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- Introdução ao Linux Augusto C. Campos 2
- Conteúdo
- 1.Apresentação.....................................................................................................................................3
- 2.Nota de Copyright.............................................................................................................................3
- 3.Conceitos básicos..............................................................................................................................4
- 4.Uma instalação assistida....................................................................................................................5
- 5.Usando o ambiente............................................................................................................................7
- O kicker ou barra de tarefas.............................................................................................................8
- O menu do sistema...........................................................................................................................9
- Os ícones do sistema........................................................................................................................9
- 6.Configurando o idioma....................................................................................................................10
- 7.Os aplicativos para usuários............................................................................................................11
- 8.Comandos em modo texto na shell..................................................................................................12
- Os comandos básicos.....................................................................................................................13
- Virando root...................................................................................................................................14
- 9.A árvore de diretórios......................................................................................................................15
- Os diretórios de binários................................................................................................................15
- O diretório de configuração...........................................................................................................16
- O diretório de boot.........................................................................................................................16
- O diretório de dispositivos.............................................................................................................16
- O diretório de bibliotecas...............................................................................................................16
- Os pontos de montagem de mídias removíveis.............................................................................16
- Diretórios pessoais.........................................................................................................................16
- O indicador de status......................................................................................................................16
- Os diretórios de variáveis..............................................................................................................16
- A segunda hierarquia.....................................................................................................................16
- Outros diretórios............................................................................................................................17
- Quem garante?...............................................................................................................................17
- 10.A documentação............................................................................................................................17
- 11.Administração do sistema..............................................................................................................18
- O YaST..........................................................................................................................................20
- Gerenciamento de usuários e segurança........................................................................................20
- Acesso a rede.................................................................................................................................21
- Serviços de rede.............................................................................................................................21
- Hardware........................................................................................................................................23
- Sistema ..........................................................................................................................................24
- 12.Gerenciando impressoras...............................................................................................................25
- 13.Gerenciamento de discos...............................................................................................................27
- Descobrindo o espaço livre............................................................................................................27
- Descobrindo quem está usando o espaço.......................................................................................28
- Localizando arquivos.....................................................................................................................28
- Restrições e permissões de acesso.................................................................................................30
- 14.Instalando e gerenciando software................................................................................................31
- 15.Sobrevivendo no modo texto.........................................................................................................32
- 16.Apêndice 1: Análise do SuSE Linux 8.2.......................................................................................36
- 17. Apêndice 2: Como obter e gravar seus próprios CDs de Linux...................................................40Introdução ao Linux Augusto C. Campos 3
- 1. Apresentação
- Este documento é utilizado como complemento ao bloco A do curso Introdução ao
- Linux, e pretende servir como auxílio ao aprendizado e posterior fonte de consulta para alunos que
- já tenham sólidos conhecimentos na área de informática e que queiram ingressar no mundo do
- software livre.
- Ênfase é dada aos aspectos tecnológicos e administrativos, sem o enfoque político
- encontrado em outras publicações desta natureza.
- O curso é dividido em dois blocos:
- Bloco A
- ï Conceitos (Linux, software livre, LSB, distribuições, FHS...)
- ï Instalação a partir dos CDs
- ï Uso do ambiente
- ï Estrutura de diretórios
- ï Acesso a dispositivos [CD, disquete...]
- ï Como localizar e usar documentação e suporte
- ï Introdução a ferramentas de administração
- ï Gerenciamento de usuários
- ï Configuração para acesso a rede
- ï Acesso a impressoras
- ï Gerenciamento de disco
- ï Instalação de software adicional
- ï Shell (comandos e filtros básicos)
- Bloco B
- ï Gerenciamento de processos
- ï Como localizar e acompanhar os logs
- ï Suporte básico de rede
- ï Introdução ao SSH
- ï Samba e NFS
- ï Apache
- ï Squid (proxy web)
- ï Introdução a segurança (filtros de pacotes, apresentação de ferramentas básicas de
- verificação)
- Como os blocos são extensos e foram planejados para durar uma semana de aula cada um,
- ao final de vários capítulos são apresentadas referências adicionais sobre os assuntos, bem como
- sugestões de exercícios de fixação e para exploração adicional, podendo gerar discussões em sala de
- aula quando houver interesse dos alunos.
- 2. Nota de Copyright
- © 2003 Augusto César Campos. Introdução ao Linux Augusto C. Campos 4
- O uso deste documento é regido pela licença GNU Free Documentation License, Versão
- 1.1 da Free Software Foundation. Permission is granted to copy, distribute and/or modify this
- document under the terms of the GNU Free Documentation License, Version 1.1 or any later
- version published by the Free Software Foundation;
- 3. Conceitos básicos
- Antes de começar a conhecer o Linux, é hora de conhecer alguns conceitos e definições
- que se tornam importantes na hora de compreender as demais questões envolvidas. Embora as
- revistas de circulação nacional possam achar que software livre e freeware são sinônimos, cabe a
- você entender as diferenças de forma a melhor orientar suas escolhas.
- Sistema operacional: é o componente de software que faz a interface
- básica entre os programas do usuário e o computador, gerenciando itens como os
- recursos e periféricos (e. g. memória, discos, arquivos, usuários, impressoras),
- segurança, privilégios, comunicação e outros.
- Kernel: é o componente central de qualquer sistema operacional,
- contendo as principais tarefas de gerenciamento.
- Linux: é um kernel desenvolvido a partir de 1991 por Linus Torvalds (foto abaixo), unido
- a centenas de interessados (voluntários e empresas como a IBM, a HP e outras), capaz de rodar em
- múltiplas arquiteturas (do palm ao mainframe) e que, aliado a ferramentas providas por terceiros
- (e.g. GNU, KDE, Apache, PHP) forma um sistema operacional robusto e flexível. O sistema
- operacional resultante da união entre o kernel do Linux e as ferramentas de terceiros pode ser
- chamado de GNU/Linux ou apenas de Linux a variação ocorre por razões ideológicas.
- Linus Torvalds, autor do Linux
- Licenças: existe uma série de termos de uso que regulamentam os softwares. Cada autor
- de software é livre para escolher o tipo de licença adotada: licenças comerciais, shareware, etc. A
- licença típica do Linux é a GPL (General Public License), que permite livre uso, alteração e
- redistribuição, desde que as cópias redistribuídas adotem a mesma licença do original. Outra licença
- típica de sistemas abertos é a BSD, que permite livre uso e redistribuição, e dá a opção para que os
- interessados alterem os termos da licença.
- Distribuição: reunião do kernel do Linux a um conjunto de software selecionado porIntrodução ao Linux Augusto C. Campos 5
- terceiros, respeitando os termos de licenciamento de cada um dos componentes envolvidos.
- Qualquer interessado pode criar uma distribuição, mas apenas um pequeno grupo delas tem
- presença no mercado (o que não desqualifica as demais algumas não tem interesse em sucesso
- mercadológico). Exemplos de distribuição: Conectiva, Red Hat, Debian, SuSE, Kurumin.
- Logotipo do LSB
- LSB: Linux Standards Base (www.linuxbase.org) . Conjunto de padrões (facultativos) aos
- quais as distribuições e as aplicações devem aderir de forma a facilitar o desenvolvimento de
- software que não seja específico de uma dada distribuição, maximizando os treinamentos, a
- documentação, etc.
- Exercícios propostos:
- 1. Discutir em sala de aula as diferenças existentes entre domínio público, freeware, free
- software/software livre e open source/código aberto.
- 2. Você acha que a existência de múltiplas distribuições diferentes de Linux é um ponto
- positivo ou negativo deste sistema operacional? (Considere que todas elas obedeçam ao
- padrão LSB)
- 3. Veja no apêndice 2 as instruções sobre como obter via internet e gravar seus próprios
- Cds de Linux. Você acha correto revender Cds obtidos desta forma? Por que?
- 4. Como sugestão de leitura adicional, um artigo do site Linux.com apresenta vários
- conceitos interessantes relacionados ao Linux, em inglês. Veja em
- http://linux.com/article.pl?sid=02/03/09/1727250
- 4. Uma instalação assistida
- Instalar o Linux pode ser uma experiência muito mais fácil do que a maior parte dos
- usuários imagina. Entretanto, alguns detalhes podem tornar a tarefa mais desafiadora: manter mais
- de um sistema operacional na mesma máquina sem prejuízos a nenhum dos dois, ou instalar o
- sistema em um hardware cujo fabricante não forneceu driver para o sistema.
- A instalação assistida será realizada com o sistema
- operacional SuSE Linux 8.2, e não iremos tentar manter outro
- sistema operacional instalado no computador. Há uma sequência de
- passos que serão orientados pelo instrutor no início e no final da
- instalação, mas a maior parte do tempo será ocupada na tarefa de
- ficar trocando os discos durante a instalação - enquanto você
- aguarda o conteúdo dos cds ser transferido para o seu computador,
- pode ler no final desta apostila a minha análise do SuSE Linux 8.2, cuja versão condensada foiIntrodução ao Linux Augusto C. Campos 6
- publicada pela Revista do Linux em sua edição de Junho/2003.
- Atenção: os procedimentos abaixo instalarão o Linux sem preservar nenhum dado do
- seu disco rígido. Faça backup de todos os dados antes de prosseguir.
- O primeiro passo é verificar na BIOS do computador se ele está preparado para dar boot
- pelo CD, inserir o CD 1 no drive e dar o boot. Note que em poucos segundos deverá aparecer um
- menu de boot com várias opções a primeira (selecionada automaticamente após alguns segundos
- de inatividade) continua o boot normalmente pelo sistema operacional que estiver instalado no seu
- disco rígido, e as demais são opções normais de instalação. Use a tecla F2 para selecionar um modo
- de vídeo compatível com seu equipamento, e em seguida selecione Installation Safe Settings e
- pressione Enter.
- Após uma inicialização em modo texto que dura cerca de um minuto, começa a instalação
- em modo gráfico. Ajuste o monitor se necessário, e inicie sua interação selecionando o idioma
- Português Brasileiro note que os demais controles da tela mudam automaticamente após esta
- seleção. Pressione Aceitar.
- Neste momento, o programa de instalação irá fazer uma verificação do seu sistema, e
- construir um conjunto de sugestões de configuração. Você pode aceitá-las ou não, mas nada será
- alterado em seu computador até que você pressione o botão Aceitar na tela Configurações de
- Inicialização. Dica: outras distribuições operam de maneira diferente, e vão fazendo suas
- alterações conforme você as solicita procure sempre se informar sobre o modo de instalação antes
- de testar uma nova.
- Selecione o modo Instalação nova, o mapa de teclado Português
- Brasil (ou o Português Brasil (Acentuação US) se o seu teclado não tiver a
- tecla da cedilha) e o mouse adequado à sua configuração.
- Agora é a hora do particionamento. Esqueça a sugestão do sistema
- no nosso treinamento, vamos poder remover todas as partições pré-existentes e
- criar novas. Acompanhando as instruções dadas pelo instrutor, entre na opção Criar configuração
- de partição customizada, selecione o disco rígido correto e pressione o botão Use o disco rígido
- inteiro. O sistema irá criar uma nova sugestão de particionamento, para remover todas as partições
- pré-existentes e criar duas novas uma para o swap (memória virtual) e outra para os dados.
- Acompanhe com o instrutor a operação de, através da opção Particionamento definido
- pelo usuário, remover a partição / e em seu lugar criar duas outras partições: / e /home, cada
- uma com metade do espaço disponível, formatados com o sistema de arquivos Reiser. Existem
- muitas variáveis a considerar no momento de definir o particionamento de uma máquina usada em
- produção, mas elas serão vistas mais à frente.
- Dica: ao contrário do que ocorre em outros sistemas operacionais típicos de PCs, os
- diretórios do Linux possuem uma única raiz, representada por uma barra normal /. Outros
- dispositivos aparecem como ramos desta árvore por exemplo, o seu CD-ROM pode ser visto
- como o diretório /media/cdrom, e não como uma nova raiz (ex: D:\).
- A seleção de softwares definida automaticamente pelo sistema é suficiente para o
- treinamento. Entretanto, acompanhe a apresentação do instrutor sobre o uso do seletor de pacotes
- (que pode ser usado também após o sistema já estar instalado) e inclua para instalação o software
- mc e os pacotes de configuração do ambiente para o nosso idioma, de acordo com as instruções
- que serão dadas.
