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Como Ler Livros

Sep 22nd, 2018
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  1. "A leitura ativa é a qual o leitor é capaz de elevar a própria mente utilizando-se somente dela mesma, operando os símbolos contidos no livro". Página 29
  2.  
  3. Sofomaníaco: aquele que muito sabe, mas nada entende; um ignorante alfabetizado; lê muito, mas lê mal.
  4.  
  5. "Alguns livros devem ser degustados, outros devem ser engolidos, enquanto alguns poucos devem ser mastigados e digeridos." - Francis Bacon.
  6.  
  7. *** Pesquisar sobre as sete artes liberais (educação liberal); Miriam Joseph ***
  8.  
  9. Leitura Inspecional I: Pré-leitura ou Sondagem Sistemática
  10.  
  11. 1. Examinar a folha de rosto e o prefácio; subtítulos; sinais do escopo, ponto de vista, objetivo do autor. Fazer a pergunta: "Em qual estante guardarei este livro?".
  12. 2. Examinar o sumário em busca da estrutura do livro.
  13. 3. Procurar no índice remissivo por tópicos, tipos de livros e autores citados; expressões e termos cruciais; ler trechos citados (buscar raciocínio central).
  14. 4. Ler a contracapa e sobrecapa.
  15. 5. Inspecionar os capítulos aparentemente importantes (centrais) ao argumento do autor; sinopses das páginas iniciais e finais.
  16. 6. Folheie o livro; leia algumas páginas em sequência; ler as três páginas finais ou o epílogo, além das páginas importantes.
  17.  
  18. Leitura Inspecional II: Leitura Superficial
  19.  
  20. Ao encarar um livro difícil pela primeira vez, leia-o sem parar, leia-o sem se deter aos trechos mais difíceis, sem refletir nos pontos ainda incompreensíveis para você.
  21.  
  22. Velocidade de leitura: você pode, com a sua própria mão aumentar a sua velocidade de leitura. Junte dois dedos e faça uma varredura com esse ponteiro ao longo de uma linha, um poucos mais rapidamente do que seus olhos estão acostumados a ler. Force-se a acompanhar a sua mão. Continue praticando, e rapidamente você duplicará ou triplicará sua velocidade de leitura.
  23.  
  24. A essência da leitura ativa: As quatro perguntas básicas
  25.  
  26. Pergunte-se sobre o livro e tente responder ao longo da leitura. As quatro perguntas centrais são:
  27. 1. O livro fala sobre o quê? Tema central; maneira na qual o autor desenvolve o tema, por meio da organização e subdivisão dos temas e tópicos essenciais.
  28. 2. O quê exatamente está sendo dito, e como? descobrir ideias, afirmações e argumentos principais do autor.
  29. 3. O livro é verdadeiro em todo, ou em parte? Respondendo às duas perguntas anteriores, você está apto para responder esta. Você, ao entender um livro, deve formar um juízo sobre ele.
  30. 4. E daí? Pense na importância do que foi dito no livro. Pense no porquê do autor achar sua mensagem importante. Ela é importante para você? Se necessário, busque mais para saber as implicações que se seguem.
  31.  
  32. Essas quatro perguntas podem ser adaptadas para livros de ficção (e poesia). Conferir cáp. 14 e 15.
  33.  
  34. A arte de tomar posse de um livro
  35.  
  36. Leia sempre com lápis/caneta em mãos; não tenha dó de escrever nos livros.
  37.  
  38. Técnicas de anotação:
  39.  
  40. 1. Sublinhar trechos principais/importantes/contundentes.
  41. 2. Traça linhas verticais nas margens para enfatizar trechos já sublinhados ou trechos longo demais para sublinhar.
  42. 3. Fazer asteriscos ou outras marcas nas margens para marcar dez ou doze parágrafos/trechos mais importantes do livro. Faça um orelha ou ponha um pedaço de papel para localizá-los.
