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Guest User

XXXXXX Nipah!

a guest
Aug 17th, 2019
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  1. Nesse artigo, irei expor meus pontos sobre um dos limites do conhecimento humano sobre a realidade (mais especificamente conhecimento sobre a causalidade), e apresentarei, a partir desses limites, e com a boa e velha defesa as posições padrão,uma defesa a concepção de livre-arbítrio.
  2. Primeiramente, temos que compreender o cerne da questão sobre os limites do conhecimento humano sobre o inicio da realidade.
  3. Em essência, quando pensamos em causalidade, pensamos em sucessões de causa-efeito, de ação-reação, que governam o mundo físico, e que nos permitem ter tamanho controle sobre experimentações e tecnologias, além de uma vasta compreensão sobre como a realidade funciona, como ela funcionou, e como ela irá funcionar no futuro.
  4. O problema apresentado, toma então uma forma bem especifica, uma forma não comumente apresentada como deveria ser, e que possui (ou ao menos deveria possuir) implicações gigantescas no modo como pensamos em causalidade. Para a explicação desse problema, irei primeiramente o apresentar, e depois atacar algumas possíveis respostas a ele.
  5. Esse problema, se apresenta quando pensamos, mais especificamente, no inicio de tudo, de toda realidade, ou seja, quando pensamos em como tudo começou.
  6. Ele se apresenta da seguinte forma: 'Sempre que buscarmos explicar o inicio da realidade, inevitavelmente teremos uma regressão ao infinito, pois sempre teremos que pressupor uma causa para nossa explicação, estaremos em uma busca causal, que não pode especificar para tal evento um começo, sem ser arbitrário em algum aspecto, e tal busca, constitui, portanto, um limite sobre o que se pode dar a conhecer por uma mente humana acerca da realidade.'
  7. Bom, agora, creio que o problema esteja devidamente apresentado, agora, veremos algumas possibilidades de resposta a esse problema (algumas, acho extremamente debeis, mas irei incluir, pois são relativamente muito utilizadas).
  8. "O universo pode ter surgido a partir do nada, talvez com o indeterminismo quântico, isso seja possível, pois eventos aleatórios são concebíveis"
  9. De todas as questões, essa me é a mais querida, pois apresenta um forte ponto acerca da espontaneidade, ora, se é possível pensar em algo aleatório a nível quântico, por que não pensar que esse algo não poderia ser também o que originou a realidade em algum momento?
  10. Bom, a unica resposta plausível que posso dar a essa questão é a duvida, não podemos realmente saber se um evento foi aleatório, ou apenas pseudo-aleatório, tome como exemplo um computador, é possível programa-lo para gerar um numero aleatório não sinalizado¹ de 64 bits, ou seja, um número que varia entre 0 e 18,446,744,073,709,551,615 (2⁶⁴-1), esse número, obviamente, não é realmente aleatório, é um chamado número pseudo-aleatório, pois, embora gere resultados extremamente difíceis de serem previstos por uma mente humana, ainda são matemáticos, são gerados por uma seed².
  11. O mesmo pode ser dito sobre o que concebemos de aleatório na natureza, um raio, por exemplo, não poderia ser aceito que ele não fosse em alguma instância determinável, embora não tenhamos os dados necessários para prever a exata posição onde eles cairiam, ou mesmo se eles cairiam, ainda são eventos não realmente aleatórios.
  12. E mesmo quando concebemos um mundo quântico, que atualmente se concebe apenas como probabilístico, e não determinístico, podemos pensar neles como pseudo-aleatórios, por simplesmente podermos conceber outra força além desta que os determina secretamente, ou mesmo outra que determina essa força que determina o mundo quântico, essa explicação também pode ser levada ao infinito, sem que nunca saibamos qual a real natureza desses fatos.
  13. Bom, a conclusão que posso ter aqui, não é a de que essa explicação é falsa, longe disso, mas sim que, com nossas mentes que compreendem o mundo causalmente, não poderíamos de forma alguma confirmar tal teoria.
  14. "O universo sempre existiu, nunca ouve começo, pois a característica da realidade é, antes de qualquer coisa, existir"
  15. Bom, essa explicação é outra que possui um corpo impossível de ser provado, pois, como anteriormente dito, nossas mentes compreendem o mundo de forma causal, não consigo imaginar como algo que possua em si característica de existir, possa simplesmente iniciar uma cadeia de eventos causal, isso acabaria em outra explicação sobre espontaneidade, sobre algo que não podemos compreender, essa explicação não possui uma base solida.
