Turno - Valentina Laniel

<br><center><div style="background-color:#910000;margin-left:20px;margin-right:20px;height:85px;"><table><tbody><tr><td><div style="text-align:center;font-family:'century gothic';font-size:16px;color:#ffffff;line-height:20px;text-transform:uppercase;"><br><b>No te puedes resistir a mis lentes de corazon</b></div><div style="text-align:center;font-family:'century gothic';font-size:16px;color:#ffffff;line-height:20px;text-transform:uppercase;"><b>────── Sin duda Nabokob fue quien lo escribio</b></div><div style="text-align:center;font-family:'century gothic';font-size:10px;letter-spacing:1px;color:#ffffff;line-height:12px;text-transform:uppercase;"><b>valentina</b> cortéz-laniel // 16 años, Una muñeca rota </div></td><td><img src="https://66.media.tumblr.com/8902ebe59448ce53f0faec575dadbbac/tumblr_inline_ouvrxxYfGn1tm5nf4_500.gif" style="width:80px;border:2px solid #ffffff;padding:1px;margin-top:5px;margin-left:31px;" alt="tumblr_inline_phkgg01Hfi1t9ndkh_540.gif"><img src="https://66.media.tumblr.com/6de5159f26f66a5c6580310a6943bb07/tumblr_inline_ouvs1ytW621tm5nf4_500.gif" style="width:80px;border:2px solid #ffffff;padding:1px;margin-left:6px;margin-top:5px;" alt="tumblr_inline_phkgjgkld51t9ndkh_540.gif"><img src="https://66.media.tumblr.com/a6b5d6d0f6a51419489085241a18fba5/tumblr_inline_ouvry4rgAy1tm5nf4_500.gif" style="width:80px;border:2px solid #ffffff;padding:1px;margin-left:6px;margin-top:5px;" alt="tumblr_inline_phkgjhvzPj1t9ndkh_540.gif"></td><td></td></tr></tbody></table></div><div style="text-align:justify;font-family:verdana;font-size:12px;line-height:14px;color:#000;margin-left:20px;margin-right:20px;border:4px solid #910000;padding:5px;">

ㅤㅤㅤㅤㅤQuando recebeu aquele vídeo de Heitor, ela sentiu como um soco na boca de seu estômago. Havia prometido para Aleksandr que nunca mais iria se meter em suas rinhas de luta se ainda quisesse continuar tendo alguma coisa com ele, e ela prometeu porque não conseguia mais se ver sem Alek já que de algum modo ele despertava nela a vontade de querer estar viva, mesmo diante de todos os seus fantasmas que pareciam sufoca-la todas as noites antes de dormir. Mas assistir o garoto que – pois é – ela amava apanhar de um homem que tinha mais do que o dobro de sua idade, a fez ficar desesperada. Só que havia prometido e não gostava de quebrar suas promessas. Quando olhou para Nanquim, seu gato, os olhos castanhos estavam marejados de tal maneira que nem ao menos conseguia conter as lágrimas. Só havia uma pessoa capaz de parar Alek.
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ㅤㅤㅤㅤㅤNunca em sua vida ela dirigiu tão rápido e de maneira tão imprudente. Saiu do Queens para Long Island em questão de minutos e quando parou a SUV diante dos grandes portões da mansão Heikkien, não hesitou em entrar. Atravessou o caminho sem se importar com os seguranças, exigindo falar com Alexandra. Um detalhe sobre a relação das duas era que Alexandra não gostava de Valentina pelo mesmo motivos que todas as outras pessoas também não gostavam: era latina. Mas Valentina já estava acostumada com o estereotipo que, bem, sua família fazia questão de manter. Eram contrabandistas de armas, bebidas alcóolicas e também cocaína. Uma das melhores, por sinal. Só que, naquele momento, ela só queria que alguém ajudasse Alek.
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ㅤㅤㅤㅤㅤ──── <b style="color:#910000;">Esse ringue fica no Bronx. Esse é o endereço. Por favor, <i>ayúdelo y sáquelo de allí.</i></b> ──── As lágrimas estavam travadas nos olhos castanhos como chocolate da garota. E ela não precisava implorar porque Alexandra era mãe e por mais que desse medo, a mulher faria de tudo para tirar Alek daquele lugar, e ela esperava que o tirasse com vida porque ela sabia o que acontecia com a maioria das pessoas que entravam naquele antro maldito porque Heitor fazia questão de se deliciar com a dor dos seus competidores. Ele era sádico, por mais que fosse amoroso para com Valentina, sua <i>hermanita pequeña</i>. Por isso havia mandado aquele vídeo.
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ㅤㅤㅤㅤㅤValentina não se demorou na mansão.<br>
ㅤㅤㅤㅤㅤNão demorou para voltar ao próprio carro e dirigir para longe daquela casa. Precisava voltar para o Queens. Ficaria longe de Alek e do ringue. Mas como? Ela precisava ajudar de alguma forma. Talvez se implorasse para que Heitor proibisse a entrada de Alek das próximas vezes ou conseguisse arrancá-lo daquela droga de octógono improvisado e mequetrefe... Acelerou o máximo que pode, mas o trânsito que enfrentou por pegar uma rua errada... Maldito GPS que havia a levado para uma rua errada. Maldita internet que não recalculou a rota no tempo necessário porque cada segundo ali, presa naquela droga, faria falta para chegar ao Bronx e para piorar, Heitor já nem se dava ao trabalho de visualizar as mensagens de Valentina. Ela tinha que chegar logo.
