gt do reno

Gt do Reno

>século 2015
>eu sempre fui estupidamente apaixonado por cachorros grandes
>sai da casa dos meus pais
>primeira coisa que eu fiz foi procurar uma casa com quintal
>não ligava que a casa fosse pequena
>eu tinha um quintal, podia ter um cachorro
>dito e feito
>adotei um cachorro no canil local que meu amigo negro trabalhava
>negro ainda me deu parte da ração do canil pra ajudar
>adotei um cachorro grande
>cachorro grande come muito
>pastor alemão
>passei o dia todo pensando no nome pro cachorro
>decidi chamar de Reno em homenagem a um amigo que tinha morrido 2 anos atrás
>minha vida era simples
>trabalhava de manhã
>chegava no final da tarde
>jantava
>brincava com Reno no quintal
>tomava banho e ia dormir
>satisfeito é a palavra usada pra descrever como me sentia
>ah, sim, mais uma coisa
>antes de dormir sempre deixava Reno entrar
>abria a porta da varanda na sala
>ele entrava
>eu fechava a porta
>e ele dormia na cozinha
>século sexta
>trabalho realmente cansativo
>toda sexta é foda no trabalho
>voltei pra casa 20 horas
>sai as 7
>sextas são os dias que não brinco com Reno
>cansado d+ pra isso
>cheguei em casa
>coloquei meu jantar no prato
>sardinha, arroz e feijão
>automaticamente começo a rir quando vejo a sardinha
>Reno odeia sardinha
>uma vez quando fiz meu jantar a sardinha caiu no chão
>ele cheirou a sardinha e começou a empurrar com o focinho em direçao ao meu pé
>quase como se dissesse "limpa essa porra horrivel mano"
>comi meu jantar
>deixei o prato na pia
>abri a varanda pra Reno
>fui pro banho
>durante o banho eu escutei um barulho de alguem arranhando a porta
>ignorei
>casa velha, barulhos velhos e eu estava cansado
>terminei meu banho
>na saida do banheiro ouvi de novo
>mais alto
>mais forte
>decidi ver o que era
>barulho vinha do quintal
>abri a cortina e olhando la pra fora encontrei Reno pedindo pra entrar
>eu reamente tava cansado, podia jurar que coloquei Reno pra dentro
>deixei ele entrar e ele foi correndo pra cozinha
>fechei a porta e fui conferir se ele não testava mexendo no lixo
>quando entrei na cozinha fiquei paralizado
>ali no chão da minha cozinha tinham DOIS Renos
>identicos
>ambos usavam a mesma coleira
>escrito Reno
>não tinha como um deles ser um cachorro aleatório da rua
>não com aquela coleira
>sentei na mesa
>ambos os Renos olhavam pra mim
>mas agiam como se não tivesse mais nenhum outro cachorro
>eles não se olhavam
>não rosnavam
>não percebiam a presença um do outro
>eu estava exausto e não tinha ideia do que fazer
>passei a mão na cabeça de ambos os cachorros
>ambos não fizeram nada
>só aceitaram o carinho
>ambos eram Reno
>eu precisava saber qual era realmente o Reno
>olhando pela cozinha percebi o prato
na pia
>com metade de uma sardinha não comida
>perfeito
>peguei a sardinha e chamei um dos Renos pra sala
>coloquei a sardinha no chão e esperei
>ele cheirou a sardinha
>uma
>duas
>e comeu
>não pensei duas vezes
>abri a porta da varanda
>segurei pela coleira e joguei com toda força pro quintal
>no momento que segurei a coleira e comecei a empurrar o cachorro que não era Reno me mordeu no braço
>usei toda minha força de vontade pra não soltar a coleira com a dor
>joguei ele no quintal e fechei a porta
>ele sentou do lado de fora
>olhando pra mim
>sorrindo pra mim?
>podia jurar que ele estava sorrindo
>eu fechei a cortina e chamei Reno pra dormir na minha cama
>nem fudendo ia deixar ele dormir na cozinha sozinho
>nem fudendo eu ia dormir sozinho aquela noite
>cuidei do meu braço e deitei na cama
>não preciso dizer que não dormi aquela noite
>ficava ouvindo o arranhar do cachorro falso pedindo pra entrar
>sempre que eu conseguia fechar os olhos escutava susurros
>incompreensiveis
>quando deu 6 da manhã levantei da cama
>não adiantava mais tentar dormir
>comecei a arrumar a casa
>Reno sempre atrás de mim
>quando fui lavar a louça uma ideia passou pela minha cabeça
>abri uma lata de sardinha
>coloquei no chão perto de Reno
>ele cheirou
>uma
>duas
>e comeu