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- GT É o Crime
- Autor: Sei lá, bagulho antigo.
- >quarta-feira, 3 dias atrás
- >seja eu
- >era uma linda manhã
- >tava indo pra faculdade
- >caminhando de boas
- >era a primeira vez que nao tava chegando atrasado
- >to a 2 quadras da facul
- >rua deserta
- >vejo um cara suspeito caminhando na minha direção
- >naquela região já teve varios assaltos
- >e o assaltante tinha fama de matar a vitima
- >"não vai dar nada, é só coisa da minha cabeça"
- >estamos nos aproximando
- >ele olha pros lados
- >ele tava com as mãos nos bolsos do casaco
- >cada vez mais perto
- >estou a 2 metros dele
- >ele passa por mim e nada acontece
- >"ufa, essa foi tensa"
- >de repente sinto um braço em volta do meu pescoço
- >uma arma apontada na minha cabeça, proximo da orelha
- >fico totalmente sem reação
- >ele fala no meu ouvido:
- >"passa a mochila e o celular que ta no teu bolso..."
- >"...e sem gracinha, senão vou sujar a calçada com o teu sangue"
- >meu coração fica acelerado, tento nao fazer nenhum movimento
- >penso que, mesmo sem tentar reagir, ele pode me matar
- >ele começa a me apressar, apertando a arma forte contra a minha cabeça
- >eu tento pedir pra ele não me matar, falando que tinha filho
- >mesmo eu nao tendo filho
- >"to poco me fudendo comédia, aqui é o crime. te mato se eu quiser"
- >o cara tava atras de mim, colado no meu corpo
- >eu nao tinha como tirar a mochila sem fazer movimento brusco
- >ele tava pedindo a mochila e eu nao conseguia tirar
- >comecei a ficar apavorado e na hora nao tava pensando em mais nada
- >aí eu falei a pior coisa que alguem pode dizer em um assalto
- >"mano, nao me mata! se tu me deixar ir eu te ajudo no teu próximo assalto"
- >aí ele saiu de tras de mim, ficou na minha frente apontando a arma pra mim
- >"do que tu ta falando, parceiro? não preciso de ajuda não!"
- >aí eu ja nem tava pensando direito mais e continuei falando
- >"cara.. eu te ajudo! só não me mata, por favor! eu te ajudo a assaltar.."
- >..eu distraio a pessoa quando ela passar e tu chega por trás e assalta ela!"
- >o cara me olhou com cara de curioso, acho q ele gostou da ideia
- >ele abaixou um pouco a arma e falou
- >"beleza, entao comédia. mas se tu correr eu meto bala em ti.."
- >"..e eu fico com a tua mochila até tu fazer a tua parte."
- >aí eu fiquei em silencio olhando pra ele com o coração acelerado
- >"o próximo que passar com celular na mao ou no bolso tu puxa papo.."
- >"..e aí eu chego por tras e finalizo. tá fechado o esquema. é o crime."
- >eu concordei e ele ficou parado na esquina, esperando
- >eu tava ali, perto da esquina, só pensando no quanto isso ia dar merda
- >eu me livrei do assalto, mas tomei no cu
- >quando eu pensava em sair correndo, ele olhava pra mim e mostrava a arma na cintura
- >eu tava nervoso, ja tava ali parado há uns 5 minutos
- >de repente, chega um homem conversando no celular distraido
- >o assaltante olha pra mim e balança a cabeça
- >até o homem chegar perto de mim, foram os piores segundos da minha vida
- >quando eu ia abordar o cara pra perguntar que horas eram
- >eu ouvi um pouco da conversa dele no celular
- >"..te amo muito também, filha! fica com deus.."
- >fiquei com muita pena do cara, ele podia morrer hoje
- >deixei o cara passar, nao tive coragem de falar com ele
- > o assaltante veio puto pra cima de mim tirar satisfação
- >"qualé comédia? tu esqueceu o que tu tem que fazer? isso aqui é o crime, rapá!"
- >eu pensei em uma desculpa rapido e falei
- >"quando ele tava passando eu vi que ele tava armado, podia ser perigoso"
- >"mas pode deixar que o proximo a gente pega"
- >o cara me olhou com cara de desconfiado e falou
- >"pode crê então. eu sei que tu não vai amarelar denovo. é o crime."
