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kraauser

gt da biblia

Sep 14th, 2021
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  1. GT da Bíblia
  2.  
  3. Por: Jesus
  4.  
  5. >eu, 17 anos
  6. >na casa de um amigo jogando vidya com ele
  7. >vontade monstra de cagar
  8. >tínhamos comido num restaurante mexicano mais cedo
  9. >burritos começam a querer virar espertitos na minha barriga
  10. >digo que ja volto e corro pro banheiro
  11. >começo a liberar el merdito
  12. >doce alivio divino
  13. >vou catar o rolo de papel higiênico
  14. >acabou
  15. >olho em volta, nada de papel
  16. >preso no banheiro do primeiro andar da casa
  17. >penso em gritar pro meu amigo vir me ajudar
  18. >seria zuado pro resto da vida, melhor não
  19. >procuro por outras alternativas ao papel pelo banheiro
  20. >meu radar detecta dois alvos:
  21. >a revista de carros do pai do muleque
  22. >a bíblia da mãe dele
  23. >dilema
  24. >pai dele e grandão, ama carros e provavelmente e agressivo
  25. >mãe e uma moça tranquila, baixinha e serelepe, me sentiria mal de zuar a bíblia dela
  26. >pai dele me surraria
  27. >0 fodas dadas pra religião (era ateu revoltz na época)
  28. >arranco umas paginas do meio do velho testamento
  29. >ninguém lê essas partes mesmo
  30. >papel fino como a foda, corta minha bunda pra caralho
  31. >10 paginas depois, estou limpo
  32. >levantando a calça quando sinto o segundo impacto
  33. >nem deu tempo de dar descarga
  34. >minha bunda virou uma das sete pragas do egito
  35. >depois do terceiro round eu fico sentado por uns 20 minutos só pra ter certeza de que tinha ido tudo
  36. >meu amigo chega e bate na porta, pergunta se ta tudo bem
  37. >digo que já vou sair, só estou terminando de levar a família burrito ao parque aquático
  38. >me limpo pela quarta e ultima vez
  39. >neste moment 1/4 do velho testamento deixou de existir
  40. >privada ta mais cheia do que devia
  41. >tenho que ser rápido, meu amigo ta do lado de fora da porta
  42. >tentei dar umas descargas fracas pra ver se descia, mas tem muito papel
  43. >vejo que tem sabão anti-bactéria na pia
  44. >posso lavar as mãos
  45. >enrolo as mangas da camisa e começo desentupir com as mãos
  46. >de joelhos misturando a massa de bolo de chocolate com papel
  47. >oqueaconteceucomaminhavida.jpg
  48. >acho que foi suficiente, dou descarga
  49. >começa a transbordar
  50. >paginas rasgadas do velho testamento cobertas de merda começam a se espalhar pelo chão
  51. >privada começa a fazer barulho pra caralho
  52. >amigo começa a socar a porta e pergunta o que eu to fazendo
  53. >privada começa a fazer mais barulho
  54. >parece um idoso arrotando e tendo um derrame ao mesmo tempo
  55. >barulho para
  56. >eu o tempo todo em choque, ajoelhado com as mãos cheias de merda na testa
  57. >amigo arromba a porta gritando
  58. >para no meio do grito, olhando pra mim
  59. >eu pasmo, sujo de bosta nas mãos e no rosto
  60. >tem um pouco na minha calça
  61. >água amarronzada e paginas do velho testamento cobrindo o chão
  62. >bíblia da mãe dele no chão, ensopada com sopa de fezes
  63. >escuto os pais deles chegando da sala
  64. >amigo paradão perplexo, não sabe o que fazer
  65. >a mãe dele vê o banheiro, fica em choque e começa a chorar
  66. >"Minha avó me deu essa bíblia um mês antes de morrer de câncer"
  67. >o pai dele chega poucos segundos depois
  68. >chocado, mas vê as paginas da bíblia e começa a rir
  69. >sai andando, ainda rindo
  70. >da um berro no fim do corredor
  71. >"Anão, tu tá FUDIDO"
  72. >mãe do amigo aos prantos
  73. >"Por que você fez isso, Anão?"
