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- (NÃO É DE MINHA AUTORIA)
- GT do Jake
- Fictício
- >prazer, meu nome é Jake
- >tenho atualmente 21 anos de idade
- >vivi minha vida inteira na cidade de Chicago, nos EUA
- >minha família nunca teve muitas condições, meu pai era dono de uma pequena oficina de carros
- >e minha mãe costumava ser uma stripper (o que me fez ser alvo de diversas piadas durante o tempo que passei na escola) até conhecer meu pai
- >não, ela não parou por causa do meu pai, mas sim pq a cocaína matou ela
- >mesmo sofrendo muito bullyng na escola, eu costumava ser feliz
- >na escola, tinha uma garota, Jenny
- >nunca entendi essa garota
- >quando entramos no ensino médio, ela namorava o valentão da sala
- >o nome dele era Carl
- >ele ameaçava bater em todo mundo com quem ele não simpatizava
- >até que eu trombei com ele uma vez no corredor, o que fez o café que eu carregava cair por todo seu corpo
- >nesse dia, eu apanhei, e muito, dele
- >depois disso, Jenny terminou com ele e virou minha amiga
- >apesar de pertencer ao grupo das populares, ela era legal comigo, e rapidamente virou minha amiga
- >tinha um único outro amigo, chamado Lucas
- >ele era o nerdão da sala, parecia uma calculadora humana
- >também né, asiático
- >eu era só um viciado em carros
- >não conseguia aprender muito na escola, só o suficiente para passar de ano
- >em compensação, conhecia o nome de cada parafuso usado para montar um carro
- >desde quando me lembro como gente eu mexia com carros junto com meu pai
- >além de sempre que possível, eu ia pra pista de kart que tinha perto de minha casa pra correr
- >as vezes ficava sem comer pra poder correr no fim de semana
- >voltando ao que estava explicando
- >na escola, eu tinha o Lucas e a Jenny
- >e em casa, trabalhava na oficina com meu pai
- >e eu era feliz
- >suportei o ensino médio assim
- >e durante esse tempo, desenvolvi uma paixão por Jenny
- >mas nunca tinha tentado nada com ela, por eu ser um cara sem nada na vida, feio e sem amigos, além dela ser linda, e metade dos garotos da escola serem apaixonados por ela
- >até que chegou o baile de formatura
- >não pretendia ir, pois eu não ia ter nenhum par para ir
- >eu ia ficar em casa, trabalhando em um projeto pessoal (quando eu fiz 16 anos meu pai, conseguiu comprar os restos de um Camaro SS 1969, que tinha várias peças faltando, além de estar todo batido. Ele provavelmente pagou uns 500 dólares em algum ferro velho, pois nem banco tinha. Desde que ganhei esse carro, trabalhava nele pra fazer ele funcionar um dia)
- >até que o Lucas me ligou um dia
- >”alô, Jake?”
- >”fala Lucas, tudo bem?”
- >”tudo sim mano. Deixa eu te perguntar uma coisa. Quando que você vai chamar a Jenny pro baile?”
- >”é... nunca, por que? Você sabe que eu não tenho chance com ela “
- >”você que acha cara. Até agora ela não tem par”
- >”mas vai ter, e você sabe. Não falta gente que queira chamar ela pra sair”
- >”não cara, você não ta entendendo. Hoje eu vi ela recusando o Ivan, cara!”
- >pra você ter uma ideia, se metade dos garotos da escola gostavam da Jenny, 90% das garotas da escola gostavam do Ivan
- >”Não viaja Lucas!”
- >”é sério mano! Ela falo que tava esperando outra pessoa convidar ela”
- >”não deve ser eu, vou tomar um fora dela com certeza”
- >”Jake, meu mano, para de amarelar! Vamo fazer o seguinte: se você tomar um fora dela, eu compro um supercharger novinho pro seu Camaro”
- >pra quem não sabe, um supercharger é tipo um turbo diferente. Ambos são sistemas de indução forçada, que forçam mais ar nos cilindros, fazendo a explosão que movimenta os pistões ser mais violenta, gerando mais potência. A diferença é que um supercharger é melhor pra corridas curtas de arrancada, pois começa a funcionar assim que se liga o carro. O turbo demora um tempo pra ligar
- >e o Lucas vinha de uma família rica, então ele podia pagar um
- >”cara, você é louco, mas eu vo precisar de um supercharger pra conseguir disputar nas corridas na cidade, então eu aceito, amanhã falo com a Jenny. Se eu fosse você, já me prepararia pra pagar a aposta”
- >”hahaha vai nessa cara, você vai ver que eu estava certo. Vou estudar agora, falou mano”
- >”tranquilo Lucas, falou”
- >passei a noite pensando no que falar, e dormi muito pouco por que estava nervoso
- >no dia seguinte, tomei um banho, passei o único perfume que eu tinha, coloquei minha melhor roupa e parti pra escola
- >chegando lá, me encontrei com o Lucas, e fiquei conversando com ele até que ele me cutucou, falou “não se esquece da aposta, e de que o baile é amanhã” e saiu de perto de mim
- >olhei pro lado, e lá vinha a Jenny, me encarando com seus lindos olhos azuis. Fiquei sem saber o que falar, então apenas cumprimentei ela e fomos pra sala. Passei o dia juntando coragem até que quando a ultima aula acabou, fui até a mesa da Jenny e só falei
- >”ei Jenny, você quer ir ao baile comigo?”
- >”aleluia, achei que você não ia me chamar. Mas é claro que eu aceito!”
- >eu travei. Eu esperava um fora, não isso
- >fiquei feliz pra krl
- >meio puto pq ia ter q garimpar um supercharger usado em algum ferro velho
- >mas fiquei mais feliz pq ela aceitou
- >eu marquei de buscar ela as 18:00 na casa dela, e saí de lá
- >cheguei em casa e contei pro meu pai o que tinha acontecido . Ele ficou bem feliz por mim, e a gente saiu pra arranjar uma roupa pra eu usar no dia seguinte
- >passei a noite em claro, não conseguia parar de pensar no dia seguinte
- >acabei pegando no sono de madrugada, e acordei já na hora do almoço
- >comi, e depois assisti um filme pra relaxar e passar o tempo
- >na hora de sair, meu pai me chamou e perguntou como que eu ia buscar a Jenny
- >”eu ia com a caminhonete da loja, tem algum problema?”
- >ela era provavelmente um pouco mais velha que eu
- >”não filho, hoje é um dia especial, pode pegar meu carro”
- >eu não acreditei no que meu pai tinha falado
- >o carro dele era um Shelby Mustang GT500, que ele tinha montado do zero (montar um carro do zero pra si mesmo era uma tradição que meu avô tinha começado na família)
- >ele adorava aquele carro, só saia com ele em ocasiões especiais
- >e ele era uma delícia de dirigir
- >cheguei na casa dela felizão com o carro, e bati na porta dela
- >o pai dela abriu, e me falou que ela já estava descendo
- >ficamos jogando conversa fora, até que ela desceu
- >cara ela tava linda naquele dia
- >ela tava usando um vestido vermelho, colado ao corpo, bem curto até (acabava no meio da coxa dela)
- >os seus cabelos castanhos estavam soltos, e por algum motivo seus olhos pareciam brilhar
- >e o sorriso dela eu nunca vou esquecer
- >nunca vou esquecer como aquelas covinhas, naquele rosto angelical, me fizeram travar por alguns segundos
- >eu cumprimentei ela, e a levei para o carro
- >até ai não tinha falado nada, tanto por vergonha do pai dela ouvir, quanto porque eu tava bobo, perdido naquele sorriso
- >quando a gente entro no carro, eu demorei um tempo pra dar a partida nele
- >”desculpa, eu dei uma travada ali atrás, mas pelo amor de deus você ta linda hoje”
- >logo depois que falei isso me arrependi, foi muito ruim, mas acho que ela gostou
- >”ahahahaha você também fica bem charmoso com essa roupa” foi a resposta dela
- >”é sério, é bom você parar de sorrir ou eu não vou conseguir me concentrar no caminho”
- >ela riu, e nós seguimos pro baile
- >chegamos lá, ela cumprimentou umas amigas, eu falei com o Lucas, até que ela me chamou pra dançar
- >felizmente eu sabia dançar, então não passei tanto vexame assim
- >no meio da dança, ela me deu um beijo
- >naquele momento não existia mais nada no mundo, só eu e ela
- >minha cabeça só conseguia registrar a sensação do corpo dela contra o meu, do beijo dela
- >a gente passou o resto da noite dançando e se beijando, até as faxineiras expulsarem a gente de lá para limpar o ginásio
- >levei ela pra casa dela, e depois fui pra minha
- >não consegui parar de sorrir o caminho inteiro
- >nem dormir
- >a imagem do sorriso dela não saia da minha cabeça
- >depois disso passamos a sair todo dia
- >ela tinha sido aprovada numa faculdade em Chicago, e eu estava trabalhando na oficina com meu pai
- >e a gente era um casal feliz
- >morávamos juntos, e fazíamos planos para o futuro
- >um dia, decidi tirar umas férias do trabalho, para fazer uma viagem que sempre foi meu sonho
- >descer a estrada 66, que sai de Chicago e vai até a Califórnia num carro construído por mim
- >meu Camaro já estava mais do que pronto
- >eu tinha juntado dinheiro e tinha comprado tudo o que faltava nele
- >aquele carro era um monstro
- >de qualquer jeito, comecei a planejar a viagem
- >eu ia percorrer toda a estrada 66 e depois voltar, parando 1 semana em santa mônica para curtir a praia (eu nunca tinha saído de Chicago, então só tinha visto o mar por fotos)
- >infelizmente a Jenny já tinha muita matéria atrasada na faculdade e não ia poder ir comigo
- >eu planejei uma viagem de 3 semanas, pra poder parar nas cidades no caminho
- >chegou o dia e eu parti, muito feliz
- >a sensação de liberdade era incrível
- >depois de já ter me afastado um pouco de Chicago, decidi testar um pouco o motor do meu carro
- >e como ele corria
- >não passei muito tempo correndo, pra economizar gasolina, mas ainda assim era muito boa a sensação
- >os primeiros 3 dias correram tranquilos, foi muito legal
- >o problema parceiro, é que a vida adora fuder as pessoas
- >no quarto dia, recebi uma ligação
- >era do hospital, meu pai tinha sofrido um acidente na oficina e estava internado, em estado grave
- >na hora em que eu ouvi isso dei meia volta e corri de volta pra Chicago
- >o trajeto que eu percorri em 3 dias na ida eu percorri em 1
- >só parei pra abastecer uma vez, já que dirigir um dia inteiro a 200km/h num Camaro consome uma gasolina fodida
- >cheguei no hospital e corri pro lugar onde a recepcionista disse que ele estava
- >na hora que cheguei lá, me disseram que ele estava numa sala de cirurgia, pq nas últimas horas o quadro dele tinha ficado instável
- >passei 3 horas no hospital, acabei cochilando no banco
- >fui acordado por um médico, que tinha um semblante muito triste
- >ele não precisou falar nada pra eu entender que meu pai estava morto
- >foi um choque aquilo, meu pai sempre foi meu melhor amigo
- >dirigi de volta pra minha casa sem conseguir raciocinar direito
- >cheguei em casa, e fui pro quarto sem fazer barulho, pra não acordar a Jenny
- >quando entrei, meu mundo acabo por completo
- >a Jenny tava deitada nos braços do Lucas, os dois completamente pelados
- >nessa hora, meu coração foi destroçado
- >eu fiquei extremamente triste pelo que me aconteceu
- >mas fui consumido por raiva
- >raiva do Lucas e da Jenny pelo que eles tinham feito comigo
- >e da vida, por ser filha da puta a ponto de fazer isso que fez comigo
- >acendi a luz, e os dois acordaram confusos
- >quando a Jenny percebeu que era eu que tava parado na porta ela começou a chorar e a pedir desculpas
- >falei “acho que você gostaria de saber que meu pai morreu 1h atrás no hospital”
- >depois mandei ela se fuder e saí de lá
- >entrei no meu carro e saí
- >eu precisava me distrair, e dirigindo eu conseguia esvaziar minha cabeça
- >comecei a dirigir sem rumo pela cidade, as memórias passando como em um turbilhão pela minha mente
- >dos meus momentos felizes com meu pai, o Lucas e a Jenny
- >eram as únicas 3 pessoas que se importavam comigo
- >e em um dia eu perdi essas 3 pessoas
- >fui despertado dos meus devaneios por um cara
- >eu tava parado no semáforo, e ele parado do meu lado
- >ele tava me enchendo, querendo apostar um racha
- >ele dirigia um Porsche 911
- >eu pensei que seria uma boa idéia correr com ele, pra me desligar da realidade e focar na corrida
- >então aceitei
- >eu ia mostrar pra esse riquinho arrogante como se correr de verdade
- >na hora que o sinal ficou verde, de tanto torque, os pneus dianteiros do meu carro chegaram a sair do chão
- >meu carro tava completamente mexido, e o do cara era padrão de fábrica
- >graças a isso, eu tava muito na frente
- >olhei pelo retrovisor , e a Porsche tava ficando bem pra tras
- >pra trás demais
- >como se ele não tivesse mais correndo
- >olhei de volta pra frente
- >e meu coração parou
- >tinha uma viatura da polícia logo na esquina
- >pensei em parar, mas a velocidade em que eu estava, junto com o fato de eu estar participando de uma corrida ilegal, ia me render uma multa considerável e algum tempo na cadeia
- >então ao invés de parar eu acelerei mais
- >o policial tentou vir atrás, mas ele não conseguiu me alcançar e eu despistei ele depois de alguns quarteirões
- >me escondi em uma garagem daquelas com vários andares que tem em shoppings), desliguei o motor e esperei a poeira baixar
- >até que ouvi o barulho de um carro entrando no estacionamento
- >coloquei a mão na chave e me preparei pra dar partida, caso eu precisasse fugir dali
- >quando eu vi o contorno do carro e percebi que era uma viatura da polícia (a forma do Ford Crown é bem característica) liguei o carro e fugi dali
- >infelizmente só tinha uma saída naquele estacionamento, então eu tive que passar pelo policial, o que fez ele me ver
- >passei voando por ele, na esperança de ganhar tempo enquanto ele manobrava
- >quando saí do estacionamento que eu fiquei realmente preocupado
- >tinha um Dodge Charger da polícia me esperando do lado de fora, já pronto pra uma perseguição
- >virei a direita e ele me seguiu
- >dessa vez meu carro não me comprou tanta vantagem, o Dodge também corria muito
- >quase bati diversas vezes enquanto fugia, ainda que alguns carros na tentativa de sair do meu caminho tenham batido em outros carros
- >o que rendeu mais 3 viaturas da polícia me perseguindo
- >além de duas tentativas de bloqueio, que eu consegui furar
- >fugi por uns bons 30 minutos, até que virei a direita em uma esquina em alta velocidade e vi uma criança atravessando a rua
- >tentei me desviar dela, porque na velocidade que eu tava ela ia virar uma gelatina se eu acertasse ela
- >infelizmente, isso fez com que eu fosse parar na contra mão, na faixa do lado
- >e nela tinha uma SUV vindo na minha direção
- >não consegui me desviar dela, e meu pneu dianteiro direito colidiu com a frente do carro
- >isso fez meu Camaro sair voando (lembrando que eu estava em muito alta velocidade)
- >meu carro foi completamente destruído pelo impacto, e pelas diversas vezes que eu rodei depois do impacto
- >meu carro só parou porque ele bateu em um caminhão, e eu desmaiei
- >acordei em uma cela, sozinho
- >meus machucados tinham sido tratados, e minha roupa tinha sido trocada pela roupa laranja que os presos usavam
- >nessa hora, eu sentei no canto da cela e comecei a chorar
- >chorar porque a vida tirou tudo de mim em um dia
- >meu pai morreu
- >minha namorada me traiu com meu melhor amigo
- >e agora eu estava preso
- >e provavelmente ficaria por mais de 5 anos
- >sem contar a multa que eu não conseguiria pagar
- >eu teria que vender meu carro
- >não, o carro do meu pai
- >já que eu tinha destruído o meu
- >eu só queria me matar naquela hora
- >mas até a capacidade de me matar a vida me tirou
- >pq eu n tinha coragem pra isso
- >passei uma semana apenas remoendo o que tinha acontecido comigo
- >até que um dia um guarda veio pra minha cela e me levou para uma sala com duas cadeiras em lados opostos de uma mesa
- >ele me sentou em uma das cadeiras, me algemou na mesa e saiu
- >logo em seguida, um homem que aparentava ter uns 50 anos, com uma barba grisalha, óculos escuros, chapéu e terno entrou
- >ele se sentou na outra cadeira e se apresentou
- >”olá Jake, meu nome é Morgan. Eu estou aqui para te libertar. Imagino que você entenda que em troca terá que fazer algo por mim”
- >”preciso de uma resposta curta e rápida, e você estará fora daqui em poucas horas”
- >na hora eu nem pensei muito, aceitei de cara
- >eu tinha 18 anos e estava preso, e aquele homem estava me oferecendo uma segunda chance
- >”ótimo, em algumas horas mandarei alguém te buscar na porta da prisão”
- >saí de lá sem perceber a merda em que eu tinha me metido
- >da mesma forma que o Morgan me prometeu, fui liberado depois de algumas horas, e na porta da prisão um homem dirigindo uma SUV toda preta me chamou e mandou eu entrar no carro
- >entrei e ele dirigiu por alguns quarteirões
- >do nada ele jogou uma venda no meu colo e falou “coloca isso”
- >”mas por que?”
- >ele puxou uma pistola da lateral de seu banco, apontou ela pra minha cabeça e falou “outra pergunta e eu te mato. Põe a merda da venda logo e só tira quando eu mandar”
- >eu fiz como ele mandou, e depois de uma meia hora eu senti o carro parando
- >mãos fortes me puxaram pra fora do carro, e fui conduzido pelo que pareceu um labirinto de corredores
- >nesse ponto eu estava morrendo de medo, já imaginando que eu seria cobaia em algum experimento ilegal ou transformado em escravo
- >por fim, me sentaram em uma cadeira e tiraram minha venda
- >eu estava dentro de uma sala, e junto comigo, sentado em outra cadeira, uma mulher, cuja venda tinha acabado de ser retirada por um homem mascarado
- >depois que o homem saiu, a mulher me perguntou se eu sabia que diabos estava acontecendo
- >”não faço a menor ideia, esses caras me tiraram da cadeia e me trouxeram pra cá sem falar nada”
- >”eu também estava presa! Você foi preso por quê?”
- >”envolvimento em corridas ilegais e fuga em alta velocidade, ou algo do tipo. E você?”
- >”ah, eu fui presa por invadir os bancos de dados de uma empresa multinacional e ameaçar liberar dados sigilosos em troca de dinheiro”
- >nossa conversa fluiu mais um pouco a partir dali, até que a porta se abriu e o Morgan entrou
- >”vejo que vocês estão se dando bem. Isso vai facilitar a vida de vocês, já que serão uma equipe”
- >nesse ponto a mulher ia falar algo, mas o Morgan a interrompeu
- >”espere eu acabar e você poderá fazer suas perguntas”
- >”vocês foram recrutados por serem bons no que fazem, e por não serem ninguém. Infelizmente a maioria dos bons corredores tem nomes conhecidos, e os melhores hackers cobram muito alto por seus serviços. Vocês dois, em compensação, me devem um favor, já que eu gastei diversos recursos para retira-los da cadeia. Vocês seguirão as minhas ordens, e apenas elas, e nunca questionaram nada. Tentem me trair e vocês morrem. Peçam para sair e vocês morrem. Tentem pedir ajuda, e vocês e quem mais se envolveu morrem. Falhem, e vocês morrem. Alguma pergunta?”
