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Avdluna

Untitled

Jan 17th, 2017
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Never
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  1. GT da geração perdia
  2. >ano 2015
  3. >meu nome é nathan
  4. >tenho 7 anos
  5. >ouvi muito na minha vida que sou muito novo pra varias coisas
  6. >que não posso fazer coisas que adultos podem
  7. >que crianças são inocentes demais
  8. >pessoas que não me conhecem ainda falam coisas do tipo
  9. >talvez até seja verdade
  10. >sei lá
  11. >mas com o que vivi acabei aprendendo que maturidade não é uma questão de idade
  12. >e sim uma questão de acontecimentos
  13. >o mundo e suas ações em volta de nós nos monta
  14. >e aqui vou contar como fui montado
  15. >como fui desmontado
  16. >e como acabei
  17. >vou contar à vocês uma história
  18. >a história da geração que se perdeu do mundo em que vivia
  19. >a história das crianças que foram forçadas as serem adultas
  20. >a história de crianças que perderam suas infâncias
  21. >vou contar à vocês a minha história
  22. >começou com um dia comum
  23. >eu ia pra escola de tarde
  24. >encontrava meus amigos
  25. >jogávamos bola antes da aula começar sempre
  26. >as meninas ficavam no parquinho
  27. >nós não nos misturávamos
  28. >na verdade nos odiávamos
  29. >meninas eram chatas e fracas
  30. >só sabiam chorar
  31. >algumas até eram legais mas meus amigos iam rir de mim se eu falasse com elas
  32. >isso já tinha acontecido
  33. >eles riram de mim
  34. >nunca tinha sentido tanta vergonha na vida
  35. >e tinha coisas mais importantes pra fazer
  36. >a bola estava comigo
  37. >corro direto para o gol
  38. >juninho appears
  39. >ouço joao pedir pra tocar
  40. >toco
  41. >ele recebe e deixa a bola passar
  42. >burro
  43. >sino toca
  44. >vou tirar satisfação com joao
  45. >"po joao se você pede pra tocar então pega né"
  46. >ele parece confuso
  47. >"mas eu não cheguei a te chamar nathan"
  48. >"claro que chamou, eu ouvi!"
  49. >não damos bola
  50. >estava na hora da aula
  51. >tínhamos prova
  52. >sentamos nos lugares de sempre
  53. >prova começa
  54. >"ei nathan consegue me ouvir"
  55. >joao sorri
  56. >O QUE QUE ESSE GAROTO TAVA FAZENDO A GENTE TAVA EM PROVA
  57. >mas ué
  58. >ele ta do outro lado da sala...
  59. >como eu conseguira ouvir ele?
  60. >ele ri
  61. >como assim QUE COISA LEGAL
  62. >professora percebe ele rindo
  63. >chama atenção dele e diz que se ele falar mais um piu ele saia da aula
  64. >não joao não faz isso
  65. >por favor
  66. >eu já sabia oque iria acontecer
  67. >ouço no fundo da minha mente
  68. >um sussurro pequeno
  69. >como uma brisa em um dia silencioso
  70. >"piu"
  71. >JDKSJDKSJDJAHDJDHHSKSHFH
  72. >quase caímos de risada
  73. >somos expulsos de sala
  74. >conversamos no caminho da diretoria
  75. >pergunto pra ele
  76. >"como você faz isso?"
  77. >"eu penso na pessoa e penso no que quero falar"
  78. >ouço a voz dele na minha cabeça
  79. >"fácil assim"
  80. >estou maravilhado
  81. >"HAHAHAHA QUE LEGAL DEIXA EU TENTAR"
  82. >tento
  83. >falha
  84. >ele ri
  85. >vou quebrar ele
  86. >começamos a brigar
  87. >barulho
  88. >professores ouvem
  89. >"EU NÃO MANDEI VOCÊS IREM PRA DIRETORIA"
  90. >congelo
  91. >ferrou
  92. >corremos pra diretoria
  93. >nunca estive tão nervoso na vida
  94. >era minha primeira vez lá
  95. >sentamos nas cadeiras
  96. >diretor chega
  97. >ele era alto
  98. >começo a tremer de medo
  99. >eu ia morrer
  100. >ele ia me bater até eu morrer
  101. >"então garotos, por que estavam rindo?"