  43. 4. Inserir números nas margens para indicar os passos de um raciocínio ou argumento.
  44. 5. Inserir números de outras páginas nas margens para apontar outros trechos do livro com o mesmo raciocínio ou argumento, ou mesmo contraponto e contradições; amarração do livro; cf. (confira).
  45. 6. Circular palavras chaves ou frases (o mesmo que sublinhar)
  46. 7. Escrever nas margens da página para registrar perguntas e repostas ao trecho em questão; reduzir uma questão complicada a uma frase; registrar a sequência de pontos centrais; índice pessoal nas páginas finais com argumentos do autor por ordem de aparição; registre seu próprio raciocínio nas páginas iniciais (delinear o livro).
  47.  
  48. As três perguntas respondidas na leitura inspecional
  49.  
  50. 1. Que tipo de livro é este?
  51. 2. O quê ele diz, de modo geral?
  52. 3. Qual a ordem estrutural pela qual o autor desenvolve seus conceitos e entendimentos do assunto?
  53.  
  54. Deve-se anotar essas perguntas e respostas no sumário ou folha de rosto.
  55.  
  56. Anotações estruturais: relativas à estrutura do livro.
  57. Anotações conceituais: conceitos do autor/leitor.
  58. Anotações dialéticas: referenciam e relacionam outros livros. Fazer essas anotações em um papel à parte.
  59.  
  60. Leitura analítica
  61.  
  62. *** Regra 1: Você deve saber qual tipo de livro está lendo o mais cedo possível, de preferência antes de começar a lê-lo.
  63.  
  64. 1. Ficção: romance, peça, épico, lírico.
  65. 2. Expositivo: história filosofia, ciência. São os livros que transmitem conhecimento.
  66. 2.1 Práticos: artes a serem aprendidas, manuais, problemas econômicos, ou políticos. Termos que costumam aparecer: como fazer, a arte de, deve, tem de, bom, mau, fins, meios, (dentro do cotidiano).
  67. 2.2 Teóricos: Termos que costumam aparecer: o quê, é, (fora do cotidiano).
  68.  
  69. Para tornar o conhecimento algo prático, temos de convertê-lo em regras de operação. Temos de passar do qual a causa para o que fazer com isso se quisermos chegar a algum lugar. Podemos resumir este raciocínio na distinção entre conhecer o quê e conhecer como. Livros teóricos nos ensinam o que é assim ou assado. Livros práticos ensinam como fazer.
  70.  
  71. *** Regra 2: Expresse a unidade do livro em uma única frase, ou no máximo em algumas poucas frases (um parágrafo curto).
  72. - O livro como um todo é sobre o quê?
  73.  
  74. *** Regra 3: Exponha as principais partes do livro e mostre como elas estão ordenadas em relação ao todo, ordenando-as umas às outras e à unidade do todo.
  75.  
  76. Podemos cumprir a terceira regra assim:
  77. (1) O autor cumpre esse plano em cinco partes; a primeira parte é sobre isto, a segunda sobre aquilo, a terceira sobre aquilo outro, a quarta sobre outra coisa e a quinta sobre ainda outra coisa diferente; (2) A primeira dessas partes é dividida em três seções; a primeira considera X, a segunda Y e a terceira Z; (3) Na primeira seção da primeira parte, o autor expressa quatro pontos; o primeiro é A, o segundo é B, o terceiro é C e o quarto é D. E assim por diante.
  78.  
  79. Além de expressar a unidade e as partes do livro, você deve ser capaz de dizer COMO e POR QUE fez isso.
  80.  
  81. O leitor tentará REVELAR o esqueleto que o livro oculta. O autor começa com o esqueleto e tentará OCULTÁ-LO.
  82.  
  83. Todo texto deve ter unidade, clareza e coerência.
  84. Se o texto tem unidade, devemos encontrá-la. Se o texto tem clareza e coerência, temos de contemplá-la detectando a distinção e a ordem de suas partes. A clareza se percebe pelas divisões do esboço. A coerência se percebe pela disposição coesa e ordenada das partes.
