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- Meu nome é Felipe Silva, tenho 21 anos, cria da Zona Norte. Cresci naquele tipo de lugar onde a rua ensina mais que a escola, e quem não se adapta acaba sumindo cedo. Nunca fui de falar muito, sempre na minha. Mas a vida fez questão de me mostrar que ficar quieto não te protege de nada.
- Com 14, comecei a sair com uns moleque mais velho. No começo era só ‘ajudar’ — segurar uma sacola aqui, dar um recado ali. Nada demais, eu achava. Só que depois que minha mãe perdeu o emprego, e o aluguel atrasou, a ficha caiu: ou eu fazia algo, ou a gente ia pra rua.
- Foi aí que dei meu primeiro passo de verdade no corre. Me chamaram pra fazer um “corre leve”, só levar uma parada pra um cara do outro lado da cidade. Peguei. O dinheiro veio rápido. Em uma noite ganhei mais do que minha mãe ganhava na semana inteira. A partir daí, voltei no outro dia, e no outro, e no outro...
- Com o tempo fui pegando respeito. Hoje, não sou mais moleque de recado. Já vi coisa que muita gente não aguentaria. Já passei por situação que me deixou dias sem dormir. Mas continuo de pé. Por fora, você vê só mais um cara com olhar fechado. Por dentro, tem um cara que já perdeu mais do que podia — e que prometeu que nunca mais ia passar fome.
- Entrei pro crime não pra me aparecer, mas porque foi a única porta que me abriram. Agora que entrei, jogo certo. Cabeça no lugar, sangue frio e passo calculado. A vida aqui fora é cruel demais pra quem vacila.
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