  102. >nos olhamos, joao confirma com a cabeça
  103. >respondo
  104. >"porque estávamos contando piadas...."
  105. >"ora garoto trocando bilhetes no meio de uma prova?"
  106. >joao interrompe
  107. >"não, estávamos realmente conversando, olha"
  108. >o diretor arregala os olhos
  109. >ele parece surpreso
  110. >joao sorri pra ele
  111. >ele recua
  112. >os dois se encaram por um tempo
  113. >"garotos... vocês deveriam ir para casa"
  114. >liberados mais cedo
  115. >adoro o joao
  116. >chego em casa e explico as coisas para meus pais
  117. >estava super empolgado
  118. >meu amigo tinha super poderes!
  119. >eles não acreditam em mim
  120. >tento convencê-los mas eles ficam bravos
  121. >nunca tinha me sentido tão frustrado na vida
  122. >me trancam no quarto
  123. >que saco
  124. >não acredito
  125. >nunca tinha ficado com tanta raiva na vida
  126. >resolvo só ir dormir
  127. >dia seguinte
  128. >chego atrasado
  129. >joao falta
  130. >íamos ao museu da cidade hoje ver os dinossauros
  131. >duplas estavam formadas
  132. >tinha sobrado apenas uma garota
  133. >essa garota era mia
  134. >eu gostava dela mas ninguém sabia
  135. >na verdade todos gostavam
  136. >sentei do lado dela
  137. >ela sorriu
  138. >meu
  139. >deus
  140. >nunca fiquei tão nervoso na vida
  141. >não conseguia me mecher
  142. >meus amigos olharam pra mim rindo
  143. >vou matar eles
  144. >"bem alunos, deem as mãos a sua dupla e vamos"
  145. >meu corpo congela
  146. >ela estende a mão sorrindo
  147. >eu estendo a minha
  148. >andamos até o ônibus de mãos dadas
  149. >a única coisa do meu corpo que se mechia eram as minhas pernas
  150. >eu mal piscava
  151. >consegui respirar no ônibus
  152. >conversamos a viagem inteira
  153. >até que as meninas não eram tão ruins..
  154. >mas podia sentir os olhos dos outros me queimando
  155. >conversamos muito
  156. >ela era legal
  157. >acho que gostava dela de verdade
  158. >nunca tinha gostado tanto de alguém na vida
  159. >chegamos
  160. >damos as mãos denovo
  161. >então assim que é namorar?
  162. >acho que eu gostei
  163. >passamos na entrada
  164. >fomos ver os dinossauros
  165. >éramos os únicos ainda de mãos dadas
  166. >vimos várias coisas
  167. >então um grupo de 5 alunos nos encurralaram na frente da jaula dos ursos pré-históricos
  168. >então começaram a repetir
  169. >"TÃO NAMORANDO, TÃO NAMORANDO
  170. >tenho certeza que muitos devem ter lembrado alguma parte da infância agora
  171. >mia começa a ir pra trás escondendo o rosto
  172. >nos encostamos no vidro
  173. >eles não param
  174. >ela chora
  175. >queria chorar também mas não podia na frente dela
  176. >ela iria pensar que eu era um covarde
  177. >então ela larga a minha mão e põe a dela pra cima
  178. >eles param
  179. >heim?
  180. >estão com uma expressão de terror no rosto
  181. >não entendo
  182. >eles correm gritando para todos os lados
  183. >como assim??
  184. >então eu olho para mia
  185. >e para trás
  186. >o urso estava de pé
  187. >se mexendo
  188. >aquele monte de ossos estava vivo
  189. >paraliso
  190. >tento correr mas não conseguia
  191. >movo um pouco a perna
  192. >agora vai
  193. >"NÃO ESPERA"
  194. >mia me abraça
  195. >"tudo bem, não vá"
  196. >poxa
  197. >isso é melhor do que dar as mãos
  198. >o urso cai aos ossos denovo
  199. >ela repete
  200. >"está tudo bem, já acabou viu?"
