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The Mentor (Linux)

May 9th, 2012
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  1. Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  2
  2. Conteúdo
  3. 1.Apresentação.....................................................................................................................................3
  4. 2.Nota de Copyright.............................................................................................................................3
  5. 3.Conceitos básicos..............................................................................................................................4
  6. 4.Uma instalação assistida....................................................................................................................5
  7. 5.Usando o ambiente............................................................................................................................7
  8. O kicker ou barra de tarefas.............................................................................................................8
  9. O menu do sistema...........................................................................................................................9
  10. Os ícones do sistema........................................................................................................................9
  11. 6.Configurando o idioma....................................................................................................................10
  12. 7.Os aplicativos para usuários............................................................................................................11
  13. 8.Comandos em modo texto na shell..................................................................................................12
  14. Os comandos básicos.....................................................................................................................13
  15. Virando root...................................................................................................................................14
  16. 9.A árvore de diretórios......................................................................................................................15
  17. Os diretórios de binários................................................................................................................15
  18. O diretório de configuração...........................................................................................................16
  19. O diretório de boot.........................................................................................................................16
  20. O diretório de dispositivos.............................................................................................................16
  21. O diretório de bibliotecas...............................................................................................................16
  22. Os pontos de montagem de mídias removíveis.............................................................................16
  23. Diretórios pessoais.........................................................................................................................16
  24. O indicador de status......................................................................................................................16
  25. Os diretórios de variáveis..............................................................................................................16
  26. A segunda hierarquia.....................................................................................................................16
  27. Outros diretórios............................................................................................................................17
  28. Quem garante?...............................................................................................................................17
  29. 10.A documentação............................................................................................................................17
  30. 11.Administração do sistema..............................................................................................................18
  31. O YaST..........................................................................................................................................20
  32. Gerenciamento de usuários e segurança........................................................................................20
  33. Acesso a rede.................................................................................................................................21
  34. Serviços de rede.............................................................................................................................21
  35. Hardware........................................................................................................................................23
  36. Sistema ..........................................................................................................................................24
  37. 12.Gerenciando impressoras...............................................................................................................25
  38. 13.Gerenciamento de discos...............................................................................................................27
  39. Descobrindo o espaço livre............................................................................................................27
  40. Descobrindo quem está usando o espaço.......................................................................................28
  41. Localizando arquivos.....................................................................................................................28
  42. Restrições e permissões de acesso.................................................................................................30
  43. 14.Instalando e gerenciando software................................................................................................31
  44. 15.Sobrevivendo no modo texto.........................................................................................................32
  45. 16.Apêndice 1: Análise do SuSE Linux 8.2.......................................................................................36
  46. 17. Apêndice 2: Como obter e gravar seus próprios CDs de Linux...................................................40Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  3
  47. 1. Apresentação
  48. Este documento é utilizado como complemento ao bloco A do curso “Introdução ao
  49. Linux”, e pretende servir como auxílio ao aprendizado e posterior fonte de consulta para alunos que
  50. já tenham sólidos conhecimentos na área de informática e que queiram ingressar no mundo do
  51. software livre.
  52. Ênfase é dada aos aspectos tecnológicos e administrativos, sem o enfoque político
  53. encontrado em outras publicações desta natureza.
  54. O curso é dividido em dois blocos:
  55. Bloco A
  56. ï Conceitos (Linux, software livre, LSB, distribuições, FHS...)
  57. ï Instalação a partir dos CDs
  58. ï Uso do ambiente
  59. ï Estrutura de diretórios
  60. ï Acesso a dispositivos [CD, disquete...]
  61. ï Como localizar e usar documentação e suporte
  62. ï Introdução a ferramentas de administração
  63. ï Gerenciamento de usuários
  64. ï Configuração para acesso a rede
  65. ï Acesso a impressoras
  66. ï Gerenciamento de disco
  67. ï Instalação de software adicional
  68. ï Shell (comandos e filtros básicos)
  69. Bloco B
  70. ï Gerenciamento de processos
  71. ï Como localizar e acompanhar os logs
  72. ï Suporte básico de rede
  73. ï Introdução ao SSH
  74. ï Samba e NFS
  75. ï Apache
  76. ï Squid (proxy web)
  77. ï Introdução a segurança (filtros de pacotes, apresentação de ferramentas básicas de
  78. verificação)
  79. Como os blocos são extensos e foram planejados para durar uma semana de aula cada um,
  80. ao final de vários capítulos são apresentadas referências adicionais sobre os assuntos, bem como
  81. sugestões de exercícios de fixação e para exploração adicional, podendo gerar discussões em sala de
  82. aula quando houver interesse dos alunos.
  83. 2. Nota de Copyright
  84. © 2003 – Augusto César Campos. Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  4
  85. O uso deste documento é regido pela licença GNU Free Documentation License, Versão
  86. 1.1 da Free Software Foundation. Permission is granted to copy, distribute and/or modify this
  87. document under the terms of the GNU Free Documentation License, Version 1.1 or any later
  88. version published by the Free Software Foundation;
  89. 3. Conceitos básicos
  90. Antes de começar a conhecer o Linux, é hora de conhecer alguns conceitos e definições
  91. que se tornam importantes na hora de compreender as demais questões envolvidas. Embora as
  92. revistas de circulação nacional possam achar que software livre e freeware são sinônimos, cabe a
  93. você entender as diferenças de forma a melhor orientar suas escolhas.
  94. Sistema operacional: é o componente de software que faz a interface
  95. básica entre os programas do usuário e o computador, gerenciando itens como os
  96. recursos e periféricos (e. g. memória, discos, arquivos, usuários, impressoras),
  97. segurança, privilégios, comunicação e outros.
  98. Kernel: é o componente central de qualquer sistema operacional,
  99. contendo as principais tarefas de gerenciamento.
  100. Linux: é um kernel desenvolvido a partir de 1991 por Linus Torvalds (foto abaixo), unido
  101. a centenas de interessados (voluntários e empresas como a IBM, a HP e outras), capaz de rodar em
  102. múltiplas arquiteturas (do palm ao mainframe) e que, aliado a ferramentas providas por terceiros
  103. (e.g. GNU, KDE, Apache, PHP) forma um sistema operacional robusto e flexível. O sistema
  104. operacional resultante da união entre o kernel do Linux e as ferramentas de terceiros pode ser
  105. chamado de GNU/Linux ou apenas de Linux – a variação ocorre por razões ideológicas.
  106. Linus Torvalds, autor do Linux
  107. Licenças: existe uma série de termos de uso que regulamentam os softwares. Cada autor
  108. de software é livre para escolher o tipo de licença adotada: licenças comerciais, shareware, etc. A
  109. licença típica do Linux é a GPL (General Public License), que permite livre uso, alteração e
  110. redistribuição, desde que as cópias redistribuídas adotem a mesma licença do original. Outra licença
  111. típica de sistemas abertos é a BSD, que permite livre uso e redistribuição, e dá a opção para que os
  112. interessados alterem os termos da licença.
  113. Distribuição: reunião do kernel do Linux a um conjunto de software selecionado porIntrodução ao Linux – Augusto C. Campos  5
  114. terceiros, respeitando os termos de licenciamento de cada um dos componentes envolvidos.
  115. Qualquer interessado pode criar uma distribuição, mas apenas um pequeno grupo delas tem
  116. presença no mercado (o que não desqualifica as demais – algumas não tem interesse em “sucesso
  117. mercadológico”). Exemplos de distribuição: Conectiva, Red Hat, Debian, SuSE, Kurumin.
  118. Logotipo do LSB
  119. LSB: Linux Standards Base (www.linuxbase.org) . Conjunto de padrões (facultativos) aos
  120. quais as distribuições e as aplicações devem aderir de forma a facilitar o desenvolvimento de
  121. software que não seja específico de uma dada distribuição, maximizando os treinamentos, a
  122. documentação, etc.
  123. Exercícios propostos:
  124. 1. Discutir em sala de aula as diferenças existentes entre domínio público, freeware, free
  125. software/software livre e open source/código aberto.
  126. 2. Você acha que a existência de múltiplas distribuições diferentes de Linux é um ponto
  127. positivo ou negativo deste sistema operacional? (Considere que todas elas obedeçam ao
  128. padrão LSB)
  129. 3. Veja no apêndice 2 as instruções sobre como obter via internet e gravar seus próprios
  130. Cds de Linux. Você acha correto revender Cds obtidos desta forma? Por que?
  131. 4. Como sugestão de leitura adicional, um artigo do site Linux.com apresenta vários
  132. conceitos interessantes relacionados ao Linux, em inglês. Veja em
  133. http://linux.com/article.pl?sid=02/03/09/1727250
  134. 4. Uma instalação assistida
  135. Instalar o Linux pode ser uma experiência muito mais fácil do que a maior parte dos
  136. usuários imagina. Entretanto, alguns detalhes podem tornar a tarefa mais desafiadora: manter mais
  137. de um sistema operacional na mesma máquina sem prejuízos a nenhum dos dois, ou instalar o
  138. sistema em um hardware cujo fabricante não forneceu driver para o sistema.
  139. A instalação assistida será realizada com o sistema
  140. operacional SuSE Linux 8.2, e não iremos tentar manter outro
  141. sistema operacional instalado no computador. Há uma sequência de
  142. passos que serão orientados pelo instrutor no início e no final da
  143. instalação, mas a maior parte do tempo será ocupada na tarefa de
  144. ficar trocando os discos durante a instalação - enquanto você
  145. aguarda o conteúdo dos cds ser transferido para o seu computador,
  146. pode ler no final desta apostila a minha análise do SuSE Linux 8.2, cuja versão condensada foiIntrodução ao Linux – Augusto C. Campos  6
  147. publicada pela Revista do Linux em sua edição de Junho/2003.
  148. Atenção: os procedimentos abaixo instalarão o Linux sem preservar nenhum dado do
  149. seu disco rígido. Faça backup de todos os dados antes de prosseguir.
  150. O primeiro passo é verificar na BIOS do computador se ele está preparado para dar boot
  151. pelo CD, inserir o CD 1 no drive e dar o boot. Note que em poucos segundos deverá aparecer um
  152. menu de boot com várias opções – a primeira (selecionada automaticamente após alguns segundos
  153. de inatividade) continua o boot normalmente pelo sistema operacional que estiver instalado no seu
  154. disco rígido, e as demais são opções normais de instalação. Use a tecla F2 para selecionar um modo
  155. de vídeo compatível com seu equipamento, e em seguida selecione “Installation – Safe Settings” e
  156. pressione Enter.
  157. Após uma inicialização em modo texto que dura cerca de um minuto, começa a instalação
  158. em modo gráfico. Ajuste o monitor se necessário, e inicie sua interação selecionando o idioma
  159. Português Brasileiro – note que os demais controles da tela mudam automaticamente após esta
  160. seleção. Pressione Aceitar.
  161. Neste momento, o programa de instalação irá fazer uma verificação do seu sistema, e
  162. construir um conjunto de sugestões de configuração. Você pode aceitá-las ou não, mas nada será
  163. alterado em seu computador até que você pressione o botão Aceitar na tela “Configurações de
  164. Inicialização”. Dica: outras distribuições operam de maneira diferente, e vão fazendo suas
  165. alterações conforme você as solicita – procure sempre se informar sobre o modo de instalação antes
  166. de testar uma nova.
  167. Selecione o modo “Instalação nova”, o mapa de teclado “Português
  168. Brasil” (ou o “Português Brasil (Acentuação US)” se o seu teclado não tiver a
  169. tecla da cedilha) e o mouse adequado à sua configuração.
  170. Agora é a hora do particionamento. Esqueça a sugestão do sistema –
  171. no nosso treinamento, vamos poder remover todas as partições pré-existentes e
  172. criar novas. Acompanhando as instruções dadas pelo instrutor, entre na opção “Criar configuração
  173. de partição customizada”, selecione o disco rígido correto e pressione o botão “Use o disco rígido
  174. inteiro”. O sistema irá criar uma nova sugestão de particionamento, para remover todas as partições
  175. pré-existentes e criar duas novas – uma para o swap (memória virtual) e outra para os dados.
  176. Acompanhe com o instrutor a operação de, através da opção “Particionamento definido
  177. pelo usuário”, remover a partição “/” e em seu lugar criar duas outras partições: “/” e “/home”, cada
  178. uma com metade do espaço disponível, formatados com o sistema de arquivos Reiser. Existem
  179. muitas variáveis a considerar no momento de definir o particionamento de uma máquina usada em
  180. produção, mas elas serão vistas mais à frente.
  181. Dica: ao contrário do que ocorre em outros sistemas operacionais típicos de PCs, os
  182. diretórios do Linux possuem uma única raiz, representada por uma barra normal “/”. Outros
  183. dispositivos aparecem como ramos desta árvore – por exemplo, o seu CD-ROM pode ser visto
  184. como o diretório /media/cdrom, e não como uma nova raiz (ex: “D:\”).
  185. A seleção de softwares definida automaticamente pelo sistema é suficiente para o
  186. treinamento. Entretanto, acompanhe a apresentação do instrutor sobre o uso do seletor de pacotes
  187. (que pode ser usado também após o sistema já estar instalado) e inclua para instalação o software
  188. “mc” e os pacotes de configuração do ambiente para o nosso idioma, de acordo com as instruções
  189. que serão dadas.
