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dougdudu

Untitled

Nov 29th, 2017
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  1. A Estrela Perdida
  2.  
  3. Prólogo ou Introdução
  4.  
  5. Arrependido da monstruosidade que estava prestes a cometer, seus olhos se enchiam de lágrimas enquanto olhava para Star implorando pela vida de seus amigos e de sua família, um sentimento desesperado o acordava da cegueira que o fazia cometer o qual seria o maior erro da sua vida, um coração que um dia já foi atravessado por uma lâmina, novamente era partido. Mewni enfrentava seu maior pesadelo, um príncipe que fora motivo de alegria se tornava motivo de tristeza e medo, o irmão da Star segurava sua espada enquanto tremia, uma batalha estava acontecendo dentro de sua mente, um monstro que seguiu anos incompleto tentava pôr fim à linhagem Butterfly enquanto um príncipe lutava contra seu próprio corpo pelo futuro de quem amava, mas essa história não começa aqui, ela começou antes mesmo de Star nascer...
  6.  
  7. Capítulo 1: O sobrevivente.
  8.  
  9. Dezesseis anos atrás, após a “Ordem de sucessão”, Moon dava início a uma nova colônia, um processo de expansão que visava expandir o reino para terras, as quais eram dominadas por monstros, esperando que o reino voltasse a prosperar após a morte da antiga rainha.
  10.  
  11. Aldeões dispostos a escrever um novo capítulo na história de seu reino começaram a se mudar para a nova colônia batizada de “Comet” em homenagem a mãe de Moon, Aldeões que, buscando novas chances de viver, pouco a pouco iam erguendo casas e semeando o solo fértil. Não demorou muito para que monstros, enfurecidos com a invasão dos mewnianos, transformassem os sonhos em pesadelos e os pesadelos em realidade.
  12.  
  13. Chamas eram vistas ao longe no horizonte, uma nuvem de fumaça cobria os últimos raios do pôr-do-sol, Moon e sua cavalaria partia do Castelo Butterfly às pressas, o galope pesado dos unicórnios de guerra fazia a terra tremer de forma assustadora, o grito de guerra dos soldados ecoava por toda a floresta dando o sinal de que a morte estava chegando, com a chegada dos cavaleiros uma batalha se espalha por Comet, sangue verde cobria o sangue vermelho. Mewni nunca teve um grande exército, mas nunca estava em desvantagem nas batalhas, no fim, a bandeira mewniana tremulava sobre a pilha de corpos de monstros. Buscando por feridos em meio ao caos e à destruição, Moon vê um monstro saindo às pressas de uma casa de agricultores e em sua mão: um machado banhado a sangue. Antes que ela pudesse fazer algo, o monstro salta por cima da muralha e some na escuridão da floresta, percebendo o horror que poderia ter acontecido ela corre até a casa em chamas na esperança de que ainda pudesse salvar alguém, lá encontra um casal morto e uma criança se afogando em seu próprio sangue.
  14.  
  15. Mal conseguindo falar, ele tentava pedir desesperadamente por ajuda enquanto lágrimas desciam do seu rosto, seu peito ardia em uma dor insuportável por causa de um corte profundo que cruzava todo o seu tórax. Sem ter como ajudá-lo, Moon o retirou da poça de sangue e o levou para fora antes que o fogo o alcançasse, com cautela ela o pôs no chão. Enquanto agonizava, sua mão segurava a armadura da rainha com a força que lhe restava, uma força tirada do medo e aflição.
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  17. — Você vai sobreviver a isto! — dizia Moon apoiando a cabeça dele sobre seus joelhos enquanto segurava firmemente sua mão — Preciso que você confie em mim, okay?
  18.  
  19. Com um único assobio, seu unicórnio salta sobre os destroços em chamas trazendo o livro de feitiços. Moon sabia que no livro só tinha um capítulo hábil o suficiente para salvá-lo, o capítulo da Eclipsa. Sem tempo para capricho ela arranca o livro do alforje rompendo a fivela da sua cela, assustando até mesmo o unicórnio.
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  21. — Glossaryck! — gritava desesperada enquanto foleava as páginas do livro usando suas mãos ensanguentadas.
  22.  
  23. — O que deseja, minha rainha? — indagou enquanto se alongava calmamente — Parece desesperada!