- Agora pressione Aceitar, confirme a operação e aguarde um bom tempo enquanto o
- sistema formata e copia dados dos CDs. É uma boa hora para assistir às dicas exibidas durante a
- instalação do CD 1, tirar dúvidas com o instrutor ou ler os apêndices desta apostila, mas fique
- atento aos momentos em que você precisará trocar as mídias! Note tambpem que entre o CD 1 e o
- CD 2 ocorre um boot do sistema.Introdução ao Linux Augusto C. Campos 7
- Após a leitura dos pacotes do CD 3 (a seleção default não usa softwares dos Cds 4 e 5) o
- sistema irá fazer algumas perguntas.
- A primeira delas é a senha para o administrador do sistema. Em situações normais você
- deveria levar em conta a política de senhas de sua organização, mas durante o treinamento
- certifique-se de escolher uma senha simples, de forma a lembrar dela até o último dia de aula.
- Em seguida surge a tela de configuração de dispositivos configure a rede de acordo com
- as políticas de sua rede local, conforme as instruções do orientador. Não esqueça de configurar o
- servidor de nomes e o gateway padrão. Após confirmar a operação, configure também o endereço
- do seu servidor proxy, também de acordo com as políticas de sua rede e segundo as orientações do
- instrutor.
- Quando o sistema perguntar se há necessidade de testar conexão com a internet, responda
- que não. Este teste poderia levar ao download de drivers adicionais, fontes TrueType extras e
- atualizações, mas demora tempo demais para ser feito durante um curso não deixe de fazê-lo
- quando estiver instalando uma máquina de produção!
- Na tela Método de autenticação do usuário, a escolha óbvia para um curso é Máquina
- Stand-alone, pois queremos ter estações de trabalho completamente independentes umas das
- outras. Entretanto, observe as demais opções disponíveis: as autenticações via serviços NIS, NIS+ e
- LDAP permitem ter uma base de dados de usuários centralizada na rede da organização, e os
- usuários utilizarem um único login e senha para todos os serviços sem complicação.
- Agora crie ao menos um usuário local. Os campos obrigatórios são o nome, o login e a
- senha. A opção Receber Correio do System, se habilitada, indica que este usuário deve receber
- cópias de todos os e-mails gerados pela administração do sistema (geralmente reservados apenas ao
- usuário root). Se fosse necessário alterar as demais configurações do usuário (grupos, ID numérico,
- diretório pessoal), bastaria clicar no botão Detalhes. O botão Configurações de senha permite
- configurar os prazos de expiração da senha do usuário.
- Após ler as notas de lançamento da versão, o sistema mostra os periféricos reconhecidos
- automaticamente, sugere configurações default e permite alterações. Todas estas configurações
- podem ser alteradas após a instalação também, mas é importante garantir que a placa gráfica e o
- monitor estejam configurados corretamente, para evitar problemas após o boot. Use a função de
- teste disponível nesta tela, para não ter problemas depois. Dica: se o teste falhar, você pode acelerar
- o retorno à tela de configuração pressionando Control+Alt+Backspace.
- Agora é só completar a instalação. Em alguns segundos você será levado a uma breve
- inicialização e à tela de login em modo gráfico.
- 5. Usando o ambiente
- Após uma instalação normal do Linux, você será levado a uma tela de logon em modo
- gráfico, onde deverá preencher seu login e senha, além de opcionalmente escolher qual será o seu
- ambiente gráfico, caso tenha instalado mais de um.
- Após preencher os campos, você será levado ao KDE, um ambiente gráfico amigável e
- completo, dispondo da maior parte das ferramentas comuns a outros ambientes gráficos
- contemporâneos. Note que o ambiente estará configurado em Português Europeu logo
- aprenderemos a selecionar o nosso idioma.Introdução ao Linux Augusto C. Campos 8
- A imagem acima mostra uma visão geral do ambiente default do KDE no SuSE Linux 8.2.
- A área 1 é ocupada por ícones de dispositivos e programas, a área 2 é o menu do sistema, e a área 3
- é o Kicker, ou barra de tarefas. Vamos analisá-los em ordem decrescente.
- O kicker ou barra de tarefas
- O kicker possui uma série de recursos para dar fácil acesso a itens usados com freqüencia e
- exibir o estado do sistema. Ele é altamente configurável, mas a configuração default é um bom
- exemplo do que ele pode fazer.
- Da esquerda para a direita, temos dois botões que dão acesso a menus do sistema, 6 botões
- de diretórios ou aplicações (diretório de documentos, diretório pessoal, shell, documentação,
- navegador web e e-mail), o paginador que dá acesso às áreas de trabalho virtuais, botões
- identificando as janelas abertas, uma área de botões que controlam aplicativos em execução, o
- relógio e um botão para encolher o kicker.
- Você pode redimensionar o kicker arrastando sua borda superior, da mesma forma que
- usaria para redimensionar qualquer outra janela do sistema. Outras opções (posição, aparência e
- comportamento) podem ser selecionadas clicando com o botão direito do mouse sobre qualquer
- área vazia do painel.
- Exercícios propostos:
- 1. altere a altura do seu kicker, observando o efeito sobre os botões.
- 2. Troque alguns botões de posição.
- 3. Crie um novo botão, associado à calculadora KcalcIntrodução ao Linux Augusto C. Campos 9
- O menu do sistema
- O menu do KDE dá acesso à maioria das aplicações instaladas juntamente com o SuSE
- Linux. Quando você remove ou adiciona uma aplicação fornecida pela própria SuSE, o menu é
- atualizado automaticamente. Parece uma afirmação óbvia, mas nem todas as distribuições de Linux
- oferecem este serviço.
- As aplicações estão agrupadas conforme seu uso: os grandes grupos são Escritório,
- Gráficos, Internet, Jogos, Multimídia e Sistema. Cada um deles se divide em subgrupos, conforme a
- necessidade. Infelizmente, as aplicações são identificadas apenas pelo seu nome, e não pela sua
- tarefa assim, pode ficar difícil adivinhar que o Kopete é um cliente de ICQ, ou que o XMMS é um
- player de MP3.
- Opções adicionais, como Favoritos e Navegador, dão acesso rápido a várias partes
- importantes do sistema, inclusive os arquivos de configuração da maior parte dos serviços mas
- lembre-se de que apenas o usuário root tem permissão para alterá-los.
- No topo do menu ficam as opções de acesso aos aplicativos recentemente executados. Na
- base, o gerenciamento de sessão, que permite bloquear a tela, iniciar um segundo ambiente gráfico
- simultâneo, ou encerrar a sua sessão.
- Exercícios propostos:
- 1. Crie uma segunda sessão do KDE sem encerrar a atual.
- 2. Alterne entre as sessões utilizando as teclas Ctrl+Alt+F7 e Ctrl+Alt+F8.
- 3. Aproveite para conhecer as sessões em modo texto, pressionando Ctrl+Alt+F1 a
- Ctrl+Alt+F6.
- 4. Altere o wallpaper em uma das sessões gráficas, e verifique o efeito sobre a outra.
- 5. Encerre a segunda sessão através do menu.
- Os ícones do sistema
- Você pode criar e remover ícones à vontade, como faz em qualquer outro sistema
- operacional moderno. Os ícones originais do sistema dão acesso aos dispositivos de armazenamento
- reconhecidos automaticamente pelo sistema (discos rígidos, disquetes, Cds, webcams...), à
- impressora, à apresentação do SuSE e ao OpenOffice.
- O ícone do OpenOffice merece atenção especial, porque na primeira vez em que é
- utilizado, faz a configuração do aplicativo automaticamente. Quando isto acontecer, e o sistema
- exibir a janela Address Data Source AutoPilot, pressione Cancel. Sim, o OpenOffice fornecido
- é em inglês, embora exista uma versão em português para download em www.openoffice.org.br.
- Exercícios propostos:
- 1. Crie um documento simples no OpenOffice, e grave-o com o nome de teste.sxw
- 2. Utilizando o ícone de sua unidade de CD, veja o conteúdo do CD 1 do SuSE. Em
- seguida, ejete-o.
- 3. Crie um ícone para a calculadora Kcalc. Dica: o executável dela é /opt/kde3/bin/kcalc.
- 6. Configurando o idioma
- Você já deve ter notado que o ambiente gráfico está todo em português europeu, e tarefas
- simples como a visualização prévia de um documento acabam virando Antevisão em editor de
- texto avançado embebido. Felizmente a conversão para a nossa língua pátria é tarefa simples, e
- serve também como um primeiro contato com o Centro de Controle. Introdução ao Linux Augusto C. Campos 10
- No menu do sistema, selecione o Centro de Controlo e aguarde o surgimento da janela
- exibida na figura acima. Nela, clique em Regional e Acessibilidade, e depois em País/Região e
- Lingua. Note que o sistema está configurado para Portugal... Como durante a instalação tivemos o
- cuidado de selecionar os pacotes do nosso idioma, basta trocar o campo País para Brasil, e o
- Português Brasileiro surge na tela, conforme a figura abaixo.
- Esta é uma das poucas alterações que exigem o reinício do ambiente gráfico (note que não
- é necessário fazer reboot) para se tornarem efetivas. Encerre sua sessão e faça novamente o logon, e
- você deverá ver os menus e opções dos programas em um idioma bem mais familiar.Introdução ao Linux Augusto C. Campos 11
- 7. Os aplicativos para usuários
- A intenção deste capítulo é fazer um rápido tour para demonstrar que a usabilidade dos
- bons aplicativos para usuários do Linux não tem nada de muito diferente em relação aos demais
- aplicativos que você tenha visto recentemente. Vamos passear por algumas das aplicações
- instaladas nos nossos computadores e verificar se elas são mais complexas ou menos funcionais.
- Comecemos pela calculadora, acessível através do menu Escritório / Calculation / Kcalc.
- Interaja com ela, faça contas básicas e avançadas. Simples, não?
- Agora vamos navegar rapidamente pelos diretórios do sistema. Em breve teremos uma aula
- específica sobre o que significa cada um dos diretórios e arquivos, mas agora preocupe-se apenas
- em abrir o navegador através do ícone da Casa no seu kicker, e em navegar através dos diretórios do
- seu sistema. Note como a navegação é simples, e a estrutura de diretórios e arquivos em árvore é
- bastante similar ao que você já conhecia.
- Agora vamos a um editor de textos simples, estilo bloco de notas. Abra o Kate, em
- Escritório / Editors / Kate. Escreva algumas linhas, grave seu documento. As funções não estão
- onde você esperaria que estivessem? Os aplicativos do Linux não são tão complicados como você
- ouviu falar, afinal... Se você for programador, vá em Ferraments / Modo de destaque e selecione a
- sua linguagem favorita. Agora escreva algumas linhas de código, e veja que o Kate é capaz de
- demarcar a sintaxe de diversas linguagens corretamente este pequeno editor tem vários truques na
- manga!
- Explore os demais menus, guiado pelo instrutor. Conheça o navegador web, o cliente de e-
- mail, veja o processador de textos e a planilha, e tenha uma boa noção do que está disponível atrás
- de cada opção do menu.
- 8. Comandos em modo texto na shell
- Talvez você já tenha ouvido falar que o uso do Linux exige o domínio de comandos emIntrodução ao Linux Augusto C. Campos 12
- modo texto, ou que ele é feio, lento e desajeitado. A segunda parte já deixou de ser realidade faz
- tempo, e a primeira vem se tornando cada vez menos real.
- Na administração de servidores, certamente o domínio do modo texto é uma grande
- necessidade muitos servidores operam completamente sem modo gráfico, para poupar recursos de
- processamento. No desktop, entretanto, a maior parte das tarefas suportadas já pode ser feita
- completamente sem interação em modo terminal, e a shell (similar ao Prompt de comandos nos
- sistemas da Microsoft) é mantida mais para conveniência dos usuários experientes (que certamente
- conseguem fazer através dela operações completamente inacessíveis em modo gráfico) do que
- como um recurso para os usuários comuns.
- Entretanto, ao seguir instruções de manuais ou de artigos de revista, muitas vezes será
- necessário recorrer à shell como ela varia pouco entre as diversas distribuições de Linux,
- normalmente a documentação a usa como base em seus exemplos. Eis porque teremos alguma
- interação com a shell neste curso introdutório.
