Rogério do Céu e BONDE DA DEPRESSÃO

Rogério sempre foi o "filho prodígio" da família. Nunca tirou um zero, nunca reprovou, nunca nada. Nem no ensino médio ele desandou, sempre tirava 10 em todas as matérias, aluno impecável. Até que chegou o ENEM. Ele estudou para caralho, estudou mesmo, mas por causa de sua conduta machista e retrógada(toda vez que ele via qualquer coisa que estava pela rua, criança, fábrica, escola, ele identificava como puta), ele não escreveu o que o MEC queria na redação, e reprovou. A decepção e vergonha que se passou por toda a sua família foi tanta, que todos os seus familiares e parentes se suicidaram. Sua mãe se enforcou, sua imouto havia entrado dentro do forno e se cozinhado por lá, seu avô teve uma overdose por tomar todos os seus remédios para dor nas costas de uma vez só, sua avó em sua cadeira de rodas desceu a escada de 73 degraus de sua casa e acabou caindo, batendo a cabeça e morrendo, a puta da tia dele morreu de AIDS, o que não teve nada a ver com a falha de Rogério, mas este achou que seu fracasso tinha adiantado a morte de sua tia, e ele nunca teve um tio conhecido, já que sua tia sempre foi solteira. Seu pai foi o único que não se matou por decepção, pois já estava morto desde 1944, quando lutava na Segunda Guerra Mundial, e acabou sendo deixado para trás morrendo durante uma batalha na ponte de Anzio.

Rogério, apesar de tudo, não ficou triste, pois ele e alguns amigos estavam trabalhando em uma Máquina do tempo, e isso poderia resolver o seu problema, ele só precisava voltar para a prova do ENEM e escrever o que o MEC queria. Porém, ele não conseguiu o que estava querendo. Na verdade, nessa brincadeira de John Titor, sua amiga morreu várias vezes, a garota que ele gostava também morreu e seu outro amigo era gordo.

Depois disso, ele entrou em uma depressão profunda por três anos. Três anos sem sair de casa, comer, mijar, nada. Porém, um dia ele acordou com um pensamento na cabeça. "Quero pão", dizia. Então ele se levantou e foi comprar pão. Porém, no caminho para a padaria, ele percebeu que todos que passavam perto dele estavam tristes, para baixo, mas quando eles saíam de perto, voltavam a ficar felizes.