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- "Não defendo essa escoria, mas não se pode cair em boatos plantados até mesmo pelos petrolhas para desmoralizar indiretamente a oposição, é preciso ter cuidado com o que se planta na midia. É preciso ter fonte da historia"
- LULINHA, HISTÓRIA E BOATARIA, José de Souza Castro (*)
- Política Nacional | 31 de dezembro de 2010 | Envie para um amigo
- Afinal, Lulinha, o filho do presidente Lula, é mesmo um grande empreendedor? Ou será que o que se diz dele há alguns anos não passa de uma baita ficção? Como no caso do Rolls-Royce de Getúlio Vargas, só a história, depuradas as paixões políticas com o decorrer do tempo, poderá responder a essas perguntas. Até lá, limito-me aqui a contar algumas das coisas que se diz de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha.
- Ele ficou nacionalmente conhecido em outubro de 2006, principalmente quando sua foto apareceu na capa da revista Veja ao lado da manchete “O Ronaldinho de Lula” e a explicação: “O presidente comparou o filho empresário ao craque do futebol. Mas os dons fenomenais de Fábio Luís, o Lulinha, só apareceram depois que o pai chegou ao Planalto”.
- A reportagem revelava como Lulinha, então com 31 anos, já se tornara milionário. Formado em Biologia e recebendo, em 2002, salário de 600 reais como monitor no zoológico de São Paulo, reforçados com aulas de inglês e computação, sua sorte começou a mudar em dezembro de 2003, quando o pai completava seu primeiro ano no governo. Lulinha se tornou sócio da Gamecorp, uma empresa de jogos eletrônicos, que ainda se chamava G4 Entretenimento e Tecnologia Digital. A empresa havia sido fundada anos antes pelos outros dois sócios. Um deles, Fernando Bittar, é filho de um velho amigo de Lula, o ex-prefeito de Campinas Jacó Bittar, um dos fundadores do PT.
- “Em janeiro de 2005, apenas um ano depois da chegada de Lulinha à empresa, a Gamecorp já estava recebendo o aporte milionário de 5,2 milhões de reais da Telemar – e Lulinha já era um empreendedor de raro sucesso”, acrescentou a revista.
- A maneira como se deu a associação da Gamecorp com a Telemar, hoje Oi, está sendo discutida na Justiça. Em outubro passado, o processo completava um ano à espera de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça sobre quem seria o responsável para continuar o inquérito – se os Tribunais da Justiça Federal do Rio de Janeiro, onde se localiza a sede da ex-Telemar, ou de São Paulo, local da sede da Gamecorp. O inquérito foi aberto em 2007 para ver se houve tráfico de influência na milionária associação.
- Enquanto nem isso se resolve, o campo se mostrou fértil para o nascimento e propagação de boatos, principalmente pela Internet. O mais popular desses boatos, certamente, foi o de ter Lulinha comprado, por R$ 47 milhões, uma fazenda em Valparaíso, no interior paulista, de propriedade do criador de nelore José Carlos Prata Cunha. Apesar das muitas negativas, o boato continua na Internet. Um exemplo pode ser lido aqui: http://documentoreservado.com.br/blog/%E2%80%9Clulinha%E2%80%9D-grande-empreendedor-da-familia-do-presidente/.
- Pela ilustração no texto, vê-se que não há compromisso com a verdade. A foto da sede da “fazenda de Lulinha” em Valparaíso mostra, na realidade, a famosa Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, pertencente ao governo paulista.
- Deixando de lado os boatos, vamos às notícias que foram divulgadas nos últimos três dias pela Folha de S. Paulo.
- A primeira, de quarta-feira, indica que Lulinha não é o “Ronaldinho” das finanças que o pai imaginava. Sob o título “Oi investe em empresa deficitária de Lulinha”, o jornal paulista informa que a Gamecorp acumulou prejuízo de R$ 8,7 milhões até 2009 e dívidas superiores a R$ 5 milhões. “Ainda assim, continua a receber investimentos da tele. Desde 2007, a Oi elevou em 28% o aporte na empresa. A inflação foi de 11%. Beneficiada por decisão do governo, a tele é a maior cliente da Gamecorp, que produz conteúdo para TV. Segundo Lulinha, a empresa rejeita publicidade do setor público.”
- A segunda, no dia seguinte, também mereceu chamada na primeira página: “Empresa paga aluguel de R$ 12 mil de Lulinha”. Afirma que a conta é paga pelo grupo Gol, que vendeu livros didáticos ao governo. “Lulinha diz que quem paga é Jonas Suassuna, seu sócio na Gamecorp e dono do grupo Gol.” A reportagem revela que o apartamento alugado nos Jardins, bairro nobre da capital paulista, é avaliado em R$ 1,8 milhão. Lulinha mora ali desde 2007, quando se separou da mulher. Morava com o sócio, que é primo do ex-senador Ney Suassuna (PMDB-PB). Há quatro meses, depois que Lulinha se tornou pai, ficou com todo o apartamento, mas o aluguel continua sendo pago por Suassuna.
- E hoje o jornal volta ao caso para repercutir o noticiário da véspera, e só políticos da oposição se dispuseram a falar. “Será que haveria benevolência com outra pessoa que não tivesse nenhuma ligação com o governo? Quem no Brasil tem seu aluguel pago de forma despretensiosa por quem quer que seja?”, questionou o deputado federal, Gustavo Fruet (PSDB-PR). O líder do PSDB na Câmara, João Almeida (BA), ironizou dizendo que a melhor obra de Lula é seu filho. “Ele é um sucesso empresarial, uma obra fantástica.” E o líder do DEM, Paulo Bornhausen (SC): “Espero, no mínimo, que a Receita esteja de olho nisso tudo. Infelizmente é uma banalização de valores.”
- Lula e seu governo preferiram manter distância desse assunto. Quem tiver vida para isso, verá o que dirão os futuros historiadores sobre esses episódios menores – mas corriqueiros – da política brasileira.
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