  74. >varias e varias vezes
  75. >eu começo a chorar também, mas pareço um babuíno raivoso quando choro
  76. >ela pensa que eu to zoando com a cara dela e sai chorando mais
  77. >escuto o pai dele abrindo uma cerveja na cozinha
  78. >tento me explicar pro amigo, me da um soco na cara
  79. >me puxa pelo capuz do casaco e me bota pra fora da casa
  80. >na rua, por volta de 2km da minha casa, sem carona, coberto de merda e papel
  81. >começo a andar de volta pra casa
  82. >10 min depois uma moça para e pergunta se preciso de carona
  83. >aceito
  84. >começa a dirigir
  85. >percebe a merda secando em mim
  86. >jogando conversa fora
  87. >alguns segundos depois ela sente o cheiro de merda tomando conta do carro
  88. >encosta na calçada, começa a falar chines e sinaliza pra eu sair do carro
  89. >sim, era uma chinesa, mas falava português normalmente
  90. >saio do carro
  91. >ando mais um pouco (quase em casa já)
  92. >chego em casa, entro escondido dos meus pais e tomo um banho
  93. >tento ligar pro meu amigo pra me explicar, ninguém atende
  94. >quarta tentativa, meu amigo atende, grita dizendo pra eu parar de ligar e desliga na minha cara
  95. >na semana seguinte os vizinhos e coleguinhassrsrrs do colégio ficam me olhando muito
  96. >começo a ouvir "odiador de mães", "garoto satânico" e "velho borramento" pelas costas
  97. >os apelidos se espalham como fogo em palha
  98. >juvenis que nunca falaram comigo me chamando essas parada
  99. >uma das minhas amigas mais próximas que e crista se afastou de mim e acabou parando de falar comigo de vez
  100. >a historia chega no ouvido dos professores, alguns dias depois sou chamado na sala do diretor
  101. >me diz que estou sendo expulso por "ridicularização nojenta de crenças religiosas"
  102. >meus pais descobrem
  103. >mãe começa a agir estranho comigo
  104. >mais tensa, me olha bastante
  105. >parece que ela pensa que não me conhece
  106. >meu pai pensa que eu só to na minha fase rebelde e preciso de tratamento mais rígido
  107. >2 horas depois, ele ta no telefone com um recrutador do exercito
  108. >alistado
  109. >fast forward pro quartel
  110. >tudo bem de início
  111. >primeiros dias foram tensos, mas meu corpo começa a se acostumar
  112. >um dia eu recebo um envelope de um pessoal do meu antigo colégio
  113. >tava cheio de fotos minhas, fotolojadas pra parecer que eu limpava a bunda com a bíblia
  114. >atrás de cada foto tem um apelido
  115. >um cara curioso vem e tira o envelope da minha mão
  116. >uns minutos depois o quartel inteiro ta passando as fotos e rindo como a foda
  117. >alguns acharam o email do meu amigo e perguntaram sobre a historia por trás das picas
  118. >algumas horas depois eu percebo um cara me olhando pra caralho
  119. >descubro que ele veio de uma família muito conservadora e me odeia pelo que eu fiz
  120. >ele esbarra em mim e eu tenho puxar assunto
  121. >quando ninguém mais prestava atenção, ele disse que se algum dia estivéssemos em combate
  122. >ele atiraria em mim e diria que foi bala perdida
  123. >percebo que os sargentos me deixam de fora dos treinamentos varias vezes
  124. >começamos a treinar com munição de verdade
  125. >dia do treinamento com munição real
  126. >vou pro banheiro de manhã
  127. >percebo que todo mundo ta me olhando
  128. >no vaso, percebo que tiraram o papel todo, e não tem nada lá exceto uma bíblia
  129. >começo a gritar, só ouço risos como resposta
  130. >todo mundo vai treinar e eu fico lá
  131. >começo a arrancar páginas daquela putanhesca e me limpar como se não houvesse amanhã
  132. >corto minha bunda again, começa a sangrar