- >nem eu nem a mulher falamos nada, então ele continuou
- >”Jake e Bianca, vocês irão agora seguir um homem que trabalha pra mim enquanto ele te explica o que vocês terão que fazer agora. Não me decepcionem”
- >depois de ele falar isso ele saiu, e um homem, que aparentava ter uns 35 anos entrou.
- >”venham comigo, por favor”
- >ele se virou e saiu da sala, e eu e a Bianca o seguimos
- >”vocês irão nos ajudar a roubar alguns carros fortes. Bianca, você terá que invadir o sistema do Banco Central e descobrir os percursos, os horários, as defesas, tudo o que puder sobre os carros fortes.” Nessa hora o homem entregou um cartão para a Bianca “dentro desse cartão tem 30 mil dólares. Use esse dinheiro pra comprar tudo o que precisar para concluir a missão. Quanto a você, Jake, você será o motorista de fuga. O dinheiro que tirarmos dos carros fortes será colocado no seu carro, e você terá que o levar até um esconderijo.” Ele entregou para mim um cartão “esses são os dados de uma conta no banco com 350 mil dólares. Você vai usar esse dinheiro pra construir 3 carros diferentes, todos preparados para corrida, para fugir com o dinheiro. É isso que vocês precisam saber por enquanto, façam o que lhes foi designado e aguardem o meu contato. Por fim, vocês vão compartilhar um apartamento, aqui está o endereço” ele disse, me entregando um pedaço de papel “as chaves estão debaixo do carpete. Vocês ficaram na mesma casa para ficar mais fácil de os localizar. Tentem fugir ou roubar esse dinheiro, e vocês morrem. Alguma dúvida?”
- >”onde eu poderei trabalhar nos carros?” eu perguntei
- >”o segundo subsolo do prédio onde vocês ficaram foi fechado e transformado em uma oficina. Diga para o zelador que o Morgan enviou vocês e ele lhe dará a chave. Esta é a saída, lá fora tem um carro pronto pra levar vocês pro seu apartamento”
- >ele deu meia volta e voltou por onde viemos, nos deixando na frente de uma porta
- >saímos do lugar onde estávamos sem dizer uma palavra, pois ambos tínhamos muito no que pensar
- >a viagem até nosso novo apartamento também foi silenciosa
- >o apartamento que nos foi dado pelo Morgan era incrível, era grande, com dois quartos, uma cozinha bem equipada e já abastecida, e uma sala de estar bem grande, na qual uma das paredes era feita apenas de vidro, o que nos dava uma vista incrível de Chicago
- >quando entramos, a Bianca soltou um assovio de admiração
- >”esses caras realmente tem dinheiro”
- >”nem me diga. Só estou curioso sobre porque eles estão confiando tanto na nossa mão”
- >”eu sei porque eles confiam em mim. Eu não tenho ninguém pra me ajudar, pra quem correr, ninguém que se importe comigo. Eu não tenho nada a perder, pois tudo o que eu tinha me foi tirado, e por isso eu tenho tudo a ganhar ajudando eles. A multa que eu tive que pagar me fez ter que vender tudo o que eu tinha de valor, ou seja, atualmente eles são tudo o que eu tenho”
- >”comigo aconteceu a mesma coisa”
- >pra pagar a multa que me foi aplicada, além de pagar pelos danos causados, eu vendi tudo o que eu tinha, exceto o carro do meu pai. Esse eu não consegui vender, e deixei ele guardado em um galpão de um amigo do meu pai
- >em cima da mesa da cozinha, encontramos dois notebooks idênticos, e uma carta colocada entre eles
- >”vocês tem 3 semanas para concluir os preparativos, na garagem tem dois carros que vocês podem usar para buscar peças e outras coisas necessárias. Em um envelope na primeira gaveta da cozinha, vocês vão encontrar documentos falsos, os quais vocês vão adotar como verdadeiros até o fim da missão. Jake, dando mais detalhes nos carros, vamos precisar de um esportivo que não chame atenção, para levar o dinheiro até o esconderijo. O segundo carro deve ser um carro com um torque muito grande, com mais torque do que os carros fortes. Por fim, o terceiro carro deve ser o mais rápido, para uma fuga longa, para levar o dinheiro para o outro lado do país em questão de horas.”
- >depois de ler isso, cada um de nós pegou um notebook e começou a trabalhar
- >abri diversos sites, e gastei um bom tempo decidindo quais carros comprar
- >optei por um Subaru WRX STI, um Dodge Challenger Hellcat e um Nissan GT-R Nismo
- >tudo isso saiu por “apenas” 270 mil dólares
- >eu tinha mais 80000, era mais do que suficiente para o que eu precisava
- >depois disso, fui a uma loja de peças automotivas, comprar o que eu precisava
- >comprei para o Hellcat um turbo, nitro e um sistema de escapamento melhor, além de uma embreagem nova e um sistema de resfriamento melhor, ou meu motor ia explodir quando eu ativasse o nitro
- >pro Nissan comprei apenas um kit de nitro. O modelo GT-R Nismo já vem com um biturbo, e peças de alta performance, fazendo com que trocar elas por algo melhor fosse me custar caro demais
- >por fim, pro STI eu comprei um supercharger (pra acompanhar o turbo de fábrica), um body kit, sistema de escapamento, um bloco novo pro motor (pra aguentar a potência a mais), suspensão e nitro
- >tive que visitar 5 lojas diferentes, e demorei 2 dias, mas por fim encontrei tudo o que precisava
- >as compras acabaram totalizando 100 mil dólares, mas a Bianca usou apenas 15 mil, então me emprestou o resto.
- >o STI eu ia transformar em um monstro escondido, já que ver um STI por aqui não é tão incomum, é um carro que muitos corredores de rua e fãs de velocidade compram
- >o Hellcat tem quase 90kgmf de torque
- >muito mais do que qualquer carro forte
- >isso sem contar os 707 cavalos de potência
- >com um turbo equipado, essa potência ia subir ainda mais, facilmente passando dos 1000cv de potência. O nitro, então, eu pretendia configurar tiros de 100hp, para evitar danos ao motor (um tiro de mais de 150hp num motor padrão de fábrica vai acabar explodindo)
- >para os que não sabem, o famoso nitro é como um supercharger químico. Você aperta um botão, e por alguns segundos o nitro é jogado no pistão junto com a gasolina, aumentando a explosão e podendo gerar aumentos de até 40% na potência, mas aumentando em até 80% o consumo de combustível
- >por isso são dados “tiros” de nitro. Quando o piloto precisa de mais potência, ele aperta o botão do nitro e ganha muita potência por alguns segundos
- >não tem quase nenhum carro que conseguiria bater a potência e o torque que o Hellcat ia ter
- >até porque mais potência=mais torque
- >por fim o GT-R já vinha pronto de fábrica, eu só ia instalar um nitro nele, o que ia me economizar um tempo, permitindo que eu focasse nos outros carros
- >as peças foram chegando, e eu passei meus dias enfurnado na oficina, trabalhando nos carros.
- >por fim, no antipenúltimo dia um homem apareceu na oficina, me entregou um gancho bem grosso de metal, e me disse pra soldar ele no chassi do carro de forma que ele não se soltasse, independente da pressão exercida sobre ele
- >acabei de instalar tudo no último dia do prazo
- >eu tinha em minhas mãos agora um Hellcat que tinha potência de sobra, graças ao turbo, o supercharger e o nitro
- >um STI com mais do que o dobro de potência de fábrica
- >e um GT-R Nismo com nitro
- >fiquei feliz por ter feito aquilo tudo, mesmo sabendo que não seriam usados para algo bom, eu tinha criado 3 monstros (2 na verdade, um eu comprei pronto e dei whey só)
- >no dia seguinte, o Morgan veio ver como nós tínhamos se saído
- >”estou satisfeito com o que vocês fizeram, agora para a próxima parte do plano, Jake, quero que você leve o Nissan para esse endereço”
- >e me entregou um papel
- >”Bianca, vá junto com ele, mas dirigindo o Subaru e dê carona pra ele na volta. Depois disso, voltem pra cá, peguem o Dodge e levem os 2 carros para esse outro endereço” e me entregou outro papel
- >depois de dizer isso ele se virou e saiu, sem dizer mais nada
- >como seu tom era de urgência, fizemos como ele mandou assim que ele saiu
- >dirigir aquele Nissan era uma delícia, fiquei imaginando como seria o Hellcat então
- >fomos até o endereço, era um galpão
- >lá, um homem me instruiu a deixar o GT-R dentro do galpão virado de frente para a saída
- >fiz como ele mandou e sai de lá no STI com a Bianca
- >voltamos para o apartamento, peguei o Hellcat e saímos em direção ao outro endereço
- >aquele carro parecia vindo do inferno
- >a potência que ele tinha me deixou bobo
- >eu nunca tinha entrado em um carro tão potente
- >chegando no endereço, era um outro grande galpão
- >entrei lá e dessa vez tinham várias pessoas dentro
- >o Morgan me cumprimentou e falou
- >”vamos repassar o plano mais uma vez. Hoje atacaremos 3 carros fortes diferentes. Bianca, o seu trabalho vai ser manter a comunicação entre os carros fortes normal o máximo possível, para que não descubram o roubo até que tenhamos roubado pelo menos 2 deles. Jake, você vai dirigir o Dodge. Você vai levar uma equipe de 4 homens com você, e eles te instruirão sobre o que fazer durante o caminho. O Subaru será pilotado por outro piloto, e levará o dinheiro para o esconderijo. Jake, depois de roubar os 3 carros fortes, você irá até o lugar onde deixou o terceiro carro. Você vai entrar no carro e levar o dinheiro até o endereço que já está programado no GPS. Alguma dúvida?”
- >ninguém respondeu, e a um sinal dele cada um foi para seu posto
- >entrei no carro junto com 4 homens que usavam uma roupa a prova de balas, e armados com fuzis de assalto. Um deles trouxe um arpão com cabo de aço e amarrou a outra ponta do cabo no gancho que eu prendi atrás do carro. Nesse momento comecei a entender o que eles queriam fazer. Ele passou o cabo pela lateral do carro, para entrar no banco traseiro do carro sem enroscar o cabo na roda. Os outros entraram no carro, e eu fiz o mesmo
- >o que estava na frente pegou um GPS no bolso e colocou um endereço
- >dirigi ate lá, com os nervos a flor da pele
- >aqueles homens estavam vestidos pra travar uma guerra, e eu estava vestindo uma camiseta simples e só
- >paramos em uma rua, e esperamos, enquanto eles me explicavam o que fazer
- >depois de alguns minutos, o carro forte apareceu na rua
- >liguei o carro logo depois que ele passou
- >me aproximei, e emparelhei com ele
- >o cara que estava com o arpão atirou, e acertou nos fundos do carro
- >nessa hora dei meia volta, diminui a marcha e acelerei no sentido contrário
- >senti um tranco na hora que o cabo esticou, e meu carro começou a ir pra trás
- >acelerei mais, até que estávamos quase parados, fazendo um cabo de guerra com os carros
- >nessa hora os 4 homens desceram do carro, engatilharam os fuzis e começaram a atirar
- >meu carro começou a vencer a disputa, então coloquei menos pressão no acelerador
- >meu trabalho era manter o carro forte parado enquanto eles não pegavam o dinheiro
- >uma das portas do carro forte se abriu, e dela saíram dois seguranças, que rapidamente foram alvejados pelos homens
- >um deles foi até a frente do carro, onde a porta estava aberta, e executou o motorista
- >depois disso abriu por dentro a porta do carro forte e começou a colocar o dinheiro dentro de diversas mochilas e sacolas (daquelas de academia)
- >nessa hora o Subaru chegou, e eles carregaram todo o dinheiro no porta malas e dentro do carro
- >ele partiu pra levar o dinheiro, e nós saímos de lá, para o lugar onde emboscaríamos o outro carro forte
- >repetimos a mesma coisa com sucesso nos outros dois carros fortes, e o dinheiro foi todo levado embora
- >o assalto nos rendeu por volta de 27 milhões de dólares
- >e eu ia contrabandear todo esse dinheiro dentro de um carro por todo os Estados Unidos
- >antes que você pense que isso é muito dinheiro
- >os carros fortes carregam no máximo 10 milhões de dólares cada
- >e 1 milhão de dólares cabem em uma maleta grande
- >nós escolhemos os caminhões com maior quantidade de dinheiro
- >e fazer esse dinheiro caber em um GT-R não foi tão difícil
- >sobrou espaço dentro do carro
- >de qualquer jeito, eu cheguei no esconderijo e me entregaram um celular
- >me disseram que era para que eu pudesse manter contato com eles
- >agora você deve pensar
- >que eles são loucos
- >por deixar 27 milhões de dólares nas mãos de um quase estranho
- >mas eu não tinha nada
- >aqueles homens, quem quer que fossem, tinham muitos recursos
- >me tiraram da cadeia como se fosse fácil
- >e tinham muitas armas e muitos homens capacitados para usa-las
- >eu não era nem louco de tentar fugir com aquele dinheiro
- >e quem sabe se eu levasse ele rapidamente para o destino eu não fosse recompensado
- >cheguei no armazém, o Nissan estava parado do jeito que eu o deixei
- >mas estava acabando de ser carregado com sacolas de dinheiro
- >”é muito dinheiro, não?”
- >a voz profunda do Morgan ne assustou
- >realmente, nunca tinha visto tanto dinheiro junto na minha vida
- >”se você tentar fugir com esse dinheiro nós vamos te encontrar e te matar. Agora, entregue todo o dinheiro no destino, e você pode ficar com os 3 carros que construiu, além de se quiser poder continuar trabalhando conosco. Eu fui claro?”
- >”sim senhor”
- >”então se apresse, eles já acabaram de carregar o carro e a polícia já foi acionada”
- >ele não precisou dizer duas vezes
- >peguei as chaves do carro e entrei nele
- >liguei o motor e parti
- >olhei o endereço no GPS e tomei um susto com o destino
- >eu ia levar o dinheiro pra Las Vegas
- >ia ser uma longa viagem
- >mas dirigindo um supercarro ela poderia ser prazerosa
- >mantive a baixa velocidade dentro de Chicago, e consegui evitar confrontos com a polícia
- >o GPS me levou para o início da estrada 66
- >respirei fundo, guardei as memórias que vieram a tona e parti rumo ao meu destino
- >depois de cerca de meio dia dirigindo, meu celular tocou
- >”alô”
- >”alô Jake?”
- >”eu mesmo”
- >”é a Bianca. Eu descobri algo que você não vai gostar”
- >”o que foi?”
- >”foram eles que causaram o acidente na oficina de seu pai. Eles iam fazer o mesmo com seu melhor amigo e sua namorada, mas aparentemente eles estavam te traindo juntos e você descobriu. Eles que tiraram tudo de você, pra te tornar um alvo fácil para eles. É assim que eles se sustentam. Eles escravizam pessoas por dívida ou necessidade, as fazem cometer um crime por eles e depois as matam. E nós não somos os únicos pegos por essa armadilha”
- >”mas quem são eles?”
- >”eu não sei, mas assim que você chegar em Vegas eles vão matar nós dois, nós temos que pensar em algo”
- >eu fiquei em silêncio por alguns instantes, ouvindo o ronco do motor e pensando nas minhas opções. Por fim, eu disse
- >”então nós vamos fugir”
- >”você ficou louco? Você viu o que eles são capazes de fazer”
- >”relaxa, eu tenho um plano”
- >”onde você está? Eu vou voltar para te buscar”
- >”não Jake! Se você se desviar muito do caminho, eles vão mandar gente atrás de você!”
- >”mas eles não vão saber, da pra ver tudo num raio de alguns quilômetros ao meu redor nessa pista, eu ia saber se alguém estivesse me observando”
- >”não, você não entendeu, eles colocaram um rastreador no seu carro. Na verdade, foram três. Você não achou que eles iam te deixar livre com todo esse dinheiro né? Eles têm rastreado a gente desde que fomos recrutados”
- >”se eles estão mesmo vigiando a gente, você não acha que eles grampearam esses celulares?”
- >”não se preocupe, eu consegui fazer essa ligação de modo não rastreável, porém não temos muito tempo. Marca o número do meu celular novo e me liga de uma linha segura”
- >ela me passou um número e desligou
- >fiquei pensando no que iria acontecer agora
- >dirigi por umas boas duas horas pensando
- >é óbvio que eu não tinha um plano
- >eu só sei de carros, nunca que eu ia bolar um plano pra fugir de uma organização terrorista dessas
- >mas eu tinha que passar confiança
- >pela sua voz, a Bianca tava quase pirando
- >e eu ia precisar dela comigo
- >eu provavelmente não ia ter pensado em nada
- >mas passando por Tulsa, em Oklahoma, tive uma ideia
- >vi um outdoor falando de um leilão de supercarros
- >que coincidentemente ia acontecer no dia seguinte, de manhã
- >olhando para ele eu tive uma ideia
- >abri o porta luvas do carro
- >e dei um baita sorriso quando percebi que essa organização era inteligente, mas ao mesmo tempo burra
- >olhei no relógio
- >eram 11h da noite
- >liguei para o único número salvo no celular que Morgan me deu
- >ouvi sua voz atendendo o celular
- >”alô, Morgan? Cara, eu estou muito cansado por causa de todo esse stress, tudo bem se eu dormir em Tulsa e continuar amanhã?”
