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NanicoDo27

Untitled1

Jul 22nd, 2018
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  1. Luiz, contemplava a vista fornecida pelas enormes vidraças, que por sua vez, forneciam iluminação natural ao andar.
  2. Não era um dia especial, não era um emprego especial e nem mesmo uma pessoa especial, mas, ainda assim, gostava de seu emprego junto aos "poderosos".
  3.  
  4. -Mais um dia tranquilo…Graças a Deus.
  5. O faxineiro seguia com seu trabalho, alheio ao mundo lá fora.
  6. -Já tá indo embora, rapaz?
  7. Perguntou Luiz à Pedro, ao ver o homem com o rosto abatido se dirigir ao elevador.
  8. -Hum? Ah, já estou indo, queria ter saído mais cedo, mas…
  9. -Sei como é… tenha uma boa no-no-noite, meu jovem.
  10. -Igualmente.
  11. Disse entrando no elevador.
  12. -É-É, parece que já está na hora de sair para o sistema trancar tu-tu-tudo.
  13.  
  14. Luiz adora a empresa em que trabalha, ela é uma das únicas que ainda contratam humanos para funções que as máquinas já dominam há tempos. Ele é bem pago, tem um apartamento ótimo (apesar de ser na parte antiga da cidade) e ainda poderá dar uma boa educação para suas duas filhas no futuro; tudo isso graças à Mozak Data Manager, uma modesta mas rubusta empresa de organização de dados para andróides-cuidadores.
  15. Após guardar os equipamentos de limpeza, e de colocar o surrado sobretudo, ele saiu caminhando até a entrada do lotado metrô público.
  16.  
  17. -Quer eu te denuncie por assédio?
  18. -Me de-de-desculpe.
  19. Disse Luíz se afastando do ombro da moça.
  20. -Merda, do-dormi de novo.
  21. -O que disse, nanico?
  22. -Nada.
  23. Sussurrou.
  24. Esse deveria ser o motivo de existirem os metrôs privados, ficar longe de pessoas tão hostis. Luiz estava até mesmo cogitando comprar um passe diamante…
  25.  
  26. Ouve um apagão, as únicas luzes que restavam eram as que vinham dos celulares das pessoas e do vestido fluorescente de uma jovem. Quando as pessoas começaram a murmurar as luzes de emergência acenderam, mas nesse momento o trem freiou, fazendo um barulho ensurdecedor.
  27. Meia hora se passou e toda aquela estrutura metálica já começava a se assemelhar a uma fornalha, cujo a lenha eram os próprios passageiros. O maquinista pediu a todos que se acalmassem, pois ele estava tentando contato via rede rádio para saber o que havia acontecido. Porém a maioria não aguentava mais, saíram pela porta de emergência do metrô, que fica no teto, porque as portas laterais continuaram trancadas após o súbito apagão. Luiz, já do lado de fora, decidiu seguir toda aquela gente impaciente até a estação mais próxima. No caminho do longo e trevoso túnel, ele decide escutar, do meio de variados murmúrios, a conversa de um casal:
  28. - Não acredito, eu simplesmente não acredito, como que o governo pode nos deixar em tal situação! - Dizia uma moça em tom irritado - Eu pago meus impostos e nem para comprar um maldito gerador esses inúteis servem.
  29. E seu namorado ao lado responde:
  30. - Não é só aqui que estão com problemas nos geradores, na verdade, está sendo difícil até de usar as redes telefônicas. Ainda agorinha eu liguei pro Carlinhos, pra saber se estão sem luz lá também, e ele me disse que sim. A ligação estava muito ruim, eu só consegui entender a última parte.
  31.  
  32. A preocupação de Luiz intensificou ao ouvir aquilo, o seu pensamento já se voltou em como ele retornaria para sua casa e se sua família estaria bem na escuridão. Ele tentou sacar o celular para uma rápida ligação, porém se esqueceu que o tinha descarregado ao passar o trabalho inteiro escutando suas melodias.
  33. -Do-Droga, eu tenho que parar com esse mal hábito. Eu só quero saber se mi-minhas menininhas estão bem.
  34. Andando junto às pessoas que estavam no vagão, parecia que tudo estava bem, que o mundo ainda era tranquilo.
  35.  
  36. -Houve um apagão? F-Foi o vírus?
  37. Alguém indagou.
  38. -Provavelmente, mas mantenham a calma. Um amigo me disse que a AMS já está tratando do caso.
  39. Outro respondeu.
  40. -A Agência Mundial!? Então a coisa é seria!
  41. Disse a dona do ombro em que Luiz tinha cochilado.
  42.  
  43. Ao sair do metrô, Luís pôde perceber algumas diferenças do ambiente urbano. Haviam poucos indicativos da falta de energia, a única diferença era a escuridão anormal nas lojas, (que costumavam exibir anúncios em suas vitrines projetoras) e na cor da luz advinda dos postes, que agora era azul neon.
  44. Outra anormalidade era a falta dos bot-cops, pequenos robôs responsáveis pela segurança primaria das áreas urbanas. Normalmente eles estariam deslizando calmamente pela calçada, eventualmente dizendo "boa tarde, cidadão" ou qualquer outra mensagem positiva, mas agora não era possível ver nenhum.
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