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- GT da geração perdia
- >ano 2015
- >meu nome é nathan
- >tenho 7 anos
- >ouvi muito na minha vida que sou muito novo pra varias coisas
- >que não posso fazer coisas que adultos podem
- >que crianças são inocentes demais
- >pessoas que não me conhecem ainda falam coisas do tipo
- >talvez até seja verdade
- >sei lá
- >mas com o que vivi acabei aprendendo que maturidade não é uma questão de idade
- >e sim uma questão de acontecimentos
- >o mundo e suas ações em volta de nós nos monta
- >e aqui vou contar como fui montado
- >como fui desmontado
- >e como acabei
- >vou contar à vocês uma história
- >a história da geração que se perdeu do mundo em que vivia
- >a história das crianças que foram forçadas as serem adultas
- >a história de crianças que perderam suas infâncias
- >vou contar à vocês a minha história
- >começou com um dia comum
- >eu ia pra escola de tarde
- >encontrava meus amigos
- >jogávamos bola antes da aula começar sempre
- >as meninas ficavam no parquinho
- >nós não nos misturávamos
- >na verdade nos odiávamos
- >meninas eram chatas e fracas
- >só sabiam chorar
- >algumas até eram legais mas meus amigos iam rir de mim se eu falasse com elas
- >isso já tinha acontecido
- >eles riram de mim
- >nunca tinha sentido tanta vergonha na vida
- >e tinha coisas mais importantes pra fazer
- >a bola estava comigo
- >corro direto para o gol
- >juninho appears
- >ouço joao pedir pra tocar
- >toco
- >ele recebe e deixa a bola passar
- >burro
- >sino toca
- >vou tirar satisfação com joao
- >"po joao se você pede pra tocar então pega né"
- >ele parece confuso
- >"mas eu não cheguei a te chamar nathan"
- >"claro que chamou, eu ouvi!"
- >não damos bola
- >estava na hora da aula
- >tínhamos prova
- >sentamos nos lugares de sempre
- >prova começa
- >"ei nathan consegue me ouvir"
- >joao sorri
- >O QUE QUE ESSE GAROTO TAVA FAZENDO A GENTE TAVA EM PROVA
- >mas ué
- >ele ta do outro lado da sala...
- >como eu conseguira ouvir ele?
- >ele ri
- >como assim QUE COISA LEGAL
- >professora percebe ele rindo
- >chama atenção dele e diz que se ele falar mais um piu ele saia da aula
- >não joao não faz isso
- >por favor
- >eu já sabia oque iria acontecer
- >ouço no fundo da minha mente
- >um sussurro pequeno
- >como uma brisa em um dia silencioso
- >"piu"
- >JDKSJDKSJDJAHDJDHHSKSHFH
- >quase caímos de risada
- >somos expulsos de sala
- >conversamos no caminho da diretoria
- >pergunto pra ele
- >"como você faz isso?"
- >"eu penso na pessoa e penso no que quero falar"
- >ouço a voz dele na minha cabeça
- >"fácil assim"
- >estou maravilhado
- >"HAHAHAHA QUE LEGAL DEIXA EU TENTAR"
- >tento
- >falha
- >ele ri
- >vou quebrar ele
- >começamos a brigar
- >barulho
- >professores ouvem
- >"EU NÃO MANDEI VOCÊS IREM PRA DIRETORIA"
- >congelo
- >ferrou
- >corremos pra diretoria
- >nunca estive tão nervoso na vida
- >era minha primeira vez lá
- >sentamos nas cadeiras
- >diretor chega
- >ele era alto
- >começo a tremer de medo
- >eu ia morrer
- >ele ia me bater até eu morrer
- >"então garotos, por que estavam rindo?"
- >nos olhamos, joao confirma com a cabeça
- >respondo
- >"porque estávamos contando piadas...."
- >"ora garoto trocando bilhetes no meio de uma prova?"
- >joao interrompe
- >"não, estávamos realmente conversando, olha"
- >o diretor arregala os olhos
- >ele parece surpreso
- >joao sorri pra ele
- >ele recua
- >os dois se encaram por um tempo
- >"garotos... vocês deveriam ir para casa"
- >liberados mais cedo
- >adoro o joao
- >chego em casa e explico as coisas para meus pais
- >estava super empolgado
- >meu amigo tinha super poderes!
