DISCURSO RAFAEL.

<center><div style="width:640px; background-color:#006400;margin-top:50px;margin-bottom:50px;"><bR><bR><bR><bR><div style="padding:5px; border:1px solid #fff; width:612px;background-color:#006400;"><div style="background-color:#fff; width:600px;">

<table><tbody><tr><td><div style="margin-top:-00px;width:150px;font-family:constantia;font-size:22px;color:#006400;line-height:12px;text-transform:uppercase;text-align:center; padding:10px;margin-right:-3px;margin-bottom:0px;">Reino de</div><div style="width:160px;border-top:1px solid #006400;">　　</div><div style="margin-top:-20px;font-family:TAHOMA;font-size:8px;color:#006400;line-height:12px;text-transform:uppercase;text-align:center;padding:5px;letter-spacing:1px;">Lisboa, Portugal</div></td><td><img src="https://lh3.googleusercontent.com/-YH17scahr0g/V1Irc0h6YlI/AAAAAAAAYvs/myDTa1dYLKAnaKPIrOx5aXJ6u5xYRZwaACCo/s512/Coat_of_Arms_of_the_Kingdom_of_Portugal_%25281640-1910%2529.png" style="width:150px;margin-top:-80px; padding:5px;"></td><td><div style="margin-left:-3px;margin-top:-0px;width:150px;font-family:constantia;font-size:22px;color:#006400;line-height:12px;text-transform:uppercase;text-align:center; padding:10px;margin-bottom:0px;">Portugal</div><div style="width:150px;border-top:1px solid #006400;">　</div><div style="margin-top:-20px;font-family:TAHOMA;font-size:8px;color:#06400;line-height:12px;text-transform:uppercase;text-align:center;padding:5px;letter-spacing:1px;">14 de Outubro</div></td></table></tbody></tr><br><div style="padding:1px;width:520px;font-family:Verdana;font-size:12px;color:#000;line-height:15px;text-align:justify;">
　　Caríssimos membros da Confraria das Nações Soberanas, governantes de estimadas nações e digníssimos moderadores. É com imenso prazer que venho hoje representar o Reino de Portugal diante de vós para debater quanto ao Tráfico de Drogas e suas Implicações Sociais. Gostaria de saudar, primeiro de tudo, o Príncipe de Preslav, Nicolai de Koharý, e parabenizar por seu discurso inaugural na Câmara dos Príncipes referente ao Tráfico de Drogas.
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　　Tal como meu colega disse anteriormente, o tráfico de drogas tem sido um tema recorrente na sociedade ao longo dos séculos em que nosso mundo existe, não apenas nossa sociedade atual. O relatório mais recente do Escritório de Drogas e Crimes da Organização das Nações Unidas, o ONODC, aponta que “em 2015, cerca de 250 milhões de pessoas usavam drogas. Dessas, cerca de 29,5 milhões de pessoas - ou 0,6% da população adulta global - usam drogas de forma problemática e apresentam transtornos relacionados ao consumo de drogas, incluindo a dependência”. O mundo sabe que o uso de drogas é sim prejudicial e que sim, deve-se evitar essa utilização, mas o que de fato nós, como sociedade contemporânea que se diz tão avançada, tem feito para solucionar esta questão? Em países como o Brasil, o tráfico de drogas é absurdo e atinge todas as camadas, mas os que mais sofrem, são os vulneráveis à mercê de grande traficantes e de milícias. Também leva-se em conta fatores como a produção de tais drogas, que no geral acontece em países da América Latina e são estas que abastecem mercados de drogas na Europa.
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　　Mas não podemos apenas falar de drogas ilícitas como é o caso da maconha em muitos países. A produção de medicamentos falsos, manipulados sem orientação de grandes laboratórios, ou até mesmo a ingestão de medicamentos controlados sem a prescrição médica gera dependência, além do álcool e do cigarro. Todas estas drogas trazem inúmeros desafios para a sociedade, desde a questão de dependência química a doenças mais graves associadas a elas e a taxa de criminalidade. No início dos anos 2000, os Países Baixos enfrentaram um aumento gigantesco de prisões em decorrência ao tráfico de drogas que superlotou suas prisões e, atualmente, o país passou a fechar presídios com uma queda no número condenações. A questão do tráfico de drogas na sociedade não é apenas a venda e a compra irregular dos ópios. A verdade é que governos, um atrás do outro, ano após ano, parece fechar os olhos para esse problema mundial de saúde que implica ── tal qual Nicolai já citou ── problemas sociais e políticos, mas principalmente sociais.
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　　Nações não parecem preparadas para lidar com o acompanhamento psicológico e a estrutura social que é atingida. Quando se trata o viciado como criminoso, as chances dessa pessoa continuar no mundo das drogas é muito maior do que se acontecesse o contrário. Falando como cidadão de Portugal, não somente Infante de Portugal, as drogas por aqui surgiram por volta dos anos de 1970 com altos índices de consumo e de dependência e hoje, Portugal é uma das maiores referências na <i>descriminalização</i> do uso de drogas. Mas a principal questão não é apenas descriminalizar esse uso, permitindo que o indivíduo possa ter o porte de até no máximo dez doses de tal substância. O governo preferiu olhar para o dependente como uma pessoa que precisa de assistência médica e social. Se uma pessoa é dependente química, ela vai direcionada para um tratamento de saúde que possa ajudá-la com seu vício. E embora não tenha diminuído tão drasticamente o consumo geral de drogas, ele passou a afetar cerca 0,3% da sociedade.
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　　Claro que não podemos também ignorar o fato do tráfico de drogas, que é o fornecimento do ilícito. É necessário sim que o Poder Judiciário combata com mais atenção fabricantes de drogas e a distribuição destas, seja internamente (cada nação combatendo dentro do seu território a fabricação e distribuição), mas também o combate do tráfico internacional, com punições para aqueles que traficam. Porém, precisamos ser realistas em um ponto importante: acabar com o consumo de drogas, sejam lícitas (medicamentos produzidos por indústrias farmacêuticas) ou ilícitas (ópios como craque e metanfetamina), é impossível já que, por baixo dos panos, é um dos negócios mais rentáveis da história, mas pode-se fazer muito pelo bem estar daquele que sofre com a dependência.
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　　Quando se descriminaliza o consumo de drogas e passa a auxiliar o dependente, prestando a ele o atendimento médico e psicológico necessário, quando se tem um olhar <i>humanizado</i> para com aquele que precisa de auxílio, oferecendo a ele a chance de se tratar, as implicações sociais que vem com o consumo abusivo dessas drogas, ele se reduz. Sim, a vida é bela e não deve ser desprezada, mas fechar os olhos para o que acontece sem oferecer a ajuda necessária, não adianta. Torna-se um discurso belo, mas sem solução para uma problemática social e estrutural. O tráfico não é uma doença. A doença é, na verdade, a sociedade que nega o auxílio e trata uma pessoa dependente, como um criminoso de alta periculosidade, é permitir que famílias acabem quando a solução é simplesmente auxiliar com soluções humanas e possíveis.
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　　Isso é tudo.
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