- >ele voltou pro lugar dele
- >eu tava muito tenso, não sabia o que fazer
- >eu so queria que passasse um policial ali agora, puta merda.
- >fico esperando mais alguns minutos
- >uma mulher aparece, ela tava com uma bolsa
- >tenho que fazer isso, senão eu morro
- >ela chega perto de mim
- >eu peço licença e pergunto onde fica o hospital mais proximo
- >ela começa a dar as instruções e o assaltante chega por tras
- >ele segura ela igual ele me segurou e começa a ameaçar ela
- >eu presencio tudo, o pavor dela, a frieza dele, a arma na cabeça dela
- >eu fico sem reação, sinto minha respiração ofegante e um frio no corpo
- >ele assalta ela e pede pra ela sair depois sem olhar pra tras
- >acho que ele ia atirar nela quando ela tava de costas, pedi pra ele nao fazer isso
- >falei que iria fazer barulho e que ia atrair atenção de pessoas
- >ele olhou pra mim e concordou
- >"pronto, cara! já fiz o prometido. Me deixa ir agora, por favor!.."
- >"...não vou contar pra ninguem o que aconteceu aqui hoje, me deixa ir!"
- >o cara deu uma risadinha e falou que gostou do esquema, disse que facilitou pra ele
- >ele apontou a arma pra minha barriga e falou que eu ia ter que ajudar ele mais vezes
- >"gostei de tu, tu tem coragem, muleke. vai ficar comigo aqui hoje..."
- >"..vai me ajudar mais algumas vezes e depois te libero...ou tu prefere morrer?"
- >quando ele falou isso eu senti uma dor no estomago fodida, vontade de vomitar
- >tava passando mal, mas tive que aceitar senao ia morrer.
- >"fechou então, parceiro. é o crime."
- >a minha vida tava em jogo a cada segundo do lado desse cara, eu tava muito mal
- >ele pediu pra gente mudar de rua, ja que a mulher ia ir na policia denunciar o assalto
- >fomos pra uma rua que ficava a 1 quadra da faculdade
- >ele ficou na esquina e eu na calçada, próximo da esquina
- >esperei mais alguns minutos
- >vejo ao longe um colega meu da facul vindo
- >é o meu melhor amigo
- >tento pensar em alguma coisa
- >realizo que vou ajudar a assaltar meu melhor amigo
- >nao posso permitir que isso aconteça
- >penso em um plano que pode dar certo
- >começo a ficar mais tranquilo
- >ele se aproxima pra me cumprimentar
- >ele ve o cara estranho na esquina e fala pra eu tomar cuidado
- >eu falo no ouvido dele:
- >"rapido, concorda com tudo que eu disser. o cara ta armado."
- >ele fica meio sem entender
- >eu chego pro assaltante e falo:
- >"aí cara, esse aqui é um amigo meu e ele vai ajudar nóis aí hoje também"
- >o assaltante me empurrou contra a parede
- >começou a perguntar se eu tava zoando com a cara dele
- >meu amigo entendeu o que tava acontecendo na mesma hora
- >expliquei pro cara que ele era meu amigo e que com ele era mais facil fazer a parada
- >o assaltante respirou fundo, olhou pro meu amigo, mostrou a arma e disse:
- >"sem gracinha, comédia. aqui é o crime."
- >o cara voltou pra esquina e ficou só eu e o meu amigo na calçada
- >so que tinha um grande problema
- >meu amigo é xanner pesadao d++, aquele filho da puta
- >o cara tava se mijando de rir da situação, mesmo eu estando nervoso
- >pedi pra ele parar que aquela porra era seria
- >o filho da puta começou a se mijar de rir, e ficava repetindo toda hora:
- >"é o crime"
- >filho da puta, ia matar nos dois
- >o assaltante veio tirar satisfação do porque ele tava rindo tanto
- >meu amigo respondeu:
- >"relaxa, é pra parecer natural e nao chamar atenção de quem vai passar"
- >aí o assaltante ja tava ficando nervoso e mandou um ultimato:
- >"próxima vez que eu voltar aqui, eu meto bala em vocês dois"
- >o retardado do meu amigo mandou essa:
- >"pode crê, é o crime."
