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- O cristão e a pirataria
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- Autor: Jefrey S. Santos <[email protected]>
- Hino: Eu Achei (476)
- Introdução
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- Vamos abrir nossas Bíblias em Êxodo 20:15 e julgar algumas situações.
- 1. Estilistas nos surpreendem a cada dia. Quando vemos alguma peça de roupa que nos agrada, porém o preço é alto e não podemos pagar, podemos roubar?
- 2. A tecnologia evolui dia após dia. Quando uma grande empresa lança um novo telefone celular, cheio de inovações, porém o preço é alto e não podemos pagar, podemos roubar?
- 3. A situação está difícil, o país em crise e nós nos vemos cada vez mais endividados. Salários atrasados e juros que não param tornam tudo ainda pior. No entanto, ao lado da minha casa funciona uma agência bancária. E eu sei que, às 3 da manhã, eles trocam de turno e ficam por meia hora sem segurança. Posso explodir o caixa e ficar com o dinheiro?
- 4. Não quero um carro muito caro, importado, mas já ficaria feliz com um Corolla. Mas não posso pagar por um. Meu vizinho tem um. Todo dia ele sai para trabalhar pela manhã e, após sair com o carro de casa, deixa a chave na ignição para fechar o portão. Eu posso entrar no carro e tomá-lo para mim?
- 5. Todos temos um gosto musical diferente, e temos um artista a quem admirar, sendo ou não da igreja. E meu artista predileto lançou um novo CD, mas não temos tempo ou dinheiro para ir em busca da mídia. Posso ir no Google e baixar de graça? Ah, mas é um cantor da igreja, e o louvor é tão lindo... Realmente não posso? E se for para repassar para alguém que está interessado?
- a. Testemunho ruim para o interessado.
- Desenvolvimento
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- Todas essas coisas estão erradas, pois quebraremos o mandamento escrito em Êxodo 20:15 ("Não furtarás"). "Furto", segundo a Infopédia, é o "ato de apresentar como seu o que é de outra pessoa".
- Se não pagamos pelo direito de usar uma peça de roupa, um celular, um carro, uma música ou um filme, e fazemos o uso mesmo assim, estamos cometendo crime contra a constituição federal e, ainda mais grave, contra os Dez Mandamentos.
- O nome "pirataria" vêm desde os tempos das grandes navegações, quando criminosos se reuniam em embarcações para tomar bens, de forma ilegais, de outras embarcações ou de locais próximos às margens.
- Hoje, usamos esse termo para caracterizar o uso indevido de um bem, seja físico ou não. Músicas, filmes e programas de computador também são considerados bens passíveis de furto, pois são formas de sustento de milhares de famílias. Não há diferença da pirataria para o cliente mal-intencionado que comete furtos em sua loja.
- Note que Cristo deixou claro, em Mateus 5:21-26, que não é necessário consumar um ato para quebrar um mandamento. Na ocasião, Cristo afirma que quem se irar contra seu irmão já quebrou o mandamento que diz: "não matarás". Nos versos 27 a 30, Cristo afirma que quem olhar para outra pessoa com intenções impuras já adulterou. Da mesma forma, não precisamos usar da força, ou mesmo de ameaças e armas para cometer um furto. Basta fazer uso, sem ter o direito, daquilo que não nos pertence.
- Em Tito 2:7, a pena inspirada nos recomenda: "Em tudo seja você mesmo um exemplo para eles, fazendo boas obras. Em seu ensino, mostre integridade e seriedade". Como pretendemos servir de exemplo de integridade se cometemos pequenos furtos (lembrando que não há tamanhos diferentes de pecado) em nossa rotina, mesmo que a Bíblia condena tal prática?
- Vivemos em um país cujas cargas tributárias são consideradas altas, principalmente ao se comparar o retorno que temos e toda a corrupção que vemos. No entanto, não podemos usar isso de desculpa para roubar carros, assaltar bancos, furtar dispositivos eletrônicos, músicas ou filmes. Simplesmente por não haver, na bíblia, exceção que nos permita tal ato. E em Mateus 22:17, 19-21 vemos que o próprio Cristo, mesmo com toda a sua majestade e poder, reconheceu a necessidade de se pagar impostos:
- "Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar o tributo a César, ou não? / Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um dinheiro. E ele diz-lhes: De quem é esta efígie e esta inscrição? Dizem-lhe eles: De César. Entõ ele lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus."
- Nesses versos, Cristo ensina que precisamos manter em sincronia nossos deveres na terra, como passageiros, com nossos deveres para com o Pai. Ao passo em que precisamos pagar nossos impostos, precisamos manter-nos íntegros. Não estaremos dando a Deus o que é de Deus quebrando seus mandamentos e fazendo pouco caso disso.