  24.  
  25. — Por favor Glossaryck, necessito de sua ajuda, mostre-me o Capítulo Proibido. — falava de forma desesperada e com um profundo pesar em seus ombros ao fazer tal pedido — Tudo isso é culpa minha, eu não posso permitir que mais um mewniano morra pelo meu nome!
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  27. — Você está ciente de qual é este capítu... — Glossaryck era interrompido antes mesmo de terminar seu alerta sobre o capítulo quando Moon tomou a frente com sua voz firme e forte.
  28.  
  29. — Como atual rainha de Mewni, eu exijo que me mostre Glossaryck! — clamava com veemência olhando firme nos olhos de Glossaryck, deixando-o perplexo com a determinação da Moon
  30.  
  31. — Como desejar, minha rainha! — dizia Glossaryck enquanto sumia, logo em seguida o livro passava de página em página até chegar no capítulo de Eclipsa.
  32.  
  33. O crânio que simbolizava o perigo, logo se desprendia da folha dando livre acesso ao capítulo, o qual Moon foleava até encontrar o que necessitava. Um feitiço que transferisse seu sangue a quem precisasse, até mesmo Glossaryck se questionava do porquê um feitiço de salvação estaria no capítulo da Eclipsa. Ela aproximava o livro do garoto misterioso, segurando a varinha com a mão direita e sobrepondo a mão esquerda sobre o corte. Iniciado o ritual, sua mão esquerda se abre deixando o sangue jorrar para dentro do peito, mesmo com dores, ela não parava de recitar as palavras, pouco a pouco o corte ia se fechando, desfazendo a sensação pesada no ar, até que enfim aquela presença de morte desaparece completamente do local. Após o término do feitiço, algo estava faltando, no livro constava que o ferido precisava respirar para que a vida pudesse sussurrar seu nome. Com as mãos geladas e os olhos sem quaisquer movimento era mais do que óbvio que ele já tinha partido.
  34.  
  35. — Não! Não! Não! Respire vai, respire! — gritava segurando firmemente as mãos congeladas dele em uma tentativa inútil de reanimá-lo — Por favor respire, eu sei que você consegue.
  36.  
  37. Lágrimas pingavam sobre o garoto ao mesmo tempo em que Moon gritava desesperada, casas pegando fogo faziam um dueto quase perfeito com o silêncio. Já sem esperanças, Moon novamente repousava a cabeça dele sobre seu colo e murmurava uma antiga canção de Mewni. Cada palavra da música trazia conforto ao seu coração, olhando para o livro e relendo o feitiço em sua cabeça, uma esperança se formou em sua mente, claramente ela interpretou errado as palavras da Eclipsa, “[...] uma respiração para seu nome a vida sussurrar.”, era o que estava escrito.
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  39. — Eu ainda posso te salvar! — falava com um sorriso estampado em seu rosto. Juntando seus lábios aos dele, ela empurrava todo seu fôlego aos pulmões do garoto, assim completando o feitiço.
  40.  
  41. Chamas que se alimentavam dos destroços tomavam forma de uma serpente, rodeando os dois, um redemoinho de fogo se formava impedindo que qualquer coisa entrasse ou saísse dele. Sobre o olho do redemoinho, a lua disparava um feixe de luz no garoto, um brilho intenso e deslumbrante entrava em seus olhos os deixando brancos, sua pele e seu cabelo iam se igualando aos de Moon, até que tudo se apaga...
  42.  
  43. Com o garoto em seu unicórnio, uma rainha pálida escoltava seu povo desesperançado. Tomando um ritmo lento e prestando atenção para que ninguém ficasse para traz, Moon levava os sobreviventes para dentro do círculo mágico de Mewni. Se despedindo do que restou de Comet, o povo partia sem ao menos olhar para trás, não tinha muito o que ver, tudo o que restou era apenas uma grande nevoa de cinzas, escombros em brasa e um rastro de sangue mewniano.
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  45. Capítulo 2: Vida Após a Morte.
