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- \documentclass[12pt]{article}
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- %%%%%%%%%%Definições Teoremas %%%%%%%%%%%%%%%%%%%
- \newtheorem{teo}{Teorema}%[subsection]
- \newtheorem{cor}[teo]{Corolário}
- \newtheorem{lem}[teo]{Lema}
- \newtheorem{prop}[teo]{Proposição}
- \newtheorem{defn}[teo]{Definição}
- \newtheorem{nota}[teo]{Notação}
- \newtheorem{obs}[teo]{Observação}
- \numberwithin{equation}{subsection}
- %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
- \begin{document}
- \title{O conjunto de Cantor}
- \maketitle \abstract{Todo mundo conhece o famoso teorema de
- Pitágoras (a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da
- hipotenusa, ou simplesmente $ a^2= b^2 + c^2$). O último teorema
- de Fermat (veja \cite{CD}) diz que não existem a, b e c inteiros
- que satisfaçam a equação $a^n = b^n + c^n$, para nenhum $n > 2$.
- Neste trabalho falaremos sobre alguns dos novos campos da
- matemática que nasceram com a demonstração feita Andrew Wiles em
- 1995 com a demonstração da validade de tal teorema.
- \medskip
- \noindent{\bf Palavras Chave:} Teorema de Fermat,Teorema de
- Pitagoras
- }
- \section*{Introdução}
- \section{Conceitos preliminares}
- Segue abaixo alguns conceitos fundamentais para entendermos as propriedades do conjunto de Cantor.
- \subsection{Conjuntos e Números Reais}
- \begin{defn}
- Um conjunto X é dito enumerável se existe uma bijeção f : $\mathbb{N} \rightarrow X$.
- \end{defn}
- \begin{defn}
- Sejam $a,b \in \mathbb{R}$ com a<b. Então:
- \newline
- \newline
- $[a,b] := \{ x \in \mathbb{R} : a \leq x \leq b\} $
- \newline
- $(a,b] := \{ x \in \mathbb{R} : a < x \leq b\}$
- \newline
- $[a,b) := \{ x \in \mathbb{R} : a \leq x < b\}$
- \newline
- $(a,b) := \{ x \in \mathbb{R} : a < x < b\}$
- \newline
- $(-\infty,b] := \{ x \in \mathbb{R} : x \leq b\}$
- \newline
- $(-\infty,b) := \{ x \in \mathbb{R} : x < b\}$
- \newline
- $[a,+\infty) := \{ x \in \mathbb{R} : x \geq a\}$
- \newline
- $(a,+\infty) := \{ x \in \mathbb{R} : x > a\}$
- \newline
- $[a,a]$ é denominado intervalo degenerado
- \end{defn}
- \begin{defn}
- Seja X um conjunto tal que X $\subset \mathbb{R}$. Dizemos que X é limitado superiormente quando existe b $\in \mathbb{R}$ tal que $x \leq b, \forall x \in X$. Analogamente, dizemos que X $\subset \mathbb{R}$ é limitado inferiormente quando existe a $\in \mathbb{R}$ tal que a $\leq x, \forall x \in X$. O número b chama-se cota superior de X e o número a chama-se cota inferior de X. Se X é limitado superior e inferiormente, dizemos que X é limitado. Isto significa que existe k>0 tal que $|x| \leq k, \forall x \in X$.
- \end{defn}
- \begin{teo}
- (Intervalos Encaixados) Dada uma sequência decrescente:
- \newline
- $I_1\supset I_2 \supset I_3 \supset ... $
- \newline
- de intervalos não-vazios, limitados e fechados: $I_n = [a_n,b_n]$ , existe pelo menos um número c tal que c $\in I_n, \forall n \in \mathbb{N}$.
- \end{teo}
- \subsection{Noções topológicas em $\mathbb{R}$}
- \begin{defn}
- Seja X $\subset \mathbb{R}$. Um ponto a $\in$ X é um ponto interior de X se existe $\delta$>0 tal que (a-$\delta, a+\delta)\subset$ X.
- \end{defn}
- \begin{nota}
- O conjunto dos pontos interiores de X será denotado por int(X).
- \end{nota}
- \begin{defn}
- Seja X $\subset \mathbb{R}$. O conjunto X é aberto quando todos os pontos de X são pontos interiores de X, ou seja, X = int(X).
