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- Que tu acha disso? https://www.facebook.com/brujo.careca.corinthiano/videos/1441020019283024/
- Guilherme Vieira (super.driver512@gmail.com, superdriver512@gmail.com, super.driver.512@gmail.com)
- Eu concordo com a maior parte.
- A gente é gado.
- Certeza.
- Gado de rico.
- E tu?
- E em que ponto deixa-se de ser gado?
- Guilherme Vieira (super.driver512@gmail.com, superdriver512@gmail.com, super.driver.512@gmail.com)
- Eu ouvi uma definição que achei interessante: Você é livre quando não precisa trabalhar. Quando se tem dinheiro suficiente pra gerar mais dinheiro, tirar o seu consumo e não precisar mais trabalhar se não quiser.
- Ou melhor, livre dessa relação escravagista que é a necessidade do trabalho.
- Você ainda é sujeito a algum Estado ou à própria sociedade, claro.
- Você discorda das coisas que o carinha ali falou? Se sim, quais e por quê?
- É uma boa definição...
- Eu não discordo, não. Achou que eu fosse discordar?
- Eu discordo da mentalidade de que o empresário é explorador.
- Guilherme Vieira (super.driver512@gmail.com, superdriver512@gmail.com, super.driver.512@gmail.com)
- No seu caso talvez não seja.
- Mas na maior parte dos casos, você não acha que é?
- Não é porque existe benefício na relação que você não tá sendo explorado.
- Você é explorado porque alguém com mais liberdade do que você usa da sua condição pra ganhar o máximo possível de dinheiro e de preferência te manter naquela condição.
- Tem uma hora em que ele fala "a ironia é que os empresários não fariam o que o empregador faz e pelo salário que recebem", sugerindo uma discrepância entre trabalho e recompensa.
- Ora, os empresários não aceitariam esse contrato porque a situação atual deles é muito melhor.
- Se estivessem na mesma situação do trabalhador comum -- com dívidas e precisando sustentar família -- certamente aceitariam.
- Eu não aceitaria passar o dia empilhando pedras pelo salário que os peões de obra provavelmente recebem.
- Isso faz de mim um "explorador" também?
- Situações diferentes, escolhas diferentes.
- Guilherme Vieira (super.driver512@gmail.com, superdriver512@gmail.com, super.driver.512@gmail.com)
- Se você tivesse contratando empilhador de pedra e pagando bem menos do que o suficiente pra pessoa ter uma vida digna, você seria um explorador.
- Pelo que eu pago pra Mony e pro Arthur, especialmente pro Arthur, eu já me considero um explorador.
- Eu tenho vergonha.
- Paga quanto pra ele?
- Guilherme Vieira (super.driver512@gmail.com, superdriver512@gmail.com, super.driver.512@gmail.com)
- Mil.
- É pouco, mesmo.
- Mas é o que tu pode.
- E qual é a alternativa? Se tu não pode pagar mais, digo.
- Rescindir o contrato e ele passar a ganhar zero?
- Guilherme Vieira (super.driver512@gmail.com, superdriver512@gmail.com, super.driver.512@gmail.com)
- É.
- Lose-lose.
- O teu argumento é que esse cenário de lose-lose não significa que a situação não seja exploratória?
- Guilherme Vieira (super.driver512@gmail.com, superdriver512@gmail.com, super.driver.512@gmail.com)
- Claro.
- O que tem a ver uma coisa com a outra?
- Ainda mais se você não se considerar como indivíduo, mas como classe ou sociedade.
- Oh, sim, não é minha culpa que meu amigo precisa se sujeitar a isso.
- Tecnicamente o lose-lose não anula a característica exploratória da situação.
- Guilherme Vieira (super.driver512@gmail.com, superdriver512@gmail.com, super.driver.512@gmail.com)
- Então eu pagar uma mixaria não é explorar.
- Mas eu faço parte de uma sociedade que explora ele.
- Pois é, não anula.
- Certo, então, semanticamente, tu não estaria explorando-o se não resolvesse contratá-lo.
- De que forma isso é melhor pra ele?
- Será que... em determinadas situações, *não ser* explorado é pior do que *ser* explorado?
- Guilherme Vieira (super.driver512@gmail.com, superdriver512@gmail.com, super.driver.512@gmail.com)
- Sim, com certeza.
- Ser explorado é inerentemente ruim, mas não ser explorado pode ser pior.
- Ok, isso precisava ficar claro.
- Porque há essa impressão de que ser explorado é o pior que pode acontecer a um trabalhador.
- Tenho outro ponto: acho que as pessoas no geral consideram que empresários são exploradores porque as pessoas no geral não sabem o que significa empreender.
- Guilherme Vieira (super.driver512@gmail.com, superdriver512@gmail.com, super.driver.512@gmail.com)
- É uma das piores coisas 😛
- Eu entendo o que você quer dizer.
- Eu considero que empreendedores são, na prática, sempre exploradores porque eu considero a mera acumulação de capital uma atitude exploratória.
- Uma vez que considero que a economia é em grande parte um jogo de soma-zero.
- Minha ideia de empreendimento honesto é aquele onde os lucros são revertidos em redução de preços.
- Ou em expansão de serviços.
- Enfim, tudo menos embolsar.
- Já falamos sobre isso: o estabelecimento de uma lucratividade considerada necessária, apenas boa, que não permita o excesso.
- Guilherme Vieira (super.driver512@gmail.com, superdriver512@gmail.com, super.driver.512@gmail.com)
- É, acho que falamos disso, mas faz bastante tempo, né?
- Eu não tenho intenção de seguir à risca minha ética nesse mundo canibal.
- Mas isso não significa que eu vá ajustar ela pra não ficar mal na fita.
- Ou seja, essas coisas que eu tô criticando, eu faria. E faço.
- Pra ser sincero também não tenho essa intenção, se eu estiver numa posição em que eu me torne empresário e precise contratar pessoas vou praticar os salários do mercado. Mesmo se eu os considerar baixos.
- Porque, como eu disse, as pessoas não sabem o que significa empreender.
- É extremamente arriscado confiar uma parte importante do negócio a um essencial estranho.
- Guilherme Vieira (super.driver512@gmail.com, superdriver512@gmail.com, super.driver.512@gmail.com)
- Eu tentaria manter pelo menos um pouco acima.
- Entendo.
- Por exemplo na Ditech: se a minha equipe decidir ficar 1 mês sem trabalhar o banco (o cliente) sucumbe.
- E não é simplesmente "contratar outra pessoa", pois a quantidade de conhecimento acumulado que não está descentralizado em fontes não-humanas é muito grande.
- É por isso que há a cultura de excelência que eu te mandei mais cedo. Um dos motivos.
- Mas em 1 mês eu conseguiria facilmente outra ocupação.
- E como pagar salários justos do ponto de vista do trabalhador considerando essa realidade de alto risco, impostos do governo, e uma legislação trabalhista excessivamente protecionista?
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