  201. >isso
  202. >foi
  203. >MUITO LEGAL
  204. >"COMO VOCÊ FEZ ISSO? VOCÊ É IGUAL AO JOAO" metralho perguntas
  205. >"ele também sabe fazer isso?"ela pergunta
  206. >"não, ele fala comigo sem precisar abrir a boca"respondo
  207. >então um homem se aproxima
  208. >"ei crianças, por acaso foram vocês?" ele pergunta
  209. >finalmente
  210. >alguém acreditaria na gente
  211. >mia responde antes
  212. >"SIM, VOCÊ ACREDITA?"
  213. >"mas é claro que acredito! eu vi com meus próprios olhos!"
  214. >então ele nos faz uma proposta
  215. >"ei crianças, que tal irmos até o meu laboratório? lá tem vários animais onde poderão testar seus poderes!"
  216. >é claro que iriamos
  217. >finalmente alguém nos entendia
  218. >então a professora chega
  219. >disse para nos afastarmos e irmos junto ao resto da turma
  220. >eles discutem
  221. >começam a brigar de verdade
  222. >ele começa a correr atrás da gente
  223. >mia me aperta e levanta a mão na direção dele
  224. >os seguranças o param antes
  225. >ela abaixa a mão
  226. >nos juntamos com o resto da turma assustados
  227. >levamos bronca por termos falado com estranhos
  228. >tentamos explicar mas ela como esperado não acreditou
  229. >voltamos para a escola
  230. >de mãos dadas é claro
  231. >era hora de ir em bora
  232. >antes de irmos de vez pra casa
  233. >ela me puxa e me dá um beijo na bochecha
  234. >então ela vai em bora
  235. >fico paralisado
  236. >digo pra mim mesmo
  237. >"então.. isso é o tal do sexo?"
  238. >tinha ouvido os mais velhos falar disso
  239. >nunca mais ia lavar o rosto
  240. >eu tinha feito sexo naquele dia
  241. >nunca fiquei tão feliz na vida
  242. >chego em casa exausto
  243. >janta
  244. >"então filho, como foi a excursão?"
  245. >pensei em contar mas eles não acreditariam
  246. >"uhh..."
  247. >pense
  248. >pense
  249. >ah é
  250. >"hoje eu fiz sexo"
  251. >meus pais congelam
  252. >?
  253. >depois de uma longa discussão eu fui dormir mais cedo naquele dia
  254. >não posso mais confiar nas informações dos mais velhos
  255. >dia seguinte
  256. >joao ainda não foi pra escola
  257. >sento ao lado de mia
  258. >algumas crianças cochicham e olham pra trás
  259. >faço posição de urso e rujo pra elas
  260. >elas viram pra frente na hora
  261. >hehehehehehehehehehehehehehehe
  262. >então tudo acontece
  263. >alguma coisa quebra a janela
  264. >granadas de gás
  265. >me sinto estranho
  266. >mia cai sob mim
  267. >desmaio
  268. >acordo em um caminhão
  269. >mia está acordada em minha frente
  270. >há soldados por todo o lugar
  271. >"fica quieto pirralho"
  272. >um deles disse
  273. >é claro que não
  274. >"QUEM SÃO VOCÊS, ONDE ESTAMOS?"
  275. >sinto uma das armas me jogar para o chão
  276. >aí......
  277. >poxa isso doeu....
  278. >começo a chorar
  279. >"EU DISSE PRA CALAR A BOCA"
  280. >ele me chuta
  281. >"AAAAHH"meus gritos ecoavam
  282. >"POR FAVOR PARA"mia tenta acalmar ele
  283. >então ele para
  284. >volto ao meu lugar chorando
  285. >"eu quero a minha mãe....."não me contive
  286. >mia começa a chorar e repetir também
  287. >"por favor moço"digo implorando
  288. >"agora chega"
  289. >vejo a arma indo pra cima e descendo na minha cabeça
  290. >apago
  291. >acordo denovo
  292. >dessa vez mia estava me puxando
  293. >haviam crianças mortas por toda a parte
  294. >haviam caminhões tombados
  295. >levanto
  296. >não consigo
  297. >minha perda começa a doer
  298. >doer muito
  299. >tento gritar mas mia tempa minha boca
  300. >"por favor não grite"
  301. >estava chorando tentando não gritar
  302. >ela diz "eles estão nos procurando"
  303. >há alguns soldados vivos
  304. >ela me puxa até um canto onde tinham algumas crianças reunidas
  305. >meu choro aumenta quando vejo minha perna
  306. >ela...