- >eles não acreditam em mim
- >tento convencê-los mas eles ficam bravos
- >nunca tinha me sentido tão frustrado na vida
- >me trancam no quarto
- >que saco
- >não acredito
- >nunca tinha ficado com tanta raiva na vida
- >resolvo só ir dormir
- >dia seguinte
- >chego atrasado
- >joao falta
- >íamos ao museu da cidade hoje ver os dinossauros
- >duplas estavam formadas
- >tinha sobrado apenas uma garota
- >essa garota era mia
- >eu gostava dela mas ninguém sabia
- >na verdade todos gostavam
- >sentei do lado dela
- >ela sorriu
- >meu
- >deus
- >nunca fiquei tão nervoso na vida
- >não conseguia me mecher
- >meus amigos olharam pra mim rindo
- >vou matar eles
- >"bem alunos, deem as mãos a sua dupla e vamos"
- >meu corpo congela
- >ela estende a mão sorrindo
- >eu estendo a minha
- >andamos até o ônibus de mãos dadas
- >a única coisa do meu corpo que se mechia eram as minhas pernas
- >eu mal piscava
- >consegui respirar no ônibus
- >conversamos a viagem inteira
- >até que as meninas não eram tão ruins..
- >mas podia sentir os olhos dos outros me queimando
- >conversamos muito
- >ela era legal
- >acho que gostava dela de verdade
- >nunca tinha gostado tanto de alguém na vida
- >chegamos
- >damos as mãos denovo
- >então assim que é namorar?
- >acho que eu gostei
- >passamos na entrada
- >fomos ver os dinossauros
- >éramos os únicos ainda de mãos dadas
- >vimos várias coisas
- >então um grupo de 5 alunos nos encurralaram na frente da jaula dos ursos pré-históricos
- >então começaram a repetir
- >"TÃO NAMORANDO, TÃO NAMORANDO
- >tenho certeza que muitos devem ter lembrado alguma parte da infância agora
- >mia começa a ir pra trás escondendo o rosto
- >nos encostamos no vidro
- >eles não param
- >ela chora
- >queria chorar também mas não podia na frente dela
- >ela iria pensar que eu era um covarde
- >então ela larga a minha mão e põe a dela pra cima
- >eles param
- >heim?
- >estão com uma expressão de terror no rosto
- >não entendo
- >eles correm gritando para todos os lados
- >como assim??
- >então eu olho para mia
- >e para trás
- >o urso estava de pé
- >se mexendo
- >aquele monte de ossos estava vivo
- >paraliso
- >tento correr mas não conseguia
- >movo um pouco a perna
- >agora vai
- >"NÃO ESPERA"
- >mia me abraça
- >"tudo bem, não vá"
- >poxa
- >isso é melhor do que dar as mãos
- >o urso cai aos ossos denovo
- >ela repete
- >"está tudo bem, já acabou viu?"
- >isso
- >foi
- >MUITO LEGAL
- >"COMO VOCÊ FEZ ISSO? VOCÊ É IGUAL AO JOAO" metralho perguntas
- >"ele também sabe fazer isso?"ela pergunta
- >"não, ele fala comigo sem precisar abrir a boca"respondo
- >então um homem se aproxima
- >"ei crianças, por acaso foram vocês?" ele pergunta
- >finalmente
- >alguém acreditaria na gente
- >mia responde antes
- >"SIM, VOCÊ ACREDITA?"
- >"mas é claro que acredito! eu vi com meus próprios olhos!"
- >então ele nos faz uma proposta
- >"ei crianças, que tal irmos até o meu laboratório? lá tem vários animais onde poderão testar seus poderes!"
- >é claro que iriamos
- >finalmente alguém nos entendia
- >então a professora chega
- >disse para nos afastarmos e irmos junto ao resto da turma
- >eles discutem
- >começam a brigar de verdade
- >ele começa a correr atrás da gente
- >mia me aperta e levanta a mão na direção dele
- >os seguranças o param antes
- >ela abaixa a mão
- >nos juntamos com o resto da turma assustados
- >levamos bronca por termos falado com estranhos
- >tentamos explicar mas ela como esperado não acreditou
- >voltamos para a escola
- >de mãos dadas é claro
- >era hora de ir em bora
- >antes de irmos de vez pra casa
- >ela me puxa e me dá um beijo na bochecha
- >então ela vai em bora
- >fico paralisado
- >digo pra mim mesmo
- >"então.. isso é o tal do sexo?"