- Para abrir seu terminal shell, pressione o ícone da concha em frente a um monitor no seu
- Kicker. Ao contrário do que ocorre nos prompts de comandos de outros sistemas operacionais, a
- janela da shell pode ser redimensionada como qualquer outra a sua geometria se adapta ao
- tamanho selecionado.
- A opção Preferências do menu da shell permite personalizar vários itens do aspecto da
- shell. Em Fonte você pode mudar a codificação e o tamanho dos caracteres. Em Teclado pode-
- se mudar o protocolo de comunicação oferecido pela shell (Dica: isto pode resolver problemas de
- acentuação ou de caracteres estranhos aparecendo em programas antigos). Em Esquema muda-se
- o conjunto de cores e a aparência geral do terminal. A opção Sessão, no menu principal, permite
- abrir vários prompts adicionais na mesma janela, e aí você pode alternar entre eles através dos
- botões criados na barra de status.
- Os comandos básicos
- Não vamos nos fixar em comandos em modo texto neste curso, mas alguns podem ser
- importantes, principalmente para usuários com conhecimento das interfaces via comando de outros
- sistemas operacionais. Note que todas as operações abaixo podem ser efetuadas de maneira intuitiva
- através de uma interface tipo Explorer acessível através do botão em formato de casa no Kicker.Introdução ao Linux Augusto C. Campos 13
- Para exibir a lista de arquivos, o comando é o ls. Usado sem nenhum parâmetro, ele exibe
- apenas os nomes dos arquivos do diretório corrente para ver uma listagem mais abrangente, com
- informações adicionais além dos nomes, use ls -la. Você pode acrescentar um parâmetro extra para
- indicar o nome do diretório do qual você deseja ver o conteúdo: ls -la /etc/init.d irá mostrar o
- conteúdo do diretório /etc/init.d.
- Para ver o conteúdo de um arquivo via shell, use o comando less. Exemplo: less
- /etc/inittab. Uma vez dentro do less, você pode sair pressionando a tecla q. A tecla / permite
- procurar por palavras, e a navegação ocorre pelas teclas tradicionais setas, page up, etc. A tecla
- h exibe uma referência dos demais comandos do less.
- Quando precisar digitar o nome de um arquivo, você pode utilizar a tecla TAB para
- completá-lo. Por exemplo, para se quiser usar o comando less /etc/protocols, você pode digitar
- apenas less /etc/prot e então pressionar TAB e o shell completará a digitação para você. Para
- limpar a tela, use Control+L. Para repetir comandos anteriores, use as teclas de setas e para
- localizar comandos similares, use Page Up.
- Para mudar o diretório corrente, use o comando cd, como no exemplo: cd /usr/local.
- Usuários acostumados ao MS-DOS vão notar que o comando CD sem parâmetros não faz o que
- eles estão acostumados ele retorna ao diretório pessoal do usuário, e não exibe o nome do
- diretório corrente. Para exibir o nome do diretório corrente, use pwd.
- Para criar um diretório, use mkdir. Exemplo: mkdir teste123. Para excluir um diretório
- vazio, use rmdir, como no exemplo: rmdir teste123.
- Para editar arquivos em modo texto, existem várias opções, desde o tradicional editor vi até
- alternativas mais simples (e menos poderosas) como o pico. Para editar o arquivo exemplo.txt com
- o pico, digite pico exemplo.txt. Dentro do pico, use as teclas Control+o para gravar, e Control+x
- para sair.
- Para renomear ou mover um arquivo, use o comando mv. Por exemplo, para transformar
- seu arquivo exemplo.txt em exercicio.txt, digite mv exemplo.txt exercicio.txt. Se você quisesse
- movê-lo para o diretório teste123, previamente criado, o comando seria similar: mv exemplo.txt
- teste123.
- Para copiar um arquivo, use o comando cp, com a mesma sintaxe do mv: cp exemplo.txt
- exercicio.txt, ou cp exemplo.txt teste123
- Para apagar um arquivo, use o comando rm. Exemplo: rm exemplo.txt
- Virando root
- Eventualmente você terá necessidade de emitir comandos específicos do administrador do
- sistema (o usuário root). Para tornar-se o usuário root dentro de uma sessão shell, use o comando
- su - ou sux -. O segundo é específico da distribuição SuSE, e permite que o
- usuário root possa inclusive iniciar aplicações gráficas a partir de sua shell.
- Você pode usar também o comando su sem parâmetro nenhum, mas aí
- os scripts de inicialização do usuário não serão executados, e você poderá sentir
- falta de alguns recursos presentes nele (como a reconfiguração da variávelIntrodução ao Linux Augusto C. Campos 14
- PATH, por exemplo).
- Para retornar à situação pré-root, use o comando exit ou pressione Control+d.
- Exercícios propostos
- 1. Usando sua shell pessoall, tente exibir o conteúdo do arquivo /etc/shadow com o
- comando less /etc/shadow. Em seguida torne-se o root e tente o mesmo comando,
- comparando os resultados obtidos.
- 2. Compare os efeitos do comando su e su - sobre o diretório corrente (que você pode
- aferir através do comando pwd). Como você explicaria a diferença?
- 3. Você acha segura a abordagem de segurança em que o usuário administrador do sistema
- tem acesso irrestrito a todos os recursos? Conhece modelos alternativos? Discuta o tema
- em sala de aula.Introdução ao Linux Augusto C. Campos 15
- 9. A árvore de diretórios
- O Linux tem uma estrutura de diretórios peculiar, objeto de uma série de padronizações e
- similar à que pode ser encontrada em versões comerciais de Unix. Alguns dos diretórios básicos do
- sistema merecem ser mencionados até mesmo em um curso introdutório, pois ajudam a entender
- melhor como o Linux funciona.
- Acompanhe esta aula através do seu gerenciador de arquivos no menu do KDE, selecione
- Navegador rápido / Diretório raiz / Abrir no gerenciador de arquivos. Você verá uma tela
- similar à da Figura abaixo, mostrando o nível inicial da árvore de diretórios de sua máquina. Nesta
- janela. Use o menu Ver / Modo de Visão para selecionar o tipo de visualização que você prefere
- ícones, detalhes, árvore...
- Os diretórios de binários
- Os diretórios de binários contém comandos e programas executáveis. A palavra binários
- não deve ser tomada ao pé da letra vários programas são em linguagens interpretadas (como Perl e
- bash) e estão gravados em formato textual. Os principais são o /bin e o /sbin, mas existem outros
- dentro de áreas como o /usr e o /opt, como veremos adiante. A diferença entre o /bin e o /sbin é que
- no último devem ficar todos os comandos e programas necessários durante o boot da máquina
- portanto, ele deve sempre residir no mesmo disco ou partição que o diretório raiz.Introdução ao Linux Augusto C. Campos 16
- O diretório de configuração
- Os arquivos de configuração dos diversos serviços instalados na sua máquina devem
- preferencialmente residir no /etc. Ele também precisa estar no seu diretório raiz, por ser necessário
- durante o boot.
- O diretório de boot
- No /boot residem os arquivos estáticos necessários ao processo de boot do kernel, inclusive
- o próprio kernel e eventualmente uma imagem de disco virtual contendo drivers para os primeiros
- estágios da inicialização. De modo geral ocupa menos de 10MB, e pode estar em uma partição
- separada algumas BIOS antigas podem exigir que este diretório esteja gravado no início do disco
- rígido.
- O diretório de dispositivos
- O /dev abriga arquivos que virtualizam todos os dispositivos de entrada e saída terminais,
- teclado, portas seriais e paralelas, teclado e até mesmo os próprios discos.
- O diretório de bibliotecas
- As bibliotecas compartilhadas essenciais (equivalentes às DLLs do mundo Windows) das
- aplicações e os módulos do kernel ficam gravadas no /lib.
- Os pontos de montagem de mídias removíveis
- Quando você acessa um CD, disquete ou mesmo um disco
- compartilhado via rede, ele se torna integrante (diz-se que ele foi montado)
- do diretório /mnt ou /media. Seu disquete, após montado, pode ser visualizado
- em /mnt/floppy; o CD pode vir a ser lido em /media/cdrom.
- Diretórios pessoais
- O diretório pessoal do usuário root é o /root. Os demais diretórios
- pessoais devem estar sempre dentro do /home.
- O indicador de status
- O diretório /proc é virtual ele não ocupa espaço físico real nos seus discos ou na
- memória. Seus arquivos servem como ponto de acesso para uma série de variáveis e recursos do
- sistema. Por exemplo, se você acessar o conteúdo do arquivo (virtual) /proc/cpuinfo verá
- informações sobre os processadores da sua máquina.
- Os diretórios de variáveis
- Logs, filas de impressão e de e-mail e outros arquivos mantidos dinamicamente pelo
- sistema são armazenados no /var. Já no /tmp são armazenados apenas arquivos temporários.
- A segunda hierarquia
- Dentro do diretório /usr nasce uma segunda hierarquia, idêntica à anterior. Dentro do
- /usr/bin, por exemplo, pode residir o mesmo tipo de arquivos que residiria no /bin desde que nãoIntrodução ao Linux Augusto C. Campos 17
- sejam necessários durante o boot. Eventualmente pode haver mais um terceiro nível, dentro de
- /usr/local. As razões por trás das hierarquias adicionais são históricas, mas elas permitem manobras
- interessantes, como a gravação em mídias protegidas contra gravação, ou o compartilhamento de
- um mesmo diretório /usr por uma série de computadores ligados em rede. Alguns conteúdos
- interessantes podem ser encontrados por padrão dentro da hierarquia do /usr um exemplo é a
- documentação dos pacotes instalados, que deve residir em /usr/share/docs.
- Outros diretórios
- Outros diretórios podem existir na sua árvore sem violar o padrão. O SuSE Linux usa
- extensivamente o /opt, por exemplo, para instalação de árvores de diretórios adicionais criadas por
- pacotes específicos, como o KDE e o OpenOffice.
- Quem garante?
- E quem garante que cada distribuição de Linux vá obedecer aos padrões existentes?
- Ninguém. Mas os usuários esperam isso desrespeitar os padrões significa que softwares
- desenvolvidos levando em conta os padrões existentes não irão funcionar na sua distribuição.
- O desrespeito aos padrões pode levar a problemas sérios: uma versão relativamente antiga
- de uma distribuição de Linux bastante usada no Brasil gravava seu arquivo de definição de fusos
- horários dentro do diretório /usr. Quando algum administrador de sistemas experiente optava por
- gravar o diretório /usr em uma partição ou disco separado (respeitando o padrão), o arquivo deixava
- de estar disponível durante o boot. Resultado? Um erro difícil de identificar, que resultava em
- problemas principalmente durante o horário de verão.
- Assim, as distribuições que desejam participar do mercado corporativo tendem a aderir aos
- padrões, evitando causar problemas desnecessários aos administradores. Distribuições
- desenvolvidas para objetivos acadêmicos ou por hobby podem se dar ao luxo de criar seus próprios
- padrões.
- Para conhecer melhor os padrões, visite:
- ï www.linuxbase.org
- ï www.pathname.com/fhs
- ï www.li18nux.net
- 10.A documentação
- O Linux é fornecido com grande volume de documentação. Bons manuais são o diferencial
- das distribuições mais orientadas ao mercado corporativo, mas também estão disponíveis junto às
- distribuições livres e até mesmo em produções independentes.
- O SuSE Linux 8.2 vem acompanhado de dois manuais impressos, sendo um deles voltado
- para a administração do sistema e o outro voltado ao usuário. Como seria de se esperar em um
- produto vindo do software livre, o conteúdo dos manuais vem gravado nos Cds e é instalado
- juntamente com o sistema, podendo ser acessado através do ícone da bóia salva-vidas no seu kiosk.
- No mesmo ícone você encontra pontos de acesso a uma série de outros itens de
- documentação que são instalados junto com o seu sistema: os manuais (man) dos comandos, o guia
- do usuário do KDE, guias para desenvolvedores, e muito mais.Introdução ao Linux Augusto C. Campos 18
- Boa parte da documentação pode ser acessada também através do modo
- texto. Para ler o manual de um comando qualquer, use o comando man. Por exemplo,
- para ler o manual do comando cp, use man cp. Alguns comandos mais modernos
- não dispõem de manuais no antigo formato man, e para eles usa-se o comando info -
- exemplo: info less. Outros comandos ainda possuem documentação através do
- sistema help exemplo: help pwd.