- >”você tem que levar esse dinheiro o mais cedo possível pra Vegas e você sabe disso”
- >”eu sei, mas minha visão já está meio embaçada, estou com medo de bater o carro. Amanhã eu compenso correndo mais, as estradas estão sem polícia nenhuma. Além disso, depois que eu receber os carros eu vendo o Subaru pra pagar pelas despesas de hotel e gasolina extra”
- >”nesse caso tudo bem, mas você deve chegar amanhã em Las Vegas, ou você sabe muito bem o que vai acontecer”
- >”pode deixar que não vou te desapontar”
- >ele desligou o celular, e eu parei no primeiro hotel barato que encontrei
- >entrei no quarto
- >tirei minha roupa
- >deitei num colchão com molas que machucavam minhas costas e um travesseiro que mais parecia um pano
- >nem me importei com isso naquela hora, pois a fadiga de várias noites mal dormidas pesou sobre mim
- >eu apaguei, e acordei no dia seguinte mais ou menos as 10 da manhã
- >me vesti, corri para o andar de baixo e consegui pegar o finalzinho do café da manhã
- >entrei no meu carro, e fui para onde ia ser o leilão
- >eu conhecia aquele tipo de leilão
- >pras pessoas normais era só um lugar onde gente com dinheiro comprava supercarros mais baratos
- >mas pra quem viveu em um bairro ruim, cercado de integrantes de gangues e ladrões, aquilo era muito mais
- >era um lugar onde ladrões facilmente vendiam seus carros
- >encontrei o escritório onde eles compravam seu carro
- >falei para o homem que me atendeu que ia precisar de sigilo nessa venda
- >ele então me levou para uma sala separada e negociamos
- >no final, vendi por 110 mil dólares o carro
- >ele valia uns 180 mil, mas eu não me importava
- >só negociei para não levantar suspeitas
- >eu tinha 27 milhões guardados dentro dele, aquele dinheiro não ia fazer muita diferença
- >depois de fecharmos negócio, expliquei os meus termos para o vendedor, que os aceitou sem pestanejar
- >saí de lá e fui para onde os carros estavam sendo expostos
- >lá tinha de tudo
- >de um Golf GTI completamente mexido
- >várias Ferraris, Lamborghinis
- >lá tinha de tudo
- >rodei umas duas vezes por lá, até encontrar um carro que me interessou
- >um Dodge Viper SRT 2014
- >o leilão dele seria apenas no fim da tarde, mas negociei com o dono por 145 mil dólares
- >é muito mais do que ele valia, mas eu precisava dele naquele momento
- >paguei ele em dinheiro mesmo, se ele se impressionou não demonstrou
- >ele me entregou as chaves do carro e eu dirigi até onde o GT-R tava parado
- >passei todo o dinheiro pra dentro do Viper
- >passei no escritório pra entregar as chaves do Nissan pro vendedor e receber meu dinheiro
- >saindo de lá, fui para uma oficina que encontrei na internet enquanto tomava café da manhã
- >aproveitei que perto tinha uma loja de peças, e fui fazer umas compras
- >comprei um body kit novo, e peças para o motor
- >dois turbos, e peças pra aguentar a potência extra
- >e nitro
- >lá, mudei a pintura do meu carro
- >ele era azul normalmente
- >pintei ele com um preto metálico
- >e fiz duas faixas que saíam do para-choques frontal e iam até o traseiro de branco
- >além disso, coloquei alguns adesivos no capô, na lateral esquerda
- >não, eu não enchi de desenhos espalhafatosos
- >coloquei algumas marcas de peças automotivas
- >tava bem daora aquele carro
- >eu devia escolher algo que não chamasse muito a atenção, mas sinceramente eu não ligava
- >se eu morresse, pelo menos seria me divertindo
- >eu tava realizando todas as minhas fantasias relacionadas a carros
- >dirigi carros com os quais eu só sonhava
- >domei um monstro de mais de 1000cv de potência
- >e fugi da polícia
- >tava me sentindo no need for speed
- >paguei a conta na oficina e sai de lá
- >apesar de tudo, estar no volante daquele carro me deixou com um sorriso no rosto
- >eu não me lembrava da última vez em que eu sorri
- >fazia muito tempo já
- >de qualquer jeito, saí de lá e passei em uma loja de celulares
- >comprei o celular mais caro da loja e um chip pré pago
- >saí de lá e entrei no carro
- >passei em uma loja de roupas e comprei duas mudas de roupa novas
- >voltei pro carro
- >e me dirigi de volta para Chicago
- >liguei pra Bianca
- >ela atendeu, e percebi pelo seu tom que ela estava preocupada
- >perguntei o que que tinha acontecido
- >”me disseram que você tinha abandonado o trajeto e mandaram um monte de gente atrás de você! Eu achei que você estivesse morto, e eu seria a próxima... ah, eu tô com tanto medo Jake...”
- >”calma Bianca. Eu troquei de carro, e estou nesse momento voltando pra Chicago pra te buscar, devo chegar ai em umas 6 horas. Não se precipite, vou chegar ai logo logo”
- >”tudo bem... eu passei o tempo em que você não me contatou pesquisando, e descobri os nomes e as identidades de outros pegos pelo mesmo esquema que nós. Vou te passar tudo por mensagem, porque vou destruir meu computador antes de sair daqui”
- >concordei, disse pra ela me esperar no apartamento e desliguei
- >dirigi numa média de 210km/h até chegar nas proximidades de Chicago, onde diminuí a velocidade para chamar o mínimo de atenção possível estando dentro de um carro daqueles
- >fiquei o trajeto todo pensando em como tirar a Bianca do apartamento
- >estacionei em uma locadora de veículos, e aluguei um Civic
- >passei pela frente do edifício, e percebi o SUV parado do outro lado da rua, dentro do qual dois homens esperavam
- >um plano começou a se formar na minha cabeça
- >voltei para a locadora e devolvi o carro
- >deixei o meu Viper estacionado no mesmo lugar e saí andando a pé
- >passei em uma loja de roupas e comprei um sobretudo, dois bonés e luvas
- >passei em um posto, enchi uma garrafa de 1,5 litros com gasolina e comprei um isqueiro
- >passei em uma loja de armas, e comprei uma Uzi com dois carregadores, além de balas e um silenciador
- >eu estava nervoso pra fazer isso, mas como eu já disse não me importava com a minha vida
- >é como dizem, uma vida sem histórias pra contar não foi uma vida bem vivida
- >e se eu sobrevivesse a isso tudo, ia ser uma baita história pra contar
- >então voltei para onde ficava o apartamento em que a Bianca estava
- >liguei pra ela e falei pra ela descer
- >caminhei um pouco e parei um pouco atrás do SUV, fingindo que mexia no celular
- >quando a Bianca saiu pela porta da frente, eu caminhei até o lado do passageiro e bati no vidro
- >um dos dois homens olhou pra mim e, depois de eu sinalizar, abaixou o vidro
- >na hora reconheci o homem que estava ao volante, como o homem que tinha me dado as primeiras instruções, logo após ter sido tirado da cadeia
- >”que que ce quer?”
- >não respondi, apenas puxei a Uzi de debaixo do sobretudo e a descarreguei nos dois homens
- >eles morreram sem conseguir reagir
- >e eu, apesar de minhas mãos estarem suadas, não me senti mal por matar aqueles caras
- >eram eles ou eu
- >quando me viu, a Bianca correu e me abraçou
- >não falei antes na história, pois não era relevante
- >mas durante as 3 semanas que passamos nos preparando para o assalto, eu e a Bianca ficamos próximos
- >descobri que ela cozinhava muito bem e que apesar de não conseguir me fazer sorrir, ela me fazia sentir bem
- >viramos amigos
- >voltando pra história
- >depois que ela me soltou, joguei a gasolina no carro e ateei fogo
- >depois nos dirigimos para o meu carro
- >o lugar onde ele estava era a mais de 10 quadras do apartamento, então não tinha como ligar o meu carro com o assassinato daqueles homens e o desaparecimento da Bianca
- >tudo estava correndo perfeitamente
- >chegamos no carro e eu dirigi pra longe
- >passei em frente a antiga oficina do meu pai, que foi comprada por um cara que fez uma loja de roupas no lugar
- >ficamos hospedados em um hotel do outro lado da cidade
- >tomei o cuidado de fazer a Bianca usar o outro boné, a última coisa que eu precisava era uma câmera de segurança hackeada revelando nosso paradeiro
- >não que eu achasse que aquelas fossem, mas o que eu sabia que a Bianca era capaz de fazer me deixou mais paranoico, pois assim como ela existiam muitos outros que sabiam fazer esse tipo de coisa
- >chegamos no quarto, e relaxamos um pouco
- >deixei a Bianca tomando um banho, enquanto saí pra comprar roupas novas pra ela
- >tinha uma loja na esquina, e comprei duas calças e duas blusas, além de roupa de baixo
- >voltando pro quarto, vi dois homens jogando conversa fora em uma mesa num barzinho próximo
- >quando passei por eles, senti que um deles ficou me encarando
- >algo não estava certo ali
- >pelo menos eu sentia a pressão reconfortante da Uzi contra o meu peito
- >minha paranoia me fez levar ela comigo
- >apertei o passo, e depois de alguns metros senti que alguém me seguia
- >arrisquei uma olhadela, e como quem procura algo varri o horizonte atrás de mim
- >vi os dois homens vindo em minha direção, mas não detive o olhar sobre eles
- >olhei pra frente e continuei no mesmo ritmo, mesmo sabendo que estava sendo seguido
- >entrei no hotel e corri para o meu quarto
- >entrei correndo e me deparei com a Bianca só de toalha
- >por alguns milissegundos eu percebi como, por baixo das roupas largas que ela normalmente usava, ela escondia um corpo muito bonito
- >antes que eu enrolasse mais, meu instinto de sobrevivência falou mais alto
- >joguei a sacola de roupas para ela e falei
- >”se veste logo que temos que sair daqui, te explico no caminho”
- >ela sentiu a urgência em minha voz e se vestiu rapidamente dentro do banheiro
- >quando ela saiu, já tinha recolhido as nossas coisas (o dinheiro eu tinha deixado no carro, só tirei o suficiente pras roupas e pro hotel)
- >corremos pro carro, entramos e eu dei partida
- >quando virávamos a esquina do hotel, um Golf tentou fechar a gente
- >percebi que no volante estava um dos homens que tinham me seguido
- >desviei dele e acelerei pela rua
- >outro Golf idêntico ao primeiro surgiu de uma rua lateral e começou a me perseguir
- >ele emparelhou com a gente e eu vi o motorista se atrapalhando ao puxar uma pistola
- >tive tempo de pisar no freio antes de um tiro passar aonde minha cabeça estava alguns segundos antes
- >puxei a Uzi de seu coldre e descarreguei todas as balas no carro
- >não sei se o matei, se o feri, ou se destruí alguma coisa no carro, mas ele perdeu o controle e bateu em uma minivan que estava parada na lateral da pista e eu vi quando ele saiu voando pelo para brisa e deu de cara em uma placa
- >usem o cinto de segurança crianças
- >aproveitando essa distração, o outro Golf se aproximou de mim, e apesar de não me alcançar ele tentava acertar minha traseira
- >decidi que eu precisava de respostas
- >virei uma esquina que eu sabia que me levaria para uma rua reta e vazia, perfeita pro que eu pretendia fazer
- >pisei fundo, subi a marcha e usei o nitro
- >eu dei uma arrancada que teria destruído um carro não preparado
- >eu vi o Golf diminuindo no retrovisor, até quase desaparecer
- >nessa hora eu pisei no freio e girei o carro 180°
- >coloquei o braço pra fora do carro e atirei com a Uzi, que tinha sido recarregada pela Bianca
- >o meu perseguidor tentou desviar, mas perdeu o controle e bateu com o carro em um hidrante
- >vi seu carro rodar duas vezes e então parar, com as rodas pro ar
- >desci do meu carro e caminhei até onde o motorista tentava sair dos destroços de seu carro
- >puxei ele pra fora e dei um soco na cara dele
- >mais tarde eu me arrependi, mas naquele momento eu descontei toda a raiva que eu sentia pelo que me aconteceu naquele homem
- >como um soco não fez ele abrir a boca, peguei a Uzi e dei um tiro no pé dele
- >ele gritou de dor, mas não falou
- >então fiz o mesmo no outro pé
- >quando eu colei o cano extremamente quente da arma em sua virilha, ele abriu a boca
- >me contou que os homens que estavam atrás de mim pertenciam à Organização
- >eles não tinham um nome específico, mas se conheciam assim por consenso
- >eles tinham descoberto onde eu estava pelo celular que a Bianca esqueceu em seu apartamento
- >descobrindo meu número e depois o rastreando
- >e só ele e o parceiro dele sabiam qual carro eu dirigia
- >já que o parceiro dele estava morto, uma bala e eu não teria que me preocupar com trocar novamente de carro
- >depois que acabei com ele, voltei para o meu carro, onde a Bianca me esperava, com um olhar de nojo
- >eu não me orgulhava do que tinha feito
- >mas aquele olhar machucou mais do que uma bala
- >dirigimos por Chicago rumo ao sul
- >quando entramos na estrada, eu fiquei pensando no que tinha me acontecido
- >e no que eu tinha me tornado
- >de um fracassado qualquer, me tornei um assassino perseguido por uma organização
- >passei esse tempo conversando com a Bianca, após entrarmos na auto estrada
- >ela disse que entendeu por que eu fiz aquilo e me perdoou
- >dirigimos por algumas horas, até que chegamos em uma cidadezinha e paramos para comer
- >era uma lanchonete daquelas estilo anos 80
- >comemos um belo hambúrguer, e eu saí pra ir no banheiro
- >quando voltei, ouvi o barulho de tiros
- >me escondi e movi minha mão pra onde a Uzi deveria estar
- >mas eu tinha esquecido ela no carro
- >então eu só assisti quando os homens que entraram no restaurante levaram a Bianca
- >colocaram ela dentro de uma SUV e sumiram
- >corri pro meu carro, para tentar ir atrás deles
- >consegui alcançar eles, mas um homem colocou uma AK47 pra fora e começou a atirar em mim
- >tive que freiar, e perdi a SUV de vista
- >naquele momento, meu celular tocou
- >”olá Jake, espero que você saiba que acabou, a Bianca já esta conosco, e que depois que meus companheiros fizerem o trabalho deles ela vai ter contado onde você escondeu o dinheiro. Mesmo assim, espero que você saiba que você que causou tudo isso”
- >nessa hora, comecei a ouvir um bipe, como em uma contagem regressiva
- >parecia.. uma bomba
- >nessa hora fiz a conexão com o que ele tinha falado
- >’espero que você saiba que acabou’
- >entendi perfeitamente o qie tinha acontecido
- >pisei no freio do carro enquanto puxava duas bolsas de dinheiro pro meu colo, abri a porta e pulei do carro
- >uns 50 metros depois, o carro explodiu
- >peguei meu celular, que tinha caído e apesar de destruído ainda funcionava
- >”alo Morgan?”
- >”mas como?..”
- >”é bom que você saiba que seu capanga idiota acabou de explodir um carro onde estava todo seu dinheiro. E que eu vou voltar pra você, Morgan. Mas dessa vez, eu que vou estar no comando”
- >desliguei o celular, tirei o chip e o joguei longe
- >e passei os minutos seguintes refletindo, encarando as labaredas que subiam do meu antigo carro
- >saí caminhando, carregando as duas sacolas de dinheiro
- >dentro delas devia ter uns 4 milhões de dólares
- >devia dar para o que eu planejava
- >de lá, caminhei até uma loja de celulares
- >comprei um, novamente dos mais caros que o dinheiro podia pagar, e saí de lá
- >fui pra uma lan house, e lá acessei minhas mensagens
- >baixei a lista que a Bianca tinha me mandado com os nomes dos outros pegos nesse esquema
- >cara, ela era muito boa no que fazia
- >lá tinha o nome verdadeiro, a identidade falsa que eles usavam, uma foto e o endereço
- >mas o que importava mesmo
- >era que ela tinha instalado um rastreador nos celulares deles
- >caralho, ela era muito boa mesmo
- >a dupla que estava mais próxima de mim estava em Chicago
- >não queria voltar ao ninho das abelhas
- >mas o tempo não estava do meu lado
- >a cada segundo que passava eu imaginava uma tortura diferente que a Organização podia estar fazendo com ela
- >então me apressei
- >fui para uma loja de carros
- >aquela era uma cidade do interior, não tinha nada bom lá
- >acabei desistindo e fui pra Chicago de ônibus
- >demorou quase um dia inteiro, mas finalmente cheguei
- >decidi que eu teria que mudar minha aparência
- >passei em um cabeleireiro, e cortei meu cabelo (eu costumava usar um cabelo longo e solto, meio que como Jesus, mas dessa vez cortei ele curto e fiz um topete)
- >além disso, ele descoloriu meu cabelo, fiquei loiro
- >comprei roupas novas, agora eu estava vestindo um novo sobretudo, um gorro e uma calça jeans
- >fui ver os carros, escolher algum para comprar
- >optei por um Chevrolet Corvette Z06
- >comprei ele e dirigi até uma oficina que eu conhecia
- >lá eu instalei uma blindagem leve, pra me dar um pouco de proteção
- >coloquei pneus run flat, pra mesmo que furassem meus pneus eu conseguisse continuar correndo
- >um turbo e um supercharger, um sistema de escapamento novo, freios da Brembo e um aerofólio novo foram minhas próximas compras
- >um body kit, pq eu podia pagar
- >tirei tudo do interior, e instalei dois bancos de corrida, pra compensar um pouco o peso da blindagem
- >tive que trocar o bloco do motor pra aguentar a potência a mais, e por fim, comprei duas garrafas de nitro e um jogo de pneus da toyo tires de alta velocidade e aderência não tão grande
- >esse carro tinha sido feito pra ter muita aderência, mas meu estilo de direção era outro
- >eu sempre gostei de drift, simplesmente por que é mais difícil e mais divertido
- >girar o volante e manter o carro em linha reta é muito mais fácil do que manter um drift no meio de uma corrida
- >passei 3 dias trabalhando sem parar na oficina, junto com toda a equipe
- >paguei bem pra que eles se concentrassem 100% no meu carro
- >por fim, pintei o carro pra ficar mais bonito, e dormi enquanto a tinta secava
- >eu tinha dormido 3 horas por noite enquanto trabalhava no carro, tanto pra acabar rápido quanto por que não conseguia relaxar
- >no dia seguinte, saí de lá e fui em uma loja de armas
- >na verdade, em um contrabandista
- >saia mais barato e não envolvia tanta papelada
- >comprei dois M4A1 Sopmod, equipados com silenciador, lanterna, lança-granadas e grip, duas Skorpions, também silenciadas, e 5 glocks com silenciador
- >além de muitas balas
- >e granadas
- >e um colete a prova de balas
- >voltei pro carro e contei o dinheiro
- >tinha me sobrado 3 milhões e 640 mil dólares
- >peguei meu celular e comecei a mexer na internet, e depois de 30 minutos eu tinha alugado um grande galpão na periferia sul da cidade
- >depois fui atrás de um homem que costumava ser meu vizinho
- >ele vendia carros roubados
- >comprei dele um Subaru WRX STI, um Toyota Supra e um Honda S2000
- >pedi que ele deixasse os 3 carros no galpão que eu tinha alugado e coloquei em prática a segunda parte do meu plano
- >tinham atualmente 3 outras duplas assim como eu e a Bianca em Chicago naquele momento
- >e eu fui fazer uma visitinha pra cada uma delas
- >fui no primeiro endereço, na zona norte da cidade
- >era um prédio antigo e decadente, mas com um sistema de segurança surpreendentemente novo
- >pra conseguir entrar, então, eu causei uma pane no sistema elétrico da rua
- >entrei pelos fundos, e me esgueirei até o apartamento deles
- >os dois que eu deveria encontrar ali se chamavam Daniel e Carl
- >entrei no apartamento com a M4A1 na mão, e me deparei com eles sendo protegidos por um homem armado com uma AK47
- >ele não tinha me visto, então não foi difícil acertar 3 tiros seguidos nele
- >dois foram parados por seu colete a prova de balas, mas o terceiro acertou seu pescoço, e ele morreu sufocado no próprio sangue
- >liguei uma lanterna que tinha trazido, e me dirigi aos 2 homens
- >”eu não vim aqui machuca-los, vim libertar vocês”
- >”Jake?”
- >olhei para o homem que falou isso, mas não o reconheci
- >”quem é você?”
- >”sou eu, o Carl, que estudou com você”
- >eu não tinha reconhecido ele pela foto
- >porque ele tinha uma grande cicatriz descendo de sua testa até seu queixo
- >além de ter raspado o cabelo
- >”puta merda”
- >”puta merda digo eu! A energia caiu e você entrou atirando aqui, que merda esta acontecendo?”