- >tinha ouvido os mais velhos falar disso
- >nunca mais ia lavar o rosto
- >eu tinha feito sexo naquele dia
- >nunca fiquei tão feliz na vida
- >chego em casa exausto
- >janta
- >"então filho, como foi a excursão?"
- >pensei em contar mas eles não acreditariam
- >"uhh..."
- >pense
- >pense
- >ah é
- >"hoje eu fiz sexo"
- >meus pais congelam
- >?
- >depois de uma longa discussão eu fui dormir mais cedo naquele dia
- >não posso mais confiar nas informações dos mais velhos
- >dia seguinte
- >joao ainda não foi pra escola
- >sento ao lado de mia
- >algumas crianças cochicham e olham pra trás
- >faço posição de urso e rujo pra elas
- >elas viram pra frente na hora
- >hehehehehehehehehehehehehehehe
- >então tudo acontece
- >alguma coisa quebra a janela
- >granadas de gás
- >me sinto estranho
- >mia cai sob mim
- >desmaio
- >acordo em um caminhão
- >mia está acordada em minha frente
- >há soldados por todo o lugar
- >"fica quieto pirralho"
- >um deles disse
- >é claro que não
- >"QUEM SÃO VOCÊS, ONDE ESTAMOS?"
- >sinto uma das armas me jogar para o chão
- >aí......
- >poxa isso doeu....
- >começo a chorar
- >"EU DISSE PRA CALAR A BOCA"
- >ele me chuta
- >"AAAAHH"meus gritos ecoavam
- >"POR FAVOR PARA"mia tenta acalmar ele
- >então ele para
- >volto ao meu lugar chorando
- >"eu quero a minha mãe....."não me contive
- >mia começa a chorar e repetir também
- >"por favor moço"digo implorando
- >"agora chega"
- >vejo a arma indo pra cima e descendo na minha cabeça
- >apago
- >acordo denovo
- >dessa vez mia estava me puxando
- >haviam crianças mortas por toda a parte
- >haviam caminhões tombados
- >levanto
- >não consigo
- >minha perda começa a doer
- >doer muito
- >tento gritar mas mia tempa minha boca
- >"por favor não grite"
- >estava chorando tentando não gritar
- >ela diz "eles estão nos procurando"
- >há alguns soldados vivos
- >ela me puxa até um canto onde tinham algumas crianças reunidas
- >meu choro aumenta quando vejo minha perna
- >ela...
- >o osso estava pra fora
- >começo a me contorcer
- >mia me abraça e fala
- >"por favor aguenta só um pouco"
- >uma outra garota da minha sala vem até minha perna
- >seu nome era esther
- >ela poe as mãos sob minha perna
- >ela começa a curar
- >o osso se meche e volta ao lugar
- >a carne se recompõe
- >mina perna estava nova
- >"uau"
- >olho em volta
- >joao não estava lá
- >então falo "precisamos voltar para nossos pais"
- >um garoto pergunta "alguém tem poder de teletransporte?"
- >aparentemente ninguém
- >outro garoto então falou
- >"uhh.. por que nós não batemos neles?"
- >"então só precisaríamos andar até a cidade!"
- >outro garoto fala "eles têm
- armas idiota"
- >começa uma discussão
- >então uma garota solta algum tipo de impulso que assusta todos
- >ela diz"o garoto está certo, o daniel pode ficar de metal, ele pode bater neles"
- >conhecia daniel fui falar com ele
- >"daniel, ISSO É LEGAL PRA CARAMBA FAZ AÍ"
- >sua pele muda para uma cor prata
- >HAHAHAHA QUE LEGAL
- >"quebra eles mano"
- >então ele sai do lugar, que era numa
- casa abandonada, dava pra ver a cidade de lá
- >os homens começam a atirar nele
- >as balas refletiam
- >eram armas de verdade
- >todos estavam assustados
- >então daniel começou a correr e a socar os soldados
- >eles caiam na hora
- >então nós fugimos pelo outro lado
- >éramos aproximadamente 6 ou 5
- >eram 4 guardas
- >daniel tinha derrubado dois
- >ouço um estouro
- >3*
- >passamos
- >mas um homem aponta uma arma em
- nossa direção
- >ele nos pegou
- >mia aperta minha mão
- >ele bota o dedo no gatilho
- >então esther pergunta
- >"ei, você sabe voar?"
