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pregomal

Primeiro uso defensivo dos poderes de Terra

Apr 20th, 2017
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  1. Sanguinius estava vagando pela neve faz alguns dias, procurando a entrada de volta para Loranthis. Tinha levado o suficiente para um dia, mas conseguiu fazer com que as rações durassem três. Porém, não era o suficiente. Já estava faz quatro dias na selva, e toda a água que tinha agora era resulatdo da neve derretida. Estava começando a sentir os efeitos da desidratação e da fome, e isso era realmente castigante na neve.
  2.  
  3. Ao longe, observava os rugidos poderosos dos dragões. Sabia que um dia teria de voltar para Frostvale, e em seu interior, temia alguma coisa. Sabia que no futuro, poderia ter de desafiar o Drakanite que um dia o sequestrou, e tinha medo de não ter poder o suficiente. Sua magia era potente, mas não tanto quanto havia pensado. Seu corpo era grande e forte, mas ainda assim, não era páreo para um dragão.
  4.  
  5. A sua única esperança agora era seus aprendizes. Ele tinha que treiná-los. Fazê-los ficar tão fortes quanto ele era, para um dia sonhar com a possibilidade de fazer frente às forças do mal. Tinha, em seu interior, um leve desgosto pelas pessoas que não faziam parte do grupo que havia seguido-o até ali. A maioria eram pessoas boas, claro, mas não eram empenhadas em lutar por uma causa. Eram como vagantes, que simplesmente acabavam dando de cara com situações perigosas e escolhiam o caminho do bem por oportunidade. Gente assim era perigosa na mente do templário, pois eles seriam os primeiros que sucumbiriam à depravação se lhes fosse vir a ser útil.
  6. (Sanguinius)
  7.  
  8. A última coisa que queria que acontecesse agora, acontecia. Sentia um vento bater em sua lateral direita, e então, ele olhava para a fonte daquela ventania. Era um dragão, que havia voado e agora vinha em sua direção. De repente, a imagem e a sensação de ser cozinhado dentro da própria armadura voltava à mente. Ainda estava com a pele extremamente sensível pelas queimaduras, mas o frio o impedia de sentir tanto ao se mover.
  9.  
  10. O colosso começou a se desesperar. Qualquer um que pudesse vê-lo agora, com a expressão desesperada em seu rosto, não iria reconhecê-lo. Era normalmente uma pessoa séria, que nunca alterava sua expressão. Agora, era novamente um garoto de 14 anos, desesperado perante forças que ele não conseguia enfrentar. E quem podia culpá-lo? A experiência por si só já era traumática o suficiente, e ele não precisava repetí-la. Ainda não era forte o suficiente para enfrentar um daqueles gigantes escamados.
  11. (Sanguinius)
  12.  
  13. Percebendo isso, Sanguinius fez o que um covarde faria: Se escondeu na neve. Com toda a agilidade que tinha, se jogou ao chão, e começou a jogar neve para cima de si, esperando que o dragão passasse acima de sua cabeça com seu terrível bafo de fogo, tão potente que faria sua armadura derreter!
  14.  
  15. Apenas o pensamento de acontecer novamente era o suficiente para assustar o guerreiro. Com quase metade do corpo embaixo da neve, percebeu que seu tamanho era demasiado grande para conseguir se esconder: Deixou as pernas expostas, e aproveitou da posição que estava. Largou a maça a uma distância próxima, e fingiu que estava morto.
  16.  
  17. Na sua cabeça, pensava em todas as vezes que havia sido um covarde completo como estava sendo agora. Nenhuma delas era tão humilhante, por mais que não houvesse ninguém por ali para ver a humilhação. Sanguinius nunca havia se sentido tão prejudicado, tão machucado, a ponto de fazer algo assim. Fingir-se de morto era um nível extremo.
  18. (Sanguinius)
  19.  