- >”você conhece um homem chamado Morgan? 50 anos, pele clara, sempre de terno e óculos escuros?”
- >”conheço”
- >"então vem comigo que eu vou te explicar no caminho"
- >saímos pelos fundos, pela porta que eu entrei
- >dois agentes da Organização tentaram nos impedir, mas depois de uma troca de tiros os dois estavam estatelados no chão com um buraco no peito
- >roubamos um carro, já que só caberia mais um no meu carro e eu não sabia se os deles estavam com rastreadores
- >fomos eu e o Carl no Corvette e o Daniel foi no carro roubado
- >chegamos no armazém, e improvisamos bancos com caixotes que tinham lá pra conversar
- >expliquei tudo o que tinha acontecido comigo e o que eu tinha descoberto, e eles pareceram acreditar em mim
- >descobri que eles eram usados pela Organização para cobrar dinheiro dos outros, eram basicamente torturadores
- >expliquei o que eu ia fazer em seguida, e pedi a ajuda deles
- >e eles concordaram em me ajudar
- >felizmente eu e o Carl, talvez devido às circunstâncias do nosso reencontro, conseguimos deixar nossas diferenças de lado
- >saímos de lá com o Daniel dirigindo o STI, com o Carl de passageiro, e eu dirigindo meu Corvette
- >entreguei pra eles a outra M4A1 e duas das pistolas
- >fomos em direção aos outros endereços
- >por sorte eles ficavam a duas quadras um do outro
- >chegando perto de lá nos separamos
- >eles foram atrás de uma dupla de homens chamados Robin e Dave, e eu fui atrás de um homem chamado Liam e uma mulher chamada Sarah
- >cheguei no endereço e uma SUV bem suspeita estava parada do outro lado da rua
- >decidi testar eles, e paguei um homem que estava passando por ali 50 dólares pra entrar naquele prédio e sair depois de 2 minutos
- >observei de longe os dois homens da SUV enquanto eles observavam e tiravam uma foto do cara que entrou no prédio
- >cara, se você for vigiar alguém não use uma SUV preta
- >pra qualquer um com inteligência maior que a de uma porta era a mesma coisa que segurar uma bandeira dizendo “estou te vigiando”
- >de qualquer jeito, pelo menos o prédio não aparentava tantas câmeras quanto o primeiro
- >tirei a M4A1 do carro e a escondi debaixo do sobretudo
- >me aproximei do carro pelo lado do passageiro e bati no vidro
- >os homens o abaixaram e, assim que o vidro já tinha sido todo abaixado, puxei o fuzil de dentro do sobretudo e o descarreguei nos dois
- >ateei fogo no carro e me dirigi para o interior do prédio, a arma novamente escondida pelo sobretudo
- >subi pela escada de incêndio e, quando cheguei no andar onde os dois estavam, dei 2 tiros na fechadura da porta e entrei
- >eles se assustaram com a minha entrada, e colocaram as mãos para o alto quando viram minha arma
- >”eu vim libertar vocês, peguem o que precisar e venham comigo”
- >eles só colocaram um tênis e me seguiram sem falar nada
- >a Sarah se espremeu para entrar no espaço atrás dos bancos e o Liam foi no banco do passageiro
- >no caminho descobri que eles eram uma dupla de pilotos de fuga, que participavam de assaltos a mão armada
- >levei eles ao galpão, e lá esperamos
- >depois de uns 10 minutos, o Subaru chegou trazendo o Carl, o Daniel, o Robin e o Dave
- >Robin e Dave eram 2 hackers
- >me apresentei para eles e, depois de todos estarem reunidos, me apresentei
- >contei tudo o que tinha acontecido para os que tinham chegado, e expliquei o que iriamos fazer
- >todos concordaram, talvez por não gostarem de serem escravos
- >pedi pra eles me fazerem uma lista com as coisas que eles iam precisar
- >depois de 20 minutos, eu estava saindo dentro do STI
- >levei as chaves de todos os outros carros e as malas com o dinheiro, pois não podia confiar cegamente neles logo de cara
- >primeiro fui até uma loja de computadores
- >comprei diversas peças para os 2 hackers
- >foram 5 computadores, 4 pra eles (não me pergunte, não sei porque eles quiseram dois computadores diferentes cada) e um para os outros, caso precisassem
- >passei em uma empresa de internet e contratei internet para o armazém
- >lá ia ser minha casa, e dos outros fugitivos, alguns luxos desse tipo iam ser necessários
- >depois de acertar a internet (o galpão já tinha energia elétrica, esgoto e água corrente) passei em algumas lojas de móveis usados e de eletrodomésticos
- >comprei 3 sofás-cama, uma mesa de jantar, uma pra tv e uma pro computador, um armário grande, fogão, geladeira, micro-ondas, 6 colchões, uma tv grande
- >depois de procurar um tempo consegui encontrar um ar condicionado industrial com aquecedor que ia ser muito útil naquele espaço grande
- >comprei vidros para repor algumas janelas quebradas, e alguns tapetes pra cobrir o concreto do chão do galpão
- >algumas cortinas grossas e cordas, para servirem como paredes para isolar os quartos do resto
- >negociei em uma oficina que estava para fechar, e comprei diversas ferramentas que eles tinham, além de dois elevacar
- >por fim, voltei no mesmo contrabandista de armas que eu tinha visitado antes
- >dessa vez comprei bastante coisa
- >6 M4A1 Soapmod
- >12 Glocks G41
- >silenciadores pra todas elas
- >além de uns lança-granadas e miras térmicas pras M4A1
- >2 M2A1 .50
- >coletes a prova de bala
- >um RPG-7
- >granadas, tanto fragmentadoras quanto flashbangs, incendiárias e de fumaça
- >uns 3kg de C4
- >algumas facas bowie, outras menores mas tão mortíferas quanto
- >e só
- >é bom ter dinheiro
- >o cara levou tudo pro meu galpão em um caminhão
- >depois de uns 3 dias, 90% do que eu comprei já tinha chegado
- >nós montamos um cafofo lá
- >na verdade, uma fortaleza com cara de cafofo
- >reforçamos as paredes
- >fechamos as diversas entradas e deixamos só duas disponíveis
- >e montamos cada uma das .50 em uma das saídas
- >você sabe o que dizem né?
- >o seguro morreu de velho
- >preferi gastar quase 1,2 milhão de dólares e me garantir
- >e nos aproximamos muito nesse tempo
- >apesar de eu querer desesperadamente resgatar a Bianca
- >eu tinha que dar esse tempo pra eles
- >depois de 5 dias, abordei com eles o assunto de resgatar a Bianca
- >depois do que eu dei a eles, acho que eles se sentiram na obrigação de me ajudar, por que ninguém se opôs
- >os hackers começaram a invadir tudo o que eles conseguiram sobre a Organização
- >descobriram nomes e endereços, mas nada sobre o paradeiro da Bianca
- >decidi que eu ia descobrir isso de outro jeito
- >um jeito mais sangrento, mas ia descobrir
- >o Dave tinha, acidentalmente, descoberto que o Morgan na verdade se chamava Charles Westfield, e que ele morava em uma casa sozinho em um subúrbio tranquilo de Chicago
- >uma presa perfeita
- >eu e o Carl nos armamos e entramos no STI
- >dirigi calmamente até a casa do Charles
- >estacionei na esquina, desliguei o motor e esperei
- >vi quando ele estacionou seu carro e entrou na casa
- >esperei até muito depois do sol se pôr, mas ele não saiu
- >estava na hora de agir
- >eu e o Carl descemos do carro, armados e com máscaras cobrindo nosso rosto, e entramos na casa dele
- >estava de madrugada, então era improvável que alguém nos visse
- >arrombei a tranca da porta dos fundos dele e entrei
- >felizmente o bastardo estava muito confiante que ninguém o encontraria então a casa dele não tinha alarme
- >tudo bem que ela era dentro de um condomínio fechado
- >mas uma mochila cheia de dinheiro abre qualquer porta comandada por homens
- >esquadrinhamos o primeiro andar da casa, e não encontramos nada
- >subimos pro segundo andar, e encontramos o quarto dele
- >a porta estava entreaberta, então eu acabei de abri-la e entrei, seguido do Carl
- >e lá estava ele
- >dormindo
- >o desgraçado que me colocou nessa vida
- >acordei ele com uma coronhada na boca do estomago
- >antes que ele conseguisse gritar, o Carl o amordaçou
- >”olá Morgan, ou eu deveria dizer Charles Westfield? Como eu te disse na nossa última conversa, eu ia voltar para você”
- >percebi o terror passando por seus olhos durante alguns segundos, mas depois esse sentimento foi substituído por uma cara de ódio
- >então o amarramos
- >e o levamos de lá
- >colocamos ele dentro do carro e dirigimos pra um galpão abandonado, longe do nosso cafofo
- >amarramos ele ao teto com uma corrente
- >e então Carl fez o que Charles o ensinou ao recruta-lo
- >torturou-o de formas com as quais eu não pensaria nem nos meus piores pesadelos
- >no início, ele não abriu a boca
- >e o bastardo era casca grossa, não estava abrindo a boca
- >mas depois de algum tempo ele falou
- >me deu o endereço de onde ela estava sendo mantida
- >”você vai ficar aqui, caso esse endereço seja falso você vai sofrer de uma forma que você não consegue imaginar”
- >ele emitiu os grunhidos que conseguia com a mordaça na boca, mas nem me esforcei em compreende-lo
- >eu ainda tinha contas a acertar com ele
- >ele que ordenou o assassinato do meu pai
- >saímos de lá, e fomos observar o lugar indicado
- >passamos a pé pelo quarteirão, pois o carro chamaria atenção demais
- >então fingimos que estávamos bêbados e que um de nós caiu justamente na frente do armazém
- >demos uma boa olhada e seguimos nosso caminho
- >infelizmente o muro na parte da frente não nos permitiu ver muito
- >eu decidi entrar, e o Carl decidiu vir junto
- >então voltamos para o carro, e o estacionamos na rua do lado
- >colocamos o colete a prova de balas, pegamos as armas e voltamos, dessa vez ocultados pelas últimas sombras da madrugada
- >não podíamos nos dar ao luxo de esperar pelo dia seguinte, assim que dessem pelo desaparecimento de Charles eles iam saber que algo estava errado e sair dali
- >pulamos o muro dos fundos e nos deparamos com um único guarda, que estava de costas para a gente
- >tirei a faca que eu tinha trazido comigo de sua bainha
- >era uma Karambit preta, muito bonita
- >cheguei perto dele, e cobri sua boca enquanto cortava sua garganta
- >puxei seu cadáver para as sombras onde estávamos e o cobri com lixo e folhas que encontrei no chão
- >entramos por uma porta lateral, que dava acesso a uma escada que levava até uma passarela no andar superior
- >felizmente, só tinha um guarda lá
- >o Carl conseguiu lidar facilmente com ele, e aproveitamos a passarela para observar a disposição das coisas no galpão
- >contei 13 guardas no térreo, alguns sentados ao redor de uma mesa jogando poker, e outros de guarda nas entradas
- >sinalizei pro Carl o que eu pretendia, e ele assentiu confirmando que compreendeu
- >deixei ele lá na passarela e voltei pro térreo
- >pulei uma janela e surpreendi um guarda pelas costas
- >morreu antes de saber que eu existia
- >me esgueirei até uma posição onde tinha visão de todo o galpão
- >visualizei brevemente a Bianca, presa dentro de um contêiner localizado em um dos cantos do galpão, quando o décimo quarto guarda saiu de lá de dentro
- >olhei para cima e vi que o Carl olhava pra mim
- >sinalizei pra ele que era a hora certa, e como combinamos ele jogou duas granadas de fumaça no térreo
- >os guardas ficaram confusos, pois não sabiam de onde as granadas tinham vindo, e cada um começou a atirar pra um lado
- >como eles estavam dentro de uma nuvem densa de fumaça, um deles acabou acertando seu próprio companheiro
- >mirei minha arma e graças a mira térmica pude ver onde cada um deles estava
- >comecei a atirar, e esvaziei 3 pentes antes que o andar ficasse livre
- >gritei pro Carl parar de atirar e corri para onde a Bianca estava
- >abri a porta do contêiner e meu nariz foi tomado por um cheiro de dejetos humanos
- >que eu entendi de onde vinha quando vi o balde que ela foi forçada a usar como privada
- >quando me viu, ela tentou correr na minha direção, mas caiu depois de alguns passos
- >me apressei pra ajudar ela a se levantar, e a carreguei pra fora de lá
- >enquanto carregava ela pro carro, vi lágrimas em seus olhos
- >”achei que você tinha esquecido de mim ou estava morto... eu achei que ia morrer ali, servindo de saco de pancadas do Morgan...”
- >ela enfiou o rosto no espaço entre meu pescoço e meu ombro e começou a soluçar muito
- >apesar do cheiro que ela exalava, que estava quase me fazendo vomitar, apertei ela como em um abraço e disse
- >”nunca que eu iria te esquecer nas mãos deles, nunca te abandonaria”
- >ela se encolheu mais em meus braços, e senti seus braços sem força me apertando em um abraço
- >não falamos mais nada, mas não precisávamos dizer mais nada
- >as vezes, um gesto vale muito mais do que mil palavras
- >levamos ela pro cafofo, e a Sarah a ajudou a tomar um banho
- >depois disso, nos reunimos ao redor da mesa de jantar, e o Daniel perguntou
- >”e agora? O que vamos fazer?”
- >”agora” eu disse pra ele, com um sorriso vingativo no rosto “nós vamos acabar com a Organização”
- >nós passamos horas sentados, discutindo nossos próximos passos, até que a fadiga nos venceu e fomos dormir
- >no dia seguinte, depois que todos acordamos, voltamos a conversar sobre o que fazer
- >foi um consenso geral que estávamos gastando muito
- >e não tínhamos nenhuma fonte de renda
- >depois de conversar um pouco com eles, decidimos por um plano, para ganhar dinheiro
- >não ia ser legal, muito menos bonito
- >mas nós não tínhamos opções
- >um emprego de verdade ia envolver muitos dados
- >que não poderíamos divulgar, pois a Organização ia descobrir
- >e fazer uma identidade falsa estava longe das nossas habilidades
- >então depois de termos decidido o que fazer, fiz uma lista de compras e saí com o Carl e com a Sarah
- >Bianca, Dave e o Robin ficaram, trabalhando em outra parte do plano
- >fomos dirigindo dois carros, eu no meu Corvette e os dois no Supra
- >fomos para algumas lojas de carros usados, com um modelo já em mente
- >concordamos que esse seria o último carro que compraríamos, estávamos gastando muito com carros
- >na quinta loja, finalmente encontramos o que procurávamos
- >um Dodge Ram SRT10
- >é um carro difícil de encontrar
- >porque pouca gente vê necessidade de comprar uma picape com motor de um Viper
- >é, ela tem um motor V10 de 500hp
- >é a caminhonete mais forte que conseguimos pensar
- >pagamos por ela e a Sarah saiu dirigindo ela
- >fomos para uma loja de peças automotivas, e compramos diversas peças pra ela
- >um kit com turbo e supercharger não podia faltar, porque obviamente tínhamos que jogar essa potência lá pra cima
- >nitro, suspensão, embreagem, escapamento, câmbio, pneus melhores
- >e algumas peças pro exterior
- >quais? Vou explicar depois, quando será mais fácil de compreender nossa escolha
- >além disso, compramos diversas peças de performance pros outros carros
- >só o meu estava mexido
- >compramos vários turbos, garrafas de nitro, escapamentos
- >tudo o que falei que compramos para a picape, além de peças estéticas, pois íamos precisar delas
- >não precisar
- >mas ia ser bom, pra ajudar no disfarce
- >levamos a picape em uma oficina, e pagamos por uma blindagem
- >a mais pesada que ele tivesse
- >enquanto a picape estava na garagem, fomos ver mais uma vez o contrabandista de armas
- >os capangas dele já me conheciam, então me deixaram passar
- >”Jake! Você por aqui denovo? Está montando um exército por acaso?”
- >“ahahaha quase isso”
- >”bom, e no que posso te ajudar hoje?”
- >”preciso de duas M240 e muita munição, naqueles cartuchos de corrente, pra atirar por bastante tempo sem recarregar”
- >ele me olhou desconfiado, mas logo um de seus capangas trouxe o que eu pedi
- >”olha Jake, não sei o que você está tramando, mas se vai precisar de armas pesadas assim, é bom você tomar cuidado”
- >”pode deixar, eu vou. Obrigado”
- >e saí de lá
- >voltei pro cafofo, já que o carro só ia ficar pronto dali a duas semanas
- >paguei mais caro pra eles correrem com o carro
- >de qualquer jeito, fiquei feliz quando cheguei ao descobrir que os hackers conseguiram fazer exatamente o que eu tinha pedido
- >tudo estava encaminhado, só precisava esperar a caminhonete ficar pronta
- >nesse momento, lembrei que o Charles ainda tava preso em um armazém abandonado do outro lado da cidade
- >fui até lá com a Bianca, e felizmente (não pra ele) ele ainda estava vivo
- >deixei ela descontar toda a raiva, pelo que ele tinha feito a ela enquanto ela estava em cativeiro
- >ela me disse que ele batia nela todo dia, pra descontar a raiva de não ter me achado
- >além de ter tentado estuprar ela uma vez
- >felizmente algum superior dele não deixou que isso acontecesse
- >ela ficou socando ele sem parar por quase uma hora
- >quando ela acabou, fiz o mesmo
- >não me orgulho disso, mas no momento eu queria descontar minha raiva nele
- >ele tinha ordenado a morte do meu pai, assim como outros como ele faziam o tempo todo
- >não falei isso antes, mas nós tínhamos descoberto muito sobre o funcionamento da Organização
- >sabíamos que existiam diversos como o Charles em Chicago
- >eram chamados apenas de Recrutadores
- >a lista que a Bianca tinha feito, com os nomes dos outros que agora eram a minha equipe, era só dos que foram recrutados por ele
- >existiam muitos outros, e foi nisso que os hackers ficaram trabalhando
- >descobrir mais sobre os outros
- >de qualquer jeito
- >terminei dando um tiro na cabeça dele, e joguei seu corpo no rio Chicago
- >voltamos para o cafofo, e esse foi o nosso dia
- >no dia seguinte, eu e os outros dois pilotos, colocamos mãos a obra e começamos a tunar os outros carros
- >começamos com o STI
- >colocamos outro turbo, nitro, e trocamos as peças necessárias pra aguentar a potência
- >na verdade, fizemos isso em todos os carros
- >colocamos dois turbos em cada
- >os turbos iam entrar quando os motores estivessem a 1500rpm
- >então não colocamos um supercharger em nenhum
- >mexemos na estética dos carros, com body kits, aerofólios, rodas novas
- >pintamos, colocamos adesivos
- >criamos mais 3 carros de corrida
- >pra corridas de rua
- >passamos um mês e meio trabalhando nessa parte do plano
- >o término foi atrasado pela chegada da Dodge Ram
- >e é aqui que eu explico o que mais compramos na loja
- >lembra que eu falei de peças pro exterior?