  133. >começa a pingar sangue em tudo, não tem como botar o uniforme sem manchar
  134. >arranco um maço de páginas, enrolo e coloco entre as nádegas, tipo uma salsicha em um pão
  135. >arranco mais umas paginas e faço uma especie de fralda geriátrica
  136. >uso sob o uniforme
  137. >faz barulho, mas eu vou me atrasar se for ajeitar
  138. >antes do treinamento armado temos que marchar em formação
  139. >10 minutos marchando e o sargento percebe o som
  140. >sargento pede pra todo mundo parar e pergunta quem ta lendo
  141. >todos olhando pra mim
  142. >sargento me pede pra correr sem sair do lugar
  143. >barulho alto como a fornicação
  144. >me pergunta o que a fornicação é esse barulho
  145. >garganta fecha, não consigo responder
  146. >da ordem pra eu baixar as calças
  147. >fraldinha geriátrica do vietnam exposta
  148. >ele xinga baixinho e me diz pra dar 200 voltas no acampamento
  149. >meia hora depois, correndo pela mata menos visível do acampamento
  150. >ninguém mais ninguém menos que XxVingador_de_JesusxX que disse que me mataria se pudesse, sai de trás de um arbusto
  151. >tem uma garrafa de dreher (pra quem não manja, é um uísque) em uma mão e uma pistola na outra
  152. >me acerta na cara com a garrafa e me da um tiro no pé
  153. >joga uísque na minha boca e na minha cara enquanto eu grito
  154. >sai correndo
  155. >sargento vem me procurar
  156. >caso é registrado e investigado
  157. >vingador inventou uma lorota lixosa
  158. >disse que eu bulinava ele por causa da religião
  159. >e zuando ele por estragar a bíblia dele
  160. >eu sou exonerado por intolerância religiosa, beber e imprudência
  161. >descobri depois que ele só recebeu uma advertência formal por ter desaparecido do exercito
  162. >me mudo de volta pra casa dos meus pais
  163. >meu pai desapontado comigo, mãe não fala mais
  164. >mando meu currículo pra alguns lugares
  165. >meu nome e história foram espalhados e nenhum negócio na cidade queria ter nada a ver comigo
  166. >um mês depois, meu pai acha que sou vagabundo e que não procurei por emprego
  167. >me bota pra fora de casa
  168. >sem teto, começo a catar lixo
  169. >vivo como mendigo por 2 anos
  170. >desumanizante e nojento a princípio
  171. >consigo comida nos bandejões de 1 real
  172. >começo a ir de cidade em cidade
  173. >as vezes revirava lixo a noite quando tava com fome
  174. >primeiro inverno, conheci e fiz amizade com dois outros catadores
  175. >beiço e josé
  176. >beiço porque ele cortou a boca numa latinha quando fumava crack, o corte infeccionou e o beiço dele ficou enorme
  177. >a namorada do josé morreu de overdose de heroina 3 meses atras
  178. >conheci os dois debaixo de uma ponte fora da cidade
  179. >passamos a viajar juntos
  180. >acordo no meio da noite e escuto uns barulhos estranhos
  181. >um chupando o pau do outro
  182. >viro pro lado e tento voltar a dormir
  183. >um mês depois tentaram me matar
  184. >nos 3 andávamos por uma cidade
  185. >vejo uma nota de 50
  186. >todos pensamos "bebida!"
  187. >eu quero algo bom, mas beiço é alcoólatra
  188. >quer quantas cachaças de 5 reais puder comprar com 50 dilmas
  189. >fornique-se, eu que achei
  190. >josé vem pra cima de mim com metade de uma tesoura
  191. >do nada
  192. >me fura 2x na perna, pega o dinheiro
  193. >filhos da puta correm
  194. >nunca mais os vejo
  195. >3 dias depois fico com febre por causa da infecção
  196. >caio na varanda/quintal de alguém
  197. >pus das feridas sujando meu jeans velho
  198. >um policial encosta e me diz pra continuar andando
  199. >tento ficar de pé, perna dói demais
  200. >policial me levanta e grita "vai andando!"