  307. >o osso estava pra fora
  308. >começo a me contorcer
  309. >mia me abraça e fala
  310. >"por favor aguenta só um pouco"
  311. >uma outra garota da minha sala vem até minha perna
  312. >seu nome era esther
  313. >ela poe as mãos sob minha perna
  314. >ela começa a curar
  315. >o osso se meche e volta ao lugar
  316. >a carne se recompõe
  317. >mina perna estava nova
  318. >"uau"
  319. >olho em volta
  320. >joao não estava lá
  321. >então falo "precisamos voltar para nossos pais"
  322. >um garoto pergunta "alguém tem poder de teletransporte?"
  323. >aparentemente ninguém
  324. >outro garoto então falou
  325. >"uhh.. por que nós não batemos neles?"
  326. >"então só precisaríamos andar até a cidade!"
  327. >outro garoto fala "eles têm
  328. armas idiota"
  329. >começa uma discussão
  330. >então uma garota solta algum tipo de impulso que assusta todos
  331. >ela diz"o garoto está certo, o daniel pode ficar de metal, ele pode bater neles"
  332. >conhecia daniel fui falar com ele
  333. >"daniel, ISSO É LEGAL PRA CARAMBA FAZ AÍ"
  334. >sua pele muda para uma cor prata
  335. >HAHAHAHA QUE LEGAL
  336. >"quebra eles mano"
  337. >então ele sai do lugar, que era numa
  338. casa abandonada, dava pra ver a cidade de lá
  339. >os homens começam a atirar nele
  340. >as balas refletiam
  341. >eram armas de verdade
  342. >todos estavam assustados
  343. >então daniel começou a correr e a socar os soldados
  344. >eles caiam na hora
  345. >então nós fugimos pelo outro lado
  346. >éramos aproximadamente 6 ou 5
  347. >eram 4 guardas
  348. >daniel tinha derrubado dois
  349. >ouço um estouro
  350. >3*
  351. >passamos
  352. >mas um homem aponta uma arma em
  353. nossa direção
  354. >ele nos pegou
  355. >mia aperta minha mão
  356. >ele bota o dedo no gatilho
  357. >então esther pergunta
  358. >"ei, você sabe voar?"
  359. >ela levanta o dedo
  360. >uma onda de força sai debaixo dele e ele sai voando
  361. >cai longe
  362. >daniel volta
  363. >andamos até a cidade
  364. >nos conhecemos no caminho
  365. >mia, poder: controlar animais
  366. >esther, poder: ondas de força
  367. >daniel, poder: blindagem
  368. >aline, poder: voar
  369. >guilherme, poder: ondas sonoras, ele controlava o som e sua frequência
  370. >assim que chegamos combinamos de nos encontrarmos na mesma casa de alguma coisa de ruim acontecesse
  371. >corremos para casa
  372. >chego
  373. >vejo pela janela
  374. >o homem do museu estava conversando com eles
  375. >ué
  376. >eles estavam brigando
  377. >não... eu não podia esperar
  378. >queria meus pais
  379. >estava cansado
  380. >com dor
  381. >com saudades
  382. >entro na casa
  383. >chego na cozinha, onde eles estavam
  384. >"PAI, MÃE"
  385. >quae consegui
  386. >o homem puxa uma arma
  387. >a cena se passou em câmera lenta para mim
  388. >tudo na cozinha começou a explodir
  389. >vasos quebravam
  390. >buracos se formavam
  391. >bários buracos
  392. >sangue começou a pintar a parede
  393. >os três caíram
  394. >meus pais foram atingidos
  395. >eles estavam sangrando o homem sai pela janela
  396. >mas estende a mão para mim e diz
  397. >"GAROTO VENHA SE QUISER TER UMA VIDA"
  398. >não ouvi
  399. >"meus.......meus pais....."
  400. >ele sai
  401. >os tiros param
  402. >não consigo chorar
  403. >não consigo piscar
  404. >não consigo me mecher
  405. >desmaio
  406. >acordo com uma luz branca na cara
  407. >estava em um hospital
  408. >eu acho
  409. >oque aconteceu?
  410. >ah....