- Existe muita documentação disponível na Internet, também. Em português pode-se contar
- com:
- ï Os manuais e guias da Conectiva: http://www.conectiva.com.br/cpub/pt/doc
- ï FAQ: http://www.conectiva.com.br/cpub/pt/suporte/perguntaserespostas.php
- ï Guia Foca Linux: http://focalinux.cipsga.org.br/
- ï Tutoriais Linux in Brazil: http://artigos.br-linux.com/
- além de muitos outros sites. Já em inglês, as dicas básicas são o Linux Documentation
- Project (www.tldp.org) e a área Linux do Google (www.google.com/linux).
- Se você preferir participar interativamente, perguntando e respondendo, uma sugestão é
- assinar a lista linux-br (instruções em http://linux-br.conectiva.com.br/ - note que apesar da URL,
- não se trata de uma lista exclusiva sobre o Conectiva Linux) ou participar de fóruns online como o
- br-linux.com ou o www.underlinux.com.br.
- Para informações específicas sobre a SuSE, o site brasileiro é www.suse-brasil.com.br, e o
- internacional é www.suse.com. Eles tem instruções sobre como assinar as listas de e-mail
- relacionadas a seus produtos.
- 11.Administração do sistema
- Todo sistema operacional precisa de administração, em maior ou menor grau. Há
- necessidade de manter atualizadas as contas e senhas de usuários, gerenciar a ocupação dos discos,
- dimensionar a quantidade de tarefas em execução simultânea, manter a comunicação com os
- periféricos e com a rede, e muito mais.
- As ferramentas fornecidas para administração do sistema servem como um dos principais
- diferenciais entre as distribuições algumas oferecem alternativas que de tão automatizadas
- chegam a ser intrusivas, enquanto outras limitam-se ao mínimo necessário.
- O mínimo necessário, no caso, pode ser um editor de texto capaz de alterar os arquivos
- de configuração do Linux seguindo a tradição do mundo Unix, a absoluta maioria dos softwares
- para Linux pode ser configurada a partir de arquivos texto. E as ferramentas intrusivas são aquelas
- que sobrescrevem estes arquivos de configuração sem considerar alterações eventualmente
- inseridas de forma manual pelo administrador do sistema.
- Cada distribuição de Linux oferece a sua própria ferramenta de administração, e todas têm
- suas vantagens e problemas. Algumas ferramentas de administração são desenvolvidas de forma
- independente de qualquer distribuição, e podem ser instaladas com relativa facilidade em qualquer
- sistema. Um exemplo desta categoria é o Webmin, que permite o gerenciamento remoto via
- navegador web, com uma interface como a da figura abaixo:Introdução ao Linux Augusto C. Campos 19
- Os módulos do webmin têm interfaces avançadas e simples de usar. Veja como funciona a
- inclusão de um usuário:
- Este foi apenas um exemplo, mas há uma série de outras ferramentas disponíveis para esta
- mesma função. Neste curso, entretanto, iremos concentrar nosso foco no YaST, a ferramenta de
- administração que acompanha o SuSE Linux.Introdução ao Linux Augusto C. Campos 20
- O YaST
- O YaST é uma interface de gerenciamento completamente gráfica, mas que também
- oferece uma interface em modo texto para facilitar a administração remota (via ssh ou telnet) e a
- administração de servidores sem modo gráfico.
- A tela inicial do YaST exibe à esquerda os ícones dos grupos de serviços gerenciáveis pelo
- YaST, e à direita os ícones do grupo default, que é o do gerenciamento de software. Note na figura
- a abrangência dos grupos: Software, Hardware, Rede, Segurança, Usuários, Sistema e Diversos.
- Vamos agora visitar os principais grupos. Como se trata de experiência interativa, a
- apostila não irá abordar as configurações individualmente acompanhe as exposições juntamente
- com o instrutor.
- Gerenciamento de usuários e segurança
- Vamos iniciar pelo gerenciamento de usuários, disponível no grupo Segurança e
- usuários. O ícone Editar e criar usuários permite visualizar a listagem dos usuários do seu
- sistema, alterá-los, excluí-los e até mesmo incluir novos. Usuários experientes de Linux vão notar
- que o sistema, por default, exibe apenas a listagem dos usuários locais. Utilizando a opção
- Configurar Filtro você pode exibir também os usuários administrativos do sistema, como o root e
- o nobody mas não os altere a não ser que tenha boa razão para isto! Acompanhe o instrutor nas
- operações de criação, alteração e exclusão de usuários, e veja também as opções avançadas,
- inclusive a criptografia utilizada nas senhas (DES, MD5 e Blowfish) e a fonte utilizada na
- autenticação (arquivos locais, NIS, NIS+ e LDAP).Introdução ao Linux Augusto C. Campos 21
- O ícone Configurações de segurança permite definir o nível de segurança usado na
- máquina, variando de 1 (estação de trabalho doméstica) a 3 (servidor de rede). Pode-se também
- alterar detalhes individualmente, incluindo o tratamento de senhas, das teclas Ctrl+Alt+Del, da
- possibilidade de shutdown para usuários comuns, do método utilizado para login, do gerenciamento
- de arquivos e outros.
- Acesso a rede
- O grupo Dispositivos de rede permite configurar as suas interfaces, inclusive ADSL,
- modems, placas de rede, Fax, secretária eletrônica e ISDN. A maior parte dos dispositivos de rede
- comuns são detectados automaticamente, e o uso dos ícones deste grupo em geral limita-se a
- configurações de software detalhes da discagem para provedores Internet, ou a configuração do IP
- da sua placa de rede.
- Clique no ícone da placa de rede para fazer a configuração IP. Caso ela não apareça na lista
- de dispositivos já configurados, pressione o botão Configurar e informe os dados solicitados; caso
- contrário, pressione Modificar, selecione Editar e veja uma tela como a da figura abaixo:
- Nela você pode selecionar a configuração automática (se sua rede contar com servidor
- DHCP) ou informar manualmente dados como o endereço IP, a máscara, o endereço do servidor
- DNS e o Gateway padrão.
- Serviços de rede
- Este é um grupo que vem crescendo a cada nova edição do SuSE Linux. Ainda não é
- possível configurar os serviços de rede mais avançados (como o Apache e o Samba) por aqui, mas
- tudo indica que logo teremos esta comodidade.
- Entre os serviços já disponíveis neste grupo, temos os diversos autenticadores de redeIntrodução ao Linux Augusto C. Campos 22
- (NIS, NIS+, LDAP, Kerberos), configurações relacionadas a serviços de nomes (definições de
- nomes locais e arquivo de hosts, acesso a servidor DNS), compartilhamento de arquivos via NFS,
- roteamento, acesso a proxy, acesso a e-mail e serviços de rede (inetd). Os dois últimos, por serem
- mais complexos, serão vistos com mais detalhes.
- Quanto ao serviço de e-mail, visto na figura acima, a primeira escolha é quanto ao tipo de
- conexão. Em conexões discadas, o servidor de e-mail acumula as mensagens, e elas só são enviadas
- quando explicitamente solicitado pelo administrador de sistemas. Neste passo pode-se também
- habilitar o uso de um antivírus no servidor. Em seguida, pode-se especificar um servidor (relay)
- de saída, para os casos em que se deseja rotear todo o e-mail através de um servidor remoto (com
- suporte inclusive a mascaramento e autenticação SMTP), e pode-se também habilitar a recepção de
- e-mail remoto (inclusive através de servidores POP e IMAP de outros provedores, e com suporte a
- apelidos e a domínios virtuais).Introdução ao Linux Augusto C. Campos 23
- Já quando se trata dos serviços de rede (inetd), a explicação tem que ser um pouco mais
- detalhada. O inetd é um serviço especial, cuja principal tarefa é monitorar as interfaces do sistema e
- iniciar automaticamente os demais servidores (exemplo: FTP, IMAP, POP) quando detecta alguma
- requisição externa.
- Através do seu ícone no YaST, o administrador pode ativar o inetd (na verdade trata-se de
- um software chamado de xinetd) e configurar em uma interface como a da figura acima quais os
- serviços que serão providos através dele. No caso de serviços cujo software correspondente não
- tenha sido instalado, a ativação gera automaticamente uma requisição de instalação do software
- necessário, a partir dos Cds do sistema. Por exemplo, se você deseja que seu computador aceite e
- suporte conexões via FTP, basta ativar o xinetd e usar o botão Toggle Status para ativar o serviço
- correspondente.
- Hardware
- No grupo Hardware encontramos as ferramentas de suporte à configuração dos diversos
- dispositivos suportados pelo YaST. Note que há dispositivos suportados e reconhecidos
- automaticamente pelo SuSE Linux mas que não possuem opção de configuração pelo YaST
- exemplos disso são as câmeras digitais e webcams.Introdução ao Linux Augusto C. Campos 24
- O ícone Informação de Hardware mostra uma lista dos dispositivos reconhecidos pelo
- sistema, mesmo que não tenham sido configurados automaticamente. Veja na figura acima um
- exemplo, com o primeiro nível de detalhe sobre a CPU, o disco e a placa de vídeo. O segundo nível
- de detalhe, não mostrado na figura, exibe uma quantidade surpreendente de informações sobre o
- equipamento.
- O ícone Modo IDE DMA permite ligar ou desligar o acesso de alta velocidade aos
- dispositivos IDE (discos rígidos, unidades de CD). De modo geral, a única razão para desligar o
- modo DMA (que garante velocidades bem superiores) é na existência de problemas de
- compatibilidade com dispositivos antigos.
- O ícone da placa de vídeo o monitor permite selecionar a resolução, profundidade de cores
- e aceleração 3D de seu equipamento ou colocá-lo em modo texto definitivamente. Além disso
- pode-se utilizar o suporte a múltiplos monitores simultâneos, quando o hardware suportar esta
- configuração. Se em algum teste você descobrir que seu micro não dá mais boot em modo gráfico,
- use o comando SaX2 -l (é um L minúsculo, e não o número 1) no modo texto para reconfigurar.
- Exercício proposto:
- 1. Usando o ícone Informação de Hardware, compare a sua configuração com a dos demais
- colegas de treinamento, identificando diferenças reconhecidas pelo sistema.
- Sistema
- Esta opção é específica para usuários avançados. Os módulos permitem a configuração do
- boot do sistema, criar disquete de boot ou de resgate, escolher o idioma básico utilizado pelo YaST
- e pelos aplicativos, fazer e restaurar backups simples, reparticionar e configurar volumes lógicos
- (LVM) alterar o fuso horário e o mapa do teclado.
- Algumas opções merecem destaque, embora não sejam objeto deste curso introdutório. A
- primeira delas é o Gerenciador de Perfil, que permite arquivar múltiplas configurações para uma
- mesma máquina pense em um notebook que pode ser usado em mais de uma rede com
- configurações completamente diferentes, ou em uma máquina usada em treinamentos que precisa
- ser servidor de manhã e estação de trabalho à tarde.
- O editor de runlevel permite definir quais serviços irão ser executados em sua máquina. A
- explicação sobre os diversos níveis de execução (runlevels) será dada mais adiante, mas através
- deste editor pode-se definir qual o runlevel padrão da máquina, e quais os serviços (exemplo:
- servidor web, servidor de correio, login gráfico) estarão ativos em cada runlevel.
- O editor do /etc/sysconfig é o último recurso do administrador de sistemas que não desejaIntrodução ao Linux Augusto C. Campos 25
- editar arquivos texto de configuração diretamente. Através dele pode-se localizar até mesmo as
- opções mais obscuras suportadas pelo YaST, e alterá-las em uma interface gráfica com ajuda
- online.
- 12.Gerenciando impressoras
- Manipular impressoras através do YaST é uma tarefa fácil. Nos exemplos, vamos utilizar
- uma impressora conectada via rede, mas eles podem ser facilmente adaptados para impressoras
- conectadas localmente.
- Para configurar sua impressora, utilize o ícone correspondente no grupo Hardware do
- YaST. Na primeira execução ele pode demorar mais do que o esperado, porque ele tentará localizar
- sua impressora local utilizando todas as portas disponíveis. A figura abaixo mostra a tela de
- configuração sem que nenhuma impressora tenha sido reconhecida automaticamente.