- >ela levanta o dedo
- >uma onda de força sai debaixo dele e ele sai voando
- >cai longe
- >daniel volta
- >andamos até a cidade
- >nos conhecemos no caminho
- >mia, poder: controlar animais
- >esther, poder: ondas de força
- >daniel, poder: blindagem
- >aline, poder: voar
- >guilherme, poder: ondas sonoras, ele controlava o som e sua frequência
- >assim que chegamos combinamos de nos encontrarmos na mesma casa de alguma coisa de ruim acontecesse
- >corremos para casa
- >chego
- >vejo pela janela
- >o homem do museu estava conversando com eles
- >ué
- >eles estavam brigando
- >não... eu não podia esperar
- >queria meus pais
- >estava cansado
- >com dor
- >com saudades
- >entro na casa
- >chego na cozinha, onde eles estavam
- >"PAI, MÃE"
- >quae consegui
- >o homem puxa uma arma
- >a cena se passou em câmera lenta para mim
- >tudo na cozinha começou a explodir
- >vasos quebravam
- >buracos se formavam
- >bários buracos
- >sangue começou a pintar a parede
- >os três caíram
- >meus pais foram atingidos
- >eles estavam sangrando o homem sai pela janela
- >mas estende a mão para mim e diz
- >"GAROTO VENHA SE QUISER TER UMA VIDA"
- >não ouvi
- >"meus.......meus pais....."
- >ele sai
- >os tiros param
- >não consigo chorar
- >não consigo piscar
- >não consigo me mecher
- >desmaio
- >acordo com uma luz branca na cara
- >estava em um hospital
- >eu acho
- >oque aconteceu?
- >ah....
- >ah.............meus olhos começam a se encher
- >começo a gritar e me debater na cama
- >grito com todas as minhas forças
- >chegam 3 soldados vestindo um uniforme branco e dois médicos
- >um dos médicos falou
- >"calma garoto, por favor fique calmo"
- >pergunto oque aconteceu
- >ele responde
- >"garoto, deixe-me te explicar"
- >então ele sentou e me disse tudo
- >disse que dentro de nós havia um vírus que só tinha se adentrado em algumas crianças
- >o vírus nos dava poderes porém nos matava
- >ele consumia nossos corpos
- >o homem na minha casa fazia parte de uma organização que nos usava como armas
- >e eles estavam lá para nos curar
- >"todos os seus amigos estão aqui garoto"
- >"todos estão a salvo"
- >não conseguia pensar em nada
- >apenas nos meus pais
- >.......
- >me deixaram sair do quarto
- >todos estavam lá
- >todos com a mesma expressão
- >meus olhos encontram os de mia
- >ela me abraça
- >começamos a chorar
- >desabafo
- >"eu quero os meus pais"
- >ela diz o mesmo
- >todos pareciam ter sofrido da mesma coisa
- >pelo menos estávamos a salvo agora
- >tudo bem então né?
- >éramos proibidos de usarmos nossos poderes
- >nossa rotina era acordar, sairmos das "celas" irmos até a área de interação, que era um parque interessante onde podíamos conversar uns com os outros
- >eles estavam lá para nos proteger mas qualquer um que tentasse levantar um
- dedo era recebido com ameaças de armas
- >haviam cerca de 20 crianças lá
- >mas manterei a atenção nos 6 principais
- >ou 7
- >no fundo do corredor dos dormitórios
- >tinha um quarto que nunca se abria
- >estava vazio
- >tínhamos que descobrir
- >estávamos entediados demais
- >estávamos tristes demais
- >parecia que ninguém queria mais viver
- >então
- >duas semanas depois acordo no meio da noite
- >"nathan"
- >olho pros lados
- >nada
- >começo a ficar com medo
- >era um fantasma
- >eu ia morrer
- >"não você não vai!"
- >comecei a rezar
- >"NATHAN SOU EU IDIOTA"
- >eu conheço essa voz
- >"JOAO É VOCÊ?"