  201. >me empurra, seguro minha perna com dor
  202. >ferimento aberto e sangrando de novo
  203. >policial finalmente vê minha condição
  204. >me leva pra um abrigo pra sem tetos na cidade vizinha
  205. >não disse nada no caminho inteiro
  206. >no abrigo, uma ruiva 7.5/10 chega com um kit de primeiros socorros e uma caixa de luvas
  207. >ela parece realmente se preocupar com minhas feridas
  208. >primeira vez sendo tratado como ser humano por uma fêmea em anos
  209. >ereção tímida começa a se propagar nas minhas calças
  210. >ela nota, olha com nojo
  211. >peço desculpas
  212. >ela ri meio nervosa e trata os meus ferimentos
  213. >me da um tubo com antibióticos
  214. >me diz que aquilo não vai me deixar doidão e só vale alguns trocados
  215. >depois de alguns dias as feridas começam a cicatrizar
  216. >abrigo me manda embora e eu volto a catar lixo
  217. >alguns meses se passam, chegou o inverno
  218. >vagando pela cidade, 1 da manhã
  219. >ruas vazias
  220. >acho um casaco de inverno em perfeito estado junto com uma pilha de lixo
  221. >andando, vejo uma deposito na esquina
  222. >eu sei que é uma puta, mas ela ta quase pelada
  223. >ta bem frio, ela se treme
  224. >chego nela e digo oi
  225. >pergunta se eu tenho dinheiro - não
  226. >me manda vazar
  227. >ofereço meu casaco, ela me olha estranho por uns segundos
  228. >diz que não pode se cobrir durante o trabalho
  229. >me agradece e sorri
  230. >não parece tao vadiosa
  231. >meio usada, mas ainda tem uma pontinha de dignidade
  232. >fiquei batendo papo com ela, pra ela não pensar no frio
  233. >por volta de 3 da manhã um golf todo sujo encosta
  234. >um paixão paixãoso no volante, grita "Denise"
  235. >o nome dela era Denise
  236. >me olha como se fosse me matar e pergunta se eu era um cliente
  237. >digo que não, ele me diz pra vazar dali
  238. >enquanto eu saio, ele começa a bater nela e perguntar quem eu era
  239. >joga ela no carro
  240. >fico pensando nela o dia todo
  241. >durmo num beco vazio
  242. >na noite seguinte, voltei pra mesma esquina e ela tava lá
  243. >com o olho roxo e contando dinheiro com pressa
  244. >ela diz que o samuca vai matar nos dois se me vir de novo
  245. >digo a ela que só estou passando por ali
  246. >sento atras de uma caixa no beco fora da visão dela
  247. >conversamos noite toda, entre cada cliente
  248. >quase 3 horas, ela me diz pra ir embora antes que o samuca chegue
  249. >vazo
  250. >fazemos isso por quase um mês
  251. >formamos um laço, somos amigos
  252. >o catador e a prostituta
  253. >ela diz brincando que deveriam ter crianças baseadas na gente
  254. >um dia samuca chegou no seu golf umas horas mais cedo
  255. >me botou contra a parede com uma arma apontada pra mim
  256. >perguntou calmamente quem eu era
  257. >"Anão, só um catador"
  258. >tento dizer a ele que sou só amigo da denise
  259. >tem dois caras com ele, eles me revistam pra ver se tenho dinheiro escondido
  260. >não tem
  261. >realiza que não to comendo ela de graça, estou muito sujo pra isso
  262. >me solta, me chuta e manda eu ir me fornicar
  263. >diz que estou sujando o produto
  264. >diz que vai atirar em mim se me vir la outra vez
  265. >apareci no ponto da denise na noite seguinte só por uns segundos
  266. >disse adeus e fui embora
  267. >nunca mais a vi
  268. >uma semana depois, estou na área urbana mais movimentada da cidade
  269. >comendo uma lata de atum
  270. >vejo o golf do samuca vindo na minha direção
  271. >corro pra um beco e ele para o carro
  272. >escuto vários pessoas atras de mim, correndo
  273. >eles me alcançam e me derrubam
  274. >eu viro de frente, samuca me olhando
  275. >ele puxa uma arma e senta numa caixa
  276. >acende um cigarro e se acalma
  277. >"Denise é a única razão de eu não te matar hoje"
  278. >descubro que ela inventou um monte de lorotas pra eu não ser morto
  279. >entre elas que eu era um "contrabandista profissional procurando emprego"
  280. >digo que manjo dos contrabandos, sou sorrateiro
  281. >meu cérebro se caga de felicidade quando ele me pergunta se quero fazer 2k
  282. >fode sim
  283. >me deu um pacote embrulhado em plastico bolha e me disse pra levar pro outro lado da cidade
  284. >não confia nos capangas dele pra fazerem o serviço
  285. >disse que ia atirar em mim ali mesmo se eu recusasse