  411. >ah.............meus olhos começam a se encher
  412. >começo a gritar e me debater na cama
  413. >grito com todas as minhas forças
  414. >chegam 3 soldados vestindo um uniforme branco e dois médicos
  415. >um dos médicos falou
  416. >"calma garoto, por favor fique calmo"
  417. >pergunto oque aconteceu
  418. >ele responde
  419. >"garoto, deixe-me te explicar"
  420. >então ele sentou e me disse tudo
  421. >disse que dentro de nós havia um vírus que só tinha se adentrado em algumas crianças
  422. >o vírus nos dava poderes porém nos matava
  423. >ele consumia nossos corpos
  424. >o homem na minha casa fazia parte de uma organização que nos usava como armas
  425. >e eles estavam lá para nos curar
  426. >"todos os seus amigos estão aqui garoto"
  427. >"todos estão a salvo"
  428. >não conseguia pensar em nada
  429. >apenas nos meus pais
  430. >.......
  431. >me deixaram sair do quarto
  432. >todos estavam lá
  433. >todos com a mesma expressão
  434. >meus olhos encontram os de mia
  435. >ela me abraça
  436. >começamos a chorar
  437. >desabafo
  438. >"eu quero os meus pais"
  439. >ela diz o mesmo
  440. >todos pareciam ter sofrido da mesma coisa
  441. >pelo menos estávamos a salvo agora
  442. >tudo bem então né?
  443. >éramos proibidos de usarmos nossos poderes
  444. >nossa rotina era acordar, sairmos das "celas" irmos até a área de interação, que era um parque interessante onde podíamos conversar uns com os outros
  445. >eles estavam lá para nos proteger mas qualquer um que tentasse levantar um
  446. dedo era recebido com ameaças de armas
  447. >haviam cerca de 20 crianças lá
  448. >mas manterei a atenção nos 6 principais
  449. >ou 7
  450. >no fundo do corredor dos dormitórios
  451. >tinha um quarto que nunca se abria
  452. >estava vazio
  453. >tínhamos que descobrir
  454. >estávamos entediados demais
  455. >estávamos tristes demais
  456. >parecia que ninguém queria mais viver
  457. >então
  458. >duas semanas depois acordo no meio da noite
  459. >"nathan"
  460. >olho pros lados
  461. >nada
  462. >começo a ficar com medo
  463. >era um fantasma
  464. >eu ia morrer
  465. >"não você não vai!"
  466. >comecei a rezar
  467. >"NATHAN SOU EU IDIOTA"
  468. >eu conheço essa voz
  469. >"JOAO É VOCÊ?"
  470. >ele responde "SHH FALA BAIXO ELES VÃO TE OUVIR"
  471. >estava muito feliz
  472. >sussurro
  473. >"joao você tem que vir pra cá, não é seguro aí! há uma org-"
  474. >"organização que nos transforma em armas?"
  475. >ele sabia... então por que...
  476. >"nathan por favor tira todo mundo daí, amanhã vai ter uma brecha, conto com você, TEM QUE SER AMANHÃ"
  477. >"joao ESPERA!"
  478. >chamo ele várias vezes sem sucesso
  479. >como assim sair?
  480. >ele sabia do que estava falando?
  481. >escapar... e se fossemos pegos?
  482. >eu estaria liderando tudo
  483. >e por que?
  484. >estávamos seguros
  485. >eu não tinha pra onde ir
  486. >não tinha família
  487. >não tinha ninguém
  488. >durmo
  489. >dia seguinte
  490. >na área de recriação
  491. >a primeira coisa que vejo é mia vindo falar comigo
  492. >"nathan, por favor faça! tudo vai ser explicado depois"
  493. >??
  494. >"mas e se alguém morrer?"
  495. >ela responde
  496. >"tenho certeza que você não vai deixar isso acontecer.... te amo"
  497. >ela beija a minha boca e sai correndo
  498. >ok. agora definitivamente eu fiz sexo
  499. >ah... que saudades das broncas......
  500. >queria chorar
  501. >mas não podia mais
  502. >então acontece
  503. >algo explode
  504. >um buraco se abre revelando um corredor
  505. >grito "TODOS ME SIGAM, DANIEL VAI POR ÚLTIMO, USEM SEUS PODERES!"