  16. "Bom, claramente é Deus, ou alguma outra divindade qualquer que minha religião diga, afinal se existe uma cadeia de causa-efeito, certamente existe a causa primeira, e essa deve ser esse ser"
  17. Bom, essa explicação pode assumir diversos corpos teóricos, então irei generalizar a posição, na seguinte forma: "Existe uma cadeia de eventos na realidade, ela é uma realidade causal, mas, deve também existir uma causa primeira, e essa causa (é, por isso, portanto) [INSIRA SUA EXPLICAÇÃO ARBITRARIA AQUI]"
  18. Acredito que os principais problemas ao pensar nessa possibilidade, são:
  19. 1 - Interação de um ser que não respeita a causalidade com um mundo causal
  20. 2 - A inexplicabilidade do ser em questão
  21. 3 - A subjetividade das possibilidades de explicação
  22. Bom, logo de cara devo dizer, que não digo que algo metafisico ou não causalmente determinado seja impossível, afinal essa vai ser uma das bases possíveis de sustentação de minha teoria sobre o livre-arbítrio, mas sim que, elas, por terem em si relação direta com nossa experiência, são mais plausíveis do que um ser advindo da religião (não que seja descartado, eu mesmo possuo algo como uma religião, apenas estou delimitando as coisas aqui).
  23. Dentre todos os 3 pontos levantados sobre essa possibilidade, as únicas que precisam ser realmente observadas, para que se enfatize o ponto 1, são as duas subsequentes.
  24. 2 e 3- O ser em questão, é um ser que não possui causa, pois ele é a causa primeira, que existe como característica (ou qualquer outra explicação tão arbitraria quanto), que não pode ser compreendido, ou que não pode ser nem mesmo pensado.
  25. Essa explicação não me parece suficiente para concluir a possibilidade de tal ser, pois, como antes dito, se aceitarmos que pode existir algo que não possua causa, que não possua explicação, e que não precise de sustentação, por que não simplesmente confiar tudo ao indeterminismo quântico? Ou mesmo a algum sub-consciente omnipotente existente em mim, algum tipo de solipsismo extremo, ou qualquer outra explicação? Por que conceber um ser que seja especificamente o que é referenciado?
  26. Certamente que não vejo a forma sobre como alguém pudesse me convencer disso, as possibilidades que surgem antes mesmo da tentativa de criar tal ser metafisico (ou físico, talvez com alguma explicação oculta), me deixam descrente da necessidade real de crer sequer em uma causa primeira, ou de uma não causa primeira, ou mesmo de uma existência constitutiva, são explicações que não possuem uma, força, que me permita ver isso.
  27. Claro, novamente, eu não descarto tal possibilidade, apenas digo que, não existem motivos para que essa explicação não possa ser levada a qualquer coisa com propriedades misticas que foram atribuídas por nós.
  28. "Bom, não faz sentido falarmos de inicio da realidade, ou do que veio antes dela, por que para falarmos disso teríamos que supor que a realidade JÁ EXISTIA, que JÁ EXISTIA CAUSALIDADE"
  29. De todos os argumentos que já me foram apresentados, esse é o que considero, particularmente, o mais débil, o motivo? 
  30. Bom, primeiramente, suponhamos que essa razão seja suficiente, e então, é isso? Ora, isso é apenas um modo de fugir da tentativa de compreensão da realidade, me parece demasiado ridículo pressupor que, por termos que supor uma causalidade para explicar o inicio da realidade, deveríamos aceitar que simplesmente é contraditório e fim, isso é absurdo!
  31. O que posso dizer, para enfraquecer tal posição, no entanto, é que, não necessariamente temos que pressupor uma causalidade antes da realidade, para que tentemos explicar o inicio da mesma, é uma característica de nossas mentes tentar explicar um evento de forma causal, tentar dar justificações para firmar uma crença sobre tal fenômeno.
  32. E em segundo, também precisamos pensar nas coisas de modo mais realista, a pessoa que profere algo assim, claramente não imagina uma possibilidade de mundo que não siga nossa percepção da realidade causal, ou que existam outras possibilidades, ou mesmo que a causalidade apenas exista como percepção dos eventos do mundo.
  33. Essa questão, nem deveria ser abordada, pois possui em si uma natureza anti-reflexiva, fraca, basicamente é uma afirmação de incapacidade.
  34. Em resumo, o argumento pode ser sintetizado em:
  35. Explicação do funcionamento do universo (causalidade) -> Explicação padrão da origem da realidade (Geralmente chegamos aqui ao Big Bang, ou a algum preceito de alguma religião) -> Tentativa de Explicação Profunda Sobre o Início da Realidade (Onde todas as explicações chegam ao limite, denominado carinhosamente por mim de Teto Explicativo de Nipah!)
  36. Bom, agora creio ter devidamente apresentado contrapontos a respostas comuns a questão, embora muitas outras possam surgir, todas inevitavelmente irão recair em um dos problemas apresentados (recursão, arbitrariedade e/ou insignificância)
  37. Agora, apresentarei minha defesa do livre-arbítrio, uma defesa pautada no cotidiano, no que podemos tacitamente vir a conhecer, mas que esconde em si uma profunda ligação com a teoria anteriormente apresentada.
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