  190. Agora pressione Aceitar, confirme a operação e aguarde um bom tempo enquanto o
  191. sistema formata e copia dados dos CDs. É uma boa hora para assistir às dicas exibidas durante a
  192. instalação do CD 1, tirar dúvidas com o instrutor ou ler os apêndices desta apostila, mas fique
  193. atento aos momentos em que você precisará trocar as mídias! Note tambpem que entre o CD 1 e o
  194. CD 2 ocorre um boot do sistema.Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  7
  195. Após a leitura dos pacotes do CD 3 (a seleção default não usa softwares dos Cds 4 e 5) o
  196. sistema irá fazer algumas perguntas.
  197. A primeira delas é a senha para o administrador do sistema. Em situações normais você
  198. deveria levar em conta a política de senhas de sua organização, mas durante o treinamento
  199. certifique-se de escolher uma senha simples, de forma a lembrar dela até o último dia de aula.
  200. Em seguida surge a tela de configuração de dispositivos – configure a rede de acordo com
  201. as políticas de sua rede local, conforme as instruções do orientador. Não esqueça de configurar o
  202. servidor de nomes e o gateway padrão. Após confirmar a operação, configure também o endereço
  203. do seu servidor proxy, também de acordo com as políticas de sua rede e segundo as orientações do
  204. instrutor.
  205. Quando o sistema perguntar se há necessidade de testar conexão com a internet, responda
  206. que não. Este teste poderia levar ao download de drivers adicionais, fontes TrueType extras e
  207. atualizações, mas demora tempo demais para ser feito durante um curso – não deixe de fazê-lo
  208. quando estiver instalando uma máquina de produção!
  209. Na tela “Método de autenticação do usuário”, a escolha óbvia para um curso é “Máquina
  210. Stand-alone”, pois queremos ter estações de trabalho completamente independentes umas das
  211. outras. Entretanto, observe as demais opções disponíveis: as autenticações via serviços NIS, NIS+ e
  212. LDAP permitem ter uma base de dados de usuários centralizada na rede da organização, e os
  213. usuários utilizarem um único login e senha para todos os serviços sem complicação.
  214. Agora crie ao menos um usuário local. Os campos obrigatórios são o nome, o login e a
  215. senha. A opção “Receber Correio do System”, se habilitada, indica que este usuário deve receber
  216. cópias de todos os e-mails gerados pela administração do sistema (geralmente reservados apenas ao
  217. usuário root). Se fosse necessário alterar as demais configurações do usuário (grupos, ID numérico,
  218. diretório pessoal), bastaria clicar no botão “Detalhes”. O botão “Configurações de senha” permite
  219. configurar os prazos de expiração da senha do usuário.
  220. Após ler as notas de lançamento da versão, o sistema mostra os periféricos reconhecidos
  221. automaticamente, sugere configurações default e permite alterações. Todas estas configurações
  222. podem ser alteradas após a instalação também, mas é importante garantir que a placa gráfica e o
  223. monitor estejam configurados corretamente, para evitar problemas após o boot. Use a função de
  224. teste disponível nesta tela, para não ter problemas depois. Dica: se o teste falhar, você pode acelerar
  225. o retorno à tela de configuração pressionando Control+Alt+Backspace.
  226. Agora é só completar a instalação. Em alguns segundos você será levado a uma breve
  227. inicialização e à tela de login em modo gráfico.
  228. 5. Usando o ambiente
  229. Após uma instalação normal do Linux, você será levado a uma tela de logon em modo
  230. gráfico, onde deverá preencher seu login e senha, além de opcionalmente escolher qual será o seu
  231. ambiente gráfico, caso tenha instalado mais de um.
  232. Após preencher os campos, você será levado ao KDE, um ambiente gráfico amigável e
  233. completo, dispondo da maior parte das ferramentas comuns a outros ambientes gráficos
  234. contemporâneos. Note que o ambiente estará configurado em Português Europeu – logo
  235. aprenderemos a selecionar o nosso idioma.Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  8
  236. A imagem acima mostra uma visão geral do ambiente default do KDE no SuSE Linux 8.2.
  237. A área 1 é ocupada por ícones de dispositivos e programas, a área 2 é o menu do sistema, e a área 3
  238. é o Kicker, ou barra de tarefas. Vamos analisá-los em ordem decrescente.
  239. O kicker ou barra de tarefas
  240. O kicker possui uma série de recursos para dar fácil acesso a itens usados com freqüencia e
  241. exibir o estado do sistema. Ele é altamente configurável, mas a configuração default é um bom
  242. exemplo do que ele pode fazer.
  243. Da esquerda para a direita, temos dois botões que dão acesso a menus do sistema, 6 botões
  244. de diretórios ou aplicações (diretório de documentos, diretório pessoal, shell, documentação,
  245. navegador web e e-mail), o paginador que dá acesso às áreas de trabalho virtuais, botões
  246. identificando as janelas abertas, uma área de botões que controlam aplicativos em execução, o
  247. relógio e um botão para “encolher” o kicker.
  248. Você pode redimensionar o kicker arrastando sua borda superior, da mesma forma que
  249. usaria para redimensionar qualquer outra janela do sistema. Outras opções (posição, aparência e
  250. comportamento) podem ser selecionadas clicando com o botão direito do mouse sobre qualquer
  251. área vazia do painel.
  252. Exercícios propostos:
  253. 1. altere a altura do seu kicker, observando o efeito sobre os botões.
  254. 2. Troque alguns botões de posição.
  255. 3. Crie um novo botão, associado à calculadora KcalcIntrodução ao Linux – Augusto C. Campos  9
  256. O menu do sistema
  257. O menu do KDE dá acesso à maioria das aplicações instaladas juntamente com o SuSE
  258. Linux. Quando você remove ou adiciona uma aplicação fornecida pela própria SuSE, o menu é
  259. atualizado automaticamente. Parece uma afirmação óbvia, mas nem todas as distribuições de Linux
  260. oferecem este serviço.
  261. As aplicações estão agrupadas conforme seu uso: os grandes grupos são Escritório,
  262. Gráficos, Internet, Jogos, Multimídia e Sistema. Cada um deles se divide em subgrupos, conforme a
  263. necessidade. Infelizmente, as aplicações são identificadas apenas pelo seu nome, e não pela sua
  264. tarefa – assim, pode ficar difícil adivinhar que o Kopete é um cliente de ICQ, ou que o XMMS é um
  265. player de MP3.
  266. Opções adicionais, como Favoritos e Navegador, dão acesso rápido a várias partes
  267. importantes do sistema, inclusive os arquivos de configuração da maior parte dos serviços – mas
  268. lembre-se de que apenas o usuário root tem permissão para alterá-los.
  269. No topo do menu ficam as opções de acesso aos aplicativos recentemente executados. Na
  270. base, o gerenciamento de sessão, que permite bloquear a tela, iniciar um segundo ambiente gráfico
  271. simultâneo, ou encerrar a sua sessão.
  272. Exercícios propostos:
  273. 1. Crie uma segunda sessão do KDE sem encerrar a atual.
  274. 2. Alterne entre as sessões utilizando as teclas Ctrl+Alt+F7 e Ctrl+Alt+F8.
  275. 3. Aproveite para conhecer as sessões em modo texto, pressionando Ctrl+Alt+F1 a
  276. Ctrl+Alt+F6.
  277. 4. Altere o wallpaper em uma das sessões gráficas, e verifique o efeito sobre a outra.
  278. 5. Encerre a segunda sessão através do menu.
  279. Os ícones do sistema
  280. Você pode criar e remover ícones à vontade, como faz em qualquer outro sistema
  281. operacional moderno. Os ícones originais do sistema dão acesso aos dispositivos de armazenamento
  282. reconhecidos automaticamente pelo sistema (discos rígidos, disquetes, Cds, webcams...), à
  283. impressora, à apresentação do SuSE e ao OpenOffice.
  284. O ícone do OpenOffice merece atenção especial, porque na primeira vez em que é
  285. utilizado, faz a configuração do aplicativo automaticamente. Quando isto acontecer, e o sistema
  286. exibir a janela “Address Data Source AutoPilot”, pressione “Cancel”. Sim, o OpenOffice fornecido
  287. é em inglês, embora exista uma versão em português para download em www.openoffice.org.br.
  288. Exercícios propostos:
  289. 1. Crie um documento simples no OpenOffice, e grave-o com o nome de teste.sxw
  290. 2. Utilizando o ícone de sua unidade de CD, veja o conteúdo do CD 1 do SuSE. Em
  291. seguida, ejete-o.
  292. 3. Crie um ícone para a calculadora Kcalc. Dica: o executável dela é /opt/kde3/bin/kcalc.
  293. 6. Configurando o idioma
  294. Você já deve ter notado que o ambiente gráfico está todo em português europeu, e tarefas
  295. simples como a visualização prévia de um documento acabam virando “Antevisão em editor de
  296. texto avançado embebido”. Felizmente a conversão para a nossa língua pátria é tarefa simples, e
  297. serve também como um primeiro contato com o Centro de Controle. Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  10
  298. No menu do sistema, selecione o “Centro de Controlo” e aguarde o surgimento da janela
  299. exibida na figura acima. Nela, clique em “Regional e Acessibilidade”, e depois em “País/Região e
  300. Lingua”. Note que o sistema está configurado para Portugal... Como durante a instalação tivemos o
  301. cuidado de selecionar os pacotes do nosso idioma, basta trocar o campo País para Brasil, e o
  302. Português Brasileiro surge na tela, conforme a figura abaixo.
  303. Esta é uma das poucas alterações que exigem o reinício do ambiente gráfico (note que não
  304. é necessário fazer reboot) para se tornarem efetivas. Encerre sua sessão e faça novamente o logon, e
  305. você deverá ver os menus e opções dos programas em um idioma bem mais familiar.Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  11
  306. 7. Os aplicativos para usuários
  307. A intenção deste capítulo é fazer um rápido tour para demonstrar que a usabilidade dos
  308. bons aplicativos para usuários do Linux não tem nada de muito diferente em relação aos demais
  309. aplicativos que você tenha visto recentemente. Vamos passear por algumas das aplicações
  310. instaladas nos nossos computadores e verificar se elas são mais complexas ou menos funcionais.
  311. Comecemos pela calculadora, acessível através do menu Escritório / Calculation / Kcalc.
  312. Interaja com ela, faça contas básicas e avançadas. Simples, não?
  313. Agora vamos navegar rapidamente pelos diretórios do sistema. Em breve teremos uma aula
  314. específica sobre o que significa cada um dos diretórios e arquivos, mas agora preocupe-se apenas
  315. em abrir o navegador através do ícone da Casa no seu kicker, e em navegar através dos diretórios do
  316. seu sistema. Note como a navegação é simples, e a estrutura de diretórios e arquivos em árvore é
  317. bastante similar ao que você já conhecia.
  318. Agora vamos a um editor de textos simples, estilo bloco de notas. Abra o Kate, em
  319. Escritório / Editors / Kate. Escreva algumas linhas, grave seu documento. As funções não estão
  320. onde você esperaria que estivessem? Os aplicativos do Linux não são tão complicados como você
  321. ouviu falar, afinal... Se você for programador, vá em Ferraments / Modo de destaque e selecione a
  322. sua linguagem favorita. Agora escreva algumas linhas de código, e veja que o Kate é capaz de
  323. demarcar a sintaxe de diversas linguagens corretamente – este pequeno editor tem vários truques na
  324. manga!
  325. Explore os demais menus, guiado pelo instrutor. Conheça o navegador web, o cliente de e-
  326. mail, veja o processador de textos e a planilha, e tenha uma boa noção do que está disponível atrás
  327. de cada opção do menu.
  328. 8. Comandos em modo texto na shell
  329. Talvez você já tenha ouvido falar que o uso do Linux exige o domínio de comandos emIntrodução ao Linux – Augusto C. Campos  12
  330. modo texto, ou que ele é feio, lento e desajeitado. A segunda parte já deixou de ser realidade faz
  331. tempo, e a primeira vem se tornando cada vez menos real.
  332. Na administração de servidores, certamente o domínio do modo texto é uma grande
  333. necessidade – muitos servidores operam completamente sem modo gráfico, para poupar recursos de
  334. processamento. No desktop, entretanto, a maior parte das tarefas suportadas já pode ser feita
  335. completamente sem interação em modo terminal, e a shell (similar ao “Prompt de comandos” nos
  336. sistemas da Microsoft) é mantida mais para conveniência dos usuários experientes (que certamente
  337. conseguem fazer através dela operações completamente inacessíveis em modo gráfico) do que
  338. como um recurso para os usuários comuns.
  339. Entretanto, ao seguir instruções de manuais ou de artigos de revista, muitas vezes será
  340. necessário recorrer à shell – como ela varia pouco entre as diversas distribuições de Linux,
  341. normalmente a documentação a usa como base em seus exemplos. Eis porque teremos alguma
  342. interação com a shell neste curso introdutório.