  506. >começamos a correr pelo corredor
  507. >atiram na gente
  508. >daniel refletia os tiros por trás
  509. >aparecem soldados à nossa frente
  510. >esther os empurra pra longe
  511. >um garoto me chama e aponta pro seu amigo
  512. >"ele tem campo de força deixa ele ir na frente!"
  513. >seguimos
  514. >não conseguiam nos parar
  515. >joao volta a falar comigo
  516. >"continue assim há uma bomba a seguir caso tudo fique ruim"
  517. >o túnel se transforma numa saída de esgoto velha
  518. >conseguíamos ver luz
  519. >pego a bomba que estava há poucos metros
  520. >eles continuavam a atirar
  521. >"NATHAN, ARMA GRANDE!"
  522. >daniel gritou
  523. >droga tanque
  524. >paro de correr
  525. >todos param
  526. >droga
  527. >"CONTINUEM"
  528. >eles vão
  529. >mia me puxa
  530. >digo à ela
  531. >"é... você estava certa... não vou deixar ninguém morrer.."
  532. >"nathan NÃO!!"
  533. >grito "ESTHER!"
  534. >uma onda puxa mia para eles
  535. >eles seguem
  536. >corro com a bomba
  537. >ia ser demais para o daniel
  538. >os estilhaços iam atingir os outros
  539. >conseguia ouvir mia gritando
  540. >começo a sentir os tiros raspando o ar ao meu lado
  541. >corro em direção à eles
  542. >jogo a bomba
  543. >não chegou nem perto
  544. >odeio ser fraco
  545. >ela explode
  546. >sou jogado para trás
  547. >desmaio
  548. >denovo....
  549. >acordo
  550. >estão me levando em uma maca
  551. >pergunto para os soldados que me levavam se os meus amigos escaparam
  552. >"sim pirralho, meus parabéns, agora você vai pagar"
  553. >ah.... que bom...
  554. >então eles me levam até aquela sala no fim do corredor
  555. >era uma sala com uma maca
  556. >cheia
  557. >cheia
  558. >muito cheia de agulhas
  559. >eram várias
  560. >eles me prendem nela
  561. >então o mesmo doutor que me viu no primeiro dia entra
  562. >"pois bem garoto eu não queria fazer isso mas você não me deu escolha, agora vou ter que tirar o vírus a força!"
  563. >"não morra"
  564. >ele liga uma máquina
  565. >as agulhas começam a me furar
  566. >"AAAAAAAAAAAAAAAAAHHH"
  567. >DOIA DEMAIS
  568. >POR FAVOR
  569. >DESLIGA
  570. >as agulhas furavam meus braços pernas barriga e pescoço mas não saia nenhuma gota de sangue
  571. >POR FAVOR
  572. >PARA
  573. >PARA
  574. >PARAAAA
  575. >as agulhas continuavam
  576. >por favor alguém me mata
  577. >o médico volta após algumas horas
  578. >ele desliga
  579. >começo a chorar
  580. >doia demais
  581. >não conseguia me mecher
  582. >ele explica
  583. >"o virus é apenas uma célula... temos que retirar ela do seu corpo.. mas ela pode estar em qualquer lugar"
  584. >"cada agulha tira uma pequena gota de seu sangue, em menos de um ano uma gota terá o vírus, se você morrer ele morre"
  585. >"então não morra garoto, é pelo seu bem"
  586. >então ele liga denovo
  587. >"NÃO NÃO POR FAVOR NÃO LIGA"
  588. >as agulhas se mexem
  589. >começa denovo
  590. >a dor não para
  591. >por que eu estava la?
  592. >por que?
  593. >eu nem se quer tinha um poder....
  594. >por que isso estava acontecendo comigo?
  595. >meu corpo era furado sem parar
  596. >doia demais
  597. >ninguém deveria passar por isso
  598. >não conseguia mais gritar
  599. >minha voz não saia
  600. >eu era um cadáver
  601. >fiquei assim por três dias
  602. >nesse tempo tive 6 pausas de 15 minutos cada
  603. >almoço e janta
  604. >na manhã do 4º dia eu cansei
  605. >levanto meu dedo
  606. >as pontas das agulhas se quebram
  607. >todas
  608. >caio para o lado
  609. >ainda não conseguia falar
  610. >fico deitado
  611. >alguns dos furos sangram
  612. >meu corpo treme
  613. >não consigo ficar de pé
  614. >das 150 agulhas que eu contei nos três dias
  615. >umas 28 se quebraram dentro de mim
  616. >levo uns 4 minutos para tirá-las
  617. >aquelas coisas tinham uns 8 centímetros
  618. >eu nem sentia mais dor
  619. >a única dor era não poder ver meus amigos
  620. >paro um segundo antes de sair
  621. >aponto meu dedo para a parede e faço uma meia lua com o dedo
  622. >a parede começa a se partir
  623. >então esse era meu poder...