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  47. Em plena estação de outono, as folhas pairavam sobre os telhados das casas se mesclando à paisagem, ruas desertas eram cobertas por um manto marrom deixado pelo vento. Alguns dias depois de ter sido salvo, o garoto lentamente acordava desorientado e desconfortável, o calor que sentia dos raios do alvorecer batia diretamente em seu rosto, ofuscando sua visão da janela. Olhando em volta uma silhueta se formava na parede, com leves dores no peito ele vagarosamente se mexia na tentativa de sair da cama, antes de colocar o pé no chão, Moon com uma voz doce e suave o recomendava não se levantar.
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  49. — Não sairia da cama se eu fosse você! — dizia suavemente para não o assustar enquanto admirava o reino pela janela — Você ainda não se recuperou totalmente dos ferimentos.
  50.  
  51. — Onde estou? E... quem é você? — perguntava assustado com a súbita sensação de agonia que o apossava.
  52.  
  53. — Vou responder tudo, mas primeiro você precisa se deitar. — disse saindo da janela e revelando seu rosto. Com cabelos soltos e sem maquiagem, a rainha com sua beleza exorbitante caminhava lentamente em direção ao jovem.
  54.  
  55. Estranhamente não tinha nenhum festejo naqueles dias, tudo estava calmo e silencioso no reino. Em um dos aposentos do Castelo Butterfly, dois órfãos começavam a se conhecer. Olhando para ele acordado ela finalmente voltava a respirar aliviada com o fim de sua aflição, tomando frente nessa conversa, Moon, se apresentava formalmente ao menino.
  56.  
  57. — Eu me chamo Moon Butterfly e você se encontra em um dos quartos do meu castelo. — articulava ao mesmo tempo em que se sentava na cama — E você? Como se chama?
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  59. — Eu me chamo Nash... espera, você disse que eu estou em um castelo? — perguntava à rainha, com sua mão na cabeça tentando lembrar de algo que o alfinetava em seu subconsciente.
  60.  
  61. — Sim, meu castelo... Digamos que, eu também sou a rainha de Mewni! — apresentava-se meio que ainda perturbada por se autodenominar “Rainha”.
  62.  
  63. Por um instante o silêncio tomou conta de todo o aposento, o garoto que se denominava Nash, ficava boquiaberto diante da rainha, o qual, nunca tinha visto e nem mesmo sonhava que um dia iria conhecê-la de tão perto. Seus olhos cintilantes refletiam um brilho imensurável, esses mesmos olhos fixados na rainha, deixavam uma mensagem clara de admiração. Encantado pela beleza de Moon ele sorria alegremente, Moon, por sua vez, sorria de volta.
  64.  
  65. Moon se apaixonava pelo olhar que Nash emitia, o sorriso dele era contagiante. Seu coração palpitava mais forte confortando-a e aquecendo sua alma, “Comet” era passado nesse instante. Sentindo-se segura, ela se aproximava ainda mais dele. Uma simples e inocente pergunta quebrou o clima de paz e tranquilidade, Nash, olhando para os lados, se deu conta do que houve.
  66.  
  67. — Rainha Moon... — abaixando sua cabeça, ele usa sua mão para secar uma lágrima que estava escorrendo — Meus pais estão mortos, não estão? — completou a pergunta com uma respiração vagarosa, mas profunda.
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  69. Fragmentos da memória em sua cabeça empurravam as lágrimas para fora. Talvez o fato das memórias estarem fragmentadas o ajudasse a “engolir” tudo que tinha passado.
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  71. Estendendo ambas as mãos até a face do pequeno Mewniano, Moon tocava levemente as bochechas de Nash, fazendo com que ele parasse de choramingar. A Rainha aproveitou para sentir calor que emanava das bochechas rosadas do jovem, criando um laço afetivo com Nash. O pequeno que acabava de começar a soluçar, voltava a respirar normalmente deixando um mar de emoções tomar conta do momento. Despertando novos sentimentos, Moon puxou ele com força para abraçá-lo. Colocando sua mão direita sobre o cabelo azul-platinado e, a esquerda, em volta do corpo dele, ela tentava expressar tudo que estava sentindo por ele da forma mais carinhosa possível.
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  73. — Eu conversei com o conselho, parece que não tem ninguém mais para cuidar de você. — olhando para Nash, calado, ela cochicha em seu ouvido: — A não ser eu...