  343. Para abrir seu terminal shell, pressione o ícone da concha em frente a um monitor no seu
  344. Kicker. Ao contrário do que ocorre nos prompts de comandos de outros sistemas operacionais, a
  345. janela da shell pode ser redimensionada como qualquer outra – a sua geometria se adapta ao
  346. tamanho selecionado.
  347. A opção “Preferências” do menu da shell permite personalizar vários itens do aspecto da
  348. shell. Em “Fonte” você pode mudar a codificação e o tamanho dos caracteres. Em “Teclado” pode-
  349. se mudar o protocolo de comunicação oferecido pela shell (Dica: isto pode resolver problemas de
  350. acentuação ou de caracteres estranhos aparecendo em programas antigos). Em “Esquema” muda-se
  351. o conjunto de cores e a aparência geral do terminal. A opção “Sessão”, no menu principal, permite
  352. abrir vários prompts adicionais na mesma janela, e aí você pode alternar entre eles através dos
  353. botões criados na barra de status.
  354. Os comandos básicos
  355. Não vamos nos fixar em comandos em modo texto neste curso, mas alguns podem ser
  356. importantes, principalmente para usuários com conhecimento das interfaces via comando de outros
  357. sistemas operacionais. Note que todas as operações abaixo podem ser efetuadas de maneira intuitiva
  358. através de uma interface tipo “Explorer” acessível através do botão em formato de casa no Kicker.Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  13
  359. Para exibir a lista de arquivos, o comando é o ls. Usado sem nenhum parâmetro, ele exibe
  360. apenas os nomes dos arquivos do diretório corrente – para ver uma listagem mais abrangente, com
  361. informações adicionais além dos nomes, use ls -la. Você pode acrescentar um parâmetro extra para
  362. indicar o nome do diretório do qual você deseja ver o conteúdo: ls -la /etc/init.d irá mostrar o
  363. conteúdo do diretório  /etc/init.d.
  364. Para ver o conteúdo de um arquivo via shell, use o comando less. Exemplo: less
  365. /etc/inittab. Uma vez “dentro” do less, você pode sair pressionando a tecla “q”. A tecla “/” permite
  366. procurar por palavras, e a navegação ocorre pelas teclas tradicionais – setas, page up, etc. A tecla
  367. “h” exibe uma referência dos demais comandos do less.
  368. Quando precisar digitar o nome de um arquivo, você pode utilizar a tecla TAB para
  369. completá-lo. Por exemplo, para se quiser usar o comando less /etc/protocols, você pode digitar
  370. apenas less /etc/prot e então pressionar TAB – e o shell completará a digitação para você. Para
  371. limpar a tela, use Control+L. Para repetir comandos anteriores, use as teclas de setas – e para
  372. localizar comandos similares, use Page Up.
  373. Para mudar o diretório corrente, use o comando cd, como no exemplo: cd /usr/local.
  374. Usuários acostumados ao MS-DOS vão notar que o comando CD sem parâmetros não faz o que
  375. eles estão acostumados – ele retorna ao diretório pessoal do usuário, e não exibe o nome do
  376. diretório corrente. Para exibir o nome do diretório corrente, use pwd.
  377. Para criar um diretório, use mkdir. Exemplo: mkdir teste123. Para excluir um diretório
  378. vazio, use rmdir, como no exemplo: rmdir teste123.
  379. Para editar arquivos em modo texto, existem várias opções, desde o tradicional editor vi até
  380. alternativas mais simples (e menos poderosas) como o pico. Para editar o arquivo exemplo.txt com
  381. o pico, digite pico exemplo.txt. Dentro do pico, use as teclas Control+o para gravar, e Control+x
  382. para sair.
  383. Para renomear ou mover um arquivo, use o comando mv. Por exemplo, para transformar
  384. seu arquivo exemplo.txt em exercicio.txt, digite mv exemplo.txt exercicio.txt. Se você quisesse
  385. movê-lo para o diretório teste123, previamente criado, o comando seria similar: mv exemplo.txt
  386. teste123.
  387. Para copiar um arquivo, use o comando cp, com a mesma sintaxe do mv: cp exemplo.txt
  388. exercicio.txt, ou  cp exemplo.txt teste123
  389. Para apagar um arquivo, use o comando rm. Exemplo: rm  exemplo.txt
  390. Virando root
  391. Eventualmente você terá necessidade de emitir comandos específicos do administrador do
  392. sistema (o usuário root). Para tornar-se o usuário root dentro de uma sessão shell, use o comando
  393. “su -” ou “sux -”. O segundo é específico da distribuição SuSE, e permite que o
  394. usuário root possa inclusive iniciar aplicações gráficas a partir de sua shell.
  395. Você pode usar também o comando su sem parâmetro nenhum, mas aí
  396. os scripts de inicialização do usuário não serão executados, e você poderá sentir
  397. falta de alguns recursos presentes nele (como a reconfiguração da variávelIntrodução ao Linux – Augusto C. Campos  14
  398. PATH, por exemplo).
  399. Para retornar à situação pré-root, use o comando exit ou pressione Control+d.
  400. Exercícios propostos
  401. 1. Usando sua shell pessoall, tente exibir o conteúdo do arquivo /etc/shadow com o
  402. comando less /etc/shadow. Em seguida torne-se o root e tente o mesmo comando,
  403. comparando os resultados obtidos.
  404. 2. Compare os efeitos do comando “su” e “su -” sobre o diretório corrente (que você pode
  405. aferir através do comando pwd). Como você explicaria a diferença?
  406. 3. Você acha segura a abordagem de segurança em que o usuário administrador do sistema
  407. tem acesso irrestrito a todos os recursos? Conhece modelos alternativos? Discuta o tema
  408. em sala de aula.Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  15
  409. 9. A árvore de diretórios
  410. O Linux tem uma estrutura de diretórios peculiar, objeto de uma série de padronizações e
  411. similar à que pode ser encontrada em versões comerciais de Unix. Alguns dos diretórios básicos do
  412. sistema merecem ser mencionados até mesmo em um curso introdutório, pois ajudam a entender
  413. melhor como o Linux funciona.
  414. Acompanhe esta aula através do seu gerenciador de arquivos – no menu do KDE, selecione
  415. Navegador rápido / Diretório raiz / Abrir no gerenciador de arquivos. Você verá uma tela
  416. similar à da Figura abaixo, mostrando o nível inicial da árvore de diretórios de sua máquina. Nesta
  417. janela. Use o menu Ver / Modo de Visão para selecionar o tipo de visualização que você prefere –
  418. ícones, detalhes, árvore...
  419. Os diretórios de binários
  420. Os diretórios de binários contém comandos e programas executáveis. A palavra “binários”
  421. não deve ser tomada ao pé da letra – vários programas são em linguagens interpretadas (como Perl e
  422. bash) e estão gravados em formato textual. Os principais são o /bin e o /sbin, mas existem outros
  423. dentro de áreas como o /usr e o /opt, como veremos adiante. A diferença entre o /bin e o /sbin é que
  424. no último devem ficar todos os comandos e programas necessários durante o boot da máquina –
  425. portanto, ele deve sempre residir no mesmo disco ou partição que o diretório raiz.Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  16
  426. O diretório de configuração
  427. Os arquivos de configuração dos diversos serviços instalados na sua máquina devem
  428. preferencialmente residir no /etc. Ele também precisa estar no seu diretório raiz, por ser necessário
  429. durante o boot.
  430. O diretório de boot
  431. No /boot residem os arquivos estáticos necessários ao processo de boot do kernel, inclusive
  432. o próprio kernel e eventualmente uma imagem de disco virtual contendo drivers para os primeiros
  433. estágios da inicialização. De modo geral ocupa menos de 10MB, e pode estar em uma partição
  434. separada – algumas BIOS antigas podem exigir que este diretório esteja gravado no início do disco
  435. rígido.
  436. O diretório de dispositivos
  437. O /dev abriga arquivos que virtualizam todos os dispositivos de entrada e saída – terminais,
  438. teclado, portas seriais e paralelas, teclado e até mesmo os próprios discos.
  439. O diretório de bibliotecas
  440. As bibliotecas compartilhadas essenciais (equivalentes às DLLs do mundo Windows) das
  441. aplicações e os módulos do kernel ficam gravadas no /lib.
  442. Os pontos de montagem de mídias removíveis
  443. Quando você acessa um CD, disquete ou mesmo um disco
  444. compartilhado via rede, ele se torna integrante (diz-se que ele foi “montado”)
  445. do diretório /mnt ou /media. Seu disquete, após montado, pode ser visualizado
  446. em /mnt/floppy; o CD pode vir a ser lido em /media/cdrom.
  447. Diretórios pessoais
  448. O diretório pessoal do usuário root é o /root. Os demais diretórios
  449. pessoais devem estar sempre dentro do /home.
  450. O indicador de status
  451. O diretório /proc é virtual – ele não ocupa espaço físico real nos seus discos ou na
  452. memória. Seus arquivos servem como ponto de acesso para uma série de variáveis e recursos do
  453. sistema. Por exemplo, se você acessar o conteúdo do arquivo (virtual) /proc/cpuinfo verá
  454. informações sobre os processadores da sua máquina.
  455. Os diretórios de variáveis
  456. Logs, filas de impressão e de e-mail e outros arquivos mantidos dinamicamente pelo
  457. sistema são armazenados no /var. Já no /tmp são armazenados apenas arquivos temporários.
  458. A segunda hierarquia
  459. Dentro do diretório /usr nasce uma segunda hierarquia, idêntica à anterior. Dentro do
  460. /usr/bin, por exemplo, pode residir o mesmo tipo de arquivos que residiria no /bin – desde que nãoIntrodução ao Linux – Augusto C. Campos  17
  461. sejam necessários durante o boot. Eventualmente pode haver mais um terceiro nível, dentro de
  462. /usr/local. As razões por trás das hierarquias adicionais são históricas, mas elas permitem manobras
  463. interessantes, como a gravação em mídias protegidas contra gravação, ou o compartilhamento de
  464. um mesmo diretório /usr por uma série de computadores ligados em rede. Alguns conteúdos
  465. interessantes podem ser encontrados por padrão dentro da hierarquia do /usr – um exemplo é a
  466. documentação dos pacotes instalados, que deve residir em /usr/share/docs.
  467. Outros diretórios
  468. Outros diretórios podem existir na sua árvore sem violar o padrão. O SuSE Linux usa
  469. extensivamente o /opt, por exemplo, para instalação de árvores de diretórios adicionais criadas por
  470. pacotes específicos, como o KDE  e o OpenOffice.
  471. Quem garante?
  472. E quem garante que cada distribuição de Linux vá obedecer aos padrões existentes?
  473. Ninguém. Mas os usuários esperam isso – desrespeitar os padrões significa que softwares
  474. desenvolvidos levando em conta os padrões existentes não irão funcionar na sua distribuição.
  475. O desrespeito aos padrões pode levar a problemas sérios: uma versão relativamente antiga
  476. de uma distribuição de Linux bastante usada no Brasil gravava seu arquivo de definição de fusos
  477. horários dentro do diretório /usr. Quando algum administrador de sistemas experiente optava por
  478. gravar o diretório /usr em uma partição ou disco separado (respeitando o padrão), o arquivo deixava
  479. de estar disponível durante o boot. Resultado? Um erro difícil de identificar, que resultava em
  480. problemas principalmente durante o horário de verão.
  481. Assim, as distribuições que desejam participar do mercado corporativo tendem a aderir aos
  482. padrões, evitando causar problemas desnecessários aos administradores. Distribuições
  483. desenvolvidas para objetivos acadêmicos ou por hobby podem se dar ao luxo de criar seus próprios
  484. padrões.
  485. Para conhecer melhor os padrões, visite:
  486. ï www.linuxbase.org
  487. ï www.pathname.com/fhs
  488. ï www.li18nux.net
  489. 10.A documentação
  490. O Linux é fornecido com grande volume de documentação. Bons manuais são o diferencial
  491. das distribuições mais orientadas ao mercado corporativo, mas também estão disponíveis junto às
  492. distribuições “livres” e até mesmo em produções independentes.
  493. O SuSE Linux 8.2 vem acompanhado de dois manuais impressos, sendo um deles voltado
  494. para a administração do sistema e o outro voltado ao usuário. Como seria de se esperar em um
  495. produto vindo do software livre, o conteúdo dos manuais vem gravado nos Cds e é instalado
  496. juntamente com o sistema, podendo ser acessado através do ícone da bóia salva-vidas no seu kiosk.
  497. No mesmo ícone você encontra pontos de acesso a uma série de outros itens de
  498. documentação que são instalados junto com o seu sistema: os manuais (man) dos comandos, o guia
  499. do usuário do KDE,  guias para desenvolvedores, e muito mais.Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  18
  500. Boa parte da documentação pode ser acessada também através do modo
  501. texto. Para ler o manual de um comando qualquer, use o comando man. Por exemplo,
  502. para ler o manual do comando cp, use man cp. Alguns comandos mais “modernos”
  503. não dispõem de manuais no antigo formato man, e para eles usa-se o comando info -
  504. exemplo: info less. Outros comandos ainda possuem documentação através do
  505. sistema help – exemplo: help pwd.