- >então, eram barras de proteção e reforços pro chassi
- >mas barras de proteção externas
- >soldamos elas ao redor de todo a caminhonete
- >a idéia era criar um mini tanque de guerra
- >as barras, pra bater em outros carros e proteger a picape
- >foi um trabalho demorado, mas por fim acabamos
- >depois mexemos nas peças de performance
- >e por fim, fixamos as duas M240 que eu comprei nela
- >na oficina, eu tinha dito para eles fazerem um furo do tamanho do cano da metralhadora no vidro da frente, e o mesmo no de trás
- >coloque uma em cada um, e liguei os gatilhos a dois botões no volante
- >eu preferiria ter colocado do lado de fora, pois ia ser uma barulheira dentro do carro quando eu atirasse
- >mas ela já ia chamar atenção suficiente tendo uma armadura ao seu redor
- >imagina com duas metralhadoras presas no teto
- >percebi que não ia ser viável dirigir com ela por toda Chicago
- >eu ia precisar de um meio de transporte
- >então comprei um caminhão pequeno
- >não tão pequeno, pois a picape tinha que caber dentro dele
- >mas não um grande
- >depois que tudo estava pronto, só tínhamos que esperar a Organização organizar novos assaltos
- >nesse meio tempo, eu e os outros dois pilotos nos envolvemos nos circuitos ilegais de corrida
- >as vezes perdíamos, mas normalmente ganhávamos
- >era difícil alguém conseguir bater o meu Corvette, mesmo quando o piloto era melhor
- >então já começamos a ganhar um pouco de dinheiro assim
- >usávamos nomes falsos, e tínhamos mudado nossa aparência, então provavelmente não seríamos reconhecidos
- >depois de um mês só participando de corridas
- >um mês em que os hackers da minha equipe ficaram só vendendo cartões clonados pra ganhar algum dinheiro
- >a Bianca me avisou que ia acontecer um assalto, mais ou menos como o que eu tinha participado
- >e era nele que iríamos agir
- >pra tentar manter tudo no sigilo, os membros da Organização combinavam tudo por um chat IRC que apagava o histórico de conversa depois de 10 minutos
- >felizmente, o Robin instalou um vírus no PC de um dos recrutadores da Organização em Chicago que nos dava acesso a tela dele, e tudo o que ele via
- >além de descobrirmos que ele era um pedófilo, conseguimos descobrir detalhes sobre o assalto que ele estava planejando
- >os “pupilos” (como ele chamava quem ele recrutava por dívida, assim como eu e a Bianca) iam roubar uma casa onde um homem guardava muito dinheiro vivo e levar ele para um esconderijo, onde eles iam carregar um carro (conseguimos até o modelo, era um Subaru BRZ azul)
- >esse carro, então, ia ser pilotado por um dos capangas dele até outro esconderijo, onde o dinheiro então ia ser transferido para um caminhão e levado para Las Vegas
- >alguma coisa ia acontecer em Vegas e eu precisava descobrir o que
- >o assalto ia acontecer dali a dois dias, então pudemos nos preparar
- >o Robin era um homem de não mais do que 20 anos, bem pequeno, mas ágil
- >ele se dizia muito bom para invadir lugares guardados, pois costumava fazer isso para instalar fisicamente alguns vírus em máquinas de empresas
- >decidi, então, colocar as habilidades dele a prova
- >mandei ele para onde estava escondido o Subaru que ia ser usado no roubo
- >ele ia instalar um rastreador para sabermos qual o caminho que o carro ia seguir
- >ele foi na madrugada do mesmo dia
- >infelizmente, ele não voltou
- >foi capturado tentando colocar o rastreador
- >descobrimos que o plano deles, devido a isso, ia se manter o mesmo
- >com a diferença que o Subaru agora ia ter uma escolta armada
- >felizmente, a gente tinha um semi tanque de guerra, então nosso plano também só mudou um pouco
- >chegou finalmente o dia do roubo
- >do roubo onde íamos roubar outro roubo
- >mandei a Sarah dirigindo um Civic preto alugado para o lugar onde o assalto ia acontecer
- >ela ia ser meus olhos, já que eu não tinha um rastreador
- >junto com ela foi o Dave
- >ele disse que se o motorista do Subaru fosse burro o suficiente pra usar um celular como GPS, ele ia conseguir invadir e saber exatamente qual a rota do comboio
- >eles foram para a localização marcada, e eu carreguei a picape no caminhão
- >pilotando o caminhão ia estar o Carl
- >e o Liam foi dirigindo o Supra
- >mudamos sua pintura, fizemos ele todo preto e sem adesivos, pois não mais poderíamos sair com ele pra corridas
- >junto com ele, foi o Daniel, levando um fuzil de assalto
- >o RPG ficou comigo, dentro da picape
- >não podia me arriscar e explodir todo aquele dinheiro
- >na hora de sair, a Bianca me chamou pra conversar
- >”eu, toma cuidado lá fora, esses homens não estão pra brincadeira”
- >pude ver nos olhos dela que ela realmente estava preocupada
- >”eu não sei o que faria se você morresse, minha vida não teria mais rumo”
- >”eu te amo”
- >quando ouvi isso, fiquei sem reação
- >percebi que o sentimento era recíproco
- >aquela preocupação, aquela vontade de salvar ela
- >não era só empatia, era algo muito maior
- >então eu sorri, e ela me beijou
- >percebi que, assim como quando beijei pela primeira vez a Jenny, meu cérebro parou de funcionar
- >mas dessa vez, não sei por que
- >eu sentia que podia confiar minha vida a Bianca
- >sabia que ela não faria como a Jenny
- >e me senti verdadeiramente feliz naquela hora
- >depois disso, ela apenas falou “se cuida” e saiu andando
- >depois disso, saímos para por o plano em prática
- >cada um dirigiu para a sua posição
- >eu, o Carl e o Liam ficamos em um lugar por onde calculávamos que o comboio ia passar, mas não tínhamos certeza
- >ficamos aguardando o contato do Dave, informando se conseguiu o trajeto completo deles, ou pelo menos indicando onde eles estavam
- >colocamos um rastreador no Civic, para poder visualizar no mapa sem ter que procurar muito
- >depois de uns 30 minutos, meu celular tocou
- >o Dave falou que invadiu o celular deles, e me passou o caminho exato que eles iam fazer
- >óbvio que ele podia não ir pelo caminho do GPS, mas era um risco que eu precisava tomar
- >organizei uma emboscada em um lugar deserto por onde eles iam passar
- >escolhi uma rua que era mais escura e bem vazia, além de bem longa e reta, em um distrito industrial
- >eu tinha medo de machucar alguém que não estava envolvido
- >no distrito industrial de madrugada provavelmente não ia ter ninguém
- >espalhamos tudo o que conseguimos encontrar de pontudo na rua, principalmente nos lugares onde não havia luz, para furar os pneus deles
- >tínhamos equipados nossos carros com pneus run flat, então podíamos passar por ali sem problemas
- >estacionamos em uma rua transversal, e esperamos
- >quando eles entraram na rua eu saí do lugar onde eu estava e comecei a acelerar com tudo pra cima deles
- >o Subaru vinha na frente, seguido por uma minivan, provavelmente a sua escolta
- >eu não queria o Subaru, esse ia ser o trabalho do Liam
- >se eu conseguisse parar ele, melhor
- >se não o Liam ia cuidar disso
- >mas
- >meu objetivo era parar a escolta dele
- >então continuei acelerando, mas abri espaço suficiente pro Subaru passar
- >se o motorista fosse esperto
- >se eu acertasse ele, provavelmente a escolta dele desceria e me mataria
- >eu tinha que neutralizar eles o quanto antes
- >ao me aproximar, apertei dois botões ao mesmo tempo
- >o da metralhadora frontal, e do nitro
- >felizmente a Bianca tinha me dado um protetor pro ouvido
- >então só foi um pouco alto o barulho dos tiros
- >o Subaru foi acertado por diversos tiros, e o motorista perdeu o controle e bateu em uma parede
- >já o motorista da minivan, eu não acertei
- >me aproximei da minivan, e me preparei pro impacto
- >eu sempre fui ateu, mas naquela hora rezei pro meu cinto aguentar o impacto
- >eu tinha trocado para um cinto melhor e bem estofado, para que eu não me machucasse tanto
- >foquei a imagem da Bianca sorrindo pra mim, como se fosse um incentivo para continuar vivo
- >no momento em que eu atingi a minivan, eu estava a uns 230km/h
- >com o nitro ativado
- >o impacto me deixou meio atordoado
- >mas logo me recuperei
- >vi que o motorista morreu esmagado, mas sabia que na parte de trás os outros homens iam se recuperar logo
- >dei marcha ré, enquanto colocava o RPG no meu colo
- >girei o carro e virei a minha janela para onde a minivan estava
- >abri a porta assim que o carro parou e desci com o RPG em mãos
- >apoiei um joelho no chão, mirei e atirei
- >vi quando o míssil atingiu em cheio o lugar onde o motor ficava
- >e quando a minivan explodiu
- >o grito dos homens foi abafado pelo barulho da explosão
- >não fiquei pra ver se todos estavam mortos, voltei para a picape e fui para onde o Subaru estava
- >o Liam já tinha chegado, e o Daniel já tinha rendido o motorista e o homem que estava com ele
- >atirei em um deles, me virei pro outro e falei
- >”fala pros seus superiores que o recrutamento acabou, e que eu vou me garantir pessoalmente disso”
- >dei um chute nele e peguei as sacolas de dinheiro do carro
- >de lá, dirigimos até de volta para o cafofo
- >quando me viu, a Bianca correu pra me abraçar
- >e depois me deu um beijo
- >contamos o dinheiro, tinha quase 10 milhões de dólares ali
- >sorri, pois minha vingança já estava encaminhada
- >porém, isso era só o começo
- >minha guerra estava só começando
- >os meses que se seguiram foram na verdade muito bons para nós
- >nós tanto como equipe
- >quanto como eu e a Bianca
- >nunca imaginei que ia acabar namorando ela
- >pedi ela em namoro depois de um mês
- >nesse ano e meio que eu passei como fugitivo, aprendi muita coisa
- >aprendi a viver a vida um dia de cada vez
- >todo dia eu acordava, e o aproveitava como se fosse o último
- >as vezes eu acordava com um café da manhã na cama
- >as vezes com outra coisa
- >as vezes, perdia o sono no meio da noite e não dormia mais
- >ainda assim, aproveitava tudo
- >os pequenos prazeres da vida, como uma simples refeição com os amigos
- >nós compramos uma churrasqueira, e transformamos a parte externa atrás do galpão em uma área de lazer
- >construímos uma piscina
- >na verdade, fizemos uma “prainha”
- >assim como eu, muitos nunca tinham visto o mar, então decidimos fazer o nosso próprio mar
- >era uma piscina, mas que em um dos lados o chão tinha uma camada de 1m de areia
- >lá construímos um pequeno quiosque
- >colocamos em um canto mais afastado aqueles simuladores de surf
- >dizem que dinheiro não compra felicidade, mas compra sim
- >nunca vi nenhum de nós tristes enquanto surfando
- >assim como nosso primeiro roubo, roubamos diversos carregamentos de dinheiro da Organização
- >eles estavam atrás de nós, mas não conseguiam nos achar
- >escondíamos nossos rastros como ninguém
- >tínhamos diversas casas e galpões espalhados pela cidade
- >depois de um ataque à Organização, passávamos normalmente por 3 desses galpões, trocando de carro, seguindo a pé até alguém nos buscar
- >nos misturávamos à multidão no metrô
- >mudávamos de roupa
- >resumindo, era quase impossível nos rastrear
- >o Supra e a Dodge foram ambos pintados completamente de preto, e colocamos um filme preto no vidro
- >as lojas onde esses dois carros foram comprados “pegaram fogo” durante a noite
- >sim nós causamos um incêndio
- >assim pudemos apagar qualquer vestígio de onde tínhamos comprado nossos carros
- >e misteriosamente, uma bolsa com dinheiro apareceu na casa dos donos dessas lojas pra pagar pelo prejuízo
- >minha guerra era contra a Organização, não contra um vendedor de carros honesto
- >a cada dia, descobríamos mais sobre a Organização
- >mas uma coisa eu não conseguia descobrir
- >o que diabos tinha em Las Vegas
- >eles sempre mandavam o dinheiro pra lá
- >provavelmente o centro de operações ficava lá
- >descobrimos diversas coisas sobre a Organização
- >causamos um escândalo em escala nacional ao divulgar anonimamente dados sobre certo senador envolvido com assassinatos e pagamentos de propina
- >com a sua prisão, a Organização perdeu um pouco de influência
- >mas eles ainda tinham diversos senadores sob seu comando
- >era assustadora a influência que eles tinham
- >em compensação, nossa rede de contatos cresceu também
- >nos organizamos para criar outros grupos como o nosso
- >os “pupilos” que eram resgatados se uniam em um outro galpão, do outro lado da cidade
- >era um grupo com mais de 20 membros
- >eles não mantinham contato direto conosco, tínhamos um sistema para o envio de mensagens muito bom
- >o que fazia com que eles não nos conhecessem, apenas nos seguissem
- >obviamente que era muito mais difícil convencer eles a se juntar sem nos mostrar
- >mas mesmo assim acabávamos conseguindo, depois de mostrar a verdadeira face da Organização pra eles
- >descobrimos que o Recrutamento era muito usado por eles, pois assim evitavam que a organização se desfizesse
- >imagine como uma terceirização de serviços
- >os “pupilos” não tinham ligação nenhuma com a Organização
- >se eles fossem presos, ninguém poderia ligar os pupilos com a Organização
- >todos os registros de prisão eram apagados assim que eles eram recrutados
- >a Organização tinha homens em todos os lugares, por isso não podia correr o risco de algum dos pupilos ser um agente infiltrado
- >por isso escolhíamos bem quem recrutar para a nossa causa
- >matamos diversos “pupilos” que na verdade eram agentes infiltrados
- >a partir de agora, vou chamar o meu grupo (eu, Bianca, Dave, Daniel, Carl, Sarah e o Liam) de Diretoria
- >e o outro grupo de subalternos
- >devido aos carros pretos que utilizávamos, ficamos conhecidos como os Demônios Negros pelos homens da Organização
- >é um nome bem clichê, mas aceitamos como nossa identidade
- >no circuito das corridas de rua, eu e o Liam corríamos utilizando máscaras, ninguém conhecia nossa identidade
- >éramos muito bons
- >rapidamente ganhamos certa fama, ficamos conhecidos como os Irmãos sem Rosto
- >de certa forma, era bom que ficássemos famosos
- >como o Charles me disse no dia do meu recrutamento, os bons pilotos tinham nome conhecido e não eram boas escolhas para serem recrutados
- >compramos o galpão ao lado do nosso, e seguindo um conselho do Dave construímos uma fazenda de Bitcoins
- >consumia muita energia, mas o retorno era bem maior
- >e como estávamos em um distrito industrial, a energia extra consumida não chamaria tanta atenção
- >além disso, instalamos painéis solares para economizar dinheiro na energia
- >só tínhamos um problema: a polícia
- >como eu disse, a Organização tinha homens em todos os lugares
- >eles conseguiram incriminar os Demônios Negros pelo assassinato de uma família inteira, e conseguiram que a polícia abrisse uma investigação contra nós
- >um dos nossos chegou a ser preso, mas não abriu a boca por nada
- >também reforçamos a nossa base, tanto da Diretoria quanto dos subalternos
- >e com uma propina bem gorda, a polícia não entrava nos armazéns para ver o que acontecia ali
- >infelizmente tivemos que matar um policial que decidiu ser um herói e entregar os terríveis Demônios Negros
- >nos odiamos por fazer aquilo, mas era necessário
- >enquanto isso, estando com a Bianca eu senti o que eu nunca tinha sentido com a Jenny
- >ela me fazia sentir completo
- >estando com ela, eu não precisava de mais nada
- >eu adorava cada coisa nela
- >adorava como ela agia
- >adorava o humor dela, que era quase idêntico ao meu
- >adorava como uma mecha rebelde do seu cabelo castanho caía o tempo todo sobre seu rosto, e cobria um de seus olhos
- >adorava como ela ficava vermelha quando eu falava algo fofo
- >resumindo, eu estava vivendo uma vida ótima, apesar da minha situação
- >estávamos ganhando muito dinheiro
- >eu tinha um destacamento de 6 homens
- >eram conhecidos como os Zangões
- >cada um deles dirigia uma Suzuki GSX-R 1000 completamente preta com cano de descarga cortado
- >e estavam armados com uma MP5 silenciada e munição explosiva
- >eles tinham o apoio de uma equipe de 2 hackers, que coordenavam suas operações
- >os outros 12 eram semelhantes a um pequeno exército
- >treinados com técnicas militares, eu os usava quando a ocasião pedia por mais armas e menos motor
- >eles usavam de tudo como armamento
- >M16, M240, G36C, MP7, uma variedade de armas
- >eu deixei cada um escolher seu armamento
- >eu tinha uma dupla de atiradores de elite
- >um usava uma Barret M95 .50
- >o outro, uma Intervention .408 silenciada
- >essas duas equipes, coordenadas por todos da Diretoria, mas principalmente por mim
- >por ter sido o que começou com tudo isso, eu era o líder dos Demônios Negros
- >atrapalhavam sempre que possível as operações da Organização
- >fossem pequenos assaltos a uma loja de conveniência
- >a assaltos a carros fortes e bancos
- >o que envolvesse a Organização e dinheiro nós nos envolvíamos
- >era nosso sustento tirar o dinheiro deles
- >não o principal
- >mas o que conseguíamos nas corridas e com a fazenda de Bitcoins basicamente pagava nossas contas, os custos com balas, etc
- >mas não era suficiente para juntar
- >quando queríamos fazer algum grande investimento, era com o dinheiro roubado da organização
- >e tudo parecia dar certo
- >a única vez em que quase capturaram um de nós foi em um assalto a um assalto a um carro forte
- >mas o Carl conseguiu dominar os caras que estavam levando ele e no dia seguinte ele voltou para nós
- >ainda assim, com tudo isso dando certo
- >algo não fazia sentido pra mim ainda
- >Las Vegas
- >era o que me deixava acordado de noite
- >não saber o que que tinha lá
- >eu não fui até lá descobrir por ter que ficar tomando conta das coisas em Chicago
- >mas não impedia minha curiosidade de querer saber por que diabos não descobríamos nada de lá
- >de qualquer jeito, ainda era uma vida muito melhor do que qualquer uma que eu pudesse sonhar
- >o problema
- >é que todo sonho tem um final
- >era uma quarta-feira ensolarada
- >a Bianca tinha me acordado com um presente
- >eu nem me lembrava por estar focado em acabar com a Organização, mas era meu aniversário
- >eu estava fazendo 20 anos de idade
- >foi um dia muito bom, alguém comprou um bolo e nós passamos o dia bebendo cerveja, conversando e se divertindo
- >não poderia pedir por mais nada no meu aniversário
- >a minha nova família, cada um deles tinha um lugar guardado no meu coração
- >quando estava escurecendo, entrei para dentro do galpão para ir no banheiro
- >enquanto estava lá dentro, ou ouvi o barulho de tiros
- >saí do banheiro rapidamente, mas com cautela
- >e vi diversos homens armados passando pelo galpão e indo para a prainha, onde todos estavam reunidos
- >e vi quando o Carl puxou uma pistola e deu um tiro na barriga da Bianca
- >quando eu vi isso, eu fui consumido pela raiva
- >não, eu não ia deixar que eles levassem a única parte boa de mim
- >não sem uma boa luta
- >eu corri pra nossa sala de armas
- >peguei uma M240
- >corri para onde os homens estavam, enfileirando os sobreviventes para uma execução
- >eu vi a Bianca caída, se contorcendo de dor
- >vi o corpo do Dave, caído inerte, em uma poça de sangue, com diversos ferimentos no peito
- >a Sarah, na mesma situação, mas com um buraco na cabeça
- >naquele momento, eu não tinha nada a perder
- >abri fogo contra os homens da Organização
- >infelizmente, algum infeliz preferiu atirar nos meus parceiros do que em mim
- >então eu vi quando o Daniel e o Liam tombaram, seu sangue rapidamente formando uma grande poça
- >eu atirei sem me importar se me acertassem, eu só queria matar aqueles bastardos
- >os 7 homens que entraram acabaram morrendo, e só sobrou o Carl, que tinha tomado um tiro na perna e apesar de agonizando estava vivo
- >infelizmente, era ou ele ou a Bianca
- >corri para onde ela estava caída, com lágrimas nos olhos
- >pelo menos ela ainda estava viva
- >fiz o melhor que pude para estancar o sangramento, pelo menos a bala não atravessou
- >enquanto fazia isso, ouvi o barulho de um helicóptero se aproximando
- >eu não precisava pensar muito pra saber que era um helicóptero da Organização
- >levantei a Bianca e corri com ela para onde meu Corvette estava estacionado
- >coloquei ela no banco de passageiros e entrei no banco do motorista
- >liguei o carro e acelerei pela porta
- >só pra me deparar com um bloqueio de carros
- >atrás dos quais diversos homens armados esperavam
- >assim que os vi eu dei meia volta e corri pra dentro do galpão
- >desci do carro e corri pra tirar a Bianca de lá
- >ouvi quando gritaram uma simples ordem
- >”se afastem do raio da explosão!”