- Se você ligar uma impressora paralela agora, pode apertar o botão Reiniciar detecção e
- aguardar a configuração automática, mas para o caso de impressoras de rede a única possibilidade é
- a configuração manual.
- No nosso exemplo iremos configurar uma impressora Lexmark T520 conectada via rede
- local. A operação é simples. Clique no botão Modificar, depois em Adicionar, Mostrar mais
- tipos de conexão, Fila de pré-filtro para impressora LPD, preencha o endereço da impressora na
- rede e o nome da fila remota (geralmente é lp), selecione o fabricante e modelo, defina um nome,
- descrição e localização da sua impressora conforme os padrões adotados em sua organização e
- confirme a operação. Parece uma seqüência longa, mas é uma típica receita de bolo que funciona
- para a maior parte das impressoras conectadas diretamente a redes locais embora haja suporte
- também a impressoras paralelas e conectadas a servidores de impressão Unix/Linux, Novell e
- Windows (veja figura abaixo).Introdução ao Linux Augusto C. Campos 26
- Utilizando o mesmo ícone pode-se editar a configuração das impressoras, tornando-as
- inativas, configurando folhas de rosto e várias outras opções.
- Para imprimir, utiliza-se os recursos dos próprios programas aplicativos. Para imprimir um
- arquivo texto a partir da shell, pode-se utilizar o comando lpr -Pimpressora arquivo.txt,
- substituindo o nome da impressora e o nome do arquivo note que não há espaço entre o P
- maiúsculo e o nome da impressora.
- Para exibir a lista dos trabalhos pendentes em uma fila de impressão, utiliza-se o comando
- lpq -Pimpressora, e para remover um deles o comando é lprm -Pimpressora número. O
- exemplo da figura abaixo não usa o parâmetro -P, desnecessário quando se opera sobre a
- impressora default do sistema.Introdução ao Linux Augusto C. Campos 27
- 13.Gerenciamento de discos
- Este capítulo não irá tratar de questões como o particionamento ou o gerenciamento de
- RAID e volumes lógicos estas são matérias complexas que mereceriam cursos específicos para
- elas. Entretanto, todo usuário e administrador de sistema tem a eventual necessidade de gerenciar o
- espaço livre em seus discos, ou de localizar um determinado arquivo cujo nome é conhecido mas
- não se sabe onde está. Usaremos preferencialmente ferramentas de modo texto para esta finalidade.
- Descobrindo o espaço livre
- Uma das necessidades mais comuns relacionadas ao gerenciamento de discos diz respeito
- ao espaço livre. O comando df apresenta o total disponível em cada partição do computador, como
- no exemplo abaixo, de um servidor bastante lotado:
- root@jurere /etc> df
- Filesystem 1024-blocks Used Available Capacity Mounted on
- /dev/sda5 396500 356805 19214 95% /
- /dev/sda7 598634 204566 363145 36% /opt
- /dev/sda12 893986 526005 321796 62% /usr
- /dev/sda6 598634 418964 148747 74% /var
- /dev/sdc1 4950048 4591001 102812 98% /users
- /dev/sda11 5839303 5217784 319097 94% /users2
- /dev/sdc5 3633411 3212673 232780 93% /users3
- /dev/sdb1 6921609 6487165 75793 99% /users4
- /dev/sdb2 5932328 5317990 307095 95% /users5
- /dev/sdb4 4299860 3741990 335370 92% /users6
- Note que a coluna mais à direita indica o nome do diretório associado a cada uma das
- partições, a coluna available indica o espaço livre (em Kbytes) e a coluna Capacity indica quanto do
- espaço já está ocupado, em percentual.
- A opção -h exibe os valores em forma mais fácil de ler:Introdução ao Linux Augusto C. Campos 28
- root@jurere /etc> df -h
- Filesystem Size Used Avail Capacity Mounted on
- /dev/sda5 387M 348M 19M 95% /
- /dev/sda7 585M 200M 355M 36% /opt
- /dev/sda12 873M 514M 314M 62% /usr
- /dev/sda6 585M 409M 145M 74% /var
- Dica: o comando kdf pode fornecer a mesma informação, mas em modo gráfico.
- Descobrindo quem está usando o espaço
- Para descobrir os vilões responsáveis pelo maior consumo do seu espaço, use o comando
- du. Entre suas múltiplas opções, o -S (maiúsculo) separa os subdiretórios e o -x desconsidera
- arquivos e diretórios que estejam em partições diferentes.
- Adiantando uma matéria de um capítulo posterior, podemos usar os filtros de texto do
- Linux para listar os 5 maiores diretórios abaixo de um determinado diretório, como no exemplo
- abaixo que lista os maiores diretórios abaixo do /f/grupos/inf:
- root@jurere /> du -Sx /f/grupos/inf | sort -nr | head -5
- 12817 /f/grupos/inf/gm
- 11035 /f/grupos/inf/eliane
- 9830 /f/grupos/inf/Curso UML
- 4340 /f/grupos/inf
- 4044 /f/grupos/inf/agreg
- O parâmetro -h pode ser usado para facilitar a leitura dos números, mas ao mesmo tempo
- ele torna os resultados incompatíveis com o filtro de ordenação:
- root@jurere /> du -Sxh ~renato
- 8.9K /users/net/users/renato/Forum
- 2.0M /users/net/users/renato/backup/altguia2
- 1.5M /users/net/users/renato/backup
- 3.3M /users/net/users/renato/filiacao/0506
- 339K /users/net/users/renato/filiacao/0805
- A opção Sistema / Filesystem tools / Kdir Stats do seu menu oferece a mesma
- funcionalidade, mas em modo gráfico.
- Localizando arquivos
- O comando básico para localizar arquivos no disco é o find, cuja sintaxe é praticamente
- uma linguagem, e permite realizar uma série de operações complexas. Neste curso introdutório,
- vamos ver apenas os itens mais comuns.
- A busca mais simples é a baseada em nomes de arquivos. Se você quiser procurar dentro
- do diretório /users apenas os arquivos com a extensão .xls, pode usar o comando find /usersIntrodução ao Linux Augusto C. Campos 29
- -name '*.xls' como no exemplo abaixo:
- root@jurere /> find /users -name '*.xls'
- /users/net/temp/Banco_horas.xls
- /users/_zonas/public/out/multa.xls
- O segundo parâmetro é a origem da pesquisa, o terceiro é o tipo da busca e o quarto é o
- argumento da busca. Para pesquisar arquivos chamados backup no disco inteiro, o comando seria
- find / -name backup. Note que a barra utilizada como segundo parâmetro indica que a pesquisa
- deve ocorrer no disco todo.
- Pode-se também fazer pesquisas baseadas no tamanho do arquivo. O comando find /users
- -size +1000000c mostraria todos os arquivos abaixo do diretório /users e que tenham mais de
- 1.000.000 de caracteres. Pode-se combinar pesquisas, como em find /users -size +1000000c -name
- '*.zip'.
- O comando find tem uma série de recursos adicionais digite man find para ver os
- detalhes. A boa notícia é que o ambiente gráfico KDE tem uma interface bastante amigável para a
- localização de arquivos, permitindo inclusive fazer filtros pelo conteúdo dos mesmos, data de
- criação, tamanho e várias outras opções ela está na opção Encontrar arquivos, no menu do
- sistema.
- Além disso, se você instalar o pacote adicional findutils-locate, poderá utilizar o comando
- locate para pesquisas super-rápidas baseadas em um índice de arquivos. Este índice é gerado
- automaticamente uma vez por dia, ou toda vez que o administrador da máquina utilizar o comando
- updatedb.Introdução ao Linux Augusto C. Campos 30
- Restrições e permissões de acesso
- O sistema de permissão de acesso do Linux protege o sistema de arquivos do acesso
- indevido de pessoas ou programas não autorizados.
- Os direitos de acesso são fornecidos a três classes distintas de usuários:
- ï O usuário dono do arquivo, representado pela letra u;
- ï O grupo dono do arquivo, representado pela letra g;
- ï Todos os outros usuários, representados pela letra o (de outros).
- Eles também se dividem em três categorias de privilégio:
- ï Leitura (r, de Read)
- ï Escrita (w, de Write)
- ï Execução (x, de eXecute)
- Todo arquivo do Linux possui um conjunto de privilégios definido para cada uma das três
- classes, e o sistema operacional sempre obedece a estes privilégios, e força todos os usuários a
- obedecê-los também exceto quando se trata do usuário root, que tem acesso a todos os arquivos.
- A figura abaixo mostra o editor de permissões do gerenciador de arquivos do KDE. Note a matriz
- formada pelas classes e pelas categorias:
- Aqui, o arquivo pode ser escrito apenas por seu proprietário, mas pode ser lido e executado
- pelo proprietário, pelo grupo e pelos demais usuários ou seja, por todos.
- Geralmente as permissões são descritas como uma sequência de 10 caracteres, sendo que
- o primeiro indica se ele é um diretório e os demais formam 3 grupos de 3 caracteres indicando os
- privilégios de cada classe de usuário. A seqüência - rwx r-x r-x indica que o usuário proprietário
- do arquivo tem direitos de leitura, escrita e execução, o grupo proprietário tem leitura e execução, e
- os outros usuários têm também leitura e execução a mesma combinação vista na figura acima.
- Veja como o mesmo arquivo da figura seria exibido pelo comando ls -l:Introdução ao Linux Augusto C. Campos 31
- -rwxr-xr-x 1 brain users 482 2000-05-23 22:12 bin/terminal
- Você pode alterar as permissões dos seus arquivos através do editor de propriedades
- exibido na figura, ou através do comando chmod. O chmod tem muitas opções de sintaxe, mas a
- mais simples é a que acrescenta ou retira privilégios de cada uma das classes. Alguns exemplos:
- Dar permissão de execução para o usuário: chmod u+x arquivo
- Dar permissão de leitura para o usuário e o grupo: chmod ug+r arquivo
- Retirar permissão de escrita dos outros: chmod o-w arquivo
- Os três exemplos acima acrescentam e retiram apenas as permissões explicitamente
- citadas, sem alterar as demais. Existem muitas outras formas de manipular permissões usando o
- comando chmod, e existem até mesmo permissões avançadas (SUID, SGID e sticky) que não
- vamos mencionar neste curso introdutório conte com a documentação do comando chmod para
- conhecer os detalhes.
- Dica: Este modelo de permissões, que segue o modelo tradicional do Unix, pode ser
- substituído e complementado de várias maneiras. Uma delas é a instalação de ACLs (como as do
- HP-UX e do Windows NT) e atributos extendidos não veremos detalhes neste curso, mas você
- pode se informar em http://acl.bestbits.at/.
- 14.Instalando e gerenciando software
- A instalação de software adicional é feita através da opção Instalar e Remover Software,
- do grupo Software do YaST. A figura abaixo mostra a interface básica:
- Note que são 5 painéis distintos. Da esquerda para a direita temos:Introdução ao Linux Augusto C. Campos 32
- ï O seletor de filtros, que permite optar entre ver todos os pacotes disponíveis para a
- instalação, limitar-se aos recomendados pela SuSE ou fazer buscas específicas;
- ï A lista de pacotes do grupo definido no seletor de grupos, ou resultante de uma pesquisa
- efetuada pelo usuário. Cada pacote tem um campo de status (que indica se ele está
- instalado, se está em conflito com outro, etc.), o nome e uma breve descrição em inglês;
- ï Os dados sobre o pacote selecionado, incluindo descrição, dependências em relação a
- outros pacotes, etc.
- ï Um resumo do espaço livre em disco;
- ï O seletor de grupos, permitindo escolher o escopo da lista de pacotes apresentada.
- Para instalar ou desinstalar um pacote, basta alterar o seu campo status na lista. Se esta
- operação quebrar alguma relação de dependência, o sistema alertará e dará sugestões sobre as
- possíveis alternativas, incluindo a instalação de pacotes adicionais, se necessário.
- Fazer uma pesquisa é simples: selecione a opção Pesquisa no seletor de filtros, preencha a
- palavra desejada, e pressione Enter.
- Ao terminar suas alterações, clique no botão Aceitar, e o sistema irá solicitar a inserção
- dos Cds conforme necessário.