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  75. Moon o afastou um pouco. Soluços e frustrações sumiram subitamente com o cochicho. Tanta informação e emoção para processar o deixou em estado de alexitimia, com isso, ficou calado sem derramar uma lágrima sequer ou demonstrar uma reação. Um leve sorriso feminino desfez a tensão que havia deixada por Nash. Novamente usando suas mãos para secar as últimas lágrimas que ainda estavam no rosto dele, Moon pergunta...
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  77. — E então? Você me permite a honra de cuidar de você? Nash... — bagunçando o cabelo espetado dele, ela completa — Assim como você, eu também perdi meus pais para monstros — suspirava lembrando do dia em que recebeu a triste notícia do falecimento de sua mãe — Mas superei tudo isso e eu sei que você também vai superar!
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  79. Como resposta, Moon teve um garoto pulando em cima dela, a derrubando sobre a cama. Deitados sobre a cama, ambos sentiam um sentimento mutuo de carinho em meio aos abraços, algo que ela só sentia quando estava com sua mãe.
  80.  
  81. — Obrigado rainha! — dizia Nash formalmente perante a Moon — Espera... Eu tenho que te chamar de mãe? Ou de Rainha Moon? — perguntava sorrindo olhando fixamente para os olhos dela.
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  83. — Mãe — disse encantada com o vibrante olhar violáceo de Nash — E... tem alguém que você precisa conhecer, meu esposo River, ele não está aqui agora, mas chegará em breve! — levantando-se da cama, ela caminhou até a porta e estendeu sua mão em direção a Nash — Vem, quero te apresentar uma outra pessoa!
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  85. A Rainha Moon já era mãe de Star, mas foi com Nash que ela teve o grande prazer de ser chamada de “Mãe” pela primeira vez. Ansioso com essa estranha pessoa, levantou-se devagar e caminhando com dificuldade, segurou firmemente a mão de sua nova mãe. A cada cômodo do castelo, Nash se surpreendia com a beleza dos quadros, esculturas e principalmente como os serviçais que se curvavam para ele, não era por menos, ele agora era um príncipe. Antes de chegar ao quarto em que residia Star, um porta-voz veio até a rainha dando-lhe uma mensagem de que a presença da Rainha era requisitada na Sala de Guerra. Caçando os monstros pela carnificina que tinham feito em Comet, grande parte do exército de Mewni rondava a floresta atrás de acampamentos remanescentes dos Monstros, “Sem piedade.” era o lema de Moon quando se tratava dos inimigos do reino.
  86.  
  87. — Nash, preciso que você fique aqui, tenho assuntos importantes a tratar. — expressando preocupação, ela se dirige à sala, deixando Nash em um dos corredores.
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  89. Durante o tempo em que ficou na cama, uma magia supria suas necessidades fisiológicas e agora que ele acordou a magia foi se desfazendo gradativamente. Por sorte uma empregada passava no corredor e percebeu que o jovem príncipe estava angustiado, educadamente ela informou onde poderia se aliviar, sem pensar duas vezes ele vai ao banheiro.
  90.  
  91. Ao sair do banheiro, um choro começou a ecoar nos corredores do castelo atraindo a atenção de Nash, que curiosamente resolveu ir descobrir a sua origem, conforme o choro ecoava ele se guiava pelo som, até defrontar-se com um berço dourado dentro de um quarto, e em seu interior, Star chorava agoniada com o sol que a cegava. Nash estava aflito e preocupado, ele a retira do berço quente e a leva em seu colo para uma cadeira próxima. Murmurando a mesma canção que Moon cantou quando ele estava entre a vida e a morte, Nash acalmava Star que por sua vez sucumbia à macia e encantadora voz de seu, então, irmão. Mesmo em estado de vida ou morte, inconscientemente, Nash guardou cada verso da antiga canção. Essa canção era passada de Rainha para Rainha, que, infelizmente com o passar do tempo ela foi se distorcendo e ocultando sua origem, a única parte que nunca se distorcia era a parte que contava a história de um antigo ser que se perdeu, cujo seu coração era moldado pela vontade e personalidade de uma linda mulher.
  92.  
  93. Os generais de Mewni sempre levaram os conflitos para o lado pessoal, mesmo que eles não estejam envolvidos neles. Os generais ou guardas reais, com eram conhecidos, passavam boa parte do tempo discutindo inutilmente sobre planos de batalha ou como treinar as tropas, Moon exausta da gritaria e bagunça causada por um desentendimento, saiu para respirar e checar Nash, que infelizmente havia desobedecido suas ordens e sumido.
