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- >hoje é o último dia do mês
- >os preparativos para a festa que sempre acontece na escola estão prontos
- >ainda são 14:13
- >a festa só começa as 20:00
- >eu não sei se verificar as fichas escolares é uma boa idéia
- >e se eu estiver enganado?
- >se eu realmente for louco?
- >agh
- >minha cabeça dói só de pensar nisso
- >vou tomar meus remedios enquanto penso bem
- >o remédio de vitaminas está acabando
- >preciso falar com meu pai
- >só tenho mais duas pílulas
- >o remédio pra depressão e ansiedade ta ok ainda
- >mas é melhor garantir
- >"oi"
- >que?
- >me viro assustado
- >"eu consigo ver você"
- >eu não encontro a fonte da voz
- >"como você esqueceu de mim?"
- >mantenho o silêncio, assustado
- >"eu sou real se é isso que quer saber, mais do que você imagina"
- >eu abro a boca pra falar algo
- >mas desisto no último instante
- >não ouço mais a voz
- >ouço a porta da frente abrindo e fechando rápido
- >passos apressados vindo em direção ao meu quarto
- >a porta abre do nada antes que eu faça qualquer coisa
- >é o meu pai
- >um olhar triste como sempre
- >suado e ofegante
- >em seu terno, porém sem jaleco
- >"oi p.."
- >"eu fiquei sabendo do que aconteceu na escola, pq não me disse nada?"
- >"eu tentei, mas você está sempre trabalhando"
- >digo assustado
- >"cade sua mãe?"
- >"eu vi ela ontem, mas ela saiu muito rápido, até levou o doce que ela fazia embora"
- >ele fica olhando o nada por um instante
- >"nós vamos nos mudar, para bem longe"
- >droga, isso não vai me ajudar em nada, eu preciso saber da verdade
- >"iremos amanhã o mais cedo possível, eu trouxe mais remédio pra você, o seu deve estar acabando"
- >"sim, como voc..."
- >"pegue suas coisas, vamos, apenas o necessário"
- >"pai, pq você está desse jeito? O que aconteceu?"
- >alguém começa a bater na porta
- >"eu só ganhei uma promoção em cima da hora e precisamos nos mudar"
- >"mas você pode ir, eu fico me mantendo"
- >vou em direção a porta
- >"não, onde você vai?"
- >"deve ser a mãe"
- >abro a porta
- >era minha mãe
- >ela da um sorriso
- >me abraça
- >ela diz oi pra mim, da oi pro meu pai
- >ele não responde
- >"olha a mãe, pai"
- >ele arregala os olhos
- >"ah, oi querida, que bom te ver"
- >era extremamente perceptível o sorriso forçado dele
- >fazia tanto tempo que não via os dois juntos
- >espera, eu mal lembro da última vez...
- >"o que foi querido? aconteceu alguma coisa?"
- >ele não a responde, apenas fica me olhando, com um olhar de tristeza
- >"pai, a mã..."
- >"filho, me desculpe, mas precisamos ir"
- >eu aceno com a cabeça e olho para a minha mãe
- >ela fica sem jeito
- >"vamos querido, eu te ajudo"
- >ele segura minha mão e me acompanha até meu quarto
- >ela me conta como foi o dia dela enquanto eu arrumo minhas roupas
- >que ela tinha levado o doce pro meu pai, já que ele estaria por perto
- >eu pergunto se ele estava se alimentando direito
- >ela responde que sim
- >conto como que eu estou indo na escola, essas coisas
- >não falo nada do que aconteceu essa semana
- >não quero deixar ela preocupada
- >realizo que meu pai está queito, não faz barulho
- >digo que vou ver o que ele está fazendo, pra ela terminar pra mim
- >eu saio do quarto
- >começo a escutar o meu pai e uns sussurros distantes
- >o clima fica tenso do nada, me sinto observado
- >cada vez mais sussurros enquanto chego perto do quarto do meu pai
- >"não, não, não, como isso foi acontecer? Não agora, porque? Não não não"
- >eu fico mais tenso
- >"eu não podia ter cometido esse erro, mas era necessário, eu não entendo"
- >ele parecia estar chorando
- >"eu tenho que consertar isso, eu sou um monstro, o que eu fiz?"
- >eu chego na porta
- >"Deus, me perdoe, eu sou um monstro"
- >meu pai está ajoelhado de frente para o criado-mudo
- >"me perdoe meu amor, eu tenho que quebrar a nossa promessa, para o bem dele"
- >"pai?"
- >ele se vira assustado
- >seu rosto encoberto de lágrimas, avermelhado
- >"desculpe filho, me perdoe"
- >eu não havia entendido nada, até ele apontar a arma pra mim
- >minha mãe surge no quarto gritando pra ele não fazer isso
- >eu dou um passo para trás
- >o som do disparo ecoa pelo quarto
- >minha mãe grita
- >eu nunca havia sentido tanta dor
- >meu peitoral direito ficou umidecido
- >eu caio de costas no chão
- >eu não conseguia me mexer
- >não conseguia gritar
- >não conseguia fazer mais nada
- >minha mãe coloca suas mãos em mim
- >"me perdoe flho, eu imploro", grita meu pai
- >um outro disparo ocorre
- >meu pai cai no chão, após disparar contra sua própria cabeça
- >minha mãe levanta e corre para a cozinha
- >minha visão começa a ficar fraca
- >o meu sangue escorre cada vez mais pelo chão
- >vou ficando cada vez mais fraco
- >o som de minha mãe ligando para a ambulâcia vai ficando mais fraco
- >o desespero dela
- >a dor que eu sentia
- >tudo começa a ficar mais escuro
- >me sinto cansado
- >o que está acontecendo?
- >o que é tudo isso
- >por quê?
- >alguém me ajuda
- >eu não quero morrer...
- >porque ele fez isso?
- >eu estou confuso..
- >com... Medo...
- >...
- >...
- >Amel?
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