- É possível também instalar e gerenciar pacotes a partir da shell. Alguns comandos úteis
- são:
- ï Instalar um pacote novo: rpm -ivh nome.rpm
- ï Fazer upgrade de um pacote: rpm -Uvh nome.rpm
- ï Remover um pacote: rpm -e nome
- ï Listar os pacotes instalados: rpm -qa
- ï Ver informações sobre um pacote instalado: rpm -qi nome
- ï Ver a lista de arquivos de um pacote instalado: rpm -ql nome
- ï Ver informações sobre um pacote não instalado: rpm -qpi nome.rpm
- ï Ver a lista de arquivos de um pacote não instalado: rpm -qpl nome.rpm
- É possível também fazer a atualização dos softwares via Internet, usando o ícone
- Atualização online no YaST. Neste caso, o sistema verifica no servidor de Internet da SuSE os
- pacotes que foram alterados desde a última atualização do computador e permite o download e
- instalação automatizada das versões novas.
- 15.Sobrevivendo no modo texto
- Nota: este capítulo foi extraído do artigo O poder do modo texto, de Aurélio M. Jargas,
- publicado pela Revista do Linux.
- O que para a maioria dos usuários são funcionalidades fantásticas do mundo gráfico, para
- outros não passam de futilidades. Aliás, no Linux, são muitos os usuários que fazem apologia do
- modo texto, sem interfaces gráficas, sem mouse, em um terminal de fundo preto, basicamente
- devido ao poder e flexibilidade obtidos. São os que não adotam o mouse porque consideram os
- atalhos de teclado muito mais rápidos. Dispensam o ambiente gráfico porque o julgam umaIntrodução ao Linux Augusto C. Campos 33
- "desespecialização", uma padronização que nivela o especialista por baixo e pela média. Uma
- camisa-de-força inaceitável.
- Mais do que qualquer apologia do modo texto, porém, nada como a demonstração de
- conceitos e o detalhamento de exemplos para mostrar suas vantagens. E a realidade é que há muitas
- tarefas que não podem ser feitas em aplicações gráficas ou que, se podem, não alcançam toda a
- flexibilidade do modo texto.
- Vamos a uma análise rápida. O que temos no mercado, aos milhares, são aplicativos
- gráficos para sistemas operacionais "gráficos", que tentam centralizar diversas tarefas e, assim,
- monopolizar o uso. Quase sempre, desempenham todas as tarefas aquém do grau ideal para cada
- uma. Resultado: o usuário acaba tendo um aplicativo muito genérico e pouco especialista, que no
- fim acaba não sendo ótimo para nenhuma das tarefas isoladamente. Ganha-se em integração, mas
- perde-se em flexibilidade. Exemplos são o Lotus Notes, Microsoft Office, etc.
- Também existe aquele outro tipo de programa, chamado de front-end, que é apenas uma
- interface "bonitinha" para o usuário, que acessa um programa não-gráfico, cheio de opções. O
- grande problema é que geralmente essa interface não contém todas as opções do programa,
- limitando seu uso, como em alguns aplicativos do KDE e do Gnome.
- Já o Unix, o Linux e o Java seguem uma filosofia contrária: a modularidade. Pequenos
- aplicativos, cada um com uma tarefa bem específica e definida, que desempenham de maneira
- eficiente e confiável. Combinando essas pequenas "ferramentas", conseguimos todo o poder,
- flexibilidade e confiabilidade necessários a uma tarefa. São essas ferramentas e dicas de uso que
- vamos comentar.
- Numa alusão simples mas didática, o modo gráfico é comparável a um carrinho de
- plástico, pronto e imutável. E o modo texto pode ser comparado a um Lego®, com todas as peças
- para montar o carrinho da maneira que bem se entenda. Se amanhã seu carrinho precisar de mais
- duas rodas, basta acrescentá-las, sem traumas ou esforço.
- Ao contrário do que possa parecer, "montar" o seu carrinho não é complicado. Basta
- entender um conceito básico, como o redirecionamento, e você já sai criando. Isso não é uma
- exclusividade de administradores de sistema, e você, como usuário normal, pode se beneficiar
- dessas ferramentas, automatizando tarefas repetitivas e extraindo informações de maneira rápida e
- eficiente.
- Primeiro, vamos dar uma olhada nas ferramentas mais usadas:
- cal: mostra o calendário
- cat: mostra o conteúdo de um arquivo
- crontab: agenda tarefas de sistema
- cut: "corta" pedaços de uma linha
- date: mostra a data e hora atuais
- du: mostra o uso do disco
- find: "acha" arquivos no sistema
- grep: procura palavras num texto
- more: pagina um fluxo de texto
- sort: "ordena" um textoIntrodução ao Linux Augusto C. Campos 34
- tr: "traduz" texto (no sentido de trocar letras)
- uniq: elimina linhas repetidas seguidas num texto
- wc: conta letras, palavras e linhas de um texto
- Antes de partirmos para os exemplos práticos, lembremos o único conceito fundamental:
- redirecionamento. Temos um comando para mostrar o conteúdo de um arquivo, o cat.
- Experimente:
- cat /etc/inittab
- E o comando cat exibirá esse arquivo no vídeo. Como você pôde
- perceber, o arquivo é muito grande, e rola na tela. Então podemos usar um
- utilitário cuja única função é paginar um fluxo de texto, o more. Vamos
- colocá-lo para paginar a saída do comando anterior:
- cat /etc/inittab | more
- Agora, a cada tela cheia, o more espera que você aperte a barra de
- espaços para mostrar a próxima tela. Pare um pouco para refletir e entender o
- que ocorreu aqui. Primeiro, você tinha um comando que gerou uma saída
- qualquer na tela (nesse caso, o conteúdo do /etc/inittab), e essa saída foi
- redirecionada (pelo pipe |, um cano de redirecionamento), ao comando more que a paginou.
- Observe que o cat joga a saída para o more, que joga a saída na tela, e esse é o nosso
- conceito base, o redirecionamento. Um comando faz o que tem que fazer, e joga o resultado na
- saída. Outro comando pega essa saída, que lhe foi passada pelo pipe |, faz o que tem que fazer com
- ela e exibe a saída na tela.
- Dessa mesma maneira, pode-se ir ligando os comandos, um atrás do outro,
- indefinidamente, até se obter os resultados desejados. Vamos a outro exemplo simples. Como
- conseguir uma lista de todos os usuários de sua máquina? Digite:
- cat /etc/passwd
- Novamente estamos vendo o conteúdo de um arquivo. Este é um arquivo especial, com
- todos os usuários do sistema e alguns dados sobre eles. A chave de acesso do usuário (o "login")
- está no começo de cada linha, seguido de um :. E como obter a lista de todos os usuários?
- cat /etc/passwd | cut -d: -f1
- Aqui usamos o cut, para extrair de cada linha apenas o que nos interessa, a chave do
- usuário. A maioria dos comandos possui opções que geralmente são identificadas por uma letra
- precedida de um hífen (como o -d e o -f do cut acima). Para ver as opções de um comando, use o --
- help:
- cut --help
- Resumindo, nosso cut usou como delimitador (-d) o :, e pegou o campo (-f, do inglês field)
- de número 1, ou seja, o primeiro campo. Então para cada linha do /etc/passwd, tiramos a parte que
- nos interessa, obtendo a lista de usuários. Supondo que desejemos colocar esta lista em ordem
- alfabética:
- cat /etc/passwd | cut -d: -f1 | sort
- Usamos o sort para sortear nosso texto. E se precisássemos dessa lista em ordem inversa?Introdução ao Linux Augusto C. Campos 35
- Bem, como podem imaginar, o sort também tem suas opções, e uma delas é a ordenação reversa (-
- r). Então:
- cat /etc/passwd | cut -d: -f1 | sort -r
- Indica-nos a saída requerida. E se tiver muitos usuários e a saída rolar na tela? Aí podemos
- usar o more.
- cat /etc/passwd | cut -d: -f1 | sort -r | more
- No esquema cat | cut | sort | more | tela, o cat joga a saída para o cut, que joga a saída para
- o sort, que joga a saída para o more, que joga a saída na tela.
- Olhe bem para o comando acima. Uma primeira olhada assusta, não? Mas como vimos
- anteriormente, são pequenas partes que, quando concatenadas, geram um comando poderoso.
- Lembrando: ferramentas simples que são agrupadas, tipo Lego® &:)
- E assim se constróem grandes linhas de comando. Faz-se o comando básico, analisa-se a
- saída, filtra-se um pouco com outro comando após o pipe |, analisa-se a saída nova, filtra-se
- novamente e assim se vai.
- Alguns comandos já são úteis por si sós, sem opções, como o date e o cal. Outros ficam
- mais poderosos se usados em conjunto com outros comandos. Outros ainda, por terem várias
- opções, sozinhos fazem muita coisa, como o find:
- find / -type f -iname "*.jpg" -o -iname "*.gif" -mtime 3 -ok rm -f {} \;
- Esse "comandinho" apaga (pedindo confirmação) todos os arquivos JPG e GIF
- modificados nos últimos três dias.
- Agora alguns exemplos de seqüências de comandos úteis utilizando as ferramentas básicas
- apresentadas neste artigo:
- lista dos maiores arquivos de um diretório e subdiretórios
- du -b `find /home/aurelio -type f` | sort -nr | more
- contar (wc -l) o número de ocorrências (grep) da palavra set em um arquivo (cat), quer
- sejam maiúsculas ou minúsculas (-i)
- cat /etc/rc.d/rc.sysinit | grep -i set | wc -l
- mostrar o nome em letras maiúsculas (tr) dos usuários do sistema
- cat /etc/passwd | cut -d: -f1 | tr a-z A-Z
- Nota aos experts: o uso do cat em alguns dos exemplos acima não é necessário, é apenas
- didático.
- Ainda nesse tópico de modo texto e linhas de comando úteis, poderíamos considerar
- redirecionamentos para arquivos, saída padrão e saída de erro, tarefas em segundo plano, subshell,
- interpretação de variáveis, condicionais, laços e outros. Esses são complementos ao
- redirecionamento para comandos apresentado aqui, e serão abordados em artigos futuros.
- Para finalizar com uma visão geral do assunto, é importante lembrar que numa primeira
- tentativa tudo pode parecer confuso e estranho. Para simplificar basta ver cada parte da linha de
- comando como algo completo e não relacionado ao resto, fazendo apenas sua função e nada mais.Introdução ao Linux Augusto C. Campos 36
- Aprendendo aos poucos o funcionamento das "ferramentas" base, você conseguirá juntá-
- las, obtendo resultados bem satisfatórios.
- 16.Apêndice 1: Análise do SuSE Linux 8.2
- SuSE 8.2
- por Augusto César Campos
- (publicado na edição de Junho/2003 da Revista do Linux, e reproduzido aqui
- com autorização)
- Para esta análise do SuSE 8.2 tive a oportunidade de receber os 5 CDs da versão
- Professional semanas antes do lançamento oficial no Brasil. Acho importante mencionar que não
- tive acesso à caixa distribuída comercialmente, contendo os mesmos 5 CDs, 2 DVDs, 2 manuais
- impressos e um poster com guia de instalação rápida, e portanto minha análise vai se limitar ao
- software. Um aspecto interessante do SuSE, entretanto, é que o texto completo dos manuais
- impressos é instalado no seu disco rígido, portanto pude avaliar seu conteúdo normalmente e eles
- foram bastante úteis para conhecer melhor as novidades desta versão.
- Como de hábito, o SuSE se destaca pela inclusão de quase todos os softwares livres que
- você poderia querer usar afinal, são mais de 2000 pacotes de software nos 5 CDs.
- Utilizei um notebook Toshiba Satellite que estava com o Windows XP pré-instalado. Ele
- tinha leitor de DVD, gravador de CD, interface de rede, monitor LCD de 15 polegadas, mouse USB
- e uma câmera digital Pencam Trio USB tudo detectado e configurado automaticamente pelo
- sistema. Ele já tinha também o espaço livre para as partições do SuSE, mas durante a instalação
- tive a agradável surpresa de descobrir que o SuSE 8.2 é capaz de redimensionar partições NTFS
- para criar espaço, algo impossível em versões anteriores (que já redimensionavam partições FAT
- sem problemas). Porém é necessário dar boot com o CD de instalação em modo rescue para ter
- acesso a esta opção fica a dica para quem precisar.