  20. Mas não era muito útil. O dragão, ao longe, sentiu o cheiro da pele queimada do cavaleiro, e desceu para checar. Era uma fera potente, gigante, e agora parecia ainda maior, com Sanguinius deitado ao chão. Sentiu-se, a cada momento, mais rebaixado: Sua aura exalava o puro medo em seu coração, mesmo que o dragão não percebesse isso.
  21.  
  22. A relíquia réptil então abaixou seu nariz, apoiando-se nas duas patas dianteiras para cheirar de perto o corpo de Sanguinius. Quando a narina fria do monstro encostava no ombro do cavaleiro, ele sentia o seu corpo desejando tremer. Mas resistiu, mesmo com a respiração forte do dragão em seu pescoço, lembrando-o do calor que podia exalar por aquelas narinas.
  23.  
  24. Então, o guerreiro abriu os olhos lentamente. A primeira coisa que percebeu foram a falta de escamas na cabeça do gigante escamado. Observou-o com cuidado, e então percebeu o detalhe que faltava: Um buraco, mais ou menos do tamanho de seu antebraço, estava abaixo do olho direito do dragão. Esse era o sinal: Aquele era o dragão que havia machucado-o antes.
  25.  
  26. Sanguinius sentiu sua marca começar a controlar seu corpo novamente. Infelizmente, isso significava que ela começou a emitir um fraco brilho, sinal da fúria que logo possuiria o cavaleiro. Ele se apoiou com ambos os braços na neve, e começou a se empurrar para cima, tirando a neve de cima do seu corpo.
  27.  
  28. Estava determinado a terminar aquilo ali e agora. A partir desse dia, ele tinha de ser conhecido como Sanguinius, o Matador de Dragões, ou seria morto. Ele sabia que não teria uma terceira chance de tentar matar esse dragão.
  29. (Sanguinius)
  30.  
  31. Agora, Sanguinius estava se botando de pé, enquanto o dragão dava um rápido pulo para trás, se preparando para batalhar contra o cruzado. Ambos já tinham lambido suas feridas e se recuperado moderadamente do combate, mas Sanguinius estava em desvantagem. Não tinha se recuperado tão bem, e nem estava em um bom estado ainda para lutar. Os pedaços da armadura que havia se fundido à pele ainda cutucavam o seu fígado, fazendo cada movimento bem mais doloroso. Isso é, para não mencionar o pedaço de ferro que lentamente começava a ferver em suas costas.
  32.  
  33. O dragão não iria esperar o guerreiro se levantar: Correu na direção dele, atingindo-o com o focinho no meio da barriga, e levantou-o aos céus. Porém, o que o dragão não havia visto ainda era que Sanguinius já tinha sua maça em mãos. Agora, esse fato fora literalmente jogado contra seu rosto, pois quando o cavaleiro fora jogado no ar, a sua maça atingiu o dragão direto no ferimento do lado direito de seu focinho, fazendo mais algumas escamas caírem.
  34.  
  35. Atordoado pela pancada, o dragão cambaleou para o lado, fazendo Sanguinius cair de frente com a neve. A dor da subida e da queda, a vontade de se vingar: Tudo motivava Sanguinius a tentar atingir o dragão com tanta força quanto podia. E tudo isso ajudava a ativar sua marca, que o envolvia com a aura sagrada quase que instantaneamente.
  36.  
  37. A luta então começava de verdade: Sanguinius estava à frente de um dragão, segurando uma maça do seu tamanho, e brilhando com sua aura amarelada tão forte que era quase como se tivessem ligado uma lanterna no meio da floresta. De fato, era possível ver de longe, ainda mais agora que estava anoitecendo.
  38.  
  39. Sanguinius, quase possesso pela Ira Sagrada, dizia: "Eu esperei por isso."
  40. (Sanguinius)
  41.  
  42. Sanguinius corria na direção do dragão, que também partia em sua direção. Os dois logo se encontrariam, e não havia como Sanguinius encarar o dragão em uma disputa de força bruta. Era, na verdade, bem mais provável que ele fosse precisar da mesma ajuda que precisou antes. Porém, dessa vez o cenário não parecia tão bom: O templário não deveria desistir dessa vez. Era matar o dragão, ou ser morto.