- >nesse momento, eu corri como nunca
- >coloquei a Bianca dentro da Dodge Ram
- >e dessa vez saí do galpão sem medo
- >mirei o carro onde num espaço entre dois carros
- >eu ia ter que empurrar eles mas era mais fácil do que acertar em cheio um carro
- >comecei a atirar enquanto acelerava, e vi uns 2 filhos da puta caindo
- >atravessei o bloqueio como se não fosse nada, e saí correndo pela rua
- >eu vi pelo retrovisor quando o galpão que foi minha casa explodiu
- >e vi quando os carros que estavam no bloqueio, além de outros que estavam por ali, vieram no meu encalço
- >nessa hora eu agradeci a mim mesmo por ter colocado uma metralhadora apontada para trás
- >eu não ia facilitar aquela perseguição
- >toda vez que algum carro chegava no alcance na metralhadora, eu disparava
- >os que se aproximavam muito, eu jogava para fora da rua
- >eu achei que ia conseguir fugir
- >até que ouvi o barulho de um único disparo
- >um barulho que infelizmente eu conhecia
- >alguém tinha disparado em mim com uma Barret .50
- >apesar da minha blindagem ser boa
- >aquela arma era feita para atravessar a blindagem de tanques de guerra
- >o tiro acertou alguma peça importante do carro, pois comecei a perder o controle dele
- >ainda assim consegui me manter no caminho
- >até que vi algo na rua
- >eu não precisei olhar duas vezes para saber o que era
- >C4
- >tentei me desviar, mas eu não tinha tanto controle do carro
- >a explosão acertou a traseira da picape, que foi jogada para cima
- >meu carro girou
- >e girou
- >e girou
- >só sei que nessa hora eu apaguei
- >quando acordei, em uma cela escura, ouvi uma voz que infelizmente me era familiar
- >”olá Jake, que bom que você acordou”
- >era o Carl, aquele bastardo filho de uma puta
- >”por quê? ”
- >foi tudo que eu consegui dizer
- >”porque você roubou minha namorada no colégio. Porque você acabou com as minhas chances de ser realmente rico e não ter que viver em um galpão em algum distrito industrial. PORQUE VOCÊ QUASE ME MATOU! Ou você acha que consegui fugir sozinho daquela vez que fui capturado?”
- >”mas...”
- >”MAS NADA. Eu tinha um futuro definido. Eu não tinha sido recrutado pela Organização, como você imaginou, mas sim me voluntariado. Eu não tinha opções, então aquele era um ótimo trabalho para mim. Mas aí você apareceu, e veio com esse papo de acabar com a Organização e roubar o dinheiro dela”
- >”e eu caí como um pato nesse conto. Como você não ameaçou me matar, parecia mais seguro, achei que seria uma melhor escolha te seguir, mas como eu estava errado! Naquele dia em que eu fui capturado, eles me torturaram, e não foi pouco”
- >nesse momento ele tirou a camiseta e ficou de costas para mim, de forma que eu pudesse ver as diversas cicatrizes que cruzavam suas costas
- >”eles, então, ameaçaram minha mãe” eu tomei folego para falar, mas ele continuou “sim, eu sei, normalmente eles não recrutam quem tem família. Mas eu estava tão desesperado! Eles colocaram uma faca no pescoço da minha mãe, pra me fazer ajudar eles. E no começo, eu fui movido pela chantagem. Mas um homem veio falar comigo. Um homem muito poderoso. Ele me ofereceu coisas com as quais só pude sonhar, e nessa hora percebi que não pertencia com você e seu grupo de rebeldes. Percebi que meu lugar era aqui, com a Organização”
- >ele continuou falando sobre os seus motivos, mas eu parei de prestar atenção. Minha cabeça estava em outro lugar, pensando na Bianca
- >”ah, eu conheço esse olhar. Você está pensando nela, não está? Bom, se você vai ficar feliz com essa notícia ou não eu não sei. Mas ela vai viver. Vai viver, e meu chefe me deu autorização para fazer o que eu quiser com ela. Ah Jake, como a vingança é doce!” disse ele, enquanto se dirigia para a saída, assoviando
- >tentei forçar as correntes que me prendiam, mas não consegui me soltar
- >”EU VOU TE MATAR! SEU RESTO DE ABORTO, VOCÊ VAI DESEJAR NUNCA TER NASCIDO”
- >ele riu e fechou a porta
- >eu estava sentindo um ódio inexplicável dentro de mim
- >não conseguia sentir mais nada
- >eu tinha quebrado algumas costelas, mas nem sentia elas
- >não sentia as correntes sobre a minha pele
- >não sentia tristeza
- >apenas ódio
- >ódio da Organização pelo que ela fez a mim
- >ódio do Carl, que se deixou corromper pelo dinheiro tão facilmente
- >ódio de todos
- >naquela hora, me prometi não confiar em mais ninguém
- >nunca, com exceção da Bianca
- >se a gente saísse vivo e são de lá
- >nessa hora eu comecei a chorar
- >chorei como eu não chorava a muito tempo
- >não chorava assim desde o dia em que meu pai morreu
- >chorei até não existirem mais lágrimas para serem choradas, e depois um pouco mais
- >só parei quando caí no sono
- >um sono marcado por um pesadelo
- >onde eu via a Bianca tomando aquele tiro repetidamente
- >onde eu via meus irmãos de outra mãe sendo assassinados a sangue frio
- >acabei acordando depois de algum tempo, suando frio
- >alguém tinha aberto a porta da cela onde eu estava
- >meus olhos demoraram a se acostumar com a claridade, mas depois de alguns segundos eles focaram
- >parado na minha frente, um homem que eu não conhecia
- >parecia ter uns 60 anos, pele clara, um nariz meio torto, como se já tivesse sido quebrado
- >usava um terno, e me encarava com nojo
- >”você me causou muito prejuízo. E você vai pagar por isso”
- >”quem é você?”
- >”ah Jake, sabe tanto sobre minha organização mas não sabe nada sobre mim... esperava muito mais de você... de qualquer jeito, vou me divertir vendo você sofrer. Uma pena que você não quis ir pra Vegas, nós íamos nos divertir tanto lá. Bom, estou atrasado para algo. Até mais”
- >ele se virou e saiu
- >no lugar dele entrou um homem, que começou a me espancar. Depois, ele puxou um chicote da cintura e começou a usá-lo em mim
- >não aguentei de dor, e desmaiei
- >acordei com alguém me cutucando
- >demorei para abrir os olhos
- >e me surpreendi com quem eu vi na minha frente
- >”bom te ver de novo Jake”
- >”Robin? O que você está fazendo aqui?”
- >”depois eu te explico, agora temos que sair daqui”
- >ele veio e soltou minhas algemas, e me deu apoio para sair
- >”espera! A Bianca”
- >”merda, a Bianca foi capturada também? ”
- >”foi”
- >”merda, merda, merda. Vou te deixar no carro e ir atrás dela”
- >eu queria ir junto, mas ele não deixou
- >ele me conduziu por corredores da manutenção, e conseguimos evitar câmeras e guardas
- >me deixou dentro de uma SUV, e volteou por onde viemos para buscar a Bianca
- >me sentei no banco do motorista e deixei a chave no contato, para caso precisássemos fugir
- >passei 30 minutos escondido dentro do carro, até que vi o Robin correndo, com a Bianca nos braços
- >abri a porta do banco de trás para ele, mas ele a colocou no porta malas
- >”entra lá você também, eu dirijo até sairmos daqui”
- >”não me sentia em condições de dirigir, então fiz como ele mandou sem reclamar
- >vi que pelo menos tinham cuidado dos machucados dela
- >me deitei abraçado com ela e comecei a chorar
- >ficamos uma meia hora assim, até que o carro parou e o Robin abriu o porta-malas
- >ele carregou ela para dentro de uma casa, e eu o segui, já me sentindo um pouco melhor
- >Robin, então, a colocou em uma cama e pegou seu celular
- >ouvi quando ele disse que precisaria de um médico que mantivesse sigilo
- >depois disso, ele voltou para a sala, onde eu tinha me sentado
- >”imagino que você queira uma explicação, certo?”
- >eu fiz que sim, e ele continuou
- >”quando fui capturado, não sabiam que eu tinha sido recrutado pelo Charles, então assumiram que eu era um ladrão qualquer. Como eu consegui passar pela segurança deles até quase chegar no carro, eles me consideraram um bom ladrão, e me contrataram. Não como um pupilo, mas como um membro efetivo da Organização”
- >”infelizmente, eles rastreiam tudo o que os funcionários fazem e suas chamadas, então não consegui te avisar que estava bem. De qualquer jeito, ganhei dinheiro trabalhando para eles e comprei essa casa. Eu ouvi quando disseram que tinham te capturado, então decidi que já era hora de abandonar eles”
- >”agora estamos aqui, mas ao te ajudar a fugir perdi tudo o que tinha. Consegui sacar 75 mil dólares da minha conta, e nada mais. Teremos que nos virar com isso. Infelizmente, eles descobriram o esconderijo onde ficavam os outros que você resgatou da Organização. Estão todos mortos. Desculpa”
- >aquilo me abalou, mas eu tinha outras preocupações em mente
- >passei o resto do dia refletindo, sentado ao lado da cama da Bianca
- >um médico passou lá, mas disse que não tinha muito o que fazer, só esperar
- >de noite, a Bianca finalmente acordou
- >quando vi ela com os olhos abertos, não aguentei e comecei a chorar
- >ela me abraçou, e ficamos assim por vários minutos, em silêncio
- >”eu achei que eu ia te perder, você quase me matou do coração” eu consegui dizer, por fim
- >”mas eu voltei amor, nunca vou te deixar”
- >depois disso contei pra ela o que tinha acontecido, desde que fomos capturados, dois dias antes
- >ela chorou comigo pelos irmãos que perdemos, e ficamos lá até que o cheiro da carne que o Robin estava fazendo fez nossas barrigas roncarem
- >apesar de estar machucado, ajudei a Bianca a ir até a cozinha, onde comemos e colocamos dois anos de conversa em dia
- >próximo da meia noite, ouvimos a campainha tocando
- >o Robin mandou ficarmos em silêncio, enquanto atendia o interfone
- >depois, me falou com cara de preocupado
- >”eles suspeitam que eu ajudei vocês na sua fuga, vieram revistar minha casa. Vão para os fundos, lá é onde eu guardo meu carro, e por lá tem uma saída para a rua de trás”
- >”e você? Não vem com a gente?”
- >”não, vou ficar e enrolar eles ao máximo, eu consigo me virar”
- >ele falou isso e me entregou as chaves do carro dele e uma mochila com o dinheiro
- >não tínhamos tempo para discutir, então ajudei a Bianca a sair pelos fundos
- >era um Prius, mas ia dar pro gasto
- >coloquei a Bianca no banco de passageiro e sentei no banco do motorista
- >liguei o carro e dirigi pra fora de lá
- >tivemos que dar a volta e passar pela frente da casa, e pudemos ouvir o barulho de um tiro
- >o Robin estava morto
- >meu ódio por eles só aumentou
- >dirigi pra longe de lá, já sabendo para onde ir
- >passei em um posto e comprei um galão de gasolina
- >me perdi no caminho, pois fazia muito tempo que não ia lá
- >acabei chegando, em frente a um pequeno galpão
- >bati na cabine do porteiro e ele me reconheceu, depois que falei com ele
- >abriu o portão e me deixou entrar
- >estacionei o Prius e desci
- >caminhei até os fundos do armazém, onde eu podia ver um grande volume, escondido por uma capa
- >puxei ela e lá estava ele
- >o Shelby Mustang GT500 do meu pai
- >durante o tempo em que eu era o líder dos Demônios Negros, nem me lembrei da existência daquele carro
- >mas enquanto conversava com o Robin acabei me lembrando dele
- >as chaves estavam no para-brisas
- >abasteci o carro e dirigi ele pra fora
- >”você por acaso não tem um carro escondido no seu bolso também não?” disse a Bianca
- >eu dei risada e roubei um beijo dela, e então a ajudei a entrar no carro do meu pai
- >dirigi até chegar em um hotel barato, e passamos a noite lá
- >no dia seguinte, fui analisar o que meu pai tinha feito no motor, e qual o seu estado de preservação
- >meus olhos se encheram ao ver aquele V8 de quase 400cv sobre o qual passei tantas horas debruçado com meu pai
- >entendo o lado dele, de querer que o carro continuasse o mais padrão de fábrica possível
- >me lembro de dias inteiros procurando uma única peça específica por querer que o máximo possível do carro fosse original
- >mas naquela hora, eu desejava que ele tivesse mexido no carro
- >porque ia ter me economizado tempo e dinheiro
- >infelizmente, eu ia mexer naquele motor
- >óbvio que eu ia guardar todas as peças originais
- >quando tudo isso acabasse, eu queria remontar ele do jeito que meu pai deixou
- >mas naquele dia, separei 10 mil dólares para ficarem guardados e depois fui para uma loja de peças automotivas
- >comprei 50 mil dólares em peças, só para o motor
- >eu sou louco, mas não a ponto de estragar o exterior de um GT500 de 1967
- >fui em uma oficina e, depois de pagar 200 dólares, eles me deixaram usar suas ferramentas e seu elevacar
- >passei uma semana vivendo no hotel e mexendo no carro
- >alguns funcionários da oficina me ajudavam quando não tinham nada pra fazer, e não cobravam por isso
- >então foi mais rápido do que eu esperava
- >já que os machucados nas minhas costas não tinham cicatrizado completamente, eu não podia fazer muita força
- >mas no final deu certo, e consegui acabar o carro
- >a potência dele tava passando dos 600cv fácil
- >considerei suficiente pro que eu queria
- >o meu mês seguinte, passei correndo
- >também participei de assaltos
- >qualquer coisa
- >pra juntar dinheiro
- >na conversa com o Robin, antes da sua morte, ele nos contou o nome do homem que visitou minha cela, do homem que liderava a Organização
- >Cooper Cavazos
- >era esse o homem que eu tinha que encontrar
- >depois de dois meses juntando dinheiro, eu tinha arrecadado pouco menos que 300 mil
- >eu e a Bianca morávamos em um galpão abandonado, e só gastávamos com gasolina e numa lan house para a Bianca pesquisar sobre o Cooper, além de comida e água
- >com esse dinheiro em mãos, e com meu plano já decidido, parti para Las Vegas com a Bianca
- >foram dois dias na estrada, parando apenas para dormir
- >durante a viagem, discutimos diversas vezes sobre o que iríamos fazer
- >a Bianca tinha descoberto que esse homem era o dono de um grande cassino de Las Vegas
- >e que os últimos andares eram onde os líderes da Organização se encontravam
- >por isso era pra lá que eu ia
- >chegando em Vegas, me maravilhei
- >as luzes, os prédios, tudo lá
- >era muito diferente do que eu imaginava
- >fiquei abismado com a cidade
- >quase bati o carro olhando a réplica da torre Eiffel
- >alugamos pelo Airbnb um apartamento pequeno, mas com um aluguel barato
- >e lá eu me preparei para o que eu pretendia fazer
- >nós passamos muito tempo estudando a estrutura do cassino
- >e como as coisas funcionavam lá
- >depois de duas semanas nas fases finais do planejamento, chegou o dia de por tudo em prática
- >naquele dia, ia acontecer uma reunião com os principais líderes da Organização
- >e eu ia estar lá
- >fui para um comerciante do mercado negro, um conhecido do homem que me vendia armas em Chicago, para me armar
- >comprei um colete a prova de balas
- >duas UMP45 com supressor
- >duas Glocks G41 silenciadas
- >uma M4A1 SOPMOD silenciada, com mira, laser, grip e carregadores estendidos
- >granadas
- >C4
- >um paraquedas
- >por que um paraquedas?