  286. >obviamente aceitei
  287. >me disse que se eu falhasse ele mataria a denise
  288. >eu disse que conseguiria
  289. >me da um guardanapo dobrado com um endereço e "fusca amarelo" escrito
  290. >pego a foda fora
  291. >quando chego no lugar tem dois chineses num fusca
  292. >vou ate a janela
  293. >um me vê, puxa a arma
  294. >eu paro e tiro o envelope da jaqueta
  295. >janela abaixa
  296. >dou o pacote pra ele e saio de la
  297. >algumas quadras de distância dali, escuto gritaria e pneu cantando
  298. >viro pra trás, o fusca ta vindo pra cima de mim
  299. >passageiro com a arma apontada pra fora da janela
  300. >me jogo no chão quando eles passam e entro na primeira rua que eu vejo
  301. >me escondo ate achar que eles foram embora
  302. >ouço o carro dando voltas no quarteirão
  303. >fico desesperado e tento correr pra me esconder mais longe dali
  304. >me veem
  305. >tento correr mas tomo um tiro na perna
  306. >o carro para, um asiático sai
  307. >me pega pela gola, mas ela rasga
  308. >me pega pelo pescoço e me da dois tiros na barriga
  309. >acordo no meio do mato, sem nem sinal de área urbana
  310. >pelado, minhas roupas do meu lado, minha barriga com uma pasta verde estranha
  311. >realizo que fui parar numa reserva do xingu
  312. >alguns indígenas me olhando, um deles (provavelmente o que me trouxe ate aqui) vem ate mim, me pergunta se eu to melhor
  313. >diz que estamos numa reserva do RJ, ele tinha saído pra comprar um celular (irônico não?) e me achou fudido na rua
  314. >tento levantar, ele fala pra eu ficar deitado ou vou morrer
  315. >algumas horas depois ele volta com um pó dentro de uma cuia de madeira
  316. >diz pra eu cheirar que vou me sentir melhor
  317. >cérebro alto daquele pó estranho foi a coisa mais surreal da minha vida
  318. >sons estranhos e relaxantes todoonde
  319. >tempo e espaço parecem não existir mais
  320. >vejo um templo feito de olhos
  321. >uma raposa me deu um tapinha no ombro e correu pra dentro
  322. >eu sigo
  323. >tem uma figura humana de água em pé do meu lado
  324. >nos andamos e nos movemos igual
  325. >dentro do templo tem um rolo de papel higiênico
  326. >minha mente começa a entrar em um estado altamente perceptivo
  327. >um momento de clareza no meio da insanidade ao meu redor
  328. >eu realizo neste momento a natureza da vida
  329. >uma espiral de eventos causada por um simples rolo de papel higiênico
  330. >porra loca
  331. >to chapado de um pó doido no meio de uma reserva indígena por causa de um fodendo rolo de papel higiênico
  332. >no dia seguinte, o índio, decide me levar pro centro da cidade pra procurar um emprego
  333. >me pergunta no que eu sou bom
  334. >unica coisa que já havia feito na vida era montagem e manutenção de PCs, e era relativamente bom nisso
  335. >me leva num centro de informática
  336. >me apresenta pra um amigo dele que parece ser o dono
  337. >ele pede pra eu mostrar o que sei fazer
  338. >formato um PC, tudo certinho, removo vírus, coisas banais
  339. >ele acha bom o suficiente e me contrata
  340. >deixa eu "morar" no depósito da loja
  341. >não e uma casa mas e melhor que a rua
  342. >começo a juntar uma grana maneira
  343. >como não chego atrasado nunca sou promovido logo
  344. >consigo alugar um apartamento pequeno
  345. >tudo finalmente dando certo
  346. >3 semanas depois, no trabalho
  347. >consertando PCs como um patrão
  348. >pego um PC que tá marcado como "trocar RAM"
  349. >checo o nome do cliente
  350. >nome do meu velho amigo filho da puta
  351. >troco a RAM, ligo
  352. >encho o HD de cp, zoofilia, scat, outras coisas nojentas
  353. >escondo a pasta, desligo, mando de volta
  354. >mais tarde faço uma pesquisa e descubro que agora ele é pastor em uma igreja local
  355. >ligo pras autoridades informando o que eu encontrei
  356. >no dia seguinte a notícia ta no jornal
  357. >descubro que ele foi preso, excomungado da igreja, a mulher e os filhos tão deixando ele
  358. >filhos vão a um psicólogo infantil pra ver se foram molestados
  359. >a vida dele vira uma merda
  360. >ele nunca descobriu quem foi por causa do sistema de proteção a vítimas e testemunhas
  361.  
  362. A natureza da vida tem um ciclo vicioso, não?
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