  43.  
  44. Infelizmente, as chances pareciam pender para a versão da história onde o cruzado morria. O primeiro conflito direto dos dois foi brutal: Sanguinius bateu no dragão com a cabeça da maça, causando um esmagamento no crânio do bicho. Infelizmente, o réptil também acertou-o com um potente golpe no dorso, arremessando o cruzado para longe, sem sua maça.
  45.  
  46. Agora, a situação estava ruim, mas Sanguinius não parecia ligar. A marca em suas costas brilhava amarelada como se fosse um farol, iluminando cerca de sete metros atrás de si. Os seus olhos também eram conduítes extremos de energia sagrada, brilhando num tom amarelado profundo, exalando toda a energia que não era direcionada para a aura protetora. Mesmo sem a maça, ainda prometia para si mesmo que seria um oponente temível para o dragão. Agora, sua meta não era mais virar um matador de dragões, e sim fazer uma marca naquele dragão.
  47.  
  48. O dragão parou por um momento para rugir na direção do templário, e Sanguinius aproveitou a oportunidade. Sentindo o forno em que agora sua armadura se transformava, ele corria na direção do dragão com toda a força que tinha. Estava determinado para que o mesmo cenário não acontecesse novamente. Não queria sentir sua armadura traindo-o novamente. Enquanto o dragão estava com a boca aberta, viu o fogo saindo de sua boca, e segurou ambos os braços juntos.
  49.  
  50. Sem perceber, sua armadura ali havia sido substituída por pedra, e reforçada com a camada protetora sagrada que planejava usar. Conseguiu se defender melhor contra o dragão, provavelmente resultado de seu desespero. Apesar do resto de sua armadura começar a aquecer-se tanto ao ponto de ficar avermelhada, o cruzado não ligava mais. A neve iria esfriá-lo quando a luta acabasse.
  51.  
  52. Agora próximo ao dragão, Sanguinius fazia aquilo que nenhum humano pensaria ser possível: Pegou-o pelos chifres, e montou em cima de sua cabeça. Era incrível como a meta continuava alterando-se, e agora havia achado uma maneira de satisfazer sua última meta: Iria coletar um dos chifres na cabeça do dragão. Com um golpe do cotovelo, fez uma rachadura no chifre do dragão, que rugia de dor e se preparava para alçar vôo.
  53.  
  54. Sanguinius usou toda a força que tinha para impedir isso: Pulou até o chão, e se segurou com uma das mãos em uma árvore, mantendo a outra mão ainda presa no chifre do dragão. Reuniu toda a força que tinha para conseguir mantê-lo no chão, mas não era muito útil. Em um último esforço, canalizou toda a sua magia, e a marca em suas costas brilhava agora em um tom avermelhado extremamente forte, iluminando quase tudo ao redor em uma luz vermelha, como se aquele pedaço de terra estivesse sob uma lua de sangue. Com esse último esforço, Sanguinius acabou fortificando seus braços com uma leve camada de pedra, mesmo sem perceber. Era a sua esperança de não ter o braço quebrado pela puxada do dragão.
  55.  
  56. Como resultado do último esforço e da recente fortificação de seu corpo, Sanguinius puxou a cabeça do dragão com força em direção ao chão. Essa pancada não fora o suficiente para nocauteá-lo, mas foi o suficiente para quebrar o seu chifre que já estava rachado.
  57.  
  58. Rugindo de dor, o dragão por um momento teve a impressão de que poderia morrer, e alçou voo o mais rápido que pôde. Sanguinius largou a árvore e o chifre no chão, e se esforçou para ir atrás e alcançá-lo, correndo atrás dele enquanto estava rasante. Porém, a falha de sua marca chegava: Sanguinius lentamente se sentia extremamente cansado, e subitamente caiu desmaiado no chão.
  59. (Sanguinius)
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