- A instalação
- Mesmo sem acesso ao poster que ensina a instalar a distribuição, fiz o óbvio: inseri o CD
- número 1 e liguei o computador. Em instantes apareceu uma bela tela dando as boas vindas em
- diversos idiomas. Procurei atentamente, mas o português não era um deles. Tudo bem -
- willkommen, SuSE! O menu de boot permite selecionar a resolução de tela usada na instalação,
- instalar normalmente, instalar sem uso de ACPI, instalar com configurações seguras (usando um
- kernel sem algumas opções avançadas), instalação manual, modo rescue e teste de memória. A
- primeira opção, selecionada automaticamente se o usuário não pressionar teclas em 10 segundos,
- dá boot pelo sistema que já estiver instalado no seu computador o que acaba com o problema
- típico de reboots interrompidos porque o operador esqueceu um CD de instalação no drive.
- A documentação não menciona, mas o help da instalação indica que pode-se ativar o
- suporte a rede desde o início da instalação, e realizá-la através de um terminal VNC remoto. Não
- encontrei referências a isto no site, nem em nenhum dos manuais, mas resolvi tentar mesmo assim.
- O programa de instação reconheceu minhas instruções, mas em seguida informou que minha placa
- de rede não foi reconhecida. Eu poderia tentar carregar o driver dela manualmente, mas já estaria
- fora do escopo desta análise. Se funcionar mesmo, e se a SuSE publicar boa documentação a
- respeito, vai ser um grande e pioneiro diferencial.
- Selecionei uma instalação normal, e prossegui. O programa de instalação não mudou
- muito desde a versão 8.1, mas está muito mais bonito, com o tema Keramic e com fontes muito
- mais suaves (usando o recurso de anti-aliasing). O SuSE utilizou completamente os 1024x768
- pixels que a placa de vídeo suportavam, deixando tudo bem amplo e organizado. No canto inferior
- esquerdo pode-se encontrar o desenho de uma bóia salva-vidas e o botão de ajuda, bastante eficaz.Introdução ao Linux Augusto C. Campos 37
- Na primeira tela é feita a seleção de idioma, que inclui duas versões de português a
- européia e a brasileira. Selecionei a nossa língua pátria, e (ao contrário do que ocorria com o 8.1)
- fui brindado com um programa de instalação muito bem traduzido. Há pequenas falhas aqui e ali
- (por exemplo, na configuração opcional do teclado Repeat rate virou repetir taxa, e não taxa
- de repetição) mas nada que comprometa, inclusive nos textos de orientação e ajuda. Em seguida,
- na seleção do teclado, há opções para os dois teclados mais comuns no Brasil: ABNT2 e US-
- acentos (ou americano internacional), mas a SuSE chamou-os por nomes diferentes: Português
- (Brasil) e Português (Brasil acentuação US).
- Após a seleção do idioma, o instalador exibe a tela principal de seleções. A aparência é
- de uma página da web, com links que permitem alterar as sugestões de modo de instalação (nova
- ou upgrade), tipo de teclado, mouse, particionamento, conjunto de pacotes a instalar, gerenciador
- de boot e fuso horário.
- O modelo de teclado e o fuso horário foram sugeridos corretamente a partir da seleção
- do idioma. O mouse USB foi detectado automaticamente, e o particionamento sugerido foi típico
- de estações de trabalho: 500MB de swap e o restante como partição raiz, além de informar que a
- partição do Windows XP pré-existente estaria disponível como o diretório /windows/C.
- O conjunto de software sugerido foi amplo: sistema padrão, mais compiladores C e C++,
- ambiente KDE, aplicações de escritório, documentação e o sistema gráfico base. O gerenciador de
- boot padrão é o GRUB (mas pode-se optar facilmente pelo LiLo, ao contrário do que acontecia na
- versão 8.1), com boot default do Linux e opções para boot pelo Windows XP, pelo disquete ou um
- testador de memória.
- Quando cliquei no link para alterar o particionamento, pude escolher entre modificar a
- sugestão dada pelo instalador, ou descartá-la completamente. Escolhi modificar, e fui levado a um
- particionador em tudo semelhante ao da versão 8.1 poderoso e simples de usar. Pode-se formatar
- as partições como ext2, ext3, Reiser, JFS, XFS, FAT e swap, e selecionar opções como o acesso a
- elas em modo somente leitura, a montagem automática ou a possibilidade de montagem por
- usuários comuns. Entre as opções avançadas, estão o gerenciamento de LVM e RAID, a
- criptografia de partições, e a opção de importar um arquivo /etc/fstab de uma partição já existente.
- A seleção dos pacotes a instalar pode ser trabalhosa são mais de 2000 opções! - mas a
- SuSE simplifica a tarefa oferecendo grupos pré-selecionados. Parte-se de um conjunto de 3 opções
- iniciais: sistema mínimo (modo texto), sistema gráfico mínimo (sem KDE) ou sistema básico. A
- partir daí pode-se escolher um grupo inteiro (exemplo: compilador C/C++), ou abri-lo e selecionar
- entre os pacotes que o compõem, que são os mais comuns dentro de suas categorias. Claro que
- também é possível abrir a categoria como um todo, e ver até as opções mais obscuras e incomuns,
- além de poder realizar pesquisas pelo nome ou pela descrição dos pacotes. Aliás, ao contrário do
- que ocorria na versão 8.1, agora as descrições dos pacotes (em inglês) aparecem para usuários que
- estejam instalando em português. É melhor ver uma descrição em inglês do que não ver nenhuma,
- certo?
- Na seleção de pacotes me chamou a atenção que o ambiente GNOME não vem
- escolhido por padrão, mas as diversas bibliotecas e pacotes auxiliares que permitem a execução dos
- seus aplicativos são instaladas mesmo assim. Não satisfeito, e mesmo sendo usuário convicto do
- KDE, mandei instalar também o GNOME.
- A partir daí, uma janela verde me informou que se eu confirmasse a operação,
- começariam as alterações no meu computador. Confirmei, e o sistema começou imediatamente a
- particionar, formatar e instalar pacotes no meu sistema.
- Durante a instalação dos pacotes contidos no CD 1, o sistema exibe telas e descritivos de
- diversos aplicativos, como o navegador Konqueror e o OpenOffice.org. Ao final da instalação do
- primeiro CD, o sistema dá um reboot e a partir daí já estará rodando o Linux do seu disco rígido
- enquanto instala os pacotes dos demais CDs. Ao final dos CDs, o sistema me orientou enquanto eu
- informava uma senha para o usuário root, e configurava a rede (durante a instalação há opções para
- rede local, cable, DSL, modem e RDSI/ISDN).
- Neste ponto ocorre algo interessante: o sistema verifica se há acesso à Internet, e dá a
- opção de fazer atualização de pacotes via Internet. Como eu estava conectado via rede local, aceitei
- e vi que a SuSE já oferece diversas atualizações de pacotes do 8.2. Optei por instalá-las, e ainda
- pude usar a mesma interface para instalar o pacote de fontes TrueType básicas do Windows
- (incluindo as mais familiares, como a Arial e a Times New Roman) via Internet.
- A partir daí, há uma sequência de passos de configuração final, incluindo a escolha do
- método de autenticação (que pode ser local ou remoto, utilizando um servidor NIS, NIS+ ouIntrodução ao Linux Augusto C. Campos 38
- LDAP), a criação de pelo menos um usuário para o sistema, a leitura do documento Release Notes
- (foi aí que eu descobri, por exemplo, que o SuSE 8.2 pode redimensionar partições NTFS) e a
- configuração opcional de itens de hardware (placas de vídeo, impressoras, modem, som e placas de
- sintonia de TV). Minhas placas de som e de vídeo foram detectadas e configuradas
- automaticamente, e eu não possuía nenhum dos demais itens.
- De modo geral, a instalação é bastante similar à da versão 8.1, com melhorias
- substanciais da tradução. Continuo gostando do enfoque da SuSE de incluir todas as opções básicas
- de instalação em uma mesma tela que lembra uma home page, incluindo sugestões comuns para
- todos os itens todo usuário sabe lidar com este tipo de interface, e os usuários avançados não
- terão dificuldade em adaptar as sugestões conforme suas necessidades.
- O sistema instalado
- No SuSE Linux, o boot obrigatório é dado após a leitura do primeiro CD. Ao final da
- instalação completa, não é necessário reinicializar, pode-se começar a usar o sistema
- imediatamente. Merece menção as novas telas de boot e shutdown completamente gráficas, com
- uma barra de progresso totalmente clean. Claro que basta pressionar uma tecla e você poderá ver as
- tradicionais mensagens da inicialização como de hábito.
- O sistema instalado usou corretamente a resolução de 1024x768 do meu monitor, e
- mostrou o gerenciador de login gráfico KDM em uma configuração bastante agradável. Cada
- usuário cadastrado tem o ícone de um homem de gravata ao lado do seu nome completo e login. O
- campo Utilizador começou a me assustar um pouco eu não havia selecionado Português do
- Brasil? Mas fiz meu login mesmo assim, para me deparar com um belo ambiente do KDE em
- português... europeu! Subitamente senti meu monitor se encolher de susto ao ser chamado de écrã,
- os arquivos arrepiados enquanto se transformavam em ficheiros, e o centro de controle do KDE se
- transformou em Centro de Controlo diante dos meus olhos. E uma visita a ele confirmou o pior: o
- KDE estava configurado para Portugal não apenas o idioma, mas também a moeda, o formato de
- data e todas os demais itens associados.
- Fui imediatamente à opção do sistema que permite adicionar e remover pacotes e
- conferi: o pacote de internacionalização do KDE para o nosso idioma (kde3-i18n-pt_BR) estava lá.
- Por que não foi instalado e configurado automaticamente? De qualquer forma, instalei-o (junto com
- a tradução do Koffice e o dicionário em português para o OpenOffice.org), e mudei o idioma do
- KDE através do Centro de Controlo, que suspirou de alívio ao virar Centro de Controle. Agora a
- análise poderia começar de verdade. Por que será que essa configuração não é a default?
- Comecei pelo ambiente de trabalho. Um tema azul, agradável visualmente, só com
- ícones básicos: SuSE, Support, OpenOffice, Printer, CD-R, C, Still Camera, Home e Dispositivo de
- disquete.
- O C dá acesso à partição do Windows, Home, CD-R e Dispositivo de Disquete mostram
- o conteúdo dos respectivos diretórios, Printer mostra as filas de impressão (apesar de eu não ter
- configurado nenhuma), SuSE Support dá acesso ao serviço de suporte registrado da SuSE (a chave
- vem em uma folha inclusa no manual), OpenOffice acessa o pacote de automação de escritório. E
- SuSE mostra as diversas opções de documentação e apresentação do sistema sugiro a todos os
- usuários, mesmo os mais experientes, a visitarem o SuSE Tour pelo menos uma vez.
- O ícone Still Camera acessou as fotos da memória da minha câmera digital USB como
- se ela fosse um disco rígido adicional. Fiquei impressionado, porque a câmera não foi nem ao
- menos mencionada durante a instalação e configuração do sistema.
- Os botões do Kicker também são básicos, incluindo Kmail, pastas de documentos
- (Home, Pictures, Presentations e Texts), Konsole, Konqueror e Ajuda.
- Os menus do KDE também são uma grande evolução em relação ao 8.1 simples,
- organizados, orientados a tarefas: Desenvolvimento, Escritório, Gráficos, Internet... Os aplicativos
- do GNOME e do KDE estão misturados sem distinção, o que é ótimo o usuário de KDE não
- precisa saber que o Evolution é um cliente de e-mail associado ao GNOME, tudo o que ele quer é
- que funcione. E funciona.
- Testei uma série de aplicativos com sucesso. As planilhas do Gnumeric são bastante
- usáveis, assim como os textos do AbiWord, mas com o OpenOffice dá de fazer trabalhos bem mais
- completos, incluindo recursos que já fogem ao trivial gráficos, formatações complexas... Só que
- os dois primeiros são em Português, enquanto o último está só em Inglês.
- Senti a falta de algumas aplicações que na minha opinião deveriam fazer parte deIntrodução ao Linux Augusto C. Campos 39
- qualquer sistema básico. As mais notáveis foram o gerenciador de arquivos mc e toda a família dos
- clientes Samba, incluindo a interface gráfica LinNeighborhood e o comando smbmount.
- Usei as ferramentas do sistema para ouvir músicas em formato MP3 (lembre-se de
- instalar o pacote adicional xmms-plugins!), assistir a filmes MPEG e até para assistir a um DVD.
- Tudo funcionou bem, mas o DVD Player exigiu intervenção manual, pois fazia referência a um
- dispositivo /dev/dvd, inexistente. Mudei para /dev/cdrecorder e pude assistir ao meu filme, com
- legendas em português mas sem áudio o sistema informou que faltava um codec. Existem uma
- grande variedade de outras ferramentas multimídia instaladas, inclusive com editores de vídeo e de
- áudio.
- Acessei a web através do Konqueror, funciona bem inclusive para sites em Flash. O
- cliente de comunicação pessoal Kopete foi uma grande surpresa, pois ele permite acesso fácil e
- direto ao ICQ até a lista de usuários armazenada no servidor é utilizada sem problemas. E o
- cliente de irc Kvirc também permite comunicação ágil, segura (suporta até criptografia e Ipv6) em
- uma interface bonita e prática.
- O menu Sistema/ Configuration/ Redimensionar e Rotacionar a Tela dá acesso às
- extensões RandR do XFree. O KDE foi o pioneiro no suporte a esta tecnologia, e foi a primeira vez
- que a vi em uma distribuição de Linux. Experimentei redimensionar meu desktop para vários
- formatos, e funcionou perfeitamente muda não apenas a resolução da tela, mas também a área
- disponível no ambiente de trabalho. Muito legal, mas seria ainda melhor se não ficasse tão
- escondido um bom lugar para a sua inclusão seria no menu Configurar a área de trabalho, no
- menu de contexto do desktop.
- Quem tem dúvidas sobre a versatilidade do SuSE deve consultar o menu Sistema/Tools
- há opções até mesmo para criar disquetes de boot do FreeDOS!
- Para completar os testes do ambiente, encerrei a sessão do KDE e abri uma do GNOME.
- Encontrei um belo ambiente de trabalho, bem configurado e light, quase todo em inglês. Belas
- fontes, belos ícones, menus organizados... Os usuários de GNOME não vão se sentir abandonados
- pela SuSE como no passado.
- Configuração, manuais e servidores
- As observações acima se referem principalmente às instalações em ambiente desktop.
- Entretanto, o SuSE Linux também se destaca nas configurações como servidor. Há software para
- praticamente todos os serviços de rede disponíveis no mundo do software livre, com requintes
- como a configuração automática de anti-vírus nos servidores de e-mail. Embora o configurador
- YaST2 não tenha opções para configurar os servidores mais comuns (como o Apache, o Squid e o
- Samba, por exemplo), os pacotes são fornecidos com documentação adequada e configurações
- default bastante coerentes.
- O manual do administrador do sistema tem capítulos específicos e detalhados sobre as
- opções de diversos serviços de rede, incluindo DNS, NIS, NFS, DHCP, Intermezzo, Unisom, CVS,
- Mailsync, Samba, Netatalk (para interconexão com Macs), Mars/NWE (para interconexão com
- Novell), Squid, Firewall/Masquerading, Kerberos e ssh.
- Claro que este manual também atende os usuários desktop, com tópicos sobre o kernel,
- distribuição dos arquivos no disco, configuração de rede e acesso a Internet e muito mais.
- O manual do usuário também não deixa a desejar: começa com uma seção específica
- para usuários migrando de outros sistemas operacionais, que precisam descobrir o que, afinal, é
- montar um disco e acessar uma shell, e onde foi parar o seu C:\. Mas ele é útil para usuários
- experientes também, com sua referência de instalação, guia de todos os módulos da ferramenta de
- administração YaST2 e capítulos especiais sobre várias aplicações, incluindo o OpenOffice.org,
- Evolution, Câmeras digitais, Scanners e a ergonomia do ambiente de trabalho.
- A ferramenta de configuração YaST2 não mudou muito em relação às versões
- anteriores, continuando completa, sólida e simples de usar. Usuários comuns podem acessá-la
- normalmente, pois o sistema pede a senha de root antes de dar acesso aos módulos. Algumas das
- ferramentas que me chamaram a atenção foram a facilidade na configuração para o uso de uma
- proxy web e ftp, o poder ainda maior do PowerTweak, o editor das entradas do /etc/sysconfig, o
- editor de processos de cada runlevel, as ferramentas de backup, restore, configuração de LVM e o
- particionador.
- ConclusãoIntrodução ao Linux Augusto C. Campos 40
- A versão 8.2 é uma evolução sem grandes saltos. Os pacotes foram atualizados, surgiram
- algumas novas características, mas nada absolutamente revolucionário em relação à versão 8.1.
- Para usuários de versões anteriores, o upgrade é recomendado principalmente pelas atualizações, e
- não propriamente por novidades.
- Continuo considerando o SuSE uma excelente opção para usuários experientes. Usuários
- iniciantes para os quais a documentação em inglês não seja um obstáculo também podem se
- beneficiar, até mesmo porque a instalação é fácil e toda em português, e não é muito difícil
- converter o sistema instalado para o nosso idioma.
- Aliás, houve bastante progresso no suporte ao português brasileiro, e a representante
- brasileira da SuSE oferece uma série de serviços, principalmente para usuários corporativos, em
- seu site www.suse-brasil.com.br. Com sorte, até a data da publicação desta análise eles já terão
- publicado até documentação específica sobre a conversão do KDE ao português brasileiro ;-)
- 17. Apêndice 2: Como obter e gravar seus próprios CDs de Linux
- Algumas das perguntas mais frequentes na minha correspondência são variações sobre
- um mesmo tema: "Se o Linux é livre, por que temos que pagar por ele?", ou "Como posso obter o
- Linux na Internet", ou ainda "Como posso criar meus próprios CDs de Linux?".
- Não é minha intenção neste momento explicar mais uma vez a diferença conceitual entre
- livre e grátis, mas o fato é que você pode mesmo obter o Linux gratuitamente, gravar seus próprios
- CDs, e instalá-los onde quiser. As dificuldades técnicas não são grandes, principalmente se você
- possuir uma conexão rápida à Internet, e vamos ver passo a passo como fazer.
- Selecionando uma distribuição
- Você pode obter o Linux de diversas origens. Nunca opte por uma versão antiga - é
- comum encontrar usuários novos com dificuldades típicas de 2 anos atrás ("O Linux não reconhece
- meu hardware", "Não consigo discar para a Internet") justamente porque instalaram uma versão de
- 2 anos atrás, que estava guardada num armário.
- O Linux evolui muito rapidamente, e os diversos distribuidores tendem a lançar versões
- novas a cada 3 ou 4 meses, ou pelo menos semestralmente. Como em geral você pode obter o
- software gratuitamente ou a custo baixíssimo, não faz sentido optar pela versão antiga - espere mais
- alguns dias, e instale a mais recente.
- Outro erro a ser evitado é optar por uma mini-distribuição, "para ver como é esse tal
- Linux". De fato, existem mini-distribuições de boa qualidade, que podem ser instaladas na mesma
- partição que o Windows, e cujo download pode ser bem menor do que uma distribuição completa.
- Mas em geral o que você pode fazer com ela é limitado, e o suporte que você encontra na
- comunidade usuária é mais restrito, porque são raros os usuários experientes (portanto aptos a
- responder perguntas) que utilizam esse tipo de sistema.
- Não vou indicar uma distribuição para você - todas têm vantagens e desvantagens. Eu
- particularmente uso SuSE, Mandrake, Conectiva e Red Hat, mas não as considero necessariamente
- "as melhores" - cada caso é um caso, e eu opto entre elas de acordo com a necessidade do
- momento. Para saber as características de cada uma, você pode pesquisar nos artigos do meu site,
- ou consultar os sites de cada uma delas. Segue uma lista parcial de distribuições de Linux para
- facilitar sua escolha:
- Conectiva (brasileira) www.conectiva.com.br
- TechLinux (brasileira) www.techlinux.com.br
- SuSE www.suse.com ou www.suse-brasil.com.br
- Mandrake www.mandrake.com
- Red Hat www.redhat.com
- Slackware www.slackware.comIntrodução ao Linux Augusto C. Campos 41
- Debian www.debian.org
- Yellow Dog Linux (para Mac) www.yellowdoglinux.com
- Obtendo sua cópia via Internet
- O jeito mais fácil de obter sua cópia de Linux gratuitamente via Internet é através do
- download de imagens ISO, que são arquivos (geralmente por volta de 650MB cada um) trazendo o
- conteúdo completo de um CD-ROM, prontos para serem gravados em um CD, permitindo assim
- que você obtenha cópias idênticas de um CD original.
- Como o Linux é um software livre, a maior parte dos produtores disponibiliza imagens
- ISO contendo exatamente o mesmo conteúdo dos CDs vendidos em lojas ou na Internet, e você
- pode fazer o que quiser com elas - até mesmo gravar em CDs para revendê-las (e se você quiser
- comprar CDs deste tipo, lojas virtuais como a Tempo Real e a LinuxMall estão à disposição).
- Quando se trata de Linux, não é pirataria, é software livre.
- Você pode procurar suas imagens ISO no site de sua distribuição preferida - às vezes
- será necessário fazer o download de mais do que uma imagem, e em outros casos (como o da
- Mandrake) o download da primeira imagem é obrigatório, e o das outras é opcional. Raras são as
- distribuições que não disponibilizam imagens ISO de instalação (é o caso da SuSE, por exemplo).
- Se preferir, procure no site linuxiso.org, cuja especialidade é apontar links para imagens
- ISO dos CDs das distribuições de Linux do mundo todo.
- Como se trata de um download grande (se você for buscar os 3 CDs do Mandrake 8.2,
- por exemplo, são quase 2GB de dados), certifique-se de ter espaço suficiente no seu HD, e utilize
- um bom gerenciador de download. EU uso o wget, mas você pode escolher o que mais se adequar
- ao seu estilo.
- Gravando o CD
- Se você tem um gravador de CD funcionando em Linux, queimar um CD com esta
- imagem ISO é bastante simples, basta dar o seguinte comando como usuário root: cdrecord -v
- speed=10 dev=0,0,0 nome-da-imagem.iso
- O que pode variar é o parâmetro speed (use a velocidade que seu gravador suportar) e o
- número do dev (na dúvida, use o comando "cdrecord -scanbus" para consultar.)
- Mas muitos usuários só podem gravar CDs a partir do Windows. Para estes, também há
- soluções, mas notem que eu nunca testei nenhuma delas - nem disponho de uma máquina Windows
- para experimentar. Estas dicas de gravação foram obtidas na documentação do Mandrake Linux.
- Para gravar um CD de imagem ISO no Nero Burning Rom, vá em File/Burn Image. No
- diálogo, clique no "Image files (*.nrg)" e selecione "All files (*.*)". Selecione a sua imagem ISO e
- confirme. No diálogo seguinte, verifique: tipo da imagem: Data mode 1. Block size: 2048. Image
- header: 0. Image trailer: 0. Clique em Ok, e certifique-se de que no próximo diálogo as opções
- "write" e "finalize" estejam ativas.
- Para gravar no Easy CD Creator, vá em File / Create CD from disc image. No campo
- "Files of type", selecione "ISO image files". Agora é só selecionar seu arquivo, e ele fará o resto
- por você.
- Usuários experientes de Linux podem querer ver o conteúdo da imagem ISO sem ter que
- queimar um CD. A mesma técnica pode ser utilizada para instalações via HD ou via rede, se a
- distribuição de Linux suportar. O comando para montar sua imagem ISO como se fosse um CD é:
- mount -o loop,unhide -t iso9660 -r nome-da-imagem.iso /mnt/iso
- Nota: o diretório /mnt/iso tem que ter sido criado previamente.
- ConclusãoIntrodução ao Linux Augusto C. Campos 42
- Procurei demonstrar que gravar sua própria cópia de Linux não é uma tarefa difícil, e
- está ao alcance de todos. Se você não tem acesso a uma conexão rápida com a Internet ou a um
- gravador de CD, pode optar pelas empresas citadas, que vendem cópias baratas a partir de arquivos
- obtidos na Internet. E se você grava seus próprios CDs, não esqueça de doá-los após o uso,
- ajudando a tornar o Linux mais acessível!
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