- Note que Jesus disse aos judeus para que pagassem o tributo ao império romano, que estava a subjulgá-los. Da mesma forma, os grandes esquemas de corrupção não servem de desculpas para comprarmos CDs e DVDs piratas, a fim de não pagar impostos. Devemos, sim, lutar por uma sociedade mais justa e cobrar de nossos políticos uma conduta correta. Mas se nós estamos a banalizar a corrupção, mantendo em nossos lares produtos ilegais, como poderemos cobrar de nossas autoridades que sejam honestas?
- Então, devemos parar de ver filmes e ouvir músicas, já que não temos condições de adquirir CDs e DVDs? Também não poderemos fazer uso de computadores, se não paguei por licenças de meu sistema operacional e minha suíte de aplicativos de escritório? Obviamente, não.
- Claro que devemos prezar primeiramente para as coisas de Deus. Afinal de contas, tardes inteiras perdidas com filmes e séries não é o modelo para a vida de um cristão que a Bíblia recomenda. Mas para momentos de entretenimento, não há problemas em ver filmes, séries ou ouvir uma boa música, desde que, claro tais mídias não estejam em desacordo com aquilo que acreditamos. E, claro, se pagamos, devidamente, por aquilo que vamos usar. Quanto aos softwares, existem soluções gratuitas para tudo. Não quer pagar uma licença do Windows? Existem diversas distribuições do Linux para todos os gostos. Não quer pagar pelo Office (editor de texto, planilhas, apresentações)? Existem diversas soluções chamadas de código aberto, desenvolvidas por voluntários de todo o mundo, inclusive vários brasileiros, como o LibreOffice. Mesmo para aplicações mais específicas, seja modelagem 3D, cálculos matemáticos... sempre há soluções gratuitas. E, claro, sempre há a opção de pagar pelo que pretende adquirir e fazer uso de sua ferramenta sem estar cometendo crime ou entrando em pecado. Para músicas e vídeos, os irmãos sabem que existem diversas plataformas on-line que nos dão músicas e vídeos mediante pagamento de uma taxa mensal. Taxa essa que, normalmente, equivale a menos do que o preço de um álbum ou um filme, mas que já nos coloca em acordo com a lei e, consequentemente, nos livra do pecado do furto. Só precisamos ter cuidado para que tais coisas tenham mais tempo em nossas rotinas diárias do que o estudo da lição, da Bíblia e de nossas orações, pois aí estaremos quebrando outro mandamento: "Não terás outros deuses diante de Mim".
- E o que dizer de roupas e eletrônicos? Bem, a Bíblia nos recomenda a não prezar pela obtenção de bens. Em Marcos 8:36, lemos: "Pois, que aproveitaria ao homem ganhar o mundo todo e perder a sua alma?". Também em Filipenses 4:11, lemos: "Não digo isso como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho."
- Deus não nos proibe de termos um carro que gostamos, um celular que gostamos ou utilizar os softwares que gostamos. Na verdade, sendo um Pai de amor, Deus se alegra quando, na vida, através de muitas batalhas e muito trabalho, alcançamos o sonho do carro novo ou da casa própria. Mas Deus não nos permite tentar justificar nossos pecados por meio de pecados de nossos governantes, ou mesmo de nossa atual situação financeira. Deus permite que trabalhemos e busquemos condições melhores, mas não permite a cobiça e, tampouco, o furto.
- Será uma transição fácil? De forma alguma. O pecado funciona desta forma. Não é verdade que, ao passar pelas águas batismais, nos tornamos indivíduos perfeitos. Mas nossa passagem pelas águas significam a aceitação pública do desafio de se manter sempre próximo de Deus.
- Apelo
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- Cristo nos chama para fazer a diferença. Ele nos convida a dizer "não" para o pecado em todas as suas formas, imitando os cristãos que nos escreveram os dois últimos versos que lemos, que se alegravam com os bens que já possuiam. E sabem como podemos nos alegrar com os bens que já possuímos? Lemos em Hebreus 10:34:
- "Porque também vós compadecestes das minhas prisões, e com alegria permitistes o roubo dos vossos bens, sabendo que em vós mesmos tendes nos céus uma possessão melhor e permanente."
- Verso 37:
- "Porque ainda um pouquinho de tempo, E o que há de vir virá, e não tardará."
- A nossa verdadeira alegria não deve estar no acúmulo de bens aqui na Terra, mas a certeza de que possuímos, no céu, um patrimônio muito superior do que aquilo que conseguiremos juntar em vida aqui na Terra.
- Oração
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- Senhor, sabemos que temos pecado contra Ti. E nossos pecados têm recebido tão pouca atenção de nossa parte que já estão se tornando como banais. Pedimos perdão pelas vezes que falhamos em vigiar, pois sabemos que o inimigo não medirá esforços para fazer-nos cair em tentação. Pedimos, também, forças para vencer cada armadilha do inimigo. Abençoe-nos e envia Teu Santo Espírito para que nos incomode quando estivermos agindo de forma que não Te agrada. Em nome de Jesus, amém.
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