Traição

Rosa descobre que está sendo traída por Cláudio. Ela comete suicídio mas Cláudio é o único a morrer.

Rosa não conseguia entender. Há mais de um mês Cláudio vinha fazendo hora extra na empresa. Ele andava distante e seu celular agora era bloqueado com senha. Rosa percebia o que estava acontecendo, só não queria acreditar.

Por muito tempo resistiu, tinha medo de investigar e realmente descobrir algo perturbador. Mas continuar nessa incerteza, vendo seu marido se distanciar aos poucos, era angustiante. Então, tomou uma decisão.

Pegou o telefone e ligou para um conhecido seu. No contato dele estava escrito “Detetive Dias”. Chamou 4 vezes e ele atendeu. Ela disse que precisava ter uma conversa com ele sobre um assunto particular, mas deveria ser pessoalmente. Marcaram de se encontrarem às 17 horas em um café próximo ao trabalho de Rosa.

Após um breve tempo de conversa, ela explica ao homem o que está acontecendo e oferece uma boa quantia em dinheiro para que ele investigasse e descobrisse se realmente havia uma traição e quem era a outra mulher. Dias disse a ela que apenas trabalhava com adiantamento de 50% do dinheiro. Ela o pagou e então ele se comprometeu a começar o serviço no dia seguinte. “Assim que eu descobrir algo, ligo para você”, prometeu ele.

No dia seguinte, logo que Cláudio saiu para o trabalho, sem sequer se despedir, Rosa ficou inquieta ao lado do telefone. Sentia ânsia de vômito e fortes dores de cabeça. Nem mesmo conseguiu ir trabalhar. Aquela angústia a dominava cada vez mais.

Às 17:51, Rosa escuta seu telefone tocar, na tela aparecia “Detetive Dias”. Trêmula, quase sem forças, atendeu:

− E então? – perguntou ela.

− Sua desconfiança é afirmativa, Srta. Rosa. O turno do Sr. C terminou há 50 minutos, ele saiu da empresa, foi até uma floricultura, comprou algumas flores e agora está adentrando um Motel. Vou tentar conseguir um quarto próximo a eles e descobrir a identidade da mulher. Assim que... – Rosa deixou o celular cair no chão.

Pálida, em choque, Rosa não conseguiu ter reação alguma além de chorar. Assim ficou por uns 5 uns minutos. Sabia que aquilo era demais para ela. Não conseguiria suportar. Cláudio era o amor de sua vida. Se lembra ainda de quando se conheceram, a forte paixão, ela largou tudo para poder ficar com ele, inclusive a família... e agora, tudo desmoronava. Em um ato impulsivo de desespero, Rosa se joga da sacada do terceiro andar.

Dias consegue um quarto ao lado do casal. Sai de sua suíte e adentra a garagem de seus vizinhos. Ali podia ver dois carros, mas como estava muito escuro, não pôde reconhecer de quem era o outro. Vendo a porta entreaberta, ele olha pela fresta. Ao identificar o rosto da mulher ele fica tão surpreso que não consegue se conter:

− Mas o que é isso!??

A amante de Cláudio era a mulher de Dias. O casal dá um pulo e se cobre rapidamente. Indignado, tomado pela fúria, Dias leva a mão até seu bolso, onde guardava seu revolver para situações de emergência, e mira para os traidores. A primeira vítima é Cláudio, o qual ele acerta o peito em cheio. Cláudio morre na hora.

− Nunca acreditei que você fosse capaz disso, Vilma! – exclamou o homem atordoado.

Hesitante, ele mira a arma para ela durante uns 3 segundos, mas o máximo que consegue é atirar em seu ombro. Dias estava devastado.

Enquanto isso, Rosa estava sendo socorrida. Ela não havia morrido pois alguns sacos de lixo amorteceram sua queda, contudo, não voltaria a andar novamente.