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- Riquezas. Fama. Uma família carinhosa.
- Não sendo o destino, Portago poderia ter tido tudo isso. Mas, o mundo é assim: sua mãe aos 7, pelo câncer, e seu pai aos 17, por uma bala na cabeça. De família espanhola, ele viveu toda sua vida na América, sendo nativo e tendo nascido no norte dos EUA. Em um ambiente abastado, foi muito bem criado, e mesmo após a da morte da mãe, sempre foi motivado pelo pai a seguir com os negócios da família, que era dona de uma pequena bodega nas proximidades de Nova York. Os dois, por anos, viveram juntos, o pai ensinando ao filho todos os segredos da família. Mas claro, o destino é cruel - a morte dos pais tirou de Portago a família e a fama tão sonhada pelos mesmos. Quanto às riquezas, coube a ele torrar suas heranças tentando encontrar, dentro do que lhe foi ensinado, um motivo para viver feliz.
- Mas, após 10 anos de sofrimento e confusão, uma nova centelha do destino se acendeu para pregar uma peça em Portago. Uma figura magnífica, exuberante, glamourosa... mas acima de tudo, misteriosa. Longos cabelos negros. Pele pálida suave, muito bem tratada. Uma presença ainda estranha e talvez até poderosa, mas agradável. Foi o suficiente para tirar ele de sua morbidez, e talvez até fazer mostrar um sorriso, mesmo que de canto de boca.
- A bela moça o comprou, e ele se vendeu. Na mesinha rústica, conversaram por horas a fio. Portago foi emaranhado pelas palavras suaves da madame - entregou todo o histórico da sua vida, cada detalhe da sua ignóbil vida como se fosse uma pincelada em uma obra de arte de um pintor frustrado. E ela ouviu tudo, o observando com olhos brilhando como chamas: estas, difíceis de dizer se eram de graça, paixão, ou de uma angústia compartilhada.
- Aproximadamente 3 da manhã na madrugada de 14 de Abril de 1992. Já cansado pela falta de sono e excesso de álcool, Portago cai aos chãos, levando consigo uma garrafa preciosa de Grenache, que se quebra formando uma poça de vinho sob ele. Antes que ele pudesse se levantar, ele vê, no estender de mão da bela moça, um rápido e lúcido flash de toda a sua vida até então. Ele devia ter desconfiado. Mas o destino é injusto.
- Ao aceitar sua mão, a Besta escondida por trás da beldade se liberta, e rapidamente se joga contra Portago, o apertando em um Abraço fervoroso. O sangue escorreu de seu pescoço, se misturando com o vinho no chão. Já havia perdido tudo, e agora perdia o mais fundamental - sua vida.
- Portago morreu confuso, mas com um leve sorriso de canto de boca.
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