- >ele responde "SHH FALA BAIXO ELES VÃO TE OUVIR"
- >estava muito feliz
- >sussurro
- >"joao você tem que vir pra cá, não é seguro aí! há uma org-"
- >"organização que nos transforma em armas?"
- >ele sabia... então por que...
- >"nathan por favor tira todo mundo daí, amanhã vai ter uma brecha, conto com você, TEM QUE SER AMANHÃ"
- >"joao ESPERA!"
- >chamo ele várias vezes sem sucesso
- >como assim sair?
- >ele sabia do que estava falando?
- >escapar... e se fossemos pegos?
- >eu estaria liderando tudo
- >e por que?
- >estávamos seguros
- >eu não tinha pra onde ir
- >não tinha família
- >não tinha ninguém
- >durmo
- >dia seguinte
- >na área de recriação
- >a primeira coisa que vejo é mia vindo falar comigo
- >"nathan, por favor faça! tudo vai ser explicado depois"
- >??
- >"mas e se alguém morrer?"
- >ela responde
- >"tenho certeza que você não vai deixar isso acontecer.... te amo"
- >ela beija a minha boca e sai correndo
- >ok. agora definitivamente eu fiz sexo
- >ah... que saudades das broncas......
- >queria chorar
- >mas não podia mais
- >então acontece
- >algo explode
- >um buraco se abre revelando um corredor
- >grito "TODOS ME SIGAM, DANIEL VAI POR ÚLTIMO, USEM SEUS PODERES!"
- >começamos a correr pelo corredor
- >atiram na gente
- >daniel refletia os tiros por trás
- >aparecem soldados à nossa frente
- >esther os empurra pra longe
- >um garoto me chama e aponta pro seu amigo
- >"ele tem campo de força deixa ele ir na frente!"
- >seguimos
- >não conseguiam nos parar
- >joao volta a falar comigo
- >"continue assim há uma bomba a seguir caso tudo fique ruim"
- >o túnel se transforma numa saída de esgoto velha
- >conseguíamos ver luz
- >pego a bomba que estava há poucos metros
- >eles continuavam a atirar
- >"NATHAN, ARMA GRANDE!"
- >daniel gritou
- >droga tanque
- >paro de correr
- >todos param
- >droga
- >"CONTINUEM"
- >eles vão
- >mia me puxa
- >digo à ela
- >"é... você estava certa... não vou deixar ninguém morrer.."
- >"nathan NÃO!!"
- >grito "ESTHER!"
- >uma onda puxa mia para eles
- >eles seguem
- >corro com a bomba
- >ia ser demais para o daniel
- >os estilhaços iam atingir os outros
- >conseguia ouvir mia gritando
- >começo a sentir os tiros raspando o ar ao meu lado
- >corro em direção à eles
- >jogo a bomba
- >não chegou nem perto
- >odeio ser fraco
- >ela explode
- >sou jogado para trás
- >desmaio
- >denovo....
- >acordo
- >estão me levando em uma maca
- >pergunto para os soldados que me levavam se os meus amigos escaparam
- >"sim pirralho, meus parabéns, agora você vai pagar"
- >ah.... que bom...
- >então eles me levam até aquela sala no fim do corredor
- >era uma sala com uma maca
- >cheia
- >cheia
- >muito cheia de agulhas
- >eram várias
- >eles me prendem nela
- >então o mesmo doutor que me viu no primeiro dia entra
- >"pois bem garoto eu não queria fazer isso mas você não me deu escolha, agora vou ter que tirar o vírus a força!"
- >"não morra"
- >ele liga uma máquina
- >as agulhas começam a me furar
- >"AAAAAAAAAAAAAAAAAHHH"
- >DOIA DEMAIS
- >POR FAVOR
- >DESLIGA
- >as agulhas furavam meus braços pernas barriga e pescoço mas não saia nenhuma gota de sangue
- >POR FAVOR
- >PARA
- >PARA
- >PARAAAA
- >as agulhas continuavam
- >por favor alguém me mata
- >o médico volta após algumas horas
- >ele desliga
- >começo a chorar
- >doia demais
- >não conseguia me mecher
- >ele explica
- >"o virus é apenas uma célula... temos que retirar ela do seu corpo.. mas ela pode estar em qualquer lugar"
- >"cada agulha tira uma pequena gota de seu sangue, em menos de um ano uma gota terá o vírus, se você morrer ele morre"
- >"então não morra garoto, é pelo seu bem"
- >então ele liga denovo
- >"NÃO NÃO POR FAVOR NÃO LIGA"
- >as agulhas se mexem
- >começa denovo
- >a dor não para
- >por que eu estava la?
