Marcelo Moreira, A, Nipah

["𝗡𝗮̃𝗼 𝗻𝗲𝗴𝗼 𝗲𝘀𝘀𝗮𝘀 𝗱𝗶𝗳𝗲𝗿𝗲𝗻𝗰̧𝗮𝘀 𝗽𝗼𝗻𝘁𝘂𝗮𝗶𝘀 𝗾𝘂𝗲 𝗲𝘅𝗶𝘀𝘁𝗲𝗺, 𝗲𝘂 𝘀𝗼́ 𝗱𝗶𝗴𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗮 𝗮𝗳𝗶𝗿𝗺𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗱𝗲 𝗾𝘂𝗲 𝗲́ 𝗜𝗠𝗣𝗢𝗦𝗦𝗜́𝗩𝗘𝗟 𝗽𝗿𝗼𝗱𝘂𝘇𝗶𝗿 𝘂𝗺𝗮 𝗜𝗔 𝗰𝗼𝗻𝘀𝗰𝗶𝗲𝗻𝘁𝗲 𝗱𝗲 𝘀𝗶 𝗺𝗲𝘀𝗺𝗮, 𝗱𝗲 𝘀𝘂𝗮 𝗲𝘅𝗶𝘀𝘁𝗲̂𝗻𝗰𝗶𝗮, 𝗱𝗼 𝘀𝗶𝗴𝗻𝗶𝗳𝗶𝗰𝗮𝗱𝗼 𝗱𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗳𝗮𝘇, 𝗱𝗲 𝘀𝘂𝗮𝘀 𝗮𝗰̧𝗼̃𝗲𝘀, 𝗰𝗼𝗺𝗼 𝗻𝗼́𝘀 𝗺𝗲𝘀𝗺𝗼𝘀 𝗳𝗮𝘇𝗲𝗺𝗼𝘀, 𝗲́ 𝗱𝗶𝘇𝗲𝗿 𝗾𝘂𝗲 𝗼 𝗺𝘂𝗻𝗱𝗼 𝗳𝗶́𝘀𝗶𝗰𝗼 𝗽𝗼𝗱𝗲 𝗽𝗿𝗼𝗱𝘂𝘇𝗶𝗿 𝗮𝗹𝗴𝗼 𝗾𝘂𝗲, 𝗻𝗼́𝘀 𝗼 𝗺𝗮𝗻𝗶𝗽𝘂𝗹𝗮𝗻𝗱𝗼 𝗲 𝗰𝗮𝗱𝗮 𝘃𝗲𝘇 𝗺𝗲𝗹𝗵𝗼𝗿 𝗼 𝗰𝗼𝗺𝗽𝗿𝗲𝗲𝗻𝗱𝗲𝗻𝗱𝗼, 𝗷𝗮𝗺𝗮𝗶𝘀 𝗰𝗼𝗻𝘀𝗲𝗴𝘂𝗶𝗿𝗲𝗺𝗼𝘀 𝗳𝗮𝘇𝗲𝗿. 𝗘𝘅𝗶𝘀𝘁𝗲𝗺 𝗶𝗻𝗴𝗿𝗲𝗱𝗶𝗲𝗻𝘁𝗲𝘀 𝘁𝗼𝘁𝗮𝗹𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲 𝗳𝗼𝗿𝗮 𝗱𝗮 𝗻𝗼𝘀𝘀𝗮 𝗰𝗼𝗺𝗽𝗿𝗲𝗲𝗻𝘀𝗮̃𝗼? 𝗡𝗮̃𝗼 𝘁𝗲𝗺 𝗰𝗼𝗺𝗼 𝗮𝗳𝗶𝗿𝗺𝗮𝗿 𝗶𝘀𝘀𝗼"]
Cara, eu vou repetir, não estou negando a possibilidade de criarmos uma "IA" (se com IA, você quer simplesmente dizer inteligência artificial), o que estou negando é a possibilidade de duplicarmos uma mente semântica, partindo de mecanismos formais e sintáticos, isso é evidentemente impossível. Eu repito, NÃO estou negando que seja possível criarmos uma máquina tão consciente e semântica quanto nós, mas sim que esse processo vá ocorrer partindo de um erro lógico.
["𝗗𝗶𝘀𝘀𝗲 𝗽𝘂𝗹𝗼 𝗮𝗼 𝗮𝗯𝘀𝘂𝗿𝗱𝗼, 𝗽𝗼𝗿𝗾𝘂𝗲 𝗱𝗲𝘀𝘀𝗮 𝗳𝗼𝗿𝗺𝗮 𝗳𝗮𝘇 𝗮 𝗰𝗼𝗻𝘀𝗰𝗶𝗲̂𝗻𝗰𝗶𝗮 𝗽𝗮𝗿𝗲𝗰𝗲𝗿 𝗮𝗹𝗴𝗼 𝗽𝗿𝗼𝗱𝘂𝘇𝗶𝗱𝗼 𝗽𝗼𝗿 𝘂𝗺𝗮 𝗿𝗲𝗰𝗲𝗶𝘁𝗮 𝗶𝗺𝗽𝗼𝘀𝘀𝗶́𝘃𝗲𝗹 𝗱𝗲 𝘀𝗲𝗿 𝗰𝗼𝗺𝗽𝗿𝗲𝗲𝗻𝗱𝗶𝗱𝗮 𝗴𝗿𝗮𝗻𝘂𝗹𝗮𝗿𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲 𝗲 𝗽𝗿𝗼𝗱𝘂𝘇𝗶𝗱𝗮 𝗽𝗼𝗿 𝗺𝗮̃𝗼𝘀 𝗵𝘂𝗺𝗮𝗻𝗮𝘀. 𝗔 𝗰𝗼𝗻𝘀𝗰𝗶𝗲̂𝗻𝗰𝗶𝗮 𝗲́ 𝗰𝗼𝗺𝗽𝗹𝗲𝘅𝗮? 𝗗𝗲𝗺𝗮𝗶𝘀, 𝗺𝗮𝘀 𝗳𝗼𝗶 𝗽𝗿𝗼𝗱𝘂𝘇𝗶𝗱𝗮 𝗻𝗲𝘀𝘁𝗮 𝗿𝗲𝗮𝗹𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲, 𝗻𝗮̃𝗼 𝗶𝗻𝘁𝗲𝗻𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮𝗹𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲 -𝗮𝘁𝗲́ 𝗾𝘂𝗲 𝘀𝗲 𝗽𝗿𝗼𝘃𝗲 𝗼 𝗰𝗼𝗻𝘁𝗿𝗮́𝗿𝗶𝗼-, 𝗽𝗼𝗿 𝗮𝗿𝗿𝗮𝗻𝗷𝗼𝘀, 𝗲 𝗺𝗮𝗶𝘀 𝗰𝗼𝗺𝗯𝗶𝗻𝗮𝗰̧𝗼̃𝗲𝘀 -𝗻𝗮̃𝗼 𝗶𝗻𝘁𝗲𝗻𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮𝗶𝘀 𝗺𝗮𝘀 𝗰𝗼𝗻𝗱𝗶𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮𝗱𝗮𝘀- 𝗱𝗲 𝗽𝗮𝗿𝘁𝗶́𝗰𝘂𝗹𝗮𝘀, 𝗱𝗲 𝗲𝘀𝘁𝗿𝘂𝘁𝘂𝗿𝗮𝘀 𝗾𝘂𝗶́𝗺𝗶𝗰𝗮𝘀, 𝗱𝗲 𝗮́𝘁𝗼𝗺𝗼𝘀, 𝗱𝗲 𝗺𝗼𝗹𝗲́𝗰𝘂𝗹𝗮𝘀, 𝗲 𝗮𝗶́ 𝘃𝗲𝗺 𝗮 𝘀𝗲𝗹𝗲𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗻𝗮𝘁𝘂𝗿𝗮𝗹, 𝗲 𝗲𝘁𝗰 𝗲𝘁𝗰 𝗲𝘁𝗰"]
Mas o que é que isso tem a ver com meu argumento?
["𝗧𝗮𝗹𝘃𝗲𝘇 𝗮 𝗰𝗼𝗻𝘀𝗰𝗶𝗲̂𝗻𝗰𝗶𝗮 𝗲𝗻𝘃𝗼𝗹𝘃𝗮 𝗲𝘀𝘁𝗿𝘂𝘁𝘂𝗿𝗮𝘀, 𝗾𝘂𝗲𝗺 𝘀𝗮𝗯𝗲 𝗮𝘁𝗲́ 𝗺𝗲𝘀𝗺𝗼 𝘀𝘂𝗯𝗮𝘁𝗼̂𝗺𝗶𝗰𝗮𝘀, 𝗮𝗶𝗻𝗱𝗮 𝗻𝗮̃𝗼 𝗰𝗼𝗻𝗵𝗲𝗰𝗶𝗱𝗮𝘀, 𝗺𝗮𝘀 𝗶𝘀𝘀𝗼 𝗮𝗶𝗻𝗱𝗮 𝘀𝗲𝗿𝗶𝗮 𝘂𝗺 𝗽𝗿𝗼𝗯𝗹𝗲𝗺𝗮 𝗱𝗼 𝗰𝗼𝗻𝗵𝗲𝗰𝗶𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗮𝘁𝘂𝗮𝗹, 𝗰𝗼𝗺 𝗮𝘀 𝘁𝗲́𝗰𝗻𝗶𝗰𝗮𝘀 𝗲 𝗳𝗲𝗿𝗿𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗮𝘀 𝗮𝘁𝘂𝗮𝗶𝘀 𝗮𝗽𝗲𝗻𝗮𝘀."]
Novamente, isso não tem nada a ver com a distinção sintaxe/semântica.
["𝗗𝗶𝘇𝗲𝗿 𝗾𝘂𝗲 𝗲́ 𝗜𝗠𝗣𝗢𝗦𝗦𝗜́𝗩𝗘𝗟, 𝗯𝗮𝘀𝗲𝗮𝗱𝗼 𝗻𝗼 𝗰𝗼𝗻𝗵𝗲𝗰𝗶𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝘀𝗲 𝘁𝗲𝗺 𝗵𝗼𝗷𝗲? 𝗦𝗲𝗮𝗿𝗹𝗲 𝗽𝗲𝗻𝘀𝗼𝘂 𝗻𝗼 𝗲𝘅𝗽𝗲𝗿𝗶𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗱𝗮 𝘀𝗮𝗹𝗮 𝗰𝗵𝗶𝗻𝗲𝘀𝗮 𝗲𝗺 𝟭𝟵𝟴𝟬, 𝗾𝘂𝗲𝗿 𝗱𝗶𝘇𝗲𝗿 𝗾𝘂𝗲 𝗱𝗮𝗾𝘂𝗶 𝟭𝟬𝟬 𝗮𝗻𝗼𝘀, 𝟱𝟬𝟬 𝗮𝗻𝗼𝘀, 𝟭𝟬𝟬𝟬 𝗮𝗻𝗼𝘀, 𝟮𝟬𝟬𝟬 𝗮𝗻𝗼𝘀, 𝗶𝗺𝗮𝗴𝗶𝗻𝗮 𝗰𝗮𝗿𝗮, 𝘀𝗲 𝗻𝗮̃𝗼 𝗳𝗼𝗿𝗺𝗼𝘀 𝗲𝘅𝘁𝗶𝗻𝘁𝗼𝘀, 𝗼 𝗹𝗶𝗺𝗶𝘁𝗲 𝗱𝗼 𝗮𝗹𝗰𝗮𝗻𝗰𝗲 𝗱𝗼 𝗰𝗼𝗻𝗵𝗲𝗰𝗶𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗵𝘂𝗺𝗮𝗻𝗼 𝗲́ 𝗶𝗺𝗽𝗿𝗲𝘃𝗶𝘀𝗶́𝘃𝗲𝗹. 𝗘𝘀𝘁𝗼𝘂 𝗲𝘀𝗽𝗲𝗰𝘂𝗹𝗮𝗻𝗱𝗼? 𝗢́𝗯𝘃𝗶𝗼, 𝗺𝗮𝘀 𝘃𝗼𝗰𝗲̂𝘀 𝗲𝘀𝘁𝗮̃𝗼 𝗮𝗳𝗶𝗿𝗺𝗮𝗻𝗱𝗼 𝗵𝗼𝗷𝗲, 𝗮𝗻𝗼 𝟮𝟬𝟮𝟬, 𝗾𝘂𝗲 "𝗲́ 𝗶𝗺𝗽𝗼𝘀𝘀𝗶́𝘃𝗲𝗹, 𝗲𝘀𝗾𝘂𝗲𝗰𝗲, 𝗻𝗮̃𝗼 𝗱𝗮́, 𝗻𝗲𝗺 𝘁𝗲𝗻𝘁𝗮"."]
Legal man, mas dá pra fazer isso com absolutamente tudo, posso aqui dizer que (p->¬p) pode acabar sendo verdadeiro em algum ano daqui pra frente, mas o que isso tem a dizer além de ser absolutamente ilógico? Não há como pensarmos num salto desse tamanho que obedeça as regras da lógica, isso é, até que o pensamento humano nos permita aferir contradições expressivas do pensamento, errado. Do mesmo modo, a distinção entre sintaxe e semântica na forma de operar de uma máquina, não será transpassada. Novamente, isso não diz que é impossível haverem "consciências artificiais", mas que, se forem, não serão feitas de processos puramente sintáticos.
O argumento da duplicação pode ser enunciado da seguinte maneira:
- A = Consciência, B = Simulação Computacional de uma Consciência, C = Efetiva Duplicação de uma Consciência.
Não é o caso que B == C (B seja igual a C)
É simplesmente isso, não é o caso que uma simulação de consciência seja equivalente a uma duplicação de uma, assim como não é o caso que uma simulação de um tornado equivalha a uma duplicação de um, ou mesmo, ao fenômeno por si só. Não é o caso que possamos digerir um sanduíche com uma simulação de digestão, como uma duplicação faria.
Já o argumento da sintaxe e a naturalidade, pode ser enunciado da seguinte maneira:
- Não é o caso que haja na realidade algo que possa ser considerado, por si só, sem uma interpretação mental, um 0 ou 1, ou qualquer símbolo sintático possível.
Explicando, não há, intrinsecamente, na realidade, nada que identifique um símbolo sintático, eles apenas possuem significado e existência porquanto uma mente consciente os atribui e interpreta. Mesmo um computador opera com quantidades arbitrárias em sua definitividade, como >2.5 a 5 para 1, 0V a 2.5V para 0, etc... Essas frequências elétricas, assim como quaisquer códigos escritos nesse, somente e tão somente passam a possuir significado no momento em que são interpretados (o que não significa que sejam arbitrários).
Presumindo que já conheça o argumento da sala chinesa (sobre o qual você argumentou contra, então é uma presunção justificada), temos três sólidos e bons motivos racionais para rejeitar que máquinas que operem sintaticamente possam, da mesma forma que o é com uma consciência -- humana ou animal, operar semanticamente.