- \end{defn}
- \begin{prop}
- Uma união qualquer de abertos é um conjunto aberto, ou seja, se $\{A_\lambda\}_\lambda_\in_L$ é uma família de conjuntos abertos, então $\underset{\lambda\in L}{\bigcup} A_\lambda$ é um conjunto aberto.
- \end{prop}
- \begin{prop}
- Sejam $A_1, A_2,...,A_N$ subconjuntos abertos de $\mathbb{R}$. Então $\bigcap\limits^N_{i=1}A_i$ é um conjunto aberto.
- \end{prop}
- \begin{defn}
- Um conjunto F $\subset \mathbb{R}$ é fechado se, e somente, $F^{c}$ é um conjunto aberto.
- \end{defn}
- \begin{defn}
- Seja X $\subset \mathbb{R}$. Um ponto a $\in \mathbb{R}$ é um ponto de acumulação de X se para todo $\delta$ > 0, temos (a-$\delta, a+\delta) \cap (X-\{a\})\ne \varnothing$.
- \end{defn}
- \begin{nota}
- O conjunto dos pontos de acumulação de X será denotado por X'.
- \end{nota}
- \begin{defn}
- Seja X $\subset \mathbb{R}$. O fecho de X é o conjunto $\overline{X} = X$ $\cup$ X'.
- \end{defn}
- \begin{defn}
- Seja X $\subset \mathbb{R}$. Um conjunto A $\subset$ X é dito denso em X se $\overline{A} = X$.
- \end{defn}
- \begin{prop}
- Seja X $\subset \mathbb{R}$. Um subconjunto A $\subset$ X é denso em X se, e somente se, para todo a $\in$ X e para todo $\epsilon > 0$, $(a-\epsilon, a+\epsilon) \cap A \ne \varnothing.$
- \end{prop}
- \begin{defn}
- Um conjunto compacto em $\mathbb{R}$ é um conjunto fechado e limitado.
- \end{defn}
- \begin{defn}
- Chama-se cobertura de um conjunto $X \subset \mathbb{R}$ a uma família C de conjuntos $C_\lambda$ cuja reunião contém X.
- \end{defn}
- \begin{defn}
- Seja $X \subset \mathbb{R}$. Dizemos que um conjunto X tem medida nula se para qualquer $\epsilon > 0$, existe uma cobertura finita ou infinita enumerável de X por intervalos abertos $I_k$, isto é, $X \subset \underset{\lambda\in L}{\bigcup} I_k$ tal que $\underset{\lambda\in L}{\sum} |I_k| < \epsilon$.
- \end{defn}
- \subsection{Base ternária (base 3)}
- \section{A construção do conjunto de Cantor}
- Consideremos o segmento que representa o intervalo fechado $\textit{I}$ = [0,1]. No primeiro passo, dividimos $\textit{I}$ em três partes iguais e, em seguida, removemos o intervalo aberto $(\frac{1}{3},\frac{2}{3})$, a qual chamaremos de terço médio de $\textit{I}$. Chamemos de C1 o conjunto dos pontos restantes de $\textit{I}$. Assim, $C_1 = [0,\frac{1}{3}]\cup[\frac{2}{3},1]$.
- \newline
- No segundo passo, dividimos em três partes iguais os dois intervalos fechados de C1 e, em seguida, removemos os intervalos abertos $(\frac{1}{9}, \frac{2}{9})$ e $(\frac{7}{9},\frac{8}{9})$. Chamemos então de $C_2$ o conjunto dos pontos restantes de $C_1$. Ou seja, $C_2 = [0,\frac{1}{9}]\cup[\frac{2}{9},\frac{1}{3}]\cup[\frac{2}{3},\frac{7}{9}]\cup[\frac{8}{9},1]$.
- \newline
- Então prosseguindo indutivamente dessa maneira, de tal forma que $C_n$ é constituído dos pontos de $C_{n-1}$ retirando o terço médio aberto de $C_n$, obtemos uma sequência de conjuntos: $C_1, C_2,..., C_n,...$ tais que $\textit{I}\supset C_1 \supset C_2 \supset ... \supset C_{n-1}\supset C_n \supset$ ...
- \newline
- Observe que $C_n$ consiste em $2^{n}$ intervalos fechados e disjuntos dois a dois.
- \begin{defn}
- O conjunto de Cantor $\textit{C}$ é a interseção dos conjuntos $\textit{C}_n$, obtidos através da remoção sucessiva dos terços médios abertos do intervalo $\textit{C} = [0,1]$, ou seja, $C = \bigcap\limits^\infty_{n=1}C_n$.
