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- SÁBADO, 26 DE JANEIRO DE 2013
- E-mail aos senadores
- Excelentíssimo(as) Senhores(as) Senadores(as),
- Vossas excelências lembram-se de seus motes de campanha eleitoral? Conseguem reproduzir os discursos?
- Óbvio que eu não conheço os discursos de todos, pouco dei importância aos discursos proferidos por aquele em quem votei, mas posso adivinhar que todos(as) os(as) senhores(as) reproduziram a velha fórmula de lutar pela moralidade, pela honestidade, pela lisura dos homens públicos, da necessidade de punição aos corruptos, do emprego racional e probo das verbas públicas... Enfim, o mesmo discurso diferente nessa ou naquela nuance, no tom acima ou abaixo.
- Agora que estamos às vésperas da eleição da nova (?) mesa diretora do Senado, vemos como favas contadas a eleição do senador Renan Calheiros. Não seria a hora de vossas excelências honrarem suas promessas de moralizar o país? Não é esta uma boa oportunidade de vossas excelências esquecerem-se dos conchavos e dos interesses particulares, dos interesses partidários, da covardia e olharem mais para os interesses da população que míngua nas filas da previdência, na ausência de socorro na Caatinga seca, que vive escondida nas sombras porque há uma legislação frouxa e punição inócua contra a criminalidade das ruas e a criminalidade dos gabinetes?
- Não há necessidade de expor a história política do senador Calheiros, algo que vossas excelências sabem de cor e muito mais que eu, mas fica a impressão, para um ignóbil eleitor-contribunte como eu, que elegê-lo presidente de todos vós é colocar-se sob a liderança de um homem que não tem algo de que se orgulhar em seu passado de home público, é aplaudir sua trajetória no mínimo suspeita, é participar de um balcão de negociatas em que hoje se molham as mãos dele para terem as suas molhadas dessa ou daquela forma amanhã.
- Mesmo sabendo que o destino deste e-mail é a lixeira de seus computadores, não posso ficar quieto e faço questão de fazer um pedido: rejeitem este nome, senhoras e senhores. Entre os demais 80 que compõem essa casa legislativa, há de se encontrar pelo menos um que tenha biografia menos maculada do que a dele. Vossa excelência não se considera menos indicado para cargo tão importante da República do que o senhor Calheiros? Vossa excelência acha que merece ser presidido por um cidadão com passado tão negro e futuro nada promissor? Vossa excelência acha que merece entrar para a história como um daqueles que deram sustentação para o poder quase ilimitado que este senhor voltará a ter mesmo depois de ver-se envolvido em tantos e tantos escândalos na história recente do país? Vossas excelência não valoriza-se como se cidadão(a) a ponto de eleger seu “comandante” não pelos seus méritos e sua probidade, mas pelo desejo dele e de seu partido/coligação?
- Sabendo-me ignorado em meu desejo, subscrevo-me.
- Respeitosamente,
- Marcos Pontes
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