  624. >vou caminhando até o lugar onde escapamos
  625. >dois soldados me param na ala de recriação
  626. >apenas levando meu braço
  627. >a cabeça de ambos explode em sangue pra cima
  628. >meu braço treme
  629. >começo a tremer
  630. >eu matei alguém....
  631. >eu realmente matei alguém
  632. >meu corpo estava em choque
  633. >minha mente também
  634. >soco a parede recem reconstruída e ela é cortada em vários pedaços
  635. >o alarme soa
  636. >ando encostado na parede com paços leves
  637. >soldados aprecem
  638. >parto-os no meio
  639. >cada vez mais perco minha sanidade
  640. >"por favor"
  641. >mais três
  642. >"parem de vir...."
  643. >abaixo meu braço e os corpos se encolhem até a cabeça atingir os pés
  644. >são amassados
  645. >"eu não quero matar ninguém...."
  646. >começo a chorar e soluçar
  647. >"eu não quero machucar ninguém...."
  648. >ouço o tanque
  649. >"EU DISSE QUE NÃO QUERO!"
  650. >levanto às duas mãos
  651. >o tanque se divide em dois e bate com força no teto
  652. >explode
  653. >os soldados perto morrem
  654. >sou jogado para trás
  655. >me arrasto até a saída
  656. >corto o teto do túnel pra que desabe após eu sair
  657. >livre
  658. >estou coberto de sangue
  659. >tremendo
  660. >está frio
  661. >está claro
  662. >isso é o sol?
  663. >ah, a quanto tempo não te via
  664. >dou um passo
  665. >caio em uma ladeira
  666. >meu corpo não queria mais responder
  667. >caio ao lado de um riacho
  668. >me arrasto até ele e me banho pouco a pouco
  669. >então resolvo dormir
  670. >manhã
  671. >meu corpo estava completamente furado
  672. >braços pernas peito costas e pescoço
  673. >já não doía mais ao ponto de eu querer morrer
  674. >minhas roupas estavam rasgadas
  675. >queria levantar mas estava confortável demais
  676. >olho pra cima
  677. >estava deitado no colo da mia
  678. >ah, então é por isso
  679. >ela diz chorando
  680. >"é bom te ver..."
  681. >apenas concordo
  682. >como era bom... algum contato
  683. >afeto
  684. >carinho
  685. >seguro a mão dela
  686. >estava em algum tipo de cabana
  687. >não importava muito
  688. >eu estava com meus amigos
  689. >minha família
  690. >todos os seis entram na cabana
  691. >surge joao e esther
  692. >ela cura minhas cicatrizes
  693. >contei pra eles sobre tudo
  694. >todos ficaram em choque
  695. >nesses três dias em que eu fui torturado aparentemente joao estava chamando todas as crianças para este lugar
  696. >éramos quase 150 no total
  697. >cada um com um poder diferente
  698. >sai da tenda
  699. >era lindo
  700. >crianças voando
  701. >raios
  702. >luzes
  703. >tudo brilhava
  704. >era lindo demais
  705. >por que não podíamos simplesmente ficar assim?
  706. >então vejo o homem que estava na casa dos meus pais quando eles foram mortos
  707. >ah...
  708. >meus pais
  709. >saudades deles...