- \end{defn}
- \begin{teo}
- Os elementos do conjunto de Cantor possuem expansão ternária (base 3) usando apenas os dígitos 0 e 2, ou seja,
- \newline
- $\textit{C} = \{x \in [0,1]: x = \sum \frac{i_n}{3^{n}}$ para $i_n = 0$ ou $i_n = 2\}$.
- \end{teo}
- \section{Propriedades do conjunto de Cantor}
- \begin{prop}
- O conjunto $\textit{C}$ não é vazio.
- \end{prop}
- \textbf{Demonstração:} Pelo (Teorema), vimos que se um número pertencente a $\textit{I}$ = [0,1] cuja expansão ternária possui somente os dígitos 0 e 2, então esse número pertence ao conjunto de Cantor. Como $\frac{1}{4} = (0,0202...)_3$, então $\frac{1}{4} \in \textit{C}$. Portanto, $\textit{C} \ne \varnothing$.~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~$\Box$
- \begin{prop}
- $\textit{C}$ é um conjunto fechado.
- \end{prop}
- \textbf{Demonstração:} Sejam $(T_\lambda)_{\lambda \in \mathbb{N}}$ os intervalos retirados durante a construção de $\textit{C}$. Pela (proposição), $\underset{\lambda\in \mathbb{N}}{\bigcup} T_\lambda$ é um conjunto aberto. Então, ${(\underset{\lambda\in \mathbb{N}}{\bigcup} T_\lambda)}^{C}$ é um conjunto fechado (def). Mas, $\textit{C} = {(\underset{\lambda\in \mathbb{N}}{\bigcup} T_\lambda)}^{C} \cap [0,1]$ e [0,1] é um conjunto fechado, assim pela (prop) $\textit{C}$ é um conjunto fechado.~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ $\Box$
- \begin{prop}
- $\textit{C}$ é um conjunto compacto.
- \end{prop}
- \textbf{Demonstração:} Temos que $\textit{I}$ é um conjunto limitado e $\textit{C} \subset \textit{I}$, então $\textit{C}$ também é limitado. Pela (prop), vimos que $\textit{C}$ é fechado, e como $\textit{C}$ também é limitado, logo pela (prop) $\textit{C}$ é um conjunto compacto.~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ $\Box$
- \begin{prop}
- $\textit{C}$ é um conjunto não enumerável.
- \end{prop}
- \begin{prop}
- O conjunto de Cantor possui interior vazio, ou seja, int($\textit{C}) = \varnothing$.
- \end{prop}
- \textbf{Demonstração:} Suponha, por absurdo, que $int(\textit{C}) \ne \varnothing$ e seja x $\in int(\textit{C})$. Então, $\exists \delta$ > 0 tal que (x-$\delta$,x+$\delta) \subset \textit{C}$ pela (def).
- \newline Assim, (x-$\delta$, x+$\delta) \subset C_n , \forall n \in \mathbb{N}$. Como $C_n$ é a união de $2^{n}$ intervalos disjuntos de comprimento $\frac{1}{3^{n}}$, o intervalo (x-$\delta,x+\delta$) deverá estar contido em um desses subintervalos de $C_n$. Como $\frac{1}{3^{n}}\rightarrow 0$, então $\exists m \in \mathbb{N}$ tal que $\frac{1}{3^{n}} < \delta$. Mas, o intervalo (x-$\delta,x+\delta$) tem comprimento $2\delta > \delta>\frac{1}{3^{n}}$.
- \newline Desta forma, (x-$\delta,x+\delta)$ não está contido em nenhum dos subintervalos de $C_m$, ou seja, (x-$\delta,x+\delta)\nsubseteq C_m$, o que é um absurdo.
- \newline Portanto, $int(\textit{C}) = \varnothing$.~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ $\Box$
- \begin{prop}
- O conjunto $\textit{C}^C$ é denso em $[0,1]$.
- \end{prop}
- \begin{prop}
- O conjunto de Cantor possui medida nula.
- \end{prop}
- \section{Conclusão}
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- \begin{thebibliography}{99}
- \bibitem{CD} SINGH, Simon.\textit{ Fermat's Enigma: The Epic Quest to Solve the World's Greatest Mathematical}. Anchor Books, New York, 307 pp., (1997).
- \end{thebibliography}
- \end{document}
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