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Feb 16th, 2017
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  1. Que tu acha disso? https://www.facebook.com/brujo.careca.corinthiano/videos/1441020019283024/
  2. Guilherme Vieira (super.driver512@gmail.com, superdriver512@gmail.com, super.driver.512@gmail.com)
  3. Eu concordo com a maior parte.
  4. A gente é gado.
  5. Certeza.
  6. Gado de rico.
  7. E tu?
  8. E em que ponto deixa-se de ser gado?
  9. Guilherme Vieira (super.driver512@gmail.com, superdriver512@gmail.com, super.driver.512@gmail.com)
  10. Eu ouvi uma definição que achei interessante: Você é livre quando não precisa trabalhar. Quando se tem dinheiro suficiente pra gerar mais dinheiro, tirar o seu consumo e não precisar mais trabalhar se não quiser.
  11. Ou melhor, livre dessa relação escravagista que é a necessidade do trabalho.
  12. Você ainda é sujeito a algum Estado ou à própria sociedade, claro.
  13. Você discorda das coisas que o carinha ali falou? Se sim, quais e por quê?
  14. É uma boa definição...
  15. Eu não discordo, não. Achou que eu fosse discordar?
  16. Eu discordo da mentalidade de que o empresário é explorador.
  17. Guilherme Vieira (super.driver512@gmail.com, superdriver512@gmail.com, super.driver.512@gmail.com)
  18. No seu caso talvez não seja.
  19. Mas na maior parte dos casos, você não acha que é?
  20. Não é porque existe benefício na relação que você não tá sendo explorado.
  21. Você é explorado porque alguém com mais liberdade do que você usa da sua condição pra ganhar o máximo possível de dinheiro e de preferência te manter naquela condição.
  22. Tem uma hora em que ele fala "a ironia é que os empresários não fariam o que o empregador faz e pelo salário que recebem", sugerindo uma discrepância entre trabalho e recompensa.
  23.  
  24. Ora, os empresários não aceitariam esse contrato porque a situação atual deles é muito melhor.
  25.  
  26. Se estivessem na mesma situação do trabalhador comum -- com dívidas e precisando sustentar família -- certamente aceitariam.
  27. Eu não aceitaria passar o dia empilhando pedras pelo salário que os peões de obra provavelmente recebem.
  28. Isso faz de mim um "explorador" também?
  29. Situações diferentes, escolhas diferentes.
  30. Guilherme Vieira (super.driver512@gmail.com, superdriver512@gmail.com, super.driver.512@gmail.com)
  31. Se você tivesse contratando empilhador de pedra e pagando bem menos do que o suficiente pra pessoa ter uma vida digna, você seria um explorador.
  32. Pelo que eu pago pra Mony e pro Arthur, especialmente pro Arthur, eu já me considero um explorador.
  33. Eu tenho vergonha.
  34. Paga quanto pra ele?
  35. Guilherme Vieira (super.driver512@gmail.com, superdriver512@gmail.com, super.driver.512@gmail.com)
  36. Mil.
  37. É pouco, mesmo.
  38. Mas é o que tu pode.
  39. E qual é a alternativa? Se tu não pode pagar mais, digo.
  40. Rescindir o contrato e ele passar a ganhar zero?
  41. Guilherme Vieira (super.driver512@gmail.com, superdriver512@gmail.com, super.driver.512@gmail.com)
  42. É.
  43. Lose-lose.
  44. O teu argumento é que esse cenário de lose-lose não significa que a situação não seja exploratória?
  45. Guilherme Vieira (super.driver512@gmail.com, superdriver512@gmail.com, super.driver.512@gmail.com)
  46. Claro.
  47. O que tem a ver uma coisa com a outra?
  48. Ainda mais se você não se considerar como indivíduo, mas como classe ou sociedade.
  49. Oh, sim, não é minha culpa que meu amigo precisa se sujeitar a isso.
  50. Tecnicamente o lose-lose não anula a característica exploratória da situação.
  51. Guilherme Vieira (super.driver512@gmail.com, superdriver512@gmail.com, super.driver.512@gmail.com)
  52. Então eu pagar uma mixaria não é explorar.
  53. Mas eu faço parte de uma sociedade que explora ele.
  54. Pois é, não anula.
  55. Certo, então, semanticamente, tu não estaria explorando-o se não resolvesse contratá-lo.
  56. De que forma isso é melhor pra ele?
  57. Será que... em determinadas situações, *não ser* explorado é pior do que *ser* explorado?
  58. Guilherme Vieira (super.driver512@gmail.com, superdriver512@gmail.com, super.driver.512@gmail.com)
  59. Sim, com certeza.
  60. Ser explorado é inerentemente ruim, mas não ser explorado pode ser pior.
  61. Ok, isso precisava ficar claro.
  62. Porque há essa impressão de que ser explorado é o pior que pode acontecer a um trabalhador.
  63. Tenho outro ponto: acho que as pessoas no geral consideram que empresários são exploradores porque as pessoas no geral não sabem o que significa empreender.
  64. Guilherme Vieira (super.driver512@gmail.com, superdriver512@gmail.com, super.driver.512@gmail.com)
  65. É uma das piores coisas 😛
  66. Eu entendo o que você quer dizer.
  67. Eu considero que empreendedores são, na prática, sempre exploradores porque eu considero a mera acumulação de capital uma atitude exploratória.
  68. Uma vez que considero que a economia é em grande parte um jogo de soma-zero.
  69. Minha ideia de empreendimento honesto é aquele onde os lucros são revertidos em redução de preços.
  70. Ou em expansão de serviços.
  71. Enfim, tudo menos embolsar.
  72. Já falamos sobre isso: o estabelecimento de uma lucratividade considerada necessária, apenas boa, que não permita o excesso.
  73. Guilherme Vieira (super.driver512@gmail.com, superdriver512@gmail.com, super.driver.512@gmail.com)
  74. É, acho que falamos disso, mas faz bastante tempo, né?
  75. Eu não tenho intenção de seguir à risca minha ética nesse mundo canibal.
  76. Mas isso não significa que eu vá ajustar ela pra não ficar mal na fita.
  77. Ou seja, essas coisas que eu tô criticando, eu faria. E faço.
  78. Pra ser sincero também não tenho essa intenção, se eu estiver numa posição em que eu me torne empresário e precise contratar pessoas vou praticar os salários do mercado. Mesmo se eu os considerar baixos.
  79. Porque, como eu disse, as pessoas não sabem o que significa empreender.
  80.  
  81. É extremamente arriscado confiar uma parte importante do negócio a um essencial estranho.
  82. Guilherme Vieira (super.driver512@gmail.com, superdriver512@gmail.com, super.driver.512@gmail.com)
  83. Eu tentaria manter pelo menos um pouco acima.
  84. Entendo.
  85. Por exemplo na Ditech: se a minha equipe decidir ficar 1 mês sem trabalhar o banco (o cliente) sucumbe.
  86. E não é simplesmente "contratar outra pessoa", pois a quantidade de conhecimento acumulado que não está descentralizado em fontes não-humanas é muito grande.
  87. É por isso que há a cultura de excelência que eu te mandei mais cedo. Um dos motivos.
  88. Mas em 1 mês eu conseguiria facilmente outra ocupação.
  89. E como pagar salários justos do ponto de vista do trabalhador considerando essa realidade de alto risco, impostos do governo, e uma legislação trabalhista excessivamente protecionista?
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