  506. Existe muita documentação disponível na Internet, também. Em português pode-se contar
  507. com:
  508. ï Os manuais e guias da Conectiva: http://www.conectiva.com.br/cpub/pt/doc
  509. ï FAQ:  http://www.conectiva.com.br/cpub/pt/suporte/perguntaserespostas.php
  510. ï Guia Foca Linux: http://focalinux.cipsga.org.br/
  511. ï Tutoriais Linux in Brazil: http://artigos.br-linux.com/
  512. além de muitos outros sites. Já em inglês, as dicas básicas são o Linux Documentation
  513. Project (www.tldp.org) e a área Linux do Google (www.google.com/linux).
  514. Se você preferir participar interativamente, perguntando e respondendo, uma sugestão é
  515. assinar a lista linux-br (instruções em http://linux-br.conectiva.com.br/ - note que apesar da URL,
  516. não se trata de uma lista exclusiva sobre o Conectiva Linux) ou participar de fóruns online como o
  517. br-linux.com ou o www.underlinux.com.br.
  518. Para informações específicas sobre a SuSE, o site brasileiro é www.suse-brasil.com.br, e o
  519. internacional é www.suse.com. Eles tem instruções sobre como assinar as listas de e-mail
  520. relacionadas a seus produtos.
  521. 11.Administração do sistema
  522. Todo sistema operacional precisa de administração, em maior ou menor grau. Há
  523. necessidade de manter atualizadas as contas e senhas de usuários, gerenciar a ocupação dos discos,
  524. dimensionar a quantidade de tarefas em execução simultânea, manter a comunicação com os
  525. periféricos e com a rede, e muito mais.
  526. As ferramentas fornecidas para administração do sistema servem como um dos principais
  527. diferenciais entre as distribuições – algumas oferecem alternativas que de tão automatizadas
  528. chegam a ser intrusivas, enquanto outras limitam-se ao mínimo necessário.
  529. O “mínimo necessário”, no caso, pode ser um editor de texto capaz de alterar os arquivos
  530. de configuração do Linux – seguindo a tradição do mundo Unix, a absoluta maioria dos softwares
  531. para Linux pode ser configurada a partir de arquivos texto. E as ferramentas intrusivas são aquelas
  532. que sobrescrevem estes arquivos de configuração sem considerar alterações eventualmente
  533. inseridas de forma manual pelo administrador do sistema.
  534. Cada distribuição de Linux oferece a sua própria ferramenta de administração, e todas têm
  535. suas vantagens e problemas. Algumas ferramentas de administração são desenvolvidas de forma
  536. independente de qualquer distribuição, e podem ser instaladas com relativa facilidade em qualquer
  537. sistema. Um exemplo desta categoria é o Webmin, que permite o gerenciamento remoto via
  538. navegador web, com uma interface como a da figura abaixo:Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  19
  539. Os módulos do webmin têm interfaces avançadas e simples de usar. Veja como funciona a
  540. inclusão de um usuário:
  541. Este foi apenas um exemplo, mas há uma série de outras ferramentas disponíveis para esta
  542. mesma função. Neste curso, entretanto, iremos concentrar nosso foco no YaST, a ferramenta de
  543. administração que acompanha o SuSE Linux.Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  20
  544. O YaST
  545. O YaST é uma interface de gerenciamento completamente gráfica, mas que também
  546. oferece uma interface em modo texto para facilitar a administração remota (via ssh ou telnet) e a
  547. administração de servidores sem modo gráfico.
  548. A tela inicial do YaST exibe à esquerda os ícones dos grupos de serviços gerenciáveis pelo
  549. YaST, e à direita os ícones do grupo default, que é o do gerenciamento de software. Note na figura
  550. a abrangência dos grupos: Software, Hardware, Rede, Segurança, Usuários, Sistema e Diversos.
  551. Vamos agora visitar os principais grupos. Como se trata de experiência interativa, a
  552. apostila não irá abordar as configurações individualmente – acompanhe as exposições juntamente
  553. com o instrutor.
  554. Gerenciamento de usuários e segurança
  555. Vamos iniciar pelo gerenciamento de usuários, disponível no grupo “Segurança e
  556. usuários”. O ícone “Editar e criar usuários” permite visualizar a listagem dos usuários do seu
  557. sistema, alterá-los, excluí-los e até mesmo incluir novos. Usuários experientes de Linux vão notar
  558. que o sistema, por default, exibe apenas a listagem dos usuários locais. Utilizando a opção
  559. “Configurar Filtro” você pode exibir também os usuários administrativos do sistema, como o root e
  560. o nobody – mas não os altere a não ser que tenha boa razão para isto! Acompanhe o instrutor nas
  561. operações de criação, alteração e exclusão de usuários, e veja também as opções avançadas,
  562. inclusive a criptografia utilizada nas senhas (DES, MD5 e Blowfish) e a fonte utilizada na
  563. autenticação (arquivos locais, NIS, NIS+ e LDAP).Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  21
  564. O ícone “Configurações de segurança” permite definir o nível de segurança usado na
  565. máquina, variando de 1 (estação de trabalho doméstica) a 3 (servidor de rede). Pode-se também
  566. alterar detalhes individualmente, incluindo o tratamento de senhas, das teclas Ctrl+Alt+Del, da
  567. possibilidade de shutdown para usuários comuns, do método utilizado para login, do gerenciamento
  568. de arquivos e outros.
  569. Acesso a rede
  570. O grupo “Dispositivos de rede” permite configurar as suas interfaces, inclusive ADSL,
  571. modems, placas de rede, Fax, secretária eletrônica e ISDN. A maior parte dos dispositivos de rede
  572. comuns são detectados automaticamente, e o uso dos ícones deste grupo em geral limita-se a
  573. configurações de software – detalhes da discagem para provedores Internet, ou a configuração do IP
  574. da sua placa de rede.
  575. Clique no ícone da placa de rede para fazer a configuração IP. Caso ela não apareça na lista
  576. de dispositivos já configurados, pressione o botão Configurar e informe os dados solicitados; caso
  577. contrário, pressione Modificar, selecione Editar  e veja uma tela como a da figura abaixo:
  578. Nela você pode selecionar a configuração automática (se sua rede contar com servidor
  579. DHCP) ou informar manualmente dados como o endereço IP, a máscara, o endereço do servidor
  580. DNS e o Gateway padrão.
  581. Serviços de rede
  582. Este é um grupo que vem crescendo a cada nova edição do SuSE Linux. Ainda não é
  583. possível configurar os serviços de rede mais avançados (como o Apache e o Samba) por aqui, mas
  584. tudo indica que logo teremos esta comodidade.
  585. Entre os serviços já disponíveis neste grupo, temos os diversos autenticadores de redeIntrodução ao Linux – Augusto C. Campos  22
  586. (NIS, NIS+, LDAP, Kerberos), configurações relacionadas a serviços de nomes (definições de
  587. nomes locais e arquivo de hosts, acesso a servidor DNS), compartilhamento de arquivos via NFS,
  588. roteamento, acesso a proxy, acesso a e-mail e serviços de rede (inetd). Os dois últimos, por serem
  589. mais complexos, serão vistos com mais detalhes.
  590. Quanto ao serviço de e-mail, visto na figura acima, a primeira escolha é quanto ao tipo de
  591. conexão. Em conexões discadas, o servidor de e-mail acumula as mensagens, e elas só são enviadas
  592. quando explicitamente solicitado pelo administrador de sistemas. Neste passo pode-se também
  593. habilitar o uso de um antivírus no servidor. Em seguida, pode-se especificar um servidor (“relay”)
  594. de saída, para os casos em que se deseja rotear todo o e-mail através de um servidor remoto (com
  595. suporte inclusive a mascaramento e autenticação SMTP), e pode-se também habilitar a recepção de
  596. e-mail remoto (inclusive através de servidores POP e IMAP de outros provedores, e com suporte a
  597. apelidos e a domínios virtuais).Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  23
  598. Já quando se trata dos serviços de rede (inetd), a explicação tem que ser um pouco mais
  599. detalhada. O inetd é um serviço especial, cuja principal tarefa é monitorar as interfaces do sistema e
  600. iniciar automaticamente os demais servidores (exemplo: FTP, IMAP, POP) quando detecta alguma
  601. requisição externa.
  602. Através do seu ícone no YaST, o administrador pode ativar o inetd (na verdade trata-se de
  603. um software chamado de xinetd) e configurar em uma interface como a da figura acima quais os
  604. serviços que serão providos através dele. No caso de serviços cujo software correspondente não
  605. tenha sido instalado, a ativação gera automaticamente uma requisição de instalação do software
  606. necessário, a partir dos Cds do sistema. Por exemplo, se você deseja que seu computador aceite e
  607. suporte conexões via FTP, basta ativar o xinetd e usar o botão “Toggle Status” para ativar o serviço
  608. correspondente.
  609. Hardware
  610. No grupo Hardware encontramos as ferramentas de suporte à configuração dos diversos
  611. dispositivos suportados pelo YaST. Note que há dispositivos suportados e reconhecidos
  612. automaticamente pelo SuSE Linux mas que não possuem opção de configuração pelo YaST –
  613. exemplos disso são as câmeras digitais e webcams.Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  24
  614. O ícone Informação de Hardware mostra uma lista dos dispositivos reconhecidos pelo
  615. sistema, mesmo que não tenham sido configurados automaticamente. Veja na figura acima um
  616. exemplo, com o primeiro nível de detalhe sobre a CPU, o disco e a placa de vídeo. O segundo nível
  617. de detalhe, não mostrado na figura, exibe uma quantidade surpreendente de informações sobre o
  618. equipamento.
  619. O ícone Modo IDE DMA permite ligar ou desligar o acesso de alta velocidade aos
  620. dispositivos IDE (discos rígidos, unidades de CD). De modo geral, a única razão para desligar o
  621. modo DMA (que garante velocidades bem superiores) é na existência de problemas de
  622. compatibilidade com dispositivos antigos.
  623. O ícone da placa de vídeo o monitor permite selecionar a resolução, profundidade de cores
  624. e aceleração 3D de seu equipamento – ou colocá-lo em modo texto definitivamente. Além disso
  625. pode-se utilizar o suporte a múltiplos monitores simultâneos, quando o hardware suportar esta
  626. configuração. Se em algum teste você descobrir que seu micro não dá mais boot em modo gráfico,
  627. use o comando “SaX2 -l” (é um L minúsculo, e não o número 1) no modo texto para reconfigurar.
  628. Exercício proposto:
  629. 1. Usando o ícone Informação de Hardware, compare a sua configuração com a dos demais
  630. colegas de treinamento, identificando diferenças reconhecidas pelo sistema.
  631. Sistema
  632. Esta opção é específica para usuários avançados. Os módulos permitem a configuração do
  633. boot do sistema, criar disquete de boot ou de resgate, escolher o idioma básico utilizado pelo YaST
  634. e pelos aplicativos, fazer e restaurar backups simples, reparticionar e configurar volumes lógicos
  635. (LVM) alterar o fuso horário e o mapa do teclado.
  636. Algumas opções merecem destaque, embora não sejam objeto deste curso introdutório. A
  637. primeira delas é o Gerenciador de Perfil, que permite arquivar múltiplas configurações para uma
  638. mesma máquina – pense em um notebook que pode ser usado em mais de uma rede com
  639. configurações completamente diferentes, ou em uma máquina usada em treinamentos que precisa
  640. ser servidor de manhã e estação de trabalho à tarde.
  641. O editor de runlevel permite definir quais serviços irão ser executados em sua máquina. A
  642. explicação sobre os diversos níveis de execução (runlevels) será dada mais adiante, mas através
  643. deste editor pode-se definir qual o runlevel padrão da máquina, e quais os serviços (exemplo:
  644. servidor web, servidor de correio, login gráfico) estarão ativos em cada runlevel.
  645. O editor do /etc/sysconfig é o último recurso do administrador de sistemas que não desejaIntrodução ao Linux – Augusto C. Campos  25
  646. editar arquivos texto de configuração diretamente. Através dele pode-se localizar até mesmo as
  647. opções mais obscuras suportadas pelo YaST, e alterá-las em uma interface gráfica com ajuda
  648. online.
  649. 12.Gerenciando impressoras
  650. Manipular impressoras através do YaST é uma tarefa fácil. Nos exemplos, vamos utilizar
  651. uma impressora conectada via rede, mas eles podem ser facilmente adaptados para impressoras
  652. conectadas localmente.
  653. Para configurar sua impressora, utilize o ícone correspondente no grupo Hardware do
  654. YaST. Na primeira execução ele pode demorar mais do que o esperado, porque ele tentará localizar
  655. sua impressora local utilizando todas as portas disponíveis. A figura abaixo mostra a tela de
  656. configuração sem que nenhuma impressora tenha sido reconhecida automaticamente.
  657. Se você ligar uma impressora paralela agora, pode apertar o botão “Reiniciar detecção” e
  658. aguardar a configuração automática, mas para o caso de impressoras de rede a única possibilidade é
  659. a configuração manual.
