Eon corre.

Isso não é uma ocorrência particularmente rara. Eon já foi visto correndo por uma lista diversificadas de motivos, grande o suficiente para fazer a idéia de criar uma “lista de motivos pelos quais Eon NÃO correu” se tornar atrativa.

Mas agora, ele corria com propósito. O que ele viu não podia ser ignorado. Ele tinha que ser rápido.

O corpo de um homem foi atirado de um restaurante, e estava prestes a colidir com o chão. Eon correu o mais rápido que pode até o local do impacto, chegando próximo do homem no momento da colisão.

Ele se agachou, averiguando a situação.

Hmm… Braço torcido, mas não deslocado. Dentes ainda dentro da boca. Queda em posição fetal, claros arranhões na pele. Distância percorrida... uns 4 metros, eu chutaria?

E então se levantou, limpando a sujeira da roupa, e caminhou até o restaurante. O homem que havia sido arremessado, ele deixou no mesmo estado que encontrou.

Ele sorriu para o dono do restaurante.

Um bom arremesso, bom arremesso. Ótima distância, mas tem espaço pra melhorar no ângulo do projétil. Dona Vêroncia tinha um gingado no pulso que garantia pelo menos um canino quebrado todo arremesso. Num geral, Eu daria um sólido 8 de 10. Ah, como isso me lembra de casa…

Muitos poderiam estranhar a reação do garoto para com a cena, e a estes muitos falta uma peça de informação crítica.
O pai de Eon era um homem assíduo aos bares de sua cidade. Isso, por si só, não é uma característica incomum de se encontrar em país.
Entretanto, o pai de Eon não era um pai ausente. Não, Eon estava sempre junto a seu pai, em todos os momentos de sua vida.
Isso inclui estar no bar da esquina, todas as noites de sua vida, desde quando bebe. Para ele, ocorrências como essa eram praticamente [i]nostálgicas[/i].

O chefe se apresenta, com um aviso e uma pergunta. Eon responde para ambos.

Eu sou bom com sensos, isso eu te garanto. Mas eu só fico sabendo se são bons ou ruins depois de muita coisa acontecer. Você tem Applejack? Meu cantil já está vazio tem umas duas ilhas, e eu precisava encher. Se não tiver, Whiskey ou Vodka servem.


Talvez fosse um pedido inesperado vindo de alguém com a altura e atitude de um garoto de dez anos, mas novamente, o passado de Eon tinha muito a ver com seu presente. Eon é dotado de uma resistência absurda a álcool[1], ao ponto que ele só conheceu dois estados alcoólicos até hoje: Sóbrio e Coma[1], sem nada de diferente entre eles. Alguns atribuem essa resistência aos anos de infância no bar. Os que o conhecem de forma mais próxima, entretanto, possuem outra teoria.
Deve ser incrivelmente difícil embriagar uma mente que, enquanto completamente sã, toma conceitos como a lei da gravidade de forma completamente opcional.

[hr][1] Aquele dia em particular levou 13 horas e 20 litros de vodka até chegar em um desmaio de 7 dias.[hr]

Dentro do restaurante, Eon aguardou o chef trazer seu pedido, e aguardou varuna se apresentar. Enquanto enchia seu cantil de metal com o liquido, perguntou ao homem:

Você por um acaso seria Yuri Yancov? Estamos procurando por alguém com esse nome, um ex-pirata com um restaurante por essas bandas. Ouvimos pelo rádio que esse cara é dos bons, e que a gente devia vir conhecer ele. Meu nome é Eon, Eon Daedalus Paganini, sem o ‘C’. Meu amigo aqui vai pelo nome de Varuna.

Eon, para ser completamente sincero, não havia idéia de que tipo de informação precisava tirar de Yuri. Ele não havia prestado atenção naquela parte. Mas ele havia aprendido cedo na vida que, se você conseguisse passar tempo suficiente em um lugar, pessoas eventualmente diriam o que fosse necessário para te tirar de lá. O truque, ele percebeu, estava em falar amigavelmente, fazer muitas perguntas, e nunca, jamais, deixar ser agarrado pelo colarinho.