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ㅤㅤㅤㅤㅤ<i>Heitor, por favor, me responde! Eu chamei alguém que vai tirar ele daí, não deixa esse cara matar o Alek. Por favor!</i><br>
ㅤㅤㅤㅤㅤFoi a última mensagem que ela conseguiu enviar antes de a droga da bateria do celular acabar. Onde estava o maldito carregador? Valentina socava o volante do carro com raiva e com desespero. Ativou o GPS do próprio carro que graças ao bom Deus conseguiu uma rota rápida até o Bronx, tirando a garota do trânsito e diminuindo o trajeto em dez minutos. Mas o que ela viu quando dobrou a esquina do velho prédio abandonado, aquele cerco parecia uma cena de filme policial e ela sabia muito bem quem eram os bandidos.
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ㅤㅤㅤㅤㅤ──── <b style="color:#910000;">Não. Não. Não. Não. Não.</b> ──── Valentina nem ao menos conseguiu pensar em tirar a chave do contato. Abriu a porta do carro, pulou do banco do motorista e correu, sentindo o vestido de fundo branco e florido esvoaçarem quando se aproximou do cerco dos policiais que havia estourado, quase que literalmente, o ringue de Heitor. Viaturas, sirenes, vários homens de meia idade e dos mais variados níveis sociais sendo algemados. No meio daquilo tudo, pode ver Aleksandr e a mãe. A polícia estava ali como se fossem parte da segurança deles. Ela conseguiu salvá-lo, porque ele estava em pé, desfigurado e tremendo, mas ainda era Aleksandr e ele estava vivo. A cena a fez respirar um pouco mais aliviada. Não por muito tempo.
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ㅤㅤㅤㅤㅤQuando tombou a cabeça para trás, respirando aliviada, um policial se aproximou ordenando que ela se afastasse. Segurou em seu braço de uma maneira extremamente grosseira. ──── <b style="color:#910000;">Hey! Não precisa tudo isso. Já estou sain...</b> ──── Foi no momento em que estava sendo arrastada para fora do cerco que viu Heitor algemado, tentando se livrar dos dois policiais e aquilo lhe fez sentir a falta de ar. Se os policiais estavam ali, alguém os havia chamado.
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ㅤㅤㅤㅤㅤValentina não raciocinou direito.<br>
ㅤㅤㅤㅤㅤComo um animal selvagem, se soltou do policial e correu até Heitor.<br>
ㅤㅤㅤㅤㅤEle parecia tão descontrolado quanto a mais nova.
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ㅤㅤㅤㅤㅤ──── <b style="color:#910000;">SOLTEM ELE! SOLTEM MI HERMANO! SOLTEM AHORA!</b> ──── Berrou misturando seu inglês e o espanhol nativo. As mãos tentando envolver Heitor, mas sem sucesso já que um terceiro policial surgiu, se colocando entre os irmãos. ───── <b style="color:#910000;">VOCÊS <i>NÃO PODEM</i> PRENDER MEU IRMÃO!</b> ───── Valentina estava completamente fora de si ao ver aquela cena tão cruel para si.<br>
ㅤㅤㅤㅤㅤ───── <b style="color:#00008B;">Heitor Cortéz foi pego em flagrante por coordenar e patrocinar um ringue de luta ilegal. Recebemos a denúncia de Alexandra Glücksburg e, agora, seu irmão vai preso.</b> ───── O tom do policial era autoritário e esnobe, como se aquela fosse uma grande vitória, e os olhos castanhos de Heitor recaíram sobre Valentina.<br>
ㅤㅤㅤㅤㅤ───── <b>Estúpida niña! La madre de tu novio llamó la policía! O negócio já era e a culpa é sua, Valentina!</b> ───── Havia ódio no tom de Heitor e Valentina não estava acostumada com o ódio. Ela balançava a cabeça em negativa. Repetindo “não” diversas vezes enquanto tentava passar pelo policial, que agora a segurava para impedir que se aproximasse de Heitor.<br>
ㅤㅤㅤㅤㅤ───── <b style="color:#910000;">Eu vou conseguir te soltar. Eu vou. Eu vou. Você não vai ficar preso. Eles não vão te levar. ELES NÃO VÃO!</b> ───── Ela berrava a plenos pulmões.
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ㅤㅤㅤㅤㅤComo impediria aquilo? Só havia uma pessoa que poderia e se havia uma coisa que havia aprendido com sua família, era sobre o preço da vida.
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ㅤㅤㅤㅤㅤEla correu para onde Alexandra e Alek estavam. Seu coração parecia querer saltar para fora de seu peito quando ela parou diante deles.
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ㅤㅤㅤㅤㅤ───── <b style="color:#910000;"><i>Doña Alejandra.</i> Alexandra, desculpe. Por favor, manda os policiais soltarem meu irmão. <i>Por favor</i>.</b> ───── Os olhos castanhos estavam debulhados em lágrimas enquanto as mãos, unidas e erguidas, imploravam pela ajuda da mulher que não a queria nem perto do filho. ───── <b style="color:#910000;">Salva o meu irmão. E eu faço qualquer coisa! Por favor.</b> ───── Valentina era orgulhosa, mas para salvar o irmão, ela faria qualquer coisa. Ela precisava livrar o irmão da cadeia, ou tudo – exatamente tudo – estaria perdido.
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