  660. No nosso exemplo iremos configurar uma impressora Lexmark T520 conectada via rede
  661. local. A operação é simples. Clique no botão “Modificar”, depois em “Adicionar”, “Mostrar mais
  662. tipos de conexão”, “Fila de pré-filtro para impressora LPD”, preencha o endereço da impressora na
  663. rede e o nome da fila remota (geralmente é “lp”), selecione o fabricante e modelo, defina um nome,
  664. descrição e localização da sua impressora conforme os padrões adotados em sua organização e
  665. confirme a operação. Parece uma seqüência longa, mas é uma típica receita de bolo que funciona
  666. para a maior parte das impressoras conectadas diretamente a redes locais – embora haja suporte
  667. também a impressoras paralelas e conectadas a servidores de impressão Unix/Linux, Novell e
  668. Windows (veja figura abaixo).Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  26
  669. Utilizando o mesmo ícone pode-se editar a configuração das impressoras, tornando-as
  670. inativas, configurando folhas de rosto e várias outras opções.
  671. Para imprimir, utiliza-se os recursos dos próprios programas aplicativos. Para imprimir um
  672. arquivo texto a partir da shell, pode-se utilizar o comando “lpr -Pimpressora arquivo.txt”,
  673. substituindo o nome da impressora e o nome do arquivo – note que não há espaço entre o P
  674. maiúsculo e o nome da impressora.
  675. Para exibir a lista dos trabalhos pendentes em uma fila de impressão, utiliza-se o comando
  676. “lpq -Pimpressora”, e para remover um deles o comando é “lprm -Pimpressora número”. O
  677. exemplo da figura abaixo não usa o parâmetro -P, desnecessário quando se opera sobre a
  678. impressora default do sistema.Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  27
  679. 13.Gerenciamento de discos
  680. Este capítulo não irá tratar de questões como o particionamento ou o gerenciamento de
  681. RAID e volumes lógicos – estas são matérias complexas que mereceriam cursos específicos para
  682. elas. Entretanto, todo usuário e administrador de sistema tem a eventual necessidade de gerenciar o
  683. espaço livre em seus discos, ou de localizar um determinado arquivo cujo nome é conhecido mas
  684. não se sabe onde está. Usaremos preferencialmente ferramentas de modo texto para esta finalidade.
  685. Descobrindo o espaço livre
  686. Uma das necessidades mais comuns relacionadas ao gerenciamento de discos diz respeito
  687. ao espaço livre. O comando df apresenta o total disponível em cada partição do computador, como
  688. no exemplo abaixo, de um servidor bastante lotado:
  689. root@jurere /etc> df
  690. Filesystem         1024-blocks  Used Available Capacity Mounted on
  691. /dev/sda5             396500  356805    19214     95%   /
  692. /dev/sda7             598634  204566   363145     36%   /opt
  693. /dev/sda12            893986  526005   321796     62%   /usr
  694. /dev/sda6             598634  418964   148747     74%   /var
  695. /dev/sdc1            4950048 4591001   102812     98%   /users
  696. /dev/sda11           5839303 5217784   319097     94%   /users2
  697. /dev/sdc5            3633411 3212673   232780     93%   /users3
  698. /dev/sdb1            6921609 6487165    75793     99%   /users4
  699. /dev/sdb2            5932328 5317990   307095     95%   /users5
  700. /dev/sdb4            4299860 3741990   335370     92%   /users6
  701. Note que a coluna mais à direita indica o nome do diretório associado a cada uma das
  702. partições, a coluna available indica o espaço livre (em Kbytes) e a coluna Capacity indica quanto do
  703. espaço já está ocupado, em percentual.
  704. A opção -h exibe os valores em forma mais fácil de ler:Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  28
  705. root@jurere /etc> df -h
  706. Filesystem            Size  Used  Avail  Capacity Mounted on
  707. /dev/sda5             387M  348M    19M     95%   /
  708. /dev/sda7             585M  200M   355M     36%   /opt
  709. /dev/sda12            873M  514M   314M     62%   /usr
  710. /dev/sda6             585M  409M   145M     74%   /var
  711. Dica: o comando kdf pode fornecer a mesma informação, mas em modo gráfico.
  712. Descobrindo quem está usando o espaço
  713. Para descobrir os vilões responsáveis pelo maior consumo do seu espaço, use o comando
  714. du. Entre suas múltiplas opções, o -S (maiúsculo) separa os subdiretórios e o -x desconsidera
  715. arquivos e diretórios que estejam em partições diferentes.
  716. Adiantando uma matéria de um capítulo posterior, podemos usar os filtros de texto do
  717. Linux para listar os 5 maiores diretórios abaixo de um determinado diretório, como no exemplo
  718. abaixo que lista os maiores diretórios abaixo do /f/grupos/inf:
  719. root@jurere /> du -Sx /f/grupos/inf | sort -nr | head -5
  720. 12817   /f/grupos/inf/gm
  721. 11035   /f/grupos/inf/eliane
  722. 9830    /f/grupos/inf/Curso UML
  723. 4340    /f/grupos/inf
  724. 4044    /f/grupos/inf/agreg
  725. O parâmetro -h pode ser usado para facilitar a leitura dos números, mas ao mesmo tempo
  726. ele torna os resultados incompatíveis com o filtro de ordenação:
  727. root@jurere /> du -Sxh ~renato
  728. 8.9K    /users/net/users/renato/Forum
  729. 2.0M    /users/net/users/renato/backup/altguia2
  730. 1.5M    /users/net/users/renato/backup
  731. 3.3M    /users/net/users/renato/filiacao/0506
  732. 339K    /users/net/users/renato/filiacao/0805
  733. A opção Sistema / Filesystem tools / Kdir Stats do seu menu oferece a mesma
  734. funcionalidade, mas em modo gráfico.
  735. Localizando arquivos
  736. O comando básico para localizar arquivos no disco é o find, cuja sintaxe é praticamente
  737. uma linguagem, e permite realizar uma série de operações complexas. Neste curso introdutório,
  738. vamos ver apenas os itens mais comuns.
  739. A busca mais simples é a baseada em nomes de arquivos. Se você quiser procurar dentro
  740. do diretório /users apenas os arquivos com a extensão “.xls”, pode usar o comando find /usersIntrodução ao Linux – Augusto C. Campos  29
  741. -name '*.xls' como no exemplo abaixo:
  742. root@jurere /> find /users -name '*.xls'
  743. /users/net/temp/Banco_horas.xls
  744. /users/_zonas/public/out/multa.xls
  745. O segundo parâmetro é a origem da pesquisa, o terceiro é o tipo da busca e o quarto é o
  746. argumento da busca. Para pesquisar arquivos chamados “backup” no disco inteiro, o comando seria
  747. find / -name backup. Note que a barra utilizada como segundo parâmetro indica que a pesquisa
  748. deve ocorrer no disco todo.
  749. Pode-se também fazer pesquisas baseadas no tamanho do arquivo. O comando find /users
  750. -size +1000000c mostraria todos os arquivos abaixo do diretório /users e que tenham mais de
  751. 1.000.000 de caracteres. Pode-se combinar pesquisas, como em find /users -size +1000000c -name
  752. '*.zip'.
  753. O comando find tem uma série de recursos adicionais – digite man find para ver os
  754. detalhes. A boa notícia é que o ambiente gráfico KDE tem uma interface bastante amigável para a
  755. localização de arquivos, permitindo inclusive fazer filtros pelo conteúdo dos mesmos, data de
  756. criação, tamanho e várias outras opções – ela está na opção Encontrar arquivos, no menu do
  757. sistema.
  758. Além disso, se você instalar o pacote adicional findutils-locate, poderá utilizar o comando
  759. locate para pesquisas super-rápidas baseadas em um índice de arquivos. Este índice é gerado
  760. automaticamente uma vez por dia, ou toda vez que o administrador da máquina utilizar o comando
  761. updatedb.Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  30
  762. Restrições e permissões de acesso
  763. O sistema de permissão de acesso do Linux protege o sistema de arquivos do acesso
  764. indevido de pessoas ou programas não autorizados.
  765. Os direitos de acesso são fornecidos a três classes distintas de usuários:
  766. ï O usuário dono do arquivo, representado pela letra u;
  767. ï O grupo dono do arquivo, representado pela letra g;
  768. ï Todos os outros usuários, representados pela letra o (de outros).
  769. Eles também se dividem em três categorias de privilégio:
  770. ï Leitura (r, de Read)
  771. ï Escrita (w, de Write)
  772. ï Execução (x, de eXecute)
  773. Todo arquivo do Linux possui um conjunto de privilégios definido para cada uma das três
  774. classes, e o sistema operacional sempre obedece a estes privilégios, e força todos os usuários a
  775. obedecê-los também – exceto quando se trata do usuário root, que tem acesso a todos os arquivos.
  776. A figura abaixo mostra o editor de permissões do gerenciador de arquivos do KDE. Note a matriz
  777. formada pelas classes e pelas categorias:
  778. Aqui, o arquivo pode ser escrito apenas por seu proprietário, mas pode ser lido e executado
  779. pelo proprietário, pelo grupo e pelos demais usuários – ou seja, por todos.
  780. Geralmente as permissões são descritas como uma sequência de 10 caracteres, sendo que
  781. o primeiro indica se ele é um diretório e os demais formam 3 grupos de 3 caracteres indicando os
  782. privilégios de cada classe de usuário. A seqüência “- rwx r-x r-x” indica que o usuário proprietário
  783. do arquivo tem direitos de leitura, escrita e execução, o grupo proprietário tem leitura e execução, e
  784. os outros usuários têm também leitura e execução – a mesma combinação vista na figura acima.
  785. Veja como o mesmo arquivo da figura seria exibido pelo comando “ls -l”:Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  31
  786. -rwxr-xr-x    1 brain    users         482 2000-05-23 22:12 bin/terminal
  787. Você pode alterar as permissões dos seus arquivos através do editor de propriedades
  788. exibido na figura, ou através do comando chmod. O chmod tem muitas opções de sintaxe, mas a
  789. mais simples é a que acrescenta ou retira privilégios de cada uma das classes. Alguns exemplos:
  790. Dar permissão de execução para o usuário: chmod u+x arquivo
  791. Dar permissão de leitura para o usuário e o grupo: chmod ug+r arquivo
  792. Retirar permissão de escrita dos outros: chmod o-w arquivo
  793. Os três exemplos acima acrescentam e retiram apenas as permissões explicitamente
  794. citadas, sem alterar as demais. Existem muitas outras formas de manipular permissões usando o
  795. comando chmod, e existem até mesmo permissões avançadas (SUID, SGID e sticky) que não
  796. vamos mencionar neste curso introdutório – conte com a documentação do comando chmod para
  797. conhecer os detalhes.
  798. Dica: Este modelo de permissões, que segue o modelo tradicional do Unix, pode ser
  799. substituído e complementado de várias maneiras. Uma delas é a instalação de ACLs (como as do
  800. HP-UX e do Windows NT) e atributos extendidos – não veremos detalhes neste curso, mas você
  801. pode se informar em http://acl.bestbits.at/.
  802. 14.Instalando e gerenciando software
  803. A instalação de software adicional é feita através da opção Instalar e Remover Software,
  804. do grupo Software do YaST. A figura abaixo mostra a interface básica:
  805. Note que são 5 painéis distintos. Da esquerda para a direita temos:Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  32
  806. ï O seletor de filtros, que permite optar entre ver todos os pacotes disponíveis para a
  807. instalação, limitar-se aos recomendados pela SuSE ou fazer buscas específicas;
  808. ï A lista de pacotes do grupo definido no seletor de grupos, ou resultante de uma pesquisa
  809. efetuada pelo usuário. Cada pacote tem um campo de status (que indica se ele está
  810. instalado, se está em conflito com outro, etc.), o nome e uma breve descrição em inglês;
  811. ï Os dados sobre o pacote selecionado, incluindo descrição, dependências em relação a
  812. outros pacotes, etc.
  813. ï Um resumo do espaço livre em disco;
  814. ï O seletor de grupos, permitindo escolher o escopo da lista de pacotes apresentada.
  815. Para instalar ou desinstalar um pacote, basta alterar o seu campo status na lista. Se esta
  816. operação quebrar alguma relação de dependência, o sistema alertará e dará sugestões sobre as
  817. possíveis alternativas, incluindo a instalação de pacotes adicionais, se necessário.
  818. Fazer uma pesquisa é simples: selecione a opção Pesquisa no seletor de filtros, preencha a
  819. palavra desejada, e pressione Enter.
  820. Ao terminar suas alterações, clique no botão Aceitar, e o sistema irá solicitar a inserção
  821. dos Cds conforme necessário.
  822. É possível também instalar e gerenciar pacotes a partir da shell. Alguns comandos úteis
  823. são:
  824. ï Instalar um pacote novo: rpm -ivh nome.rpm
  825. ï Fazer upgrade de um pacote: rpm -Uvh nome.rpm
  826. ï Remover um pacote: rpm -e nome
  827. ï Listar os pacotes instalados: rpm -qa
  828. ï Ver informações sobre um pacote instalado: rpm -qi nome
  829. ï Ver a lista de arquivos de um pacote instalado: rpm -ql nome
  830. ï Ver informações sobre um pacote não instalado: rpm -qpi nome.rpm
  831. ï Ver a lista de arquivos de um pacote não instalado: rpm -qpl nome.rpm
  832. É possível também fazer a atualização dos softwares via Internet, usando o ícone
  833. Atualização online no YaST. Neste caso, o sistema verifica no servidor de Internet da SuSE os
  834. pacotes que foram alterados desde a última atualização do computador e permite o download e
  835. instalação automatizada das versões novas.
