma boa pessoa.."
- >"você ao menos lembra de mim?"
- >a sombra manteve o foco nele
- >comecei a andar em direção à porta
- >"oh lucy minha querida... eu tentei te dar o meu coração.."
- >"mas o médico nunca veio afinal não?"
- >ele chora
- >"porem ainda assim alguém levou o meu"
- >ele abre sua camisa e revela um buraco onde deveria estar seu coração
- >"lucy eu não posso descansar enquanto você estiver assim"
- >então nem todos eram ruins....
- >arrombo a porta
- >a sombra tenta me impedir mas o senhor a segura
- >o senhor segura a sombra por uns minutos
- >rapidamente procuro os restos em todo o lugar
- >acho os ossos todos juntos em um compartimento
- >jogo gasolina
- >e o isqueiro
- >fogo preto começa a queimá-los
- >ao mesmo tempo a sombra começa a se contorcer
- >o senhor continua falando
- >"oh lucy me desculpe, só vai doer agora... mas a partir de hoje podemos ir não é?"
- >a sobra de contorcia
- >seus membros começam a cair
- >o liquido preto a cobria por inteiro
- >ela estava se despedaçando
- >o mesmo fogo preto agora rodeava seu corpo podre
- >almas começam a sair da boca dela
- >uma a uma, todas as 24
- >por fim à sombra se despedaça por
- completo
- >algumas das almas tomam formas e vão para lugares diferentes
- >então uma senhora se junta ao senhor
- >"oh lucy.. como é bom te ver..."
- >ele olha para mim
- >"obrigado garoto...."
- >e eles desaparecem
- >mia
- >corro por todos os lados
- >não a achava
- >"MIAA"
- >tinha me localizado
- >fui até a saída
- >mas algo me puxa
- >ela me abraça
- >"obrigado.........."
- >"muito obrigado......"
- >ela chora
- >eu também
- >continuamos no chão abraçados por quase uma hora
- >não conseguíamos nos separar
- >nunca mais a perderia denovo
- >após gastarmos todo o nosso estoque de lágrimas resolvemos sair
- >então fomos para a minha casa
- >"eu não achei que você voltaria por mim..."
- >"claro que voltaria...."
- >deitamos na cama abraçados
- >ela me olha nos olhos e diz
- >"eu te amo..."
- >sorrio
- >"eu também"
- >passamos a noite juntos
- >continuamos por alguns dias essa rotina
- >acordávamos
- >íamos ao manicômio
- >conversávamos
- >então dormíamos
- >estava perfeito
- >não podia pedir por mais nada
- >após quatro dias ela me diz
- >"obrigado por tudo nathan.... mas vamos terminar ok?.. desculpa...."
- >oque??
- >"como assim???"
- >"eu não tenho mais motivos para ficar aqui, logo vou desaparecer e eu não quero que você veja isso..."
- >"como assim... NÃO"
- >"nos podendo fazer algo.. se te levar-nos ao manicômio deve ter alguma coisa.. já sei.."
- >"tudo bem..." ela diz sorrindo
- >"eu posso pesquisar sobre alguma coisa desse tipo alguém deve saber..."
- >"tudo bem..." ela começa a tremer
- >"nos podemos ficar juntos não se preocupe eu vou dar um jeito"
- >"CHEGA, NÃO TEM JEITO EU JÁ TENTEI TA BOM? NÃO EXISTE NADA QUE NOS POSSAMOS FAZER"
- >começo a chorar
- >"EU NÃO QUERO ISSO"
- >ela também
- >"E POR ISSO QUE EU VOU SAIR AGORA NÃO QUERO QUE VOCÊ ME VEJA DESAPARECER"
- >não, não vai ser assim
- >"NÃO, EU TENHO DIREITO DE FICAR COM VOCÊ ATÉ O FINAL, VOCÊ ME DEVE ISSO"
- >ela desaba em lágrimas
- >"por favor... eu não posso... me deixe.."
- >"não vou deixar..."
- >"me esqueça..."
- >"não vou esquecer"
- >"eu quero ficar com você até o final..."
- >ela aceita com receio
- >é noite
- >estamos sentados do lado de fora de casa no gramado
- >as estrelas iluminavam a noite
- >o rio tocava a música da água
- >mia contava sobre sua vida
- >"eu costumava vir aqui quando era criança.. adorava ver as estrelas.."
- >estávamos apoiados um no outro
- >"eu queria ter mais tempo com você..."
- >ela me olha e me beija
- >"não se preocupe... amanhã nos vamos acordar e fazer um pa------"
- >sua boca se mechia mas não conseguia ouvir
- >"mia sua voz...."
- >ela tapa a boca com cara de triste
- >corro até em casa e pego um caderno e uma caneta
- >ouça essa música: https://m.youtube.com/watch?v=2Pfwpddq-LU
- >ela escreve conforme eu falo
- >'eu não tenho muito tempo...'
- >"é... eu sei"
- >'promete não chorar?'
- >"oque? claro que não vou!" digo com lágrimas e um sorriso
- >'mesmo?'
- >"claro que não! já sou um adulto"
- >'eu vou ficar preocupada se você chorar...'
- >a imagem dela começa a ficar transparente mas ainda consigo ver suas lágrimas
- >'me prometa que a partir de hoje você vai sair mais e conhecer pessoas novas...'
- >ela continua a escrever
- >'me prometa que vai achar alguma garota nova'
- >'então você vai gostar dela e ser tão bom quanto você foi pra mim'
- >"..... prometo.... pode ser difícil no começo mas eu prometo...."
- >'obrigado.....'
- >'um último pedido....'
- >'esqueça sobre mim'
- >começo a soluçar
- >"mia por favor não...."
- >'prometa...'
- >não contenho meu choro
- >"mia........."
- >'você está me deixando preocupada...'
- >"tudo bem.... eu vou esquecer de você.... vou achar uma garota e vou amá-la, seguirei minha vida sem você....."
- >'obrigado.... muito obrigado'
- >'eu te am-'
- >a caneta cai
- >"MIA NÃO, NÃO AINDA NÃO POR FAVOR"
- >caio de joelhos
- >"mia não..."
- >então vejo ela denovo mais uma vez
- >ela estava na minha frente
- >ela bota suas mãos no meu rosto e me beija
- >boto minhas mãos sobre o rosto gelado dela
- >nos beijamos até as minhas mãos atravessarem seu corpo
- >mia desaparecera
- >"MIAA NÃO"
- >começa a chover
- >não quero sair dali
- >apenas protejo o caderno da chuva
- >as estrelas brilhavam
- >"espero te reencontrar um dia...."
- >"me espere até lá, por favor..."
- >"acho que não vou conseguir cumprir minha promessa... hahaha desculpa"
- >entro em casa
- >lembro de nossos momentos
- >conversas
- >noites
- >então pego o caderno
- >escrevo a última coisa nele
- >'eu também te amo'
- >
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