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- À garrafa (José Paulo Paes)
- Contigo adquito a astúcia
- de conter e de conter-me.
- Teu estreito gargalo
- é uma lição de angústia.
- Por translúcida pões
- o dentro fora e o fora dentro
- para que a forma se cumpra
- e o espaço ressoe.
- Até que, farta da constante
- prisão da forma, saltes
- da mão para o chão
- e te estilhaces, suicida,
- numa explosão
- de diamantes.
- *Anotação sobre o uso da crase: sendo que o "a" está craseado, entende-se que a garrafa assume uma posição de passividade, isto é, está recebendo uma ação ao invés de ser o agente dela. Isso é crucial para compreender o que o poema está dizendo, afinal, é algo pela garrafa e não a garrafa que faz.
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