  85. Com essas duas regras você é capaz de separar os bons livros dos maus livros.
  86. Se você estiver bem treinado e, mesmo assim, depois de muito esforço, a unidade do livro não estiver clara e as partes não estiverem suficientemente coesas e ordenadas entre si, então é muito provável que o livro seja realmente ruim.
  87.  
  88. *** Regra 4: Descubra quais foram os problemas do autor.
  89.  
  90. Você deverá ser capaz de formular perguntas sobre a obra e a responder as perguntas subordinadas a ela, caso a pergunta principal seja muito complexa e contenha muitas partes. Você não apenas terá de ser capaz de apreender as perguntas, mas terá também de expressá-las de maneira inteligível. Quais são as principais? Quais são as secundárias? Quais perguntas devem ser respondidas em primeiro lugar, se as demais para depois?
  91.  
  92. Por que o livro tem a unidade que tem? Para que fim serve o livro?
  93.  
  94. Perguntas teóricas
  95. Existe algo? Que tipo de coisa é? O que causou sua existência, ou sob quais condições ela pode existir, ou por que ela existe? A quais propósitos serve? Quais as consequências de sua existência? Quais são suas propriedades características, seus traços típicos? Quais suas relações com outras coisas semelhantes, ou diferentes? Como se comporta?
  96.  
  97. Perguntas práticas
  98. Quais fins busca? Quais meios devem ser escolhidos para determinado fim? Que passos devem ser tomados para atingir-se determinado objetivo, e em que ordem? Sob tais condições, qual a coisa certa a fazer, ou qual a coisa melhor a fazer?
  99.  
  100. Essas perguntas podem e devem ser adaptadas à literatura imaginativa
  101.  
  102. O primeiro estágio da leitura analítica, ou as regras para descobrir sobre o que é o livro
  103.  
  104. 1. Classifique o livro de acordo com título e assunto
  105. 2. Expresse a unidade do livro da maneira mais breve possível.
  106. 3. Enumere suas partes principais em ordem e relação, e esboce essas partes assim como esboçou a unidade.
  107. 4. Defina o problema ou os problemas que o autor busca resolver.
  108.  
  109. Obras mencionadas na leitura
  110.  
  111. - Complexo de Portnoy (Philip Roth)
  112. romance/psicanálise (Portnoy's Complaint)
  113.  
  114. - Almoço Nu (William Burroughs)
  115. ficção/tratado contra uso de drogas (Naked Lunch)
  116.  
  117. - E o Vento Levou (Margaret Mitchell)
  118. romance/história (Gone with the Wind)
  119. guerra de secessão nos EUA
  120.  
  121. - Rua Principal (Sinclair Lewis)
  122. literatura/sociologia (Main Street)
  123.  
  124. - As Vinhas da Ira (John Steinback)
  125. literatura/sociologia (The Grapes of Wrath)
  126.  
  127. - Middletown (Robert Lynd, Helen Lynd)
  128. sociologia
  129.  
  130. - O Enigma de Andrômeda (Michael Crichton)
  131. (The Andromeda Strain)
  132.  
  133. - O Universo e Dr. Einstein (Linconl Barnett)
  134.  
  135. - A Origem das Espécies (Charles Darwin)
  136. Trata-se de um relato sobre a mutação dos seres vivos no decurso de inúmeras gerações e sobre a maneira pela qual tal mutação resulta em novos grupos de plantas e animais, o relato versa sobre a mutação de animais domésticos e sobre a mutação sob condições naturais, mostrando como fatores como a luta pela existência e a seleção natural operam para engendrar e sustentar tais grupos, o relato também defende a ideia de que as espécies não são grupos fixos e imutáveis, mas meras variedades em transição de um status menos marcante e permanente para um status mais marcante e permanente, fazendo uso de evidências de animais extintos encontrados na crosta terrestre, bem como da embriologia e da anatomia comparadas.