- >porque a chance de alguém disparar o alarme era muito grande
- >e aquele cassino ia lotar de policiais e guardas
- >então preferi ir embora de paraquedas
- >além disso, eu sempre quis pular de paraquedas e nunca tive dinheiro pra isso
- >de qualquer jeito
- >comprei também um maçarico
- >caso eu precisasse extrair informações de alguém
- >depois disso, fiz uma visitinha para um funcionário da manutenção muito específico
- >um que tinha acesso aos andares superiores
- >peguei a roupa dele, as credenciais, e garanti que ele não ia trabalhar no dia seguinte
- >voltei para o apartamento onde eu e a Bianca estávamos ficando
- >preparei tudo pro dia seguinte
- >em uma mochila bem grande, eu coloquei todas as armas, munição, e o paraquedas
- >no dia seguinte, acordei cedo, coloquei o colete por baixo da roupa de funcionário e fui para o trabalho
- >chegando lá, agi como se fosse um funcionário do cassino o dia inteiro
- >a reunião estava programada para as 5 da tarde, então às 5:10 eu ia estar lá
- >quando deu 4:30, subi para os andares superiores
- >me tranquei em um armário da manutenção, e me preparei
- >coloquei a mala com o paraquedas nas minhas costas
- >prendi as duas Glocks em coldres na minha perna
- >as UMP45 eu prendi nas costas
- >e a M4A1 foi na minha mão
- >quando deu 5:05 eu saí do armário
- >encontrei dois guardas pelo caminho, que morreram sem nem perceber onde eu estava
- >encontrei o escritório, e arrombei a porta com um chute
- >o escritório era bem grande e amplo
- >com uma grande janela com vista para Las Vegas
- >só tinha um problema
- >não tinha ninguém lá
- >nessa hora, o telefone tocou
- >claramente que era pra mim
- >reconheci de cara a voz do Cooper
- >”olá novamente Jake. Parece que eu venci, não acha? Você está encurralado aí, e sua garota está com o Carl. Falei para você que você iria pagar. Você vai morrer aí, sozinho, sabendo que sua garota vai ser repetidamente violada por meus homens, e depois que eles acabarem ela ainda será torturada, simplesmente porque vocês me causaram muita dor de cabeça. Agora, se você não se importa, tenho que recuperar o prejuízo que você me causou. Adeus Jake, até nunca mais”
- >ele desligou, e eu ouvi passos pelo corredor
- >espiei pela porta e vi muitos homens armados vindo na minha direção dos dois lados
- >nessa hora, eu dei graças a deus por estar com um paraquedas
- >joguei todas as granadas que eu tinha nos homens que estavam vindo, atirei na janela e, quando ela se quebrou, eu pulei
- >fiquei em queda livre por alguns segundos, mas logo puxei o fio que abria o paraquedas e ele se abriu
- >planei suavemente até o chão, onde me livrei do paraquedas e saí correndo
- >corri até uma rua paralela ao cassino, aonde eu tinha deixado o meu carro parado
- >entrei nele e corri até meu apartamento
- >chegando lá, vi uma BMW M3 saindo
- >ela passou por mim, e pude ver claramente o Carl no banco do motorista
- >quando vi isso, dei meia volta com o carro e fui atrás dele
- >percebendo que estava sendo perseguido, o Carl tentou fugir de mim
- >quando viu que o meu carro era mais rápido que o dele, deu meia volta com o carro e tirou uma MP5 de dentro
- >eu parei o meu carro de lado e deixei ele entre eu e o Carl
- >trocamos muitos tiros, até que atingi um no braço dele
- >fui até ele, e antes que eu pudesse falar qualquer coisa ele me deu um sorriso e falou
- >”acho que você vai adorar a surpresa que te deixei no seu apartamento”
- >nessa hora me lembrei da Bianca, que tinha ficado lá
- >fui voltar pro meu carro, mas lembrei que já tinha deixado o Carl sair vivo uma vez
- >arrastei ele comigo e coloquei ele no banco do passageiro
- >usei o cinto do carro e amarrei as mãos dele
- >cheguei em casa, e arrastei ele comigo para dentro
- >quando abri a porta, eu travei enquanto ele dava risada
- >na sala estava a Bianca
- >a mulher por quem me apaixonei
- >a mulher que me ensinou a diferença entre transar e fazer amor
- >a mulher que tinha o poder de transformar qualquer dia em um dia bom com um simples sorriso
- >estatelada no chão
- >sem roupa
- >com cortes por todo o corpo
- >os móveis estavam todos sujos com o sangue dela
- >nessa hora eu chorei descontroladamente
- >só parei de chorar quando me toquei que o Carl ainda estava rindo de mim
- >fui até meu quarto e peguei o maçarico
- >voltei até onde ele estava na sala
- >”cadê o Cooper?”
- >”vai se foder”
- >ele falou isso e cuspiu na minha cara
- >acendi o maçarico e comecei a queimar lentamente a perna dele
- >comecei pelo pé, e fui subindo bem devagar
- >até que ele falou
- >”ta, ta, ta eu conto, mas para pelo amor de Deus. Ele está na casa de praia dele, em Fort Lauderdale”
- >merda, o Cooper estava na Flórida
- >eu ia ter que ir até lá
- >mas antes, o Carl ia pagar
- >fiz ele escrever o endereço em um papel
- >quando ele acabou, acendi o maçarico novamente
- >comecei pela virilha dessa vez
- >perdão, eu não devia ficar entrando nos detalhes da tortura
- >mas naquela hora, eu só conseguia pensar que queria ver ele e o Cooper sofrendo, pelo que eles tinham me feito
- >quando eu terminei, quase que o corpo todo dele estava queimado
- >depois disso, proporcionei um enterro de verdade para a Bianca
- >foi no mesmo dia, só eu estava presente
- >dormi em um hotel e no dia seguinte parti para a Flórida
- >era uma viagem de 36 horas
- >fiz em 23
- >cheguei em Fort Lauderdale e fui direto para um hotel dormir
- >no dia seguinte, fui cedo para a casa do Cooper
- >na verdade, aquilo era uma mansão
- >na garagem, um Bentley e um Aston Martin
- >pulei o muro, pela praia (a casa era pé na areia)
- >procurei pela casa até encontrar o quarto dele
- >e lá estava ele, dormindo calmamente
- >tirei o supressor da M4A1 e disparei uma rajada de tiros no teto do quarto
- >o Cooper acordou assustado, com o cano quente da arma queimando em sua testa
- >”Para! Tira isso da minha cara que ta queimando!”
- >eu tirei, e dei risada
- >”se isso estava te incomodando, não quero nem imaginar o que você vai achar disso”
- >e acendi o maçarico que eu trouxe comigo
- >não vou entrar em detalhes, só que quando eu terminei ele estava pior que o Carl
- >e não parei por que eu quis
- >parei porque alguém ouviu os disparos e chamou a polícia
- >atualmente, como disse no começo dessa história, tenho 21 anos
- >fui condenado a pena de morte
- >como último desejo, me foi concedida a chance de escrever a minha história
- >quando me perguntam se valeu a pena
- >eu sempre respondo que teria valido mais a pena eu ter me matado aos 18 anos, pois teria me evitado mais sofrimento
- >mas nunca tive coragem suficiente para fazer isso
- >sinceramente, eu não ligo mais de morrer
- >não desde que a Bianca foi assassinada
- >amanhã é o dia em que vou ser executado
- >finalmente alguém vai fazer o que eu não tive coragem de fazer
- >eu vou morrer feliz, por finalmente abandonar esse mundo merda em que eu nasci
- >o catolicismo prega que se você não for uma pessoa boa, você vai pro inferno depois de morrer
- >na minha opinião, eu já estava no inferno quando estava vivo
- >não consigo imaginar um lugar pior do que esse mundo
- >bom, aqui eu encerro meu relato
- >espero que isso mostre que eu sou bem mais do que o “maníaco do maçarico” do qual o jornal está falando
- >bom, adeus pra vocês
- >até nunca mais
- _______GT DO LUCAS (CONTINUAÇÃO)_______
- >olá, eu sou o Lucas
- >vocês não me conhecem, mas talvez tenham ouvido falar do Jake, um conhecido meu
- >ele ficou famoso por ter assassinado dois homens usando um maçarico
- >quando vi essa notícia no jornal, me assustei
- >não via o Jake a 3 anos
- >mas nunca imaginei que ele fosse um assassino
- >até o dia em que nós brigamos, ele não era capaz de fazer mal nem a uma flor
- >aparentemente as pessoas mudam, e muito
- >ele costumava ser meu melhor amigo
- >infelizmente, eu fui um péssimo amigo
- >fui para uma festa em que a namorada dele estava, enquanto ele viajava. Depois de ambos bebermos muito, acabamos ficando
- >e eu transei com ela nesse dia
- >infelizmente, ele voltou mais cedo da viagem, pois o pai dele sofreu um acidente no trabalho e morreu
- >e nos descobriu juntos
- >depois desse dia, nunca mais ouvi falar dele
- >só que ele tinha sido preso no mesmo dia em que isso tudo aconteceu
- >passei uma semana inteira juntando coragem para ir falar com ele, e lhe pedir desculpas
- >mas quando cheguei na prisão onde ele deveria estar, todos me disseram que não havia ninguém com o nome Jake preso lá
- >também não havia registro de ele ter passado por lá
- >achei isso muito estranho, mas não consegui encontrar uma explicação plausível
- >e, apesar de todo dia por um ano inteiro ter convivido com a culpa de ter perdido meu melhor amigo
- >consegui seguir em frente
- >fui aprovado em engenharia mecânica na Universidade de Chicago
- >e, como hobby, eu participava de corridas de rua
- >apesar de não entender de carros como o Jake
- >meus pais me ajudavam a pagar um mecânico para mexer no meu carro
- >nunca entendi o gosto do Jake por carros americanos
- >o gosto pelos carros japoneses até dava pra entender, eu também gostava deles
- >mas não os americanos
- >meu lance mesmo eram os europeus
- >BMWs, Porsches, Maseratis
- >esse tipo de carro
- >o meu carro era um Mercedes AMG GT R
- >ele já vinha de fábrica com um motor biturbo e 585cv de potência
- >mas meu mecânico conseguiu subir essa potência pra mais de 700cv
- >e quando eu ligava o nitro então...
- >meus pais só queriam me tirar de perto deles
- >não gostavam de mim
- >queriam um filho que seguisse a carreira militar
- >o que claramente não era minha vocação
- >de qualquer jeito, isso fazia eles me darem dinheiro só pra não ter que me aturar por mais do que alguns minutos
- >não vou reclamar
- >nos circuitos de corrida, tanto legais quanto ilegais, eu era só mais um
- >não me destacava, mas também não era ruim
- >sempre ficava entre a terceira e a sexta colocação
- >mas me divertia correndo, então não parava
- >um dia, vi dois homens correndo
- >eles eram conhecidos como os Irmãos sem Rosto
- >posteriormente eu descobri que era o Jake
- >mas no dia, eu adorei o estilo de corrida deles
- >eu sempre tive um estilo de direção com grip
- >não gostava de derrapar, pois na minha cabeça era perder o controle do carro
- >achava que drift era apenas exibicionismo
- >mas quando vi aquele Corvette fazendo as curvas perfeitamente, mas derrapando
- >decidi que queria aprender aquilo
- >pedi dinheiro pros meus pais
- >é, eles tinham muito dinheiro
- >meu pai era dono de diversas filiais do mc donalds
- >de qualquer jeito
- >peguei esse dinheiro
- >e comprei um Mazda RX-8
- >levei pro meu mecânico, e disse o que eu precisava
- >depois de uma semana mexendo no motor, ele me chamou para definir como ia ficar o exterior
- >passamos o dia comprando peças, e depois de mais uns 3 dias meu carro tava pronto
- >então fui pra um estacionamento, e pedi pra um conhecido que sabia como fazer drift me ensinar
- >no primeiro dia, não consegui nada
- >no segundo, quase bati o carro
- >no terceiro, depois de girar muito, consegui fazer um “drift”
- >bem ruim mas fiz
- >depois disso ele começou a melhorar
- >depois fui para uma pista, pra treinar em um lugar mais apertado
- >a dificuldade aumentou muito
- >e cara
- >quando eu sentia que pisei na embreagem com a força certa, e que a traseira do carro tinha perdido a aderência
- >e ainda assim eu conseguia controlar o carro e fazer a curva
- >entendi por que tanta gente gostava de drift
- >meu drift não era dos melhores, mas eu me divertia
- >meus pneus duravam muito menos, mas valia completamente o custo extra
- >de qualquer jeito
- >eu tinha esquecido completamente sobre o Jake
- >até que vi a foto dele bem grande no jornal, em uma manhã
- >”maníaco do maçarico é preso em Fort Lauderdale, e será executado amanhã”
- >como eu já disse antes, não conseguia imaginar ele fazendo isso
- >então fiz uma viagem de última hora para a Flórida
- >era o dia da execução dele
- >quanto a isso, infelizmente eu não podia fazer nada
- >mas podia pelo menos me desculpar
- >comprei uma passagem de avião, e fui
- >senti um frio na barriga quando cheguei na prisão, apenas duas horas antes de sua execução
- >perguntaram a ele se ele queria me receber, já que não era da família, e ele aceitou
- >fui levado para uma sala com duas cadeiras e uma mesa, na qual o Jake estava algemado
- >quase não reconheci ele
- >ele estava com o cabelo curto e loiro
- >uma barba por fazer
- >além de ter perdido a cara de criança
- >agora ele parecia um homem, e eu pude perceber que não era só a aparência dele que tinha amadurecido
- >”finalmente decidiu me ver Lucas? Eu esperava que você viesse antes, já que você foi a causa disso tudo, inclusive da minha execução daqui algumas horas”
- >aquelas palavras cutucaram feridas que a muito já estavam cicatrizadas
- >me machucaram muito mais do que deveriam
- >”cara, eu queria te pedir desculpas, pelo que fiz. Não consegui dormir por causa do que fiz, e me arrependo até hoje. É sério, eu estava muito bêbado, eu nunca faria aquilo se estivesse sóbrio”
- >”você pode calar a boca um pouco e me ouvir?”
- >nos olhos dele só conseguia ver nojo por mim
- >cara, aquele Jake era muito diferente do Jake que eu conheci na escola
- >”vou te fazer uma pergunta muito simples. Imagine que você tem um copo de
- vidro na sua mão. Agora, imagine que você jogou ele com toda sua força naquela parede. Obviamente que ele vai se quebrar. Agora, se você pedir desculpas pelo que fez a ele ele vai ficar inteiro de novo?”
- >eu estava realmente me segurando pra não chorar naquela hora
- >”não, mas...”
- >”porra Lucas é obvio que não! Então por que você insiste em pedir desculpas pra mim? O que você fez naquela noite me fez ser preso. Na cadeia, fui recrutado por uma organização terrorista que fudeu com todos os segundos da minha vida. Todas as pessoas com quem eu me importava morreram! TODAS! Você sabe como é isso? Mas é claro que não! Você é só mais um riquinho mimado cujo maior problema na vida foi não ter roupas combinando pra algum evento chique! Você não tem a menor ideia do que eu passei, GRAÇAS A VOCÊ! Então não venha fingir empatia por mim, por que você não faz a menor ideia do que me aconteceu. Graças a VOCÊ eu virei a merda de um assassino! GRAÇAS A VOCÊ eu vou ser executado daqui alguns minutos! Graças a VOCÊ eu não tenho o menor desejo de passar mais um segundo vivo. Agora, se você me da licença, eu prefiro adiantar minha execução a passar mais um segundo nessa merda de mundo. Adeus Lucas. Guardas! Por favor, me tiram daqui!”
- >ele foi, então, removido da sala antes que eu pudesse falar algo
- >mas mesmo que ele continuasse ali, eu não ia conseguir falar nada
- >eu fiquei em choque por causa das palavras dele
- >então, quando a sala ficou vazia, eu comecei a chorar
- >chorei por sentir que o sangue do Jake estava nas minhas mãos
- >ainda assim, não compreendi o que ele falou
- >sobre alguma organização terrorista recrutar ele
- >só compreendi alguns minutos depois
- >um guarda entrou na sala, e me entregou uma pilha de papéis
- >ele disse que o Jake disse que gostaria que eu lesse aquilo e que depois publicasse
- >não entendi o por que, até ler o texto
- >um texto no qual o Jake contou tudo pelo que passou
- >fiquei horrorizado pelas coisas que ele disse ter feito
- >quando acabei de ler, tinha uma nota no final
- >”desculpa Lucas, mas eu não posso te perdoar, não depois do que eu passei. Espero que conhecer minha história te faça entender o porquê de não poder te perdoar. De qualquer jeito, eu soube que a Organização apenas escolheu um líder novo e continua com as operações de sempre. Caso você possa criar uma denúncia anônima, aqui segue uma lista com o resto das informações de membros da Organização que consegui me lembrar de cabeça, denuncie eles que pelo menos uns 10 vão ser presos. Adeus Lucas, até nunca mais”
- >fiquei olhando para o nada, tentando assimilar tudo o que ele tinha dito
- >saí de lá para assistir a execução, e depois o funeral
- >por fim, voltei para Chicago
- >na viagem de volta, reli mais umas 3 vezes a história dele
- >a cada vez que eu lia, meu estado de espírito piorava
- >naquela noite não consegui dormir, a cara de nojo do Jake ao me ver me perseguia sempre que fechava os olhos
- >no dia seguinte, tentei participar de uma corrida
- >mas terminei em último
- >minha cabeça não estava focada na corrida
- >eu não conseguia tirar aquelas palavras do Jake da minha cabeça
- >”graças a você”
- >cara, isso me deixou muito mal mesmo
- >acabou completamente comigo
- >então eu decidi que ia continuar o que ele parou
- >acabar com essa tal de Organização
- >só tinha um problema
- >eu não tinha condições de enfrentar uma organização terrorista sozinho
- >nunca tinha atirado com uma arma na vida
- >a única coisa que eu sabia fazer era lutar
- >pratiquei Muay Thay, Jiu Jitsu e Krav Maga quando era menor
- >sem contar que eu praticava Eskrima (pra quem não conhece, é um estilo de luta filipino que envolve combate com bastões, espadas, facas, armas improvisadas ou mão vazia)
- >além disso, eu estava sozinho
- >decidi que não me importava, se eu não fizesse isso eu nunca mais ia ter paz
- >olhei na lista que o Jake me deu, e descobri que um desses “recrutadores” morava a alguns quarteirões da minha casa
- >fui em uma loja de armas e passei o dia lá
- >pois eles tinham um estande de tiro
- >treinei atirar com tudo
- >de pistolas a metralhadoras pesadas e snipers
- >descobri que eu realmente adorava snipers
- >por poder me manter longe do combate
- >então saí de lá tendo comprado uma Glock G41, uma Intervention .408, e uma G36C, todas as 3 silenciadas
- >fui pro endereço que o Jake marcou
- >assim como ele fazia, deixei o carro parado numa rua paralela e caminhei com a pistola e a G36C escondidas debaixo do meu sobretudo
- >deixei a Intervention no carro
- >caminhei até encontrar a casa dele
- >bati na porta, com a adrenalina correndo pelas minhas veias
- >um homem que aparentava ter uns 40 anos, com uma barba rala mas bem cuidada e vestindo um roupão abriu a porta
- >”o que que cê quer?”
- >”Jordan Hayden?”
- >percebi o reconhecimento nos olhos dele, mas que logo foi coberto por uma máscara de indiferença
- >”acho que você errou a casa parceiro”
- >”pois é, eu acho que não”
- >falei isso e dei uma ombrada nele
- >ele não esperava isso, e caiu pra trás
- >a pistola que ele segurava na mão escondida pela porta caiu, e eu chutei ela pra longe
- >rapidamente entrei e fechei o portão, e logo em seguida o imobilizei
- >arrastei ele pra dentro da casa
- >amarrei ele usando um cinto que encontrei e comecei meu interrogatório
- >”cadê seus pupilos?”
- >”você não vai arrancar nada de mim” e cuspiu na minha cara
- >eu puxei a pistola do coldre e apontei pra perna dele
- >”não adianta garoto, eu consigo ver nos seus olhos que você não vai atirar, que é só um blefe”
- >eu realmente não queria, mas fechei o olho e respirei fundo
- >visualizei a cara de nojo do Jake, e abri os olhos já sabendo o que fazer
- >olhei bem fundo nos olhos do Jordan e falei
- >”acho que não”
- >dei um tiro na canela dele, sem desviar o olhar
- >tanto pra parecer mais confiante
- >quanto pra não vomitar
- >ele gritou, e eu cobri sua boca com uma almofada para que os vizinhos não ouvissem
- >olhei ao meu redor, e vi um sistema de som da Harman Kardon
- >uma daquelas caixas “portáteis” que na verdade são grandes demais pra carregar pra todo lado, e que fazem uma barulheira dos infernos
- >conectei meu celular ao cabo auxiliar e coloquei pra tocar “Bodies”, do Drowning Pool no volume máximo
- >voltei pra onde ele estava e enfiei o cano da arma no buraco da bala
- >”ta pronto pra falar?”