  94. Normalmente uma mãe ficaria desapontada com seu filho ou até mesmo irritada com isso, mas aquilo foi surpreendentemente prazeroso para ela, talvez seja por que isso mostrasse o que é ser mãe, então, curiosa para saber o paradeiro de Nash, ela abandona a reunião para procurá-lo.
  95.  
  96. Depois de passar por um momento torturante, Star cochilava nos braços aconchegantes de Nash que com uma respiração profunda seguida de soluços impedia que o silêncio entrasse no quarto. Um pássaro parado na varanda cantarolava na tentativa de atrair seu bando, fazendo com que o ambiente ficasse mais relaxante e ajudando a diminuir os soluços, mas Star não era a única que relaxava com o cantar da ave, seu novo irmão desafiava o pássaro assobiando suavemente querendo atraí-lo para perto. Os pássaros “Alexander” eram constituídos de uma plumagem pretas em todas suas costas com um peitoral intensamente azulado e em volta dos olhos a plumagem era verde, que à noite, brilhava iluminando os galhos das árvores. O pássaro se aproximava cada vez mais, enquanto os assobios de Nash se igualavam cada vez mais ao daquele Alexander, infelizmente o pássaro se assustou com o bocejo de Star e partiu rumo ao desconhecido.
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  98. — Você acordou! — dizia Nash olhando para Star todo alegre enquanto ela o encarava tendo em mente que estava no colo de um estranho — Você deve estar me estranhando já que nunca me viu, né?! — Star não esboçava nenhuma reação, apenas observava — Eu sei que você não fala, mas qual o seu nome?!
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  100. — Star é o nome dela. — respondia Moon com uma voz de admiração, enquanto via aquela cena encostada no batente da porta — Ela é a pessoa que eu queria te apresentar, você é o irmão dela agora! — afirmava exponencialmente.
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  102. “Espanto” era a palavra que definia perfeitamente o estado emotivo de Nash, tendo em vista que estava diante de sua irmã sem perceber. Mas o espanto não veio do fato de Star ser sua irmã, ou pelo fato dele ter ficado um bom tempo ao lado dela, mas sim, por ter desobedecido as ordens de Moon, esperando uma bronca, ele põe Star no berço de forma metódica e empurra o berço afastando o do alcance do sol.
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  104. — Deve estar querendo me dá uma bronca, não é? — perguntava enquanto empurrava o berço até o canto da parede de um jeito tremulo.
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  106. A coisa mais decepcionante que pode sentir sobre uma pessoa, é você criar uma expectativa em cima de quem você considera importante em sua vida e depois ela destruir completamente tudo que você esperava dela. Era isso que Nash estava pensando, uma expectativa de uma nova vida onde ele achou que seria comportado, onde ele achou que não mentiria, foi completamente destruída.
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  108. — Porque eu ficaria brava por você se comportar feito uma criança normal? — as palavras simples de Moon foram fortes o suficiente para expressar o que ela realmente queria de Nash — Se for ficar esperando uma bronca por ter feito o que era certo, então não espere — e, o que ela queria, era normalidade em sua vida — Talvez a gente possa criar algumas regras e se você quebrar alguma delas, será castigado, que tal assim?
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  110. — Sim! — afirmava com um sorriso de alegria, demonstrando que ele também queria esse sentimento de normalidade.
  111.  
  112. Nash agia normalmente mesmo depois do trauma, não porque ele superou isso de forma consciente, mas porque um feitiço impedia ele de se lembrar de certos eventos, assim, fragmentando sua memória. Quatro anos atrás, quando a colônia estava sendo erguida, duas luzes cortaram os céus indo em direção ao solo, duas crianças foram encontradas no local da queda, por sorte, um casal de fazendeiros que passavam perto as encontraram e decidiram cuidar delas. Um era um garoto de cabelo escuro e de aparência forte batizado de Nash, a outra criança era uma menina de cabelos brancos de aparecia delicada batizada de Mira. Ambos foram criados como irmãos e passaram a ser felizes juntos até o dia do ataque. Mira não estava entre os corpos dos Mewnianos enterrados e sua localização não era conhecida, já que ninguém sabia de sua existência.
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