  137.  
  138. - A Descendência do Homem (Charles Darwin)
  139.  
  140. - Declínio e Queda do Império Romano (Gibbon)
  141. (The Decline and Fall of the Roman Empire)
  142.  
  143. - A Evolução da Física (Einstein, Infeld)
  144. (The Evolution of Physics)
  145.  
  146. - Os Elementos (Euclides)
  147.  
  148. - Princípios de Psicologia (William James)
  149.  
  150. - Política (Aristóteles)
  151.  
  152. - Riqueza das Nações (Adam Smith)
  153.  
  154. - Geometria (Descartes)
  155.  
  156. - Fundamentos da Geometria (Hilbert)
  157.  
  158. - A Cidade de Deus (Santo Agostinho)
  159.  
  160. - Leviatã (Thomas Hobbes)
  161.  
  162. - Contrato Social (Rousseau)
  163.  
  164. - A Crítica da Razão Pura (Immanuel Kant)
  165.  
  166. - A Crítica da Razão Prática (Immanuel Kant)
  167.  
  168. - O Ensaio sobre o Entendimento Humano (John Locke)
  169.  
  170. - Tratado sobre a Origem, Duração e Fim do Governo Civil (John Locke)
  171.  
  172. - Ética (Espinoza)
  173.  
  174. - Física (Aristóteles)
  175.  
  176. - Óptica (Isaac Newton)
  177.  
  178. - Princípios Matemáticos da Filosofia Natural (Isaac Newton)
  179.  
  180. - As Duas Novas Ciências (Galileu Galilei)
  181.  
  182. - Odisseia (Homero)
  183. Um homem solitário vagueia, durantes anos, em terras estrangeiras; ele é vigiado pelo ciumento Possêidon, que o impede de voltar, e fica desolado. Em casa, os pretendentes de sua esposas lhe devoram os bens e ameaçam a vida de seu filho. Quando, finalmente, consegue regressar, ele revela a alguns sua identidade, ataca e destrói os inimigos com as próprias mãos e salva-se.
  184.  
  185. - Poética (Aristóteles)
  186.  
  187. - Tom Jones (Fielding)
  188. Romance
  189.  
  190. - Crime e Castigo (Dostoiévski)
  191. Romance
  192.  
  193. - Ulisses (Joyce)
  194. Romance
  195.  
  196. - Breve Panorama da Imoralidade e do Palavreado do Teatro Inglês, com a Opinião da Antiguidade sobre esse argumento (Jeremy Collier)
  197.  
  198. - Ética (Aristóteles)
  199. Trata-se de uma investigação sobre a natureza da felicidade humana e uma análise das condições sob as quais a felicidade pode ser adquirida ou perdida, deixando claro o que os homens devem fazer e pensar para se tornarem felizes ou evitarem a infelicidade. A ênfase principal está no cultivo das virtudes, tanto morais quanto intelectuais, embora outros bens também sejam reconhecidos como necessários à felicidade, tais como riqueza, saúde, amizade e uma sociedade justa onde viver.
  200.  
  201. - A Riqueza das Nações (Adam Smith)
  202. Esta é uma investigação sobre a fonte da riqueza nacional em qualquer economia que seja erigida sobre as bases da divisão do trabalho, levando-se em conta as relações entre os salários pagos, os lucros adquiridos a partir do capital e a renda obtida pelo proprietário como fatores primários na composição dos preços das mercadorias. A obra também discute as várias maneiras nas quais o capital pode ser empregado com vistas a ganhar de maneira mais ou menos eficiente, e estabelece uma relação entre, por um lado, a origem e o uso da moeda, e, por outro lado, a acumulação e o emprego do capital. Examinando o desenvolvimento da opulência em diversas nações e sob diferentes condições, a obra compara vários sistemas economia política e defende a benevolência intrínseca do livre comércio.
  203.  
  204. - O Capital (Karl Marx)
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