  836. 15.Sobrevivendo no modo texto
  837. Nota: este capítulo foi extraído do artigo “O poder do modo texto”, de Aurélio M. Jargas,
  838. publicado pela Revista do Linux.
  839. O que para a maioria dos usuários são funcionalidades fantásticas do mundo gráfico, para
  840. outros não passam de futilidades. Aliás, no Linux, são muitos os usuários que fazem apologia do
  841. modo texto, sem interfaces gráficas, sem mouse, em um terminal de fundo preto, basicamente
  842. devido ao poder e flexibilidade obtidos. São os que não adotam o mouse porque consideram os
  843. atalhos de teclado muito mais rápidos. Dispensam o ambiente gráfico porque o julgam umaIntrodução ao Linux – Augusto C. Campos  33
  844. "desespecialização", uma padronização que nivela o especialista por baixo e pela média. Uma
  845. camisa-de-força inaceitável.
  846. Mais do que qualquer apologia do modo texto, porém, nada como a demonstração de
  847. conceitos e o detalhamento de exemplos para mostrar suas vantagens. E a realidade é que há muitas
  848. tarefas que não podem ser feitas em aplicações gráficas ou que, se podem, não alcançam toda a
  849. flexibilidade do modo texto.
  850. Vamos a uma análise rápida. O que temos no mercado, aos milhares, são aplicativos
  851. gráficos para sistemas operacionais "gráficos", que tentam centralizar diversas tarefas e, assim,
  852. monopolizar o uso. Quase sempre, desempenham todas as tarefas aquém do grau ideal para cada
  853. uma. Resultado: o usuário acaba tendo um aplicativo muito genérico e pouco especialista, que no
  854. fim acaba não sendo ótimo para nenhuma das tarefas isoladamente. Ganha-se em integração, mas
  855. perde-se em flexibilidade. Exemplos são o Lotus Notes, Microsoft Office, etc.
  856. Também existe aquele outro tipo de programa, chamado de front-end, que é apenas uma
  857. interface "bonitinha" para o usuário, que acessa um programa não-gráfico, cheio de opções. O
  858. grande problema é que geralmente essa interface não contém todas as opções do programa,
  859. limitando seu uso, como em alguns aplicativos do KDE e do Gnome.
  860. Já o Unix, o Linux e o Java seguem uma filosofia contrária: a modularidade. Pequenos
  861. aplicativos, cada um com uma tarefa bem específica e definida, que desempenham de maneira
  862. eficiente e confiável. Combinando essas pequenas "ferramentas", conseguimos todo o poder,
  863. flexibilidade e confiabilidade necessários a uma tarefa. São essas ferramentas e dicas de uso que
  864. vamos comentar.
  865. Numa alusão simples mas didática, o modo gráfico é comparável a um carrinho de
  866. plástico, pronto e imutável. E o modo texto pode ser comparado a um Lego®, com todas as peças
  867. para montar o carrinho da maneira que bem se entenda. Se amanhã seu carrinho precisar de mais
  868. duas rodas, basta acrescentá-las, sem traumas ou esforço.
  869. Ao contrário do que possa parecer, "montar" o seu carrinho não é complicado. Basta
  870. entender um conceito básico, como o redirecionamento, e você já sai criando. Isso não é uma
  871. exclusividade de administradores de sistema, e você, como usuário normal, pode se beneficiar
  872. dessas ferramentas, automatizando tarefas repetitivas e extraindo informações de maneira rápida e
  873. eficiente.
  874. Primeiro, vamos dar uma olhada nas ferramentas mais usadas:
  875. cal: mostra o calendário
  876. cat: mostra o conteúdo de um arquivo
  877. crontab: agenda tarefas de sistema
  878. cut: "corta" pedaços de uma linha
  879. date: mostra a data e hora atuais
  880. du: mostra o uso do disco
  881. find: "acha" arquivos no sistema
  882. grep: procura palavras num texto
  883. more: pagina um fluxo de texto
  884. sort: "ordena" um textoIntrodução ao Linux – Augusto C. Campos  34
  885. tr: "traduz" texto (no sentido de trocar letras)
  886. uniq: elimina linhas repetidas seguidas num texto
  887. wc: conta letras, palavras e linhas de um texto
  888. Antes de partirmos para os exemplos práticos, lembremos o único conceito fundamental:
  889. redirecionamento. Temos um comando para mostrar o conteúdo de um arquivo, o cat.
  890. Experimente:
  891. cat /etc/inittab
  892. E o comando cat exibirá esse arquivo no vídeo. Como você pôde
  893. perceber, o arquivo é muito grande, e rola na tela. Então podemos usar um
  894. utilitário cuja única função é paginar um fluxo de texto, o more. Vamos
  895. colocá-lo para paginar a saída do comando anterior:
  896. cat /etc/inittab | more
  897. Agora, a cada tela cheia, o more espera que você aperte a barra de
  898. espaços para mostrar a próxima tela. Pare um pouco para refletir e entender o
  899. que ocorreu aqui. Primeiro, você tinha um comando que gerou uma saída
  900. qualquer na tela (nesse caso, o conteúdo do /etc/inittab), e essa saída foi
  901. redirecionada (pelo pipe |, um cano de redirecionamento), ao comando more que a paginou.
  902. Observe que o cat joga a saída para o more, que joga a saída na tela, e esse é o nosso
  903. conceito base, o redirecionamento. Um comando faz o que tem que fazer, e joga o resultado na
  904. saída. Outro comando pega essa saída, que lhe foi passada pelo pipe |, faz o que tem que fazer com
  905. ela e exibe a saída na tela.
  906. Dessa mesma maneira, pode-se ir ligando os comandos, um atrás do outro,
  907. indefinidamente, até se obter os resultados desejados. Vamos a outro exemplo simples. Como
  908. conseguir uma lista de todos os usuários de sua máquina? Digite:
  909. cat /etc/passwd
  910. Novamente estamos vendo o conteúdo de um arquivo. Este é um arquivo especial, com
  911. todos os usuários do sistema e alguns dados sobre eles. A chave de acesso do usuário (o "login")
  912. está no começo de cada linha, seguido de um :. E como obter a lista de todos os usuários?
  913. cat /etc/passwd | cut -d: -f1
  914. Aqui usamos o cut, para extrair de cada linha apenas o que nos interessa, a chave do
  915. usuário. A maioria dos comandos possui opções que geralmente são identificadas por uma letra
  916. precedida de um hífen (como o -d e o -f do cut acima). Para ver as opções de um comando, use o --
  917. help:
  918. cut --help
  919. Resumindo, nosso cut usou como delimitador (-d) o :, e pegou o campo (-f, do inglês field)
  920. de número 1, ou seja, o primeiro campo. Então para cada linha do /etc/passwd, tiramos a parte que
  921. nos interessa, obtendo a lista de usuários. Supondo que desejemos colocar esta lista em ordem
  922. alfabética:
  923. cat /etc/passwd | cut -d: -f1 | sort
  924. Usamos o sort para sortear nosso texto. E se precisássemos dessa lista em ordem inversa?Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  35
  925. Bem, como podem imaginar, o sort também tem suas opções, e uma delas é a ordenação reversa (-
  926. r). Então:
  927. cat /etc/passwd | cut -d: -f1 | sort -r
  928. Indica-nos a saída requerida. E se tiver muitos usuários e a saída rolar na tela? Aí podemos
  929. usar o more.
  930. cat /etc/passwd | cut -d: -f1 | sort -r | more
  931. No esquema cat | cut | sort | more | tela, o cat joga a saída para o cut, que joga a saída para
  932. o sort, que joga a saída para o more, que joga a saída na tela.
  933. Olhe bem para o comando acima. Uma primeira olhada assusta, não? Mas como vimos
  934. anteriormente, são pequenas partes que, quando concatenadas, geram um comando poderoso.
  935. Lembrando: ferramentas simples que são agrupadas, tipo Lego® &:)
  936. E assim se constróem grandes linhas de comando. Faz-se o comando básico, analisa-se a
  937. saída, filtra-se um pouco com outro comando após o pipe |, analisa-se a saída nova, filtra-se
  938. novamente e assim se vai.
  939. Alguns comandos já são úteis por si sós, sem opções, como o date e o cal. Outros ficam
  940. mais poderosos se usados em conjunto com outros comandos. Outros ainda, por terem várias
  941. opções, sozinhos fazem muita coisa, como o find:
  942. find / -type f -iname "*.jpg" -o -iname "*.gif" -mtime 3 -ok rm -f {} \;
  943. Esse "comandinho" apaga (pedindo confirmação) todos os arquivos JPG e GIF
  944. modificados nos últimos três dias.
  945. Agora alguns exemplos de seqüências de comandos úteis utilizando as ferramentas básicas
  946. apresentadas neste artigo:
  947. lista dos maiores arquivos de um diretório e subdiretórios
  948. du -b `find /home/aurelio -type f` | sort -nr | more
  949. contar (wc -l) o número de ocorrências (grep) da palavra set em um arquivo (cat), quer
  950. sejam maiúsculas ou minúsculas (-i)
  951. cat /etc/rc.d/rc.sysinit | grep -i set | wc -l
  952. mostrar o nome em letras maiúsculas (tr) dos usuários do sistema
  953. cat /etc/passwd | cut -d: -f1 | tr a-z A-Z
  954. Nota aos experts: o uso do cat em alguns dos exemplos acima não é necessário, é apenas
  955. didático.
  956. Ainda nesse tópico de modo texto e linhas de comando úteis, poderíamos considerar
  957. redirecionamentos para arquivos, saída padrão e saída de erro, tarefas em segundo plano, subshell,
  958. interpretação de variáveis, condicionais, laços e outros. Esses são complementos ao
  959. redirecionamento para comandos apresentado aqui, e serão abordados em artigos futuros.
  960. Para finalizar com uma visão geral do assunto, é importante lembrar que numa primeira
  961. tentativa tudo pode parecer confuso e estranho. Para simplificar basta ver cada parte da linha de
  962. comando como algo completo e não relacionado ao resto, fazendo apenas sua função e nada mais.Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  36
  963. Aprendendo aos poucos o funcionamento das "ferramentas" base, você conseguirá juntá-
  964. las, obtendo resultados bem satisfatórios.
  965. 16.Apêndice 1: Análise do SuSE Linux 8.2
  966. SuSE 8.2
  967. por Augusto César Campos
  968. (publicado na edição de Junho/2003 da Revista do Linux, e reproduzido aqui
  969. com autorização)
  970. Para esta análise do SuSE 8.2 tive a oportunidade de receber os 5 CDs da versão
  971. Professional semanas antes do lançamento oficial no Brasil. Acho importante mencionar que não
  972. tive acesso à caixa distribuída comercialmente, contendo os mesmos 5 CDs, 2 DVDs, 2 manuais
  973. impressos e um poster com guia de instalação rápida, e portanto minha análise vai se limitar ao
  974. software. Um aspecto interessante do SuSE, entretanto, é que o texto completo dos manuais
  975. impressos é instalado no seu disco rígido, portanto pude avaliar seu conteúdo normalmente – e eles
  976. foram bastante úteis para conhecer melhor as novidades desta versão.
  977. Como de hábito, o SuSE se destaca pela inclusão de quase todos os softwares livres que
  978. você poderia querer usar – afinal, são mais de 2000 pacotes de software nos 5 CDs.
  979. Utilizei um notebook Toshiba Satellite que estava com o Windows XP pré-instalado. Ele
  980. tinha leitor de DVD, gravador de CD, interface de rede, monitor LCD de 15 polegadas, mouse USB
  981. e uma câmera digital Pencam Trio USB – tudo detectado e configurado automaticamente pelo
  982. sistema. Ele já tinha também o espaço livre para as partições do SuSE, mas durante a instalação
  983. tive a agradável surpresa de descobrir que o SuSE 8.2 é capaz de redimensionar partições NTFS
  984. para criar espaço, algo impossível em versões anteriores (que já redimensionavam partições FAT
  985. sem problemas). Porém é necessário dar boot com o CD de instalação em modo rescue para ter
  986. acesso a esta opção – fica a dica para quem precisar.
  987. A instalação
  988. Mesmo sem acesso ao poster que ensina a instalar a distribuição, fiz o óbvio: inseri o CD
  989. número 1 e liguei o computador. Em instantes apareceu uma bela tela dando as boas vindas em
  990. diversos idiomas. Procurei atentamente, mas o português não era um deles. Tudo bem -
  991. willkommen, SuSE! O menu de boot permite selecionar a resolução de tela usada na instalação,
  992. instalar normalmente, instalar sem uso de ACPI, instalar com configurações “seguras” (usando um
  993. kernel sem algumas opções avançadas), instalação manual, modo rescue e teste de memória. A
  994. primeira opção, selecionada automaticamente se o usuário não pressionar teclas em 10 segundos,
  995. dá boot pelo sistema que já estiver instalado no seu computador – o que acaba com o problema
  996. típico de reboots interrompidos porque o operador esqueceu um CD de instalação no drive.