  710. >ele fala comigo
  711. >"deveria ter fugido enquanto pode hein garoto"
  712. >"heh, poise"
  713. >digo sorrindo
  714. >ele diz com calma
  715. >"preste atenção menino, vou te contar a verdade"
  716. >então ele me explicou
  717. >"o lugar em que vocês estavam era um laboratório do governo que queria usá-los para fins lucrativos"
  718. >"isso realmente é um vírus, mas ele não te mata, ele na verdade o torna imortal, e ainda te da poderes, dependendo da pessoa"
  719. >"cada célula é única, tem seu próprio poder, porém todas tornam o portador imortal, você nunca envelhecerá"
  720. >"esse vírus é contaminado em
  721. uma certa idade, quando o sistema imunológico da criança não está bem
  722. formado "
  723. >"na margem da sua idade criança"
  724. >"então a célula define a sua habilidade com base no caráter, características biológicas e ações"
  725. >"existem cerca de 50 mil células pelo mundo"
  726. >"elas não se dividem, nem reproduzem, são únicas, são vocês"
  727. >se o portador morre a célula morre"
  728. >pergunto
  729. >"e de onde elas surgiram?"
  730. >ele ri
  731. >"creio que alguém há muito tempo tinha o poder da "onipotência"
  732. >"as pessoas normais o chamam de deus"
  733. >"mas ele é apenas a primeira pessoa, nunca envelheceu, e quis apenas brincar um pouco"
  734. >pergunto
  735. >"e oque é você?"
  736. >ele responde
  737. >"eu.... eu sou apenas um cara normal que acredita em liberdade minha criança"
  738. >rimos
  739. >o lugar era basicamente várias ocas de madeira
  740. >parecíamos uma tribo insígnia
  741. >engraçado
  742. >ha umas semanas eu estava brincando disso
  743. >éramos índios lutando contra os caras maus
  744. >irônico não?
  745. >"e então garoto, oque vai fazer agora? todos sabem da sua história, você é tipo um líder agora!"
  746. >sorrio
  747. >"eles vão vir atras de nós algum dia não?"
  748. >ele responde
  749. >"talvez agora mesmo"
  750. >sorrio mais ainda
  751. >"então temos que garantir a segurança de todo mundo não?"
  752. >ele ri
  753. >"você é bem maduro pra sua idade hein garoto"
  754. >"é... talvez, mas enfim, temos muito oque fazer"
  755. >ano 2016
  756. >meu nome é nathan
  757. >tenho 8 anos
  758. >ouvi muito na minha vida que sou muito novo pra varias coisas
  759. >que não posso fazer coisas que adultos podem
  760. >que crianças são inocentes demais
  761. >pessoas que não me conhecem ainda falam coisas do tipo
  762. >talvez até seja verdade
  763. >sei lá
  764. >mas com o que vivi acabei aprendendo que maturidade não é uma questão de idade
  765. >e sim uma questão de acontecimentos
  766. >o mundo e suas ações em volta de nós nos monta
  767. >há um ano um vírus surgiu e contaminou crianças da idade de 7 anos
  768. >elas foram caçadas
  769. >separadas
  770. >usadas
  771. >torturadas
  772. >há um ano eu em conjunto de bons amigos lutamos pela liberdade dessas crianças
  773. >começamos numa pequena vila em uma floresta na américa do sul
  774. >reunimos forças
  775. >libertamos crianças de laboratórios
  776. >ganhamos novos amigos
  777. >perdemos velhos
  778. >perdemos nossas identidades
  779. >e ganhamos uma nova família
  780. >hoje temos cerca de 20 bases espalhadas pelo mundo
  781. >eu e mia lideramos as buscas nas américas
  782. >daniel na europa
  783. >aline na ásia
  784. >esther na áfrica
  785. >guilherme na oceania
  786. >resgatamos crianças ao redor do mundo
  787. >as livramos de suas prisões
  788. >e damos a elas um novo lar
  789. >somos aqueles caçados por fazer o bem
  790. >aqueles que trazem liberdade aos confinados
  791. >somos os índios das florestas na américa
  792. >os ratos das cidades na europa
  793. >os monstros das neves na ásia
  794. >os cavalheiros dos desertos na áfrica
  795. >e os piratas dos mares na oceania
  796. >temos mais de 10 mil crianças seguras e desenvolvendo suas habilidades
  797. >crescendo
  798. >amadurecendo
  799. >somos o fruto daquele que as pessoas chamam de "deus"
  800. >somos os seus decendentes
  801. >os abençoados
  802. >os rejeitados
  803. >nós somos a geração que se perdeu no tempo
  804. >a geração que ninguém nunca ouviu falar
  805. >as crianças que desapareceram do
  806. mundo
  807. >e que aguardam a sua hora de retornar a ele
  808. >
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