- >por que?
- >eu nem se quer tinha um poder....
- >por que isso estava acontecendo comigo?
- >meu corpo era furado sem parar
- >doia demais
- >ninguém deveria passar por isso
- >não conseguia mais gritar
- >minha voz não saia
- >eu era um cadáver
- >fiquei assim por três dias
- >nesse tempo tive 6 pausas de 15 minutos cada
- >almoço e janta
- >na manhã do 4º dia eu cansei
- >levanto meu dedo
- >as pontas das agulhas se quebram
- >todas
- >caio para o lado
- >ainda não conseguia falar
- >fico deitado
- >alguns dos furos sangram
- >meu corpo treme
- >não consigo ficar de pé
- >das 150 agulhas que eu contei nos três dias
- >umas 28 se quebraram dentro de mim
- >levo uns 4 minutos para tirá-las
- >aquelas coisas tinham uns 8 centímetros
- >eu nem sentia mais dor
- >a única dor era não poder ver meus amigos
- >paro um segundo antes de sair
- >aponto meu dedo para a parede e faço uma meia lua com o dedo
- >a parede começa a se partir
- >então esse era meu poder...
- >vou caminhando até o lugar onde escapamos
- >dois soldados me param na ala de recriação
- >apenas levando meu braço
- >a cabeça de ambos explode em sangue pra cima
- >meu braço treme
- >começo a tremer
- >eu matei alguém....
- >eu realmente matei alguém
- >meu corpo estava em choque
- >minha mente também
- >soco a parede recem reconstruída e ela é cortada em vários pedaços
- >o alarme soa
- >ando encostado na parede com paços leves
- >soldados aprecem
- >parto-os no meio
- >cada vez mais perco minha sanidade
- >"por favor"
- >mais três
- >"parem de vir...."
- >abaixo meu braço e os corpos se encolhem até a cabeça atingir os pés
- >são amassados
- >"eu não quero matar ninguém...."
- >começo a chorar e soluçar
- >"eu não quero machucar ninguém...."
- >ouço o tanque
- >"EU DISSE QUE NÃO QUERO!"
- >levanto às duas mãos
- >o tanque se divide em dois e bate com força no teto
- >explode
- >os soldados perto morrem
- >sou jogado para trás
- >me arrasto até a saída
- >corto o teto do túnel pra que desabe após eu sair
- >livre
- >estou coberto de sangue
- >tremendo
- >está frio
- >está claro
- >isso é o sol?
- >ah, a quanto tempo não te via
- >dou um passo
- >caio em uma ladeira
- >meu corpo não queria mais responder
- >caio ao lado de um riacho
- >me arrasto até ele e me banho pouco a pouco
- >então resolvo dormir
- >manhã
- >meu corpo estava completamente furado
- >braços pernas peito costas e pescoço
- >já não doía mais ao ponto de eu querer morrer
- >minhas roupas estavam rasgadas
- >queria levantar mas estava confortável demais
- >olho pra cima
- >estava deitado no colo da mia
- >ah, então é por isso
- >ela diz chorando
- >"é bom te ver..."
- >apenas concordo
- >como era bom... algum contato
- >afeto
- >carinho
- >seguro a mão dela
- >estava em algum tipo de cabana
- >não importava muito
- >eu estava com meus amigos
- >minha família
- >todos os seis entram na cabana
- >surge joao e esther
- >ela cura minhas cicatrizes
- >contei pra eles sobre tudo
- >todos ficaram em choque
- >nesses três dias em que eu fui torturado aparentemente joao estava chamando todas as crianças para este lugar
- >éramos quase 150 no total
- >cada um com um poder diferente
- >sai da tenda
- >era lindo
- >crianças voando
- >raios
- >luzes
- >tudo brilhava
- >era lindo demais
- >por que não podíamos simplesmente ficar assim?
- >então vejo o homem que estava na casa dos meus pais quando eles foram mortos
- >ah...
- >meus pais
- >saudades deles...