  997. A documentação não menciona, mas o help da instalação indica que pode-se ativar o
  998. suporte a rede desde o início da instalação, e realizá-la através de um terminal VNC remoto. Não
  999. encontrei referências a isto no site, nem em nenhum dos manuais, mas resolvi tentar mesmo assim.
  1000. O programa de instação reconheceu minhas instruções, mas em seguida informou que minha placa
  1001. de rede não foi reconhecida. Eu poderia tentar carregar o driver dela manualmente, mas já estaria
  1002. fora do escopo desta análise. Se funcionar mesmo, e se a SuSE publicar boa documentação a
  1003. respeito, vai ser um grande e pioneiro diferencial.
  1004. Selecionei uma instalação normal, e prossegui. O programa de instalação não mudou
  1005. muito desde a versão 8.1, mas está muito mais bonito, com o tema Keramic e com fontes muito
  1006. mais suaves (usando o recurso de anti-aliasing). O SuSE utilizou completamente os 1024x768
  1007. pixels que a placa de vídeo suportavam, deixando tudo bem amplo e organizado. No canto inferior
  1008. esquerdo pode-se encontrar o desenho de uma bóia salva-vidas e o botão de ajuda, bastante eficaz.Introdução ao Linux – Augusto C. Campos  37
  1009. Na primeira tela é feita a seleção de idioma, que inclui duas versões de português – a
  1010. européia e a brasileira. Selecionei a nossa língua pátria, e (ao contrário do que ocorria com o 8.1)
  1011. fui brindado com um programa de instalação muito bem traduzido. Há pequenas falhas aqui e ali
  1012. (por exemplo, na configuração opcional do teclado “Repeat rate” virou “repetir taxa”, e não “taxa
  1013. de repetição”) mas nada que comprometa, inclusive nos textos de orientação e ajuda. Em seguida,
  1014. na seleção do teclado, há opções para os dois teclados mais comuns no Brasil: ABNT2 e US-
  1015. acentos (ou “americano internacional”), mas a SuSE chamou-os por nomes diferentes: “Português
  1016. (Brasil)” e “Português (Brasil – acentuação US)”.
  1017. Após a seleção do idioma, o instalador exibe a tela principal de seleções. A aparência é
  1018. de uma página da web, com links que permitem alterar as sugestões de modo de instalação (nova
  1019. ou upgrade), tipo de teclado, mouse, particionamento, conjunto de pacotes a instalar, gerenciador
  1020. de boot e fuso horário.
  1021. O modelo de teclado e o fuso horário foram sugeridos corretamente a partir da seleção
  1022. do idioma. O mouse USB foi detectado automaticamente, e o particionamento sugerido foi típico
  1023. de estações de trabalho: 500MB de swap e o restante como partição raiz, além de informar que a
  1024. partição do Windows XP pré-existente estaria disponível como o diretório /windows/C.
  1025. O conjunto de software sugerido foi amplo: sistema padrão, mais compiladores C e C++,
  1026. ambiente KDE, aplicações de escritório, documentação e o sistema gráfico base. O gerenciador de
  1027. boot padrão é o GRUB (mas pode-se optar facilmente pelo LiLo, ao contrário do que acontecia na
  1028. versão 8.1), com boot default do Linux e opções para boot pelo Windows XP, pelo disquete ou um
  1029. testador de memória.
  1030. Quando cliquei no link para alterar o particionamento, pude escolher entre modificar a
  1031. sugestão dada pelo instalador, ou descartá-la completamente. Escolhi modificar, e fui levado a um
  1032. particionador em tudo semelhante ao da versão 8.1 – poderoso e simples de usar. Pode-se formatar
  1033. as partições como ext2, ext3, Reiser, JFS, XFS, FAT e swap, e selecionar opções como o acesso a
  1034. elas em modo “somente leitura”, a montagem automática ou a possibilidade de montagem por
  1035. usuários comuns. Entre as opções avançadas, estão o gerenciamento de LVM e RAID, a
  1036. criptografia de partições, e a opção de importar um arquivo /etc/fstab de uma partição já existente.
  1037. A seleção dos pacotes a instalar pode ser trabalhosa – são mais de 2000 opções! - mas a
  1038. SuSE simplifica a tarefa oferecendo grupos pré-selecionados. Parte-se de um conjunto de 3 opções
  1039. iniciais: sistema mínimo (modo texto), sistema gráfico mínimo (sem KDE) ou sistema básico. A
  1040. partir daí pode-se escolher um grupo inteiro (exemplo: compilador C/C++), ou abri-lo e selecionar
  1041. entre os pacotes que o compõem, que são os mais comuns dentro de suas categorias. Claro que
  1042. também é possível abrir a categoria como um todo, e ver até as opções mais obscuras e incomuns,
  1043. além de poder realizar pesquisas pelo nome ou pela descrição dos pacotes. Aliás, ao contrário do
  1044. que ocorria na versão 8.1, agora as descrições dos pacotes (em inglês) aparecem para usuários que
  1045. estejam instalando em português. É melhor ver uma descrição em inglês do que não ver nenhuma,
  1046. certo?
  1047. Na seleção de pacotes me chamou a atenção que o ambiente GNOME não vem
  1048. escolhido por padrão, mas as diversas bibliotecas e pacotes auxiliares que permitem a execução dos
  1049. seus aplicativos são instaladas mesmo assim. Não satisfeito, e mesmo sendo usuário convicto do
  1050. KDE, mandei instalar também o GNOME.
  1051. A partir daí, uma janela verde me informou que se eu confirmasse a operação,
  1052. começariam as alterações no meu computador. Confirmei, e o sistema começou imediatamente a
  1053. particionar, formatar e instalar pacotes no meu sistema.
  1054. Durante a instalação dos pacotes contidos no CD 1, o sistema exibe telas e descritivos de
  1055. diversos aplicativos, como o navegador Konqueror e o OpenOffice.org. Ao final da instalação do
  1056. primeiro CD, o sistema dá um reboot e a partir daí já estará rodando o Linux do seu disco rígido
  1057. enquanto instala os pacotes dos demais CDs. Ao final dos CDs, o sistema me orientou enquanto eu
  1058. informava uma senha para o usuário root, e configurava a rede (durante a instalação há opções para
  1059. rede local, cable, DSL, modem e RDSI/ISDN).
  1060. Neste ponto ocorre algo interessante: o sistema verifica se há acesso à Internet, e dá a
  1061. opção de fazer atualização de pacotes via Internet. Como eu estava conectado via rede local, aceitei
  1062. e vi que a SuSE já oferece diversas atualizações de pacotes do 8.2. Optei por instalá-las, e ainda
  1063. pude usar a mesma interface para instalar o pacote de fontes TrueType básicas do Windows
  1064. (incluindo as mais familiares, como a Arial e a Times New Roman) via Internet.
  1065. A partir daí, há uma sequência de passos de configuração final, incluindo a escolha do
  1066. método de autenticação (que pode ser local ou remoto, utilizando um servidor NIS, NIS+ ouIntrodução ao Linux – Augusto C. Campos  38
  1067. LDAP), a criação de pelo menos um usuário para o sistema, a leitura do documento Release Notes
  1068. (foi aí que eu descobri, por exemplo, que o SuSE 8.2 pode redimensionar partições NTFS) e a
  1069. configuração opcional de itens de hardware (placas de vídeo, impressoras, modem, som e placas de
  1070. sintonia de TV). Minhas placas de som e de vídeo foram detectadas e configuradas
  1071. automaticamente, e eu não possuía nenhum dos demais itens.
  1072. De modo geral, a instalação é bastante similar à da versão 8.1, com melhorias
  1073. substanciais da tradução. Continuo gostando do enfoque da SuSE de incluir todas as opções básicas
  1074. de instalação em uma mesma tela que lembra uma home page, incluindo sugestões comuns para
  1075. todos os itens – todo usuário sabe lidar com este tipo de interface, e os usuários avançados não
  1076. terão dificuldade em adaptar as sugestões conforme suas necessidades.
  1077. O sistema instalado
  1078. No SuSE Linux, o boot obrigatório é dado após a leitura do primeiro CD. Ao final da
  1079. instalação completa, não é necessário reinicializar, pode-se começar a usar o sistema
  1080. imediatamente. Merece menção as novas telas de boot e shutdown completamente gráficas, com
  1081. uma barra de progresso totalmente clean. Claro que basta pressionar uma tecla e você poderá ver as
  1082. tradicionais mensagens da inicialização como de hábito.
  1083. O sistema instalado usou corretamente a resolução de 1024x768 do meu monitor, e
  1084. mostrou o gerenciador de login gráfico KDM em uma configuração bastante agradável. Cada
  1085. usuário cadastrado tem o ícone de um homem de gravata ao lado do seu nome completo e login. O
  1086. campo “Utilizador” começou a me assustar um pouco – eu não havia selecionado Português do
  1087. Brasil? Mas fiz meu login mesmo assim, para me deparar com um belo ambiente do KDE em
  1088. português... europeu! Subitamente senti meu monitor se encolher de susto ao ser chamado de écrã,
  1089. os arquivos arrepiados enquanto se transformavam em ficheiros, e o centro de controle do KDE se
  1090. transformou em Centro de Controlo diante dos meus olhos. E uma visita a ele confirmou o pior: o
  1091. KDE estava configurado para Portugal – não apenas o idioma, mas também a moeda, o formato de
  1092. data e todas os demais itens associados.
  1093. Fui imediatamente à opção do sistema que permite adicionar e remover pacotes e
  1094. conferi: o pacote de internacionalização do KDE para o nosso idioma (kde3-i18n-pt_BR) estava lá.
  1095. Por que não foi instalado e configurado automaticamente? De qualquer forma, instalei-o (junto com
  1096. a tradução do Koffice e o dicionário em português para o OpenOffice.org), e mudei o idioma do
  1097. KDE através do Centro de Controlo, que suspirou de alívio ao virar Centro de Controle. Agora a
  1098. análise poderia começar de verdade. Por que será que essa configuração não é a default?
  1099. Comecei pelo ambiente de trabalho. Um tema azul, agradável visualmente, só com
  1100. ícones básicos: SuSE, Support, OpenOffice, Printer, CD-R, C, Still Camera, Home e Dispositivo de
  1101. disquete.
  1102. O C dá acesso à partição do Windows, Home, CD-R e Dispositivo de Disquete mostram
  1103. o conteúdo dos respectivos diretórios, Printer mostra as filas de impressão (apesar de eu não ter
  1104. configurado nenhuma), SuSE Support dá acesso ao serviço de suporte registrado da SuSE (a chave
  1105. vem em uma folha inclusa no manual), OpenOffice acessa o pacote de automação de escritório. E
  1106. SuSE mostra as diversas opções de documentação e apresentação do sistema – sugiro a todos os
  1107. usuários, mesmo os mais experientes, a visitarem o SuSE Tour pelo menos uma vez.
  1108. O ícone Still Camera acessou as fotos da memória da minha câmera digital USB como
  1109. se ela fosse um disco rígido adicional. Fiquei impressionado, porque a câmera não foi nem ao
  1110. menos mencionada durante a instalação e configuração do sistema.
  1111. Os botões do Kicker também são básicos, incluindo Kmail, pastas de documentos
  1112. (Home, Pictures, Presentations e Texts), Konsole, Konqueror e Ajuda.
  1113. Os menus do KDE também são uma grande evolução em relação ao 8.1 – simples,
  1114. organizados, orientados a tarefas: Desenvolvimento, Escritório, Gráficos, Internet... Os aplicativos
  1115. do GNOME e do KDE estão misturados sem distinção, o que é ótimo – o usuário de KDE não
  1116. precisa saber que o Evolution é um cliente de e-mail associado ao GNOME, tudo o que ele quer é
  1117. que funcione. E funciona.
  1118. Testei uma série de aplicativos com sucesso. As planilhas do Gnumeric são bastante
  1119. usáveis, assim como os textos do AbiWord, mas com o OpenOffice dá de fazer trabalhos bem mais
  1120. completos, incluindo recursos que já fogem ao trivial – gráficos, formatações complexas... Só que
  1121. os dois primeiros são em Português, enquanto o último está só em Inglês.
  1122. Senti a falta de algumas aplicações que na minha opinião deveriam fazer parte deIntrodução ao Linux – Augusto C. Campos  39
  1123. qualquer sistema básico. As mais notáveis foram o gerenciador de arquivos mc e toda a família dos
  1124. clientes Samba, incluindo a interface gráfica LinNeighborhood e o comando smbmount.
  1125. Usei as ferramentas do sistema para ouvir músicas em formato MP3 (lembre-se de
  1126. instalar o pacote adicional xmms-plugins!), assistir a filmes MPEG e até para assistir a um DVD.
  1127. Tudo funcionou bem, mas o DVD Player exigiu intervenção manual, pois fazia referência a um
  1128. dispositivo /dev/dvd, inexistente. Mudei para /dev/cdrecorder e pude assistir ao meu filme, com
  1129. legendas em português mas sem áudio – o sistema informou que faltava um codec. Existem uma
  1130. grande variedade de outras ferramentas multimídia instaladas, inclusive com editores de vídeo e de
  1131. áudio.
  1132. Acessei a web através do Konqueror, funciona bem inclusive para sites em Flash. O
  1133. cliente de comunicação pessoal Kopete foi uma grande surpresa, pois ele permite acesso fácil e
  1134. direto ao ICQ – até a lista de usuários armazenada no servidor é utilizada sem problemas. E o
  1135. cliente de irc Kvirc também permite comunicação ágil, segura (suporta até criptografia e Ipv6) em
  1136. uma interface bonita e prática.
  1137. O menu Sistema/ Configuration/ Redimensionar e Rotacionar a Tela dá acesso às
  1138. extensões RandR do XFree. O KDE foi o pioneiro no suporte a esta tecnologia, e foi a primeira vez
  1139. que a vi em uma distribuição de Linux. Experimentei redimensionar meu desktop para vários
  1140. formatos, e funcionou perfeitamente – muda não apenas a resolução da tela, mas também a área
  1141. disponível no ambiente de trabalho. Muito legal, mas seria ainda melhor se não ficasse tão
  1142. escondido – um bom lugar para a sua inclusão seria no menu “Configurar a área de trabalho”, no
  1143. menu de contexto do desktop.
  1144. Quem tem dúvidas sobre a versatilidade do SuSE deve consultar o menu Sistema/Tools
  1145. – há opções até mesmo para criar disquetes de boot do FreeDOS!
  1146. Para completar os testes do ambiente, encerrei a sessão do KDE e abri uma do GNOME.
  1147. Encontrei um belo ambiente de trabalho, bem configurado e light, quase todo em inglês. Belas
  1148. fontes, belos ícones, menus organizados... Os usuários de GNOME não vão se sentir abandonados
  1149. pela SuSE como no passado.
  1150. Configuração, manuais e servidores
  1151. As observações acima se referem principalmente às instalações em ambiente desktop.
  1152. Entretanto, o SuSE Linux também se destaca nas configurações como servidor. Há software para
  1153. praticamente todos os serviços de rede disponíveis no mundo do software livre, com requintes
  1154. como a configuração automática de anti-vírus nos servidores de e-mail. Embora o configurador
  1155. YaST2 não tenha opções para configurar os servidores mais comuns (como o Apache, o Squid e o
  1156. Samba, por exemplo), os pacotes são fornecidos com documentação adequada e configurações
  1157. default bastante coerentes.
  1158. O manual do administrador do sistema tem capítulos específicos e detalhados sobre as
  1159. opções de diversos serviços de rede, incluindo DNS, NIS, NFS, DHCP, Intermezzo, Unisom, CVS,
  1160. Mailsync, Samba, Netatalk (para interconexão com Macs), Mars/NWE (para interconexão com
  1161. Novell), Squid, Firewall/Masquerading, Kerberos e ssh.
  1162. Claro que este manual também atende os usuários desktop, com tópicos sobre o kernel,
  1163. distribuição dos arquivos no disco, configuração de rede e acesso a Internet e muito mais.
  1164. O manual do usuário também não deixa a desejar: começa com uma seção específica
  1165. para usuários migrando de outros sistemas operacionais, que precisam descobrir o que, afinal, é
  1166. montar um disco e acessar uma shell, e onde foi parar o seu C:\. Mas ele é útil para usuários
  1167. experientes também, com sua referência de instalação, guia de todos os módulos da ferramenta de
  1168. administração YaST2 e capítulos especiais sobre várias aplicações, incluindo o OpenOffice.org,
  1169. Evolution, Câmeras digitais, Scanners e a ergonomia do ambiente de trabalho.
  1170. A ferramenta de configuração YaST2 não mudou muito em relação às versões
  1171. anteriores, continuando completa, sólida e simples de usar. Usuários comuns podem acessá-la
  1172. normalmente, pois o sistema pede a senha de root antes de dar acesso aos módulos. Algumas das
  1173. ferramentas que me chamaram a atenção foram a facilidade na configuração para o uso de uma
  1174. proxy web e ftp, o poder ainda maior do PowerTweak, o editor das entradas do /etc/sysconfig, o
  1175. editor de processos de cada runlevel, as ferramentas de backup, restore, configuração de LVM e o
  1176. particionador.
  1177. ConclusãoIntrodução ao Linux – Augusto C. Campos  40
  1178. A versão 8.2 é uma evolução sem grandes saltos. Os pacotes foram atualizados, surgiram
  1179. algumas novas características, mas nada absolutamente revolucionário em relação à versão 8.1.
  1180. Para usuários de versões anteriores, o upgrade é recomendado principalmente pelas atualizações, e
  1181. não propriamente por novidades.
  1182. Continuo considerando o SuSE uma excelente opção para usuários experientes. Usuários
  1183. iniciantes para os quais a documentação em inglês não seja um obstáculo também podem se
  1184. beneficiar, até mesmo porque a instalação é fácil e toda em português, e não é muito difícil
  1185. converter o sistema instalado para o nosso idioma.
  1186. Aliás, houve bastante progresso no suporte ao português brasileiro, e a representante
  1187. brasileira da SuSE oferece uma série de serviços, principalmente para usuários corporativos, em
  1188. seu site www.suse-brasil.com.br. Com sorte, até a data da publicação desta análise eles já terão
  1189. publicado até documentação específica sobre a conversão do KDE ao português brasileiro ;-)
  1190. 17. Apêndice 2: Como obter e gravar seus próprios CDs de Linux
  1191. Algumas das perguntas mais frequentes na minha correspondência são variações sobre
  1192. um mesmo tema: "Se o Linux é livre, por que temos que pagar por ele?", ou "Como posso obter o
  1193. Linux na Internet", ou ainda "Como posso criar meus próprios CDs de Linux?".
  1194. Não é minha intenção neste momento explicar mais uma vez a diferença conceitual entre
  1195. livre e grátis, mas o fato é que você pode mesmo obter o Linux gratuitamente, gravar seus próprios
  1196. CDs, e instalá-los onde quiser. As dificuldades técnicas não são grandes, principalmente se você
  1197. possuir uma conexão rápida à Internet, e vamos ver passo a passo como fazer.
  1198. Selecionando uma distribuição
  1199. Você pode obter o Linux de diversas origens. Nunca opte por uma versão antiga - é
  1200. comum encontrar usuários novos com dificuldades típicas de 2 anos atrás ("O Linux não reconhece
  1201. meu hardware", "Não consigo discar para a Internet") justamente porque instalaram uma versão de
  1202. 2 anos atrás, que estava guardada num armário.
  1203. O Linux evolui muito rapidamente, e os diversos distribuidores tendem a lançar versões
  1204. novas a cada 3 ou 4 meses, ou pelo menos semestralmente. Como em geral você pode obter o
  1205. software gratuitamente ou a custo baixíssimo, não faz sentido optar pela versão antiga - espere mais
  1206. alguns dias, e instale a mais recente.
  1207. Outro erro a ser evitado é optar por uma mini-distribuição, "para ver como é esse tal
  1208. Linux". De fato, existem mini-distribuições de boa qualidade, que podem ser instaladas na mesma
  1209. partição que o Windows, e cujo download pode ser bem menor do que uma distribuição completa.
  1210. Mas em geral o que você pode fazer com ela é limitado, e o suporte que você encontra na
  1211. comunidade usuária é mais restrito, porque são raros os usuários experientes (portanto aptos a
  1212. responder perguntas) que utilizam esse tipo de sistema.
  1213. Não vou indicar uma distribuição para você - todas têm vantagens e desvantagens. Eu
  1214. particularmente uso SuSE, Mandrake, Conectiva e Red Hat, mas não as considero necessariamente
  1215. "as melhores" - cada caso é um caso, e eu opto entre elas de acordo com a necessidade do
  1216. momento. Para saber as características de cada uma, você pode pesquisar nos artigos do meu site,
  1217. ou consultar os sites de cada uma delas. Segue uma lista parcial de distribuições de Linux para
  1218. facilitar sua escolha:
  1219. Conectiva (brasileira) – www.conectiva.com.br
  1220. TechLinux (brasileira) – www.techlinux.com.br
  1221. SuSE – www.suse.com ou www.suse-brasil.com.br
  1222. Mandrake – www.mandrake.com
  1223. Red Hat – www.redhat.com
  1224. Slackware – www.slackware.comIntrodução ao Linux – Augusto C. Campos  41
  1225. Debian – www.debian.org
  1226. Yellow Dog Linux (para Mac) – www.yellowdoglinux.com
  1227. Obtendo sua cópia via Internet
  1228. O jeito mais fácil de obter sua cópia de Linux gratuitamente via Internet é através do
  1229. download de imagens ISO, que são arquivos (geralmente por volta de 650MB cada um) trazendo o
  1230. conteúdo completo de um CD-ROM, prontos para serem gravados em um CD, permitindo assim
  1231. que você obtenha cópias idênticas de um CD original.
  1232. Como o Linux é um software livre, a maior parte dos produtores disponibiliza imagens
  1233. ISO contendo exatamente o mesmo conteúdo dos CDs vendidos em lojas ou na Internet, e você
  1234. pode fazer o que quiser com elas - até mesmo gravar em CDs para revendê-las (e se você quiser
  1235. comprar CDs deste tipo, lojas virtuais como a Tempo Real e a LinuxMall estão à disposição).
  1236. Quando se trata de Linux, não é pirataria, é software livre.
  1237. Você pode procurar suas imagens ISO no site de sua distribuição preferida - às vezes
  1238. será necessário fazer o download de mais do que uma imagem, e em outros casos (como o da
  1239. Mandrake) o download da primeira imagem é obrigatório, e o das outras é opcional. Raras são as
  1240. distribuições que não disponibilizam imagens ISO de instalação (é o caso da SuSE, por exemplo).
  1241. Se preferir, procure no site linuxiso.org, cuja especialidade é apontar links para imagens
  1242. ISO dos CDs das distribuições de Linux do mundo todo.
  1243. Como se trata de um download grande (se você for buscar os 3 CDs do Mandrake 8.2,
  1244. por exemplo, são quase 2GB de dados), certifique-se de ter espaço suficiente no seu HD, e utilize
  1245. um bom gerenciador de download. EU uso o wget, mas você pode escolher o que mais se adequar
  1246. ao seu estilo.
  1247. Gravando o CD
  1248. Se você tem um gravador de CD funcionando em Linux, queimar um CD com esta
  1249. imagem ISO é bastante simples, basta dar o seguinte comando como usuário root: cdrecord -v
  1250. speed=10 dev=0,0,0 nome-da-imagem.iso
  1251. O que pode variar é o parâmetro speed (use a velocidade que seu gravador suportar) e o
  1252. número do dev (na dúvida, use o comando "cdrecord -scanbus" para consultar.)
  1253. Mas muitos usuários só podem gravar CDs a partir do Windows. Para estes, também há
  1254. soluções, mas notem que eu nunca testei nenhuma delas - nem disponho de uma máquina Windows
  1255. para experimentar. Estas dicas de gravação foram obtidas na documentação do Mandrake Linux.
  1256. Para gravar um CD de imagem ISO no Nero Burning Rom, vá em File/Burn Image. No
  1257. diálogo, clique no "Image files (*.nrg)" e selecione "All files (*.*)". Selecione a sua imagem ISO e
  1258. confirme. No diálogo seguinte, verifique: tipo da imagem: Data mode 1. Block size: 2048. Image
  1259. header: 0. Image trailer: 0. Clique em Ok, e certifique-se de que no próximo diálogo as opções
  1260. "write" e "finalize" estejam ativas.
  1261. Para gravar no Easy CD Creator, vá em File / Create CD from disc image. No campo
  1262. "Files of type", selecione "ISO image files". Agora é só selecionar seu arquivo, e ele fará o resto
  1263. por você.
  1264. Usuários experientes de Linux podem querer ver o conteúdo da imagem ISO sem ter que
  1265. queimar um CD. A mesma técnica pode ser utilizada para instalações via HD ou via rede, se a
  1266. distribuição de Linux suportar. O comando para montar sua imagem ISO como se fosse um CD é:
  1267. mount -o loop,unhide -t iso9660 -r nome-da-imagem.iso /mnt/iso
  1268. Nota: o diretório /mnt/iso tem que ter sido criado previamente.
  1269. ConclusãoIntrodução ao Linux – Augusto C. Campos  42
  1270. Procurei demonstrar que gravar sua própria cópia de Linux não é uma tarefa difícil, e
  1271. está ao alcance de todos. Se você não tem acesso a uma conexão rápida com a Internet ou a um
  1272. gravador de CD, pode optar pelas empresas citadas, que vendem cópias baratas a partir de arquivos
  1273. obtidos na Internet. E se você grava seus próprios CDs, não esqueça de doá-los após o uso,
  1274. ajudando a tornar o Linux mais acessível!
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