- >”vai pro inferno”
- >respirei fundo, forcei minha melhor cara de impaciência e atirei denovo
- >dessa vez ajustei o ângulo da pistola pra bala descer pela panturrilha até o pé dele
- >assim machucaria bem mais
- >ele gritou, mas a música encobriu seus gritos
- >dei 5 tiros no chão pra esquentar o cano da arma e colei ele no joelho da perna destroçada
- >”Cadê. Os. Seus. Pupilos?”
- >”já disse que você não vai tirar nada de mim, seu frouxo. Ou você acha que eu não percebo você desviando o olhar e fingindo essa cara de quem não liga?”
- >ele disse isso e cuspiu denovo na minha cara
- >ai eu levei pro lado pessoal
- >dei um tiro no joelho dele, me levantei e dei um pisão em cima do buraco da bala
- >continuei dando vários pisões na perna destroçada, até que ele gritou
- >”PARAAA EU CONTO! Só para!”
- >”então vamos lá”
- >peguei meu celular e escrevi o nome, a ocupação e o endereço de todos os pupilos dele
- >”agora, quem são seus superiores?”
- >”eu não posso contar, eles vão me matar!”
- >”olha pra mim, eu vou te matar se você não contar”
- >”pelo amor de Deus, não!”
- >”eu que sou seu deus agora, então é melhor você começar a falar”
- >falei isso e coloquei o cano da arma em sua virilha
- >depois disso, anotei os nomes que ele me passou, seus respectivos cargos e locais de reunião
- >quando ele acabou, dei um tiro de misericórdia por sua cabeça, e vomitei
- >eu estava muito mal
- >tinha acabado de matar um homem
- >ah se eu soubesse que ia ser a primeira vez de muitas...
- >de qualquer jeito, depois de recuperar a compostura, arrastei o corpo dele pra cozinha, abri o gás do fogão e ateei fogo em tudo de inflamável que vi pela frente
- >saí de lá, e enquanto caminhava pro meu carro ouvi a explosão
- >virei e olhei pra bola de fogo que existia onde antes era a casa do Jordan
- >consegui não sentir remorso
- >entrei no meu carro e dirigi pensando no que eu tinha feito
- >e em como, depois do choque inicial, eu não estava mais sentido nada
- >será que eu era um psicopata?
- >decidi que essa era uma pergunta que eu preferia não responder
- >dirigi até o primeiro endereço, um apartamento num bairro de classe média
- >falei pro porteiro que eu era o Jordan, e ele acreditou
- >foi um golpe de sorte, mas não me importei
- >subi pro apartamento deles e bati na porta
- >deixei um papel com a mensagem “o Jordan está morto, venham ao endereço marcado no verso desse papel a meia noite se querem sobreviver, e usem apenas transporte público para chegar”
- >saí de lá, e fiz o mesmo nos outros 5 endereços que eu tinha
- >todos concordaram em me ajudar
- >me encontrei com eles no galpão, que agora seria nosso quartel general
- >”boa noite senhoras e senhores”
- >olhei pros homens e mulheres que compunham meu grupo
- >eu tinha uma dupla de hackers
- >mais dois pilotos de fuga
- >dois ladrões
- >e o resto eram soldados
- >ou melhor dizendo, eram treinados em tiro
- >”devem estar se perguntando por que eu trouxe todos vocês aqui. Bom, não, eu não sou um funcionário da Organização. Eu quero acabar com ela, e quero que vocês me ajudem. Os que não quiserem, são livres pra nos deixar”
- >nenhum deles mexeu um músculo
- >”bom, então agora nós somos oficialmente os novos Demônios Negros!”
- >todos eles soltaram um grito de guerra, e eu sorri
- >a primeira parte do meu plano tinha sido concluída com sucesso
- >agora só faltava mais 90% do plano
- >depois de explicar meu plano, todos eles voltaram pra seus respectivos apartamentos
- >dormiram e, no dia seguinte, venderam os carros da Organização e compraram novos
- >as armas, computadores e outros equipamentos que iam ser reutilizados foram trazidos pro galpão
- >felizmente, tínhamos armas suficientes pra todos
- >então não precisamos gastar mais dinheiro
- >só comprando uma van pra levar todo mundo em missões
- >e colchões infláveis pra todo mundo
- >menos eu
- >eu ia continuar na casa dos meus pais
- >pra não levantar suspeitas
- >de qualquer jeito
- >nós tínhamos 60 mil dólares sobrando
- >mas aquilo ia servir
- >coloquei os dois hackers pra trabalhar, e tentei ocupar da melhor forma possível os outros
- >peguei a lista que o Jake me deu, e me dediquei a estuda-la
- >montei um esquema associando os nomes, aos seus níveis na hierarquia
- >além de, quando um hacker descobria uma conexão entre dois membros da Organização, ou algum membro novo, eu sempre o inseria nesse esquema
- >eu usava uma parede do galpão como quadro, onde eu colocava tudo isso
- >descobrimos um carregamento de dinheiro, fruto de um assalto a banco
- >ele estava escondido em um prédio na zona leste da cidade
- >juntei minha equipe e fomos pra lá, durante a madrugada
- >estacionei do lado oposto da rua, um pouco antes do prédio, pra ficar fora de vista
- >fiquei esperando na van, enquanto a equipe de soldados entrou
- >ouvia um tiro eventual dentro do prédio, mas todos os Demônios Negros estavam bem
- >fiquei feliz por estar funcionando
- >até que senti um frio no estômago
- >eu assisti quando diversos soldados se agruparam ao redor da saída, esperando meus homens saírem
- >gritei no rádio pra eles não saírem, e expliquei a situação
- >comecei a olhar ao redor, pensando no que fazer
- >até que vi minha oportunidade
- >peguei minha Intervention e saí do carro
- >corri pro parque que ficava ali próximo
- >o prédio onde meus homens estavam tinha, em frente a sua entrada, um grande pátio
- >completamente aberto
- >além disso, ele ficava em uma esquina
- >no lado oposto dessa esquina, ficava um parque
- >daqueles cheios de árvores
- >tipo o central park, em nova york
- >de qualquer jeito
- >me esgueirei até esse parque, pois vi uma pedra que serviria como um ótimo ponto para atirar
- >com um pouco de dificuldade, consegui as escalar, e me posicionei para atirar
- >carreguei a arma, mirei no homem que estava mais afastado de todos
- >e atirei
- >logo em seguida, vi ele tombando para a frente
- >nenhum dos outros soldados viu o que aconteceu
- >puxei o ferrolho, e mirei novamente
- >novamente no homem mais afastado o possível
- >e novamente ele caiu sem que ninguém percebesse
- >o terceiro também
- >quando atirei no quarto homem, eles finalmente perceberam que estavam sob ataque
- >todos correram para procurar abrigo
- >consegui acertar mais um antes que ele se escondesse atrás de um banco
- >eles se revezavam se levantando de seu esconderijo e atirando na direção do parque
- >chamei meus homens no rádio e mandei eles saírem atirando, pois os soldados da Organização estavam concentrados em mim
- >logo depois que acabei de falar isso, uma bala me atingiu
- >foi felizmente um tiro de raspão, mas me preocupou
- >passou um pouco acima da minha orelha, e provavelmente ia deixar uma cicatriz permanente
- >depois que me recuperei, atirei e vi o cara que me acertou caindo
- >logo em seguida, começou uma verdadeira guerra
- >meus homens saíram do prédio jogando granadas e atirando
- >consegui matar mais um, e o resto meus homens mataram
- >corri de volta pra van, na qual eles já carregavam as malas de dinheiro
- >entrei no banco do motorista, e logo me disseram pra dar partida
- >quando virei a esquina, um Lancer saiu de outra rua e começou a me perseguir
- >não consegui despistar ele, pois a van era muito lenta
- >um homem sentado no passageiro do Lancer colocou um fuzil pra fora e começou a atirar
- >gritei pros meus homens fazerem algo
- >eles puxaram as malas de dinheiro pra mais longe das portas do fundo da van, e depois a abriram
- >Peter, um soldado que usava uma metralhadora pesada, começou a atirar contra eles
- >parecia que ele não ia conseguir, até que o Lancer deu uma guinada pro lado e bateu contra um poste
- >dirigi o mais rápido que consegui até o galpão
- >chegamos lá e contamos o dinheiro
- >aproximadamente 30 milhões de dólares
- >todos ficamos eufóricos
- >nosso primeiro assalto tinha sido milionário
- >nós agora éramos tecnicamente milionários
- >naquele resto de madrugada, nós comemoramos
- >bebemos cerveja e fizemos um churrasco
- >as 5 da manhã mesmo, não ligávamos
- >só curtimos o momento
- >acabamos sendo vencidos pela exaustão, e um a um nós pegamos no sono
- >dormi lá mesmo, e acordei no dia seguinte atrasado pra faculdade
- >peguei um mc donalds no caminho e comi ele no carro mesmo
- >só parei no caminho pra comprar um gorro, pra esconder o machucado da bala
- >cheguei na metade do dia, mas pelo menos não perdi tudo
- >finalmente acabaram as aulas, e fui pra casa
- >tomei um banho, coloquei uma roupa nova, e voltei pro galpão que era nosso QG
- >o clima ainda era de comemoração, mas todos já estavam de volta ao trabalho
- >pedi para que eles me avisassem caso algo surgisse, e voltei para minha casa
- >passei a viver minha vida normalmente
- >bem, não completamente
- >eu incluí na minha rotina, além das lutas, prática de tiro
- >queria estar pronto para a próxima vez em que íamos assaltar a Organização
- >e não tardou para isso acontecer
- >depois de uma semana, Eric, um dos hackers, me ligou
- >disse pra eu ir imediatamente pro QG
- >parei no meio do filme que eu estava assistindo e fui pra lá
- >eram por volta das 11 da noite
- >cheguei depois de 10 minutos, e todos já estavam se armando
- >”o que aconteceu? Por que essa muvuca toda?”
- >”entra na van e pega suas armas, a gente te explica no caminho”
- >fiz como eles falaram, e em 5 minutos estávamos novamente na rua
- >eu, Peter, Dylan, Arthur e Tony
- >todos soldados, tirando eu
- >”e ai, vocês vão me dizer o que que está acontecendo?”
- >”um novo carregamento de dinheiro, está sendo movido para Las Vegas de última hora. Nós vamos interceptar ele” disse Dylan
- >”ta. O que sabemos sobre o comboio?”
- >”não tem comboio, a grana ta indo escondida em um furgão”
- >”parece uma oportunidade perfeita”
- >”concordo”
- >passamos o resto da viagem discutindo o plano
- >ao chegarmos no lugar da emboscada, estacionamos e esperamos
- >depois de 5 minutos, vimos o furgão virando a esquina da rua em que estávamos
- >acenei pros homens que estavam na van comigo, e eles entraram em posição
- >dirigi até entrarmos na parte mais estreita da rua
- >por onde não havia escapatória para os lados, nenhum lugar onde eles pudessem se esconder da linha de tiro
- >gritei “AGORA!” e eles escancararam as portas traseiras e começaram a atirar
- >o Dylan e o Peter tinham apoiado suas metralhadoras pesadas em bipés, e o Arthur e o Tony tinham preparado seus fuzis de assalto com munição explosiva
- >todos abriram fogo assim que a porta se abriu
- >a minivan ficou parecendo um ralador
- >fiquei com medo de ter destruído o dinheiro, então logo que o furgão da Organização parou eu parei o nosso e desci junto com os soldados, com a minha G36C na mão
- >checamos o piloto. Morto
- >fomos até as portas traseiras
- >todos apontamos as armas para dentro, e o Arthur abriu as portas
- >todos ficamos chocados
- >pois o furgão estava cheio de bolsas
- >ficamos parados, encarando aquele compartimento cheio
- >o Arthur subiu e começou a arrastar as bolsas para as ruas
- >o Dylan abriu uma das bolsas, como que não acreditando na nossa sorte
- >”ei, é melhor vocês darem uma olhada nisso aqui”
- >todos nos aproximamos para olhar
- >e ficamos ali, encarando aquela mala cheia
- >cheia de jornal
- >até que ouvimos um bip cadenciado
- >”É UMA ARMADILHA, SE AFASTEM!”
- >me virei e comecei a correr
- >o barulho da explosão foi ensurdecedor
- >e a onda de choque me jogou no chão
- >me levantei, depois de alguns segundos atordoado
- >só para ver os homens da Organização arrastando meus homens pra dentro de um outro furgão
- >me levantei e corri
- >tentaram atirar em mim, mas não acertaram
- >virei a esquina e vi um carro vindo em minha direção
- >corri pro meio da rua e ele parou
- >fui para o lado do motorista e falei
- >”preciso de uma carona, eu te pago 50 pratas”
- >”entra aí, só não tenta nenhuma gracinha”
- >o cara era gigantesco, então eu não pretendia
- >entrei no banco do passageiro e ele perguntou “pra onde?”
- >”qualquer lugar perto do metrô”
- >ele passou pela rua onde a emboscada tinha acontecido, e eu vi quando o último corpo foi arrastado pro furgão
- >felizmente eles aparentemente desistiram de vir atrás de mim
- >acho que eles queriam alguém pra dar o recado
- >consegui finalmente chegar no galpão dos Demônios Negros depois de quase 1h na rua
- >”ei, o que que aconteceu? Eu perdi comunicação com vocês”
- >”eles estão todos mortos. Foi uma emboscada da Organização. Eu preciso ir pra casa, é muita coisa pra um dia só”
- >não ouvi o que eles falaram, só entrei no meu carro e saí de lá
- >cheguei na minha casa, coloquei Vintage Culture pra tocar no meu fone de ouvido
- >porque? Porque era meu artista preferido
- >teve uma vez, em um dia, em que eu terminei com a minha namorada, perdi meu celular e bati meu carro
- >tinha tudo pra ser um dia horrível
- >mas no show dele, não sei por que, eu consegui desligar disso tudo
- >e por algumas horas, tudo o que passava pela minha mente era a batida das músicas que ele tocou
- >por isso eu gostava das músicas dele
- >me desligavam da realidade
- >e graças a isso, eu estava absorto em pensamentos, ouvindo o remix dele da música “Ocean Drive” no volume máximo
- >e não ouvi quando a porta da minha casa foi arrombada
- >muito menos os passos dos 5 homens que invadiram minha casa naquele dia
- >só percebi que algo estava errado quando a porta do meu quarto foi escancarada
- >achei que eram meus pais, mas pude perceber o contorno de uma arma
- >tentei fugir, mas tomei uma coronhada na nuca e apaguei
- >acordei dentro de uma cela muito fria, acorrentado na parede
- >na minha frente, uma outra pessoa estava também acorrentada
- >só pude ver quem era depois que meus olhos se acostumaram com a luz
- >e o que eu vi me deixou paralisado
- >primeiro eu percebi o seu corpo, todo cortado por cicatrizes e hematomas
- >depois, seu rosto
- >um rosto que eu conhecia muito bem
- >”olá Lucas”
- >”Jake?! Mas que porra..!”
- >”é Lucas, eu estou vivo”
- >ele não parecia acreditar que eu era real
- >e sinceramente eu não o culpo
- >a minha execução foi completamente forjada
- >e o meu enterro também
- >a injeção que me deram (que seria a injeção letal) simulava os efeitos da injeção letal, mas só me fazia desmaiar
- >e por que ela foi forjada?
- >a Organização me queria vivo
- >óbvio que depois de tudo o que eu causei a eles, de ter causado um prejuízo milionário e ter assassinado o líder deles, eles não iam me deixar morrer sem antes sofrer mais
- >então eles conseguiram fazer minha morte ser forjada
- >e eu fui levado pra um lugar no meio do nada
- >lá eu descobri que o novo líder da Organização era o filho do Cooper
- >seu nome? Matthew Cavazos
- >era um bastardo igual ao pai
- >a única diferença é que ele gostava de me torturar
- >então ao invés de mandar alguém fazer o trabalho sujo pra ele, ele mesmo fazia
- >passei todo o tempo desde minha “execução” sendo torturado
- >minha rotina era ser acordado com um balde de água fria, um espancamento antes do café da manhã, um depois, um antes do almoço, um depois, e pelo resto do dia
- >digo espancamentos mas na verdade eles fizeram de tudo
- >arrancaram minhas unhas
- >queimaram algumas partes de mim
- >chicotadas tbm eram comuns
- >meu corpo ficou marcado por isso
- >cicatrizes e hematomas escondiam minha pele exposta
- >e meu sono?
- >bem, esse mudava de dia pra dia
- >algumas vezes eu me via estrangulando o Mattew, ou atirando nele
- >mas na maioria dos dias eu sonhava com a Bianca
- >eram dois sonhos diferentes
- >ou era algum dos nossos momentos felizes
- >que me faziam acordar chorando no meio da noite
- >ou, na maioria das vezes
- >ela estava caída no chão do apartamento, assim como a encontrei no dia de seu assassinato
- >”é tudo culpa sua”
- >eu sempre ouvia a voz dela falando isso nesses sonhos
- >e acordava suando frio
- >pra depois chorar
- >não sei como não morri desidratado
- >por que o tanto que eu chorei dava pra facilmente acabar com a sede na África
- >de qualquer jeito
- >desde então, essa tinha sido minha rotina
- >torturas, uma refeição, mais torturas, e um sono pior do que torturas na maioria das vezes
- >contei isso, então, pro Lucas
- >ele chorou, por se sentir culpado por isso
- >e no começo, antes da minha “execução”
- >eu achava que ele era culpado
- >mas depois, me lembrei do que a Bianca falou
- >que eles tinham armado a morte do meu pai, e iam fazer o mesmo com o Lucas e a Jenny
- >então mesmo que eles não tivessem me traído, eu ia ter sido recrutado
- >não dizendo que eu perdoei ele
- >nunca que eu perdoaria uma traição dessas
- >mas não o culpava pela minha desgraça
- >então contei isso a ele
- >tudo isso
- >que eu não o culpava mais pelo que tinha me acontecido
- >e eu vi que mesmo assim, ele ainda sentia culpa
- >quanto a isso, eu não ia poder fazer nada
- >”e agora, o que vamos fazer?”
- >foi a pergunta dele
- >”a gente sobrevive até darmos um jeito de fugir daqui”
- >”mas como? Não temos mais ninguém do lado de fora”
- >”isso a gente vai ter que descobrir, e logo”
- >depois disso, ficamos em silêncio
- >a cela em que estávamos era bem simples
- >nenhuma janela, todas as paredes de concreto e pintadas de branco
- >tinha espaço suficiente pra nós dois nos deitarmos com uma pequena folga entre nós dois
- >um buraco no chão, pras nossas necessidades
- >pelo lado bom, não era um balde
- >e, em uma das paredes, uma porta de metal quebrava a monotonia
- >nós ficamos acorrentados em paredes opostas, de lado pra porta
- >e as correntes eram suficientemente grandes pra podermos nos mover dentro da cela
- >mas só
- >a única iluminação que tínhamos era uma lâmpada presa ao teto
- >mais nada
- >não tínhamