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IAPSC

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May 21st, 2018
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  1. Diário de Campo do IAPSC
  2. 16 de outubro de 2017, CCBS, Unimontes
  3. Aquele dia foi o primeiro do IAPSC 2. Nos reunimos em uma sala na Unimontes, conforme planejado, para conhecermos nosso preceptor e para que ele nos apresentasse informações sobre o local do nosso futuro trabalho, a Unidade Básica de Saúde Jequitibá, e de como esse trabalho seria realizado. Ao chegar, o preceptor Bruno Pinho se apresentou e pediu que nós, os alunos, fizéssemos uma breve apresentação. Depois, nos mostrou uma apresentação de slides, que complementou sua explanação do trabalho que seria realizado. Depois, fizemos um breve exercício, simulando uma classificação de supostos problemas de um território, que seria uma prévia daquilo que faríamos no próprio território. Por último, praticamos algumas habilidades médicas, exame de garganta, ouvido e aferição de pressão arterial. Da minha opinião sobre o aquele dia e, também, sobre o que faríamos ainda, digo que achei tudo muito interessante, porém bastante exaustivo. Essa aula foi bastante extensa e muito densa de conteúdo. Estava apreensivo sobre o território, já que seria um bairro bastante distante do meu, desconhecido e diferente. Pensava muito no futuro, sobretudo no quão extenuante seria essa jornada, principalmente associada a outros conteúdos do período. Não nego que naquele dia refleti sobre o quanto a vida humana é castigada dia após dia, noite após noite, desde que o ser humano se propôs a experimentar uma existência longe de seu próprio Criador. Também não nego que supus que a incumbência de outros colegas meus, que estavam encarregados de outros territórios, mais próximos das regiões nas quais residíamos e estudávamos, ou seja, que nos era mais familiar, seria mais apraziva, me resignando apenas com a ideia última de que jamais haveria justiça perfeita, senão a derradeira, esta, porém, divina. Eu apenas tinha alguma esperança de que poderia me acostumar com o trabalho e o território no futuro, assim como em parte aconteceu no IAPSC I, no território Alecrim.
  4.  
  5. 23 de outubro de 2017, ESF Jequitibá
  6. Aquele foi o segundo dia do IAPSC 2. Esse dia já começou muito mal. Perdi o ônibus que chegaria antes do horário marcado, tendo que pegar o próximo, me atrasando mais de 30 minutos. Ao chegar, notei a consequência da minha falha para meus colegas: os grupos haviam sido reorganizados para atender a demanda de atendimento fora da unidade, dos pacientes que aguardavam. Eu esperava que meus colegas e, principalmente, meu preceptor um dia me perdoassem por isso. No começo, foi desanimador encontrar meus colegas trabalhando a todo o vapor enquanto eu estava desorientado, sem o que fazer. Mas, com o tempo, ajudado pela minha colega Raquel Emanuele, comecei a atender, junto com ela, os pacientes. Nesse dia, fizemos exames de pressão arterial, oroscopia, otoscopia e testes de glicemia capilar. Sobre o que eu achei daquele dia, posso dizer que ele removeu o preconceito que eu tinha sobre a unidade de saúde. Apesar de ser distante do Centro, não foi difícil nem dispendiosa a locomoção para o território, pois pude utilizar o transporte público da cidade, que foi confortável naquele dia e é de baixo custo. Isso me deu ânimo para continuar com esse trabalho.
  7.  
  8. 30 de outubro de 2017, ESF Jequitibá
  9. Aquele dia foi o terceiro do IAPSC 2. Nesse dia, cheguei na ESF no horário e nos encontramos com o preceptor Bruno Pinho, nos decidindo que eu e a minha colega Ana Luiza faríamos um trabalho dentro do consultório, auxiliando o preceptor Bruno em seu atendimento, de acordo com as nossas capacidades. Esse dia foi muito bom, achei muito bom ter contato com pacientes na consulta, porque foi interessante conhecer as histórias das pessoas e saber como é uma consulta médica de verdade. Havia algumas habilidades nas quais ainda não estava bom o suficiente para utilizá-las como coadjuvante de atendimento médico ainda em formação, como exame de garganta e ouvido. Mesmo assim, eu as realizei. Uma das dificuldades que tive durante esse dia foi não deixar que as minhas opiniões pessoais interferissem em um trabalho puramente técnico tal qual é o exercício da medicina, especialmente durante o atendimento a um jovem que se queixava de problemas com a visão e depressão, no qual me pareceu que ele estava claramente tentando terceirizar atribulações que o afligiam, totalmente desorientado de como proceder. Afinal eu nem médico era, muito menos psiquiatra, então não interferi. O preceptor Bruno nos ajudou muito nesse dia, nos ajudando a revisar habilidades de exame físico. Um episódio de destaque nesse sentido foi que ele percebeu que eu estava inseguro sobre o resultado encontrado na aferição de pressão arterial de um paciente, pois era um resultado incomum. Ele, então, me perguntou se eu gostaria que ele refizesse o exame. Tendo sido um dia bom, me encorajo mais a continuar com esse trabalho.
  10.  
  11. 7 de novembro de 2017, ESF Jequitibá
  12. Esse dia foi o quarto do IAPSC 2. Nesse dia, nos reunimos com a equipe da ESF para discutirmos metodologicamente sobre os problemas do território. Esse foi um outro dia em que foi difícil não deixar que minhas convicções pessoas interferissem nos trabalhos realizados no programa, principalmente por se tratar de um contexto de um território que sofre com problemas que acredito estarem relacionados a muitos fatores, mas, principalmente, à decadência moral, instigada mais ainda por forças globalistas, que atuam por meio dos governos e da mídia. Então eu aceitei que jamais conseguiria resolver o problema das pessoas e me ative ao programa proposto a nós, realizando um passo de cada vez. Segundo a equipe da ESF, o território tinha muitos problemas gravíssimos, era aterrorizada por violência, carência material, desestruturação familiar, uso de álcool e drogas, evasão escolar e gravidez não planejada em níveis estratosféricos. O problema das grávidas foi escolhido segundo o método utilizado, tendo tido muita influência do último critério, a gestão. A maioria dos problemas era de intervenção quase impossível, como violência e uso de álcool e drogas. Sobre o problema escolhido, é muito triste saber que, em pleno século XXI, no auge da era do acesso à informação, com métodos diversificados e disponibilizados pelo SUS de contracepção, existam mulheres, muitas delas jovens demais para cuidar de um filho ou cujos genitores não tenham condições financeiras mínimas de sustentar uma criança, que ainda engravidam contra a própria vontade. Isso torna esse problema a ter uma complexidade muito alta, já que as próprias mulheres parecem não ter suficiente nível de maturidade e/ou instrução suficiente para ter consciência das consequências de seus atos, um requisito básico necessário na formação de uma sociedade.
  13.  
  14. 14 de novembro de 2017, ESF Jequitibá
  15. Esse dia foi o quinto do IAPSC 2. Esse dia foi de atendimento normal assim como o terceiro. Não estava definido que eu atenderia dentro do consultório, mas um dos meus colegas faltou, e eu optei pelo consultório. Atendi junto a minha colega Moniele, atuando como coadjuvante ao preceptor Bruno, segundo minhas habilidades já possuídas e ainda pretendidas. Nesse dia, assim como nos outros, ouvi muitas histórias interessantes, sempre com uma certa dificuldade em afastar meus pensamentos de julgamentos e opiniões pessoas a respeito delas. A última paciente, acometida de abstinência de uso de tabaco, me fez pensar o quanto é difícil a vida de quem se vicia e também me fez lembrar do meu dever quanto aos meus próprios vícios, embora nenhum deles esteja relacionado a alguma substância química, como álcool ou nicotina. No final, pude concluir que esse é um trabalho muito bom, no qual a gente aprende muito e até se diverte um pouco.
  16.  
  17. 21 de novembro de 2017, ESF Jequitibá
  18. Aquele dia foi o sexto do IAPSC 2. Esse dia foi de atendimento fora do consultório para mim. Foi um pouco estranho, porque havia poucos pacientes esperando por atendimento, talvez menos de quinze. Naquele dia, eu enfrentei várias dificuldades em chegar aos pacientes e falar, perguntar-lhes se queriam algo. Também achei difícil coordenar as atividades com os pacientes com o a anotação das fichas. Mas no final tudo tinha sido feito, o nosso grupo conseguiu concluir as nossas tarefas na unidade de saúde. Por causa da pequena quantidade de pessoas, nós fomos embora muito mais cedo, ficamos menos de duas horas na unidade.
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  20. Dia 5 não teve
  21.  
  22. 12 de dezembro de 2017, Campus da Unimontes
  23. Aquele dia foi diferente, foi um encontro de meio de período na Unimontes. Nós discutimos sobre o que fizemos no nosso território e ouvimos os nossos colegas dizerem sobre seus trabalhos, também. Naquele dia, ficou ainda mais claro para mim o quanto era diferente a realidade de cada território, de cada unidade de saúde e de cada população e, principalmente, o quanto era diferente o trabalho de cada um dos grupos. O nosso grupo era o único de todos em que não tínhamos visto o território ainda, por causa da localização da unidade. Mas isso também poderia ser algo bom, já que a maioria dos bairros dessa cidade são perigosos.
  24.  
  25. 23 de janeiro de 2018. ESF Jequitibá
  26. Naquele dia, visitamos o território e fizemos o serviço de campo. O preceptor Bruno mais uma vez ajudou demais a gente nesse trabalho. Ele nos levou até uma residência na qual o trabalho foi feito, convidou as pessoas para comparecerem, preparou o evento, nos orientou sobre o que tínhamos de fazer. Como havíamos decidido, deveríamos intervir na preocupante taxa de natalidade nesse bairro, cuja população era, em média, carente demais para prover o sustento a todas essas crianças da melhor maneira possível, porque, além disso, acreditávamos que esse problema poderia ter efeito em outros problemas do bairro, como deficiências na educação, violência e uso de drogas. Então, após uma palestra do nosso preceptor Bruno, sobre métodos contraceptivos, nós, os alunos, fizemos fichas de pedido de métodos contraceptivos, após avaliação padronizada planejada pelo nosso preceptor, para mulheres do bairro. A minha experiência no território foi boa, pudemos conhecer o bairro e ter um contato mais próximo com a sua gente.
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