- >ele fala comigo
- >"deveria ter fugido enquanto pode hein garoto"
- >"heh, poise"
- >digo sorrindo
- >ele diz com calma
- >"preste atenção menino, vou te contar a verdade"
- >então ele me explicou
- >"o lugar em que vocês estavam era um laboratório do governo que queria usá-los para fins lucrativos"
- >"isso realmente é um vírus, mas ele não te mata, ele na verdade o torna imortal, e ainda te da poderes, dependendo da pessoa"
- >"cada célula é única, tem seu próprio poder, porém todas tornam o portador imortal, você nunca envelhecerá"
- >"esse vírus é contaminado em
- uma certa idade, quando o sistema imunológico da criança não está bem
- formado "
- >"na margem da sua idade criança"
- >"então a célula define a sua habilidade com base no caráter, características biológicas e ações"
- >"existem cerca de 50 mil células pelo mundo"
- >"elas não se dividem, nem reproduzem, são únicas, são vocês"
- >se o portador morre a célula morre"
- >pergunto
- >"e de onde elas surgiram?"
- >ele ri
- >"creio que alguém há muito tempo tinha o poder da "onipotência"
- >"as pessoas normais o chamam de deus"
- >"mas ele é apenas a primeira pessoa, nunca envelheceu, e quis apenas brincar um pouco"
- >pergunto
- >"e oque é você?"
- >ele responde
- >"eu.... eu sou apenas um cara normal que acredita em liberdade minha criança"
- >rimos
- >o lugar era basicamente várias ocas de madeira
- >parecíamos uma tribo insígnia
- >engraçado
- >ha umas semanas eu estava brincando disso
- >éramos índios lutando contra os caras maus
- >irônico não?
- >"e então garoto, oque vai fazer agora? todos sabem da sua história, você é tipo um líder agora!"
- >sorrio
- >"eles vão vir atras de nós algum dia não?"
- >ele responde
- >"talvez agora mesmo"
- >sorrio mais ainda
- >"então temos que garantir a segurança de todo mundo não?"
- >ele ri
- >"você é bem maduro pra sua idade hein garoto"
- >"é... talvez, mas enfim, temos muito oque fazer"
- >ano 2016
- >meu nome é nathan
- >tenho 8 anos
- >ouvi muito na minha vida que sou muito novo pra varias coisas
- >que não posso fazer coisas que adultos podem
- >que crianças são inocentes demais
- >pessoas que não me conhecem ainda falam coisas do tipo
- >talvez até seja verdade
- >sei lá
- >mas com o que vivi acabei aprendendo que maturidade não é uma questão de idade
- >e sim uma questão de acontecimentos
- >o mundo e suas ações em volta de nós nos monta
- >há um ano um vírus surgiu e contaminou crianças da idade de 7 anos
- >elas foram caçadas
- >separadas
- >usadas
- >torturadas
- >há um ano eu em conjunto de bons amigos lutamos pela liberdade dessas crianças
- >começamos numa pequena vila em uma floresta na américa do sul
- >reunimos forças
- >libertamos crianças de laboratórios
- >ganhamos novos amigos
- >perdemos velhos
- >perdemos nossas identidades
- >e ganhamos uma nova família
- >hoje temos cerca de 20 bases espalhadas pelo mundo
- >eu e mia lideramos as buscas nas américas
- >daniel na europa
- >aline na ásia
- >esther na áfrica
- >guilherme na oceania
- >resgatamos crianças ao redor do mundo
- >as livramos de suas prisões
- >e damos a elas um novo lar
- >somos aqueles caçados por fazer o bem
- >aqueles que trazem liberdade aos confinados
- >somos os índios das florestas na américa
- >os ratos das cidades na europa
- >os monstros das neves na ásia
- >os cavalheiros dos desertos na áfrica
- >e os piratas dos mares na oceania
- >temos mais de 10 mil crianças seguras e desenvolvendo suas habilidades
- >crescendo
- >amadurecendo
- >somos o fruto daquele que as pessoas chamam de "deus"
- >somos os seus decendentes
- >os abençoados
- >os rejeitados
- >nós somos a geração que se perdeu no tempo
- >a geração que ninguém nunca ouviu falar
- >as crianças que desapareceram do
- mundo
- >e que aguardam a sua hora de retornar a ele
- >
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