- >meu deus do ceu, o cara começou a falar igual o assaltante
- >eu queria rir, mas tava nervoso demais
- >nossas aulas ja tinham começado, e a gente ia ter que assaltar pessoas. puta merda.
- >"porra, cara. para de fazer brincadeirinha. não tá vendo que a gente pode morrer?"
- >"relaxa, junão. é o crime."
- >queria meter um soco nesse filho da puta
- >de repente chegam 2 senhoras de idade, pelo menos uns 70 anos cada uma
- >o assaltante olha pra nós e pisca
- >é agora, puta que pariu.
- >meu amigo pediu pra relaxar e disse que tinha um plano
- >eu nao confio nele, pq ele queria se churrascar faz tempo ja. Acho q ele ia fazer merda
- >ele chegou pras senhoras e falou
- >"bom dia, senhoritas. As moças têm planos para hoje à noite?"
- >eu e as veia ficamo sem reação
- >ele tava fazendo cara de safado e piscando pra elas, lambendo os lábios
- >começou a fazer carinho nos proprios peitos e gemer
- >as veia ficaram em estado de choque
- >até o assaltante ficou parado lá olhando com a boca aberta
- >as véia foram se afastando lentamente, ameaçando ligar pra policia
- >meu amigo começou a bater na propria bunda, gritando "é o crime! é o crime!"
- >ele tava parecendo um autista em níveis estratosféricos
- >eu fiquei observando aquilo por alguns segundos, até que eu entendi o plano dele
- >eu comecei a dançar funk, fazendo sarrada e passinho do romano
- >começaram a aparecer pessoas em nossa volta, nos olhando com medo
- >meu amigo começou a encoxar o poste e eu comecei a encoxar ele
- >nós dois fazendo cara de autista e gritando:
- >"não adianta, é o crime!"
- >"é o crime mesmo"
- >o assaltante ficou puto demais, olhando a multidao em volta da gente sem ter o que fazer
- >ele saiu caminhando sem olhar pra tras
- >as veia tavam tentando tirar algo da bolsa, acho que era spray de pimenta
- >eu e meu amigo paramo de fingir ser autista, pq ja tavam até gravando a gente
- >pedimos desculpa pras veia
- >meu amigo ainda deu uma piscadinha pra uma delas, filho da puta
- >ainda dava pra ir pra facul, mas foda-se
- >fomos pra um bar ali perto comemorar que sobrevivemos
- >bebemos pra caralho, bebemo de tudo, nos divertimos e tal
- >ficamos umas 3 horas ali
- >conta deu cara pra caralho
- >hora de pagar, eu me ofereço pra pagar mesmo assim
- >era o minimo q eu podia fazer, o cara me livrou da morte com um plano genial
- >a gente se despede, ele vai embora
- >eu vou pagar, começo a procurar minha carteira
- >cadê minha carteira
- >não creio nisso
- >tento me lembrar o que houve
- >puta que pariu
- >cadê minha mochila
- >lembro que o assaltante tava com a minha mochila
- >e a carteira tava dentro da mochila
- >tento negociar com o cara do bar pra pendurar na conta
- >ele não aceita
- >digo que vou buscar a grana em casa e ja volto
- >ele não aceita
- >digo que vou lavar a louça do cara pelo dia todo
- >ele não aceita
- >fudeu
- >eu apalpo meus bolsos, lentamente, com esperanças de haver algo
- >sinto meu celular
- >penso em ligar pra alguem vir ali me ajudar a pagar
- >sem bateria
- >cara de tristeza absoluta
- >realizo que terei que dar meu celular pra pagar a conta
- >entrego meu celular, que custou uns R$600, pra pagar uma conta de R$160
- >dono do bar deu um sorrisinho e me falou:
- >"tá sem bateria né? e ja que tu não tem o carregador fecha por 160 mesmo"
- >filho da puta
- >voltei pra casa
- >realizo que escapei de um assalto mas mesmo assim perdi a mochila, a carteira e o celular
- >pelo menos eu enchi a cara
- >vou dormir
- >hoje
- >ligo o pc
- >meus amigos da facul compartilhando no face:
- >"assaltante é preso próximo da faculdade após tentativas de assalto com arma de brinquedo"
- >reconheci o cara
- >arma de brinquedo
- >filho da puta
- >chamo meu amigo autista no inbox
- >mostro a noticia pra ele
- >não consigo parar de r
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