Guest User

Untitled

a guest
Jul 21st, 2018
68
0
Never
Not a member of Pastebin yet? Sign Up, it unlocks many cool features!
text 6.30 KB | None | 0 0
  1. Quem já teve uma dor de barriga, sabe como é... esta é uma simples história
  2. que poderia ter acontecido contigo...
  3.  
  4.  
  5.  
  6. Aeroporto de Lisboa, 15h30m.
  7.  
  8.  
  9.  
  10. Tenho um pequeno mal-estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma cagadela não aliviasse. Mas, atrasado para apanhar o autocarro que me levaria para o aeroporto, do outro lado da cidade, de onde partiria o voo para Estocolmo, resolvi segurar as pontas, afinal de contas, são só uns 15 minutos de viagem.
  11.  
  12. Ao chegar lá, tenho tempo de sobra para dar uma cagadela tranquilo. O avião só sairia as 16h30m.
  13.  
  14. Entrei no autocarro, sem sanitários, senti a primeira contracção e tomei
  15. consciência de que a minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no W.C. do aeroporto.
  16.  
  17. Virei-me para o meu amigo que me acompanhava e, subtilmente, disse-lhe:
  18. - Fogo, mal posso esperar para chegar ao aeroporto porque preciso largar a farinheira.
  19.  
  20.  
  21.  
  22. Nesse momento, senti o cagalhão a beliscar as minhas cuecas, mas pus a força de vontade a trabalhar e segurei a onda. O autocarro nem tinha
  23. começado a andar quando para meu desespero, uma voz disse pelo altifalante:
  24.  
  25. - Senhoras e senhores, devido ao muito trânsito, a nossa viagem até ao
  26. aeroporto levará cerca de 1 hora.
  27.  
  28.  
  29.  
  30. Aí o cagalhão ficou maluco e tentou sair a qualquer custo! Fiz um esforço
  31. hercúleo para segurar o comboio de merda. Suava em bica. O meu amigo percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para gozar comigo. O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais indicando que, pelo menos por enquanto, as coisas tinham-se acomodado por ali. Tentava-me distrair vendo a paisagem mas só conseguia pensar numa casa de banho com uma sanita, tão branca e tão limpa que daria para almoçar nela! E o papel higiénico então:
  32. era branco e macio e com textura e perfume e... Oops!
  33.  
  34.  
  35.  
  36. Senti um volume almofadado entre o meu traseiro e o assento do autocarro e percebi consternado que havia cagado.
  37.  
  38.  
  39.  
  40. Um cocó sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor.
  41. Daqueles que dá vontade de ligar para os amigos e parentes e convidá-los a apreciar, na sanita, tão perfeita obra! Daria até para a expor no CCB! Mas, sem dúvida, não neste caso. Olhei para o meu amigo, procurando um pouco de solidariedade, e confessei-lhe de modo muito sério:
  42.  
  43. - Olha, caguei-me.
  44.  
  45. Quando o meu amigo parou de rir, uns cinco minutos depois, aconselhou-me a ficar no centro da cidade, onde o autocarro faria escala a meio da viagem, e que me limpasse em algum lugar. Mas resolvi que ia seguir viagem, pois agora estava tudo sob controlo.
  46.  
  47. Que se lixe, limpo-me no aeroporto, - pensei - pior do que estou não fico.
  48.  
  49. Mal o autocarro entrou em movimento, a cólica recomeçou forte. Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira, mas não pude evitar, e sem muita cerimónia ou anunciação, veio a segunda leva de merda. Desta vez como uma pasta morna.
  50.  
  51. Foi merda para tudo que é lado, borrando, esquentando e lambuzando o cu, cuecas, barra da camisa, pernas, calças, meias e pés. Logo a seguir, mais uma cólica anunciando mais merda, agora líquida, das que queimam o fofo do freguês ao sair rumo à liberdade. E, no instante seguinte, um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar... afinal de contas o que era um peidinho para quem já estava todo cagado??
  52.  
  53. Já o peido seguinte foi do tipo que pesa e eu caguei-me pela quarta vez.
  54.  
  55. Lembrei-me de um amigo que, certa vez, estava com tanta caganeira que
  56. resolveu pôr um penso higiénico nas cuecas, mas colocou-o com as linhas adesivas viradas para cima e, quando quis tirá-lo, levou metade dos pêlos do rabo junto. Mas, era tarde demais para tal artifício absorvente. Tinha menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia ajudar-me a limpar a sujeira.
  57.  
  58. Finalmente cheguei ao aeroporto e, saindo apressado com passos curtinhos, supliquei ao meu amigo que apanhasse a minha mala na bagageira do autocarro e a levasse aos sanitários do aeroporto para que eu pudesse trocar de roupas. Corri para a casa de banho e entrando de porta em porta, constatei a falta de papel higiénico em todas as cinco portas. Olhei para cima e blasfemei:
  59.  
  60. - Agora chega, Pá!!
  61.  
  62. Entrei na última porta, mesmo sem papel, e tirei a roupa toda para analisar a minha situação (que conclui como sendo o fundo do poço) e esperar pela mala da salvação, com roupas limpinhas e cheirosas e com ela uma lufada de dignidade no meu dia
  63.  
  64. Entretanto, o meu amigo entrou na casa de banho cheio de pressa... já tinha feito o 'check - in' e disse-me que tinha que ir depressa avisar o voo para esperarem por nós. Mandou por cima da porta o cartão de embarque e a minha maleta de mão e saiu antes de qualquer protesto de minha parte.
  65.  
  66. Ele tinha-se enganado na mala que eu aguardava já tinha despachado a mala com roupas. Na mala de mão só tinha um pulôver de lã com gola em bico. A temperatura em Lisboa nesta altura era d aproximadamente 37 graus. Desesperado, comecei a analisar quais das minhas roupas seriam, de algum modo, aproveitáveis. As minhas cuecas, mandei-as para o lixo. A camisa era história. As calças estavam deploráveis, assim como as minhas meias, que mudaram de cor tingidas pela merda.
  67.  
  68. Aos meus sapatos dava-lhes nota 3, numa escala de 1 a 10. Teria que
  69. improvisar.
  70.  
  71. A invenção é filha da necessidade, então transformei uma simples casa de banho pública numa magnífica máquina de lavar.
  72.  
  73. Virei as calças do lado avesso, segurei-a pela barra, e mergulhei a parte
  74. atingida na água. Comecei a dar ao autoclismo até que o grosso da merda se desprendeu. Estava pronto para embarcar.
  75.  
  76. Sai do banheiro e atravessei o aeroporto em direcção ao portão de embarque trajando sapatos sem meias, calças vestidas do avesso e molhadas da cintura até ao joelho (não exactamente limpas) e o pullover de gola em bico sem camisa. Mas caminhava com a dignidade de um lorde.
  77.  
  78. Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam à espera do rapaz que estava na casa de banho e atravessei todo o corredor até ao meu assento ao lado do meu amigo que sorria.
  79.  
  80. A hospedeira aproximou-se e perguntou-me se precisava de algo. Eu cheguei a pensar em pedir uma gilette para cortar os pulsos ou 130 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa
  81. transbordante, mas decidi não as pedir...e respondi-lhe com uma esforçada cara angélica:
  82.  
  83. - Nada, obrigado... eu só queria mesmo era esquecer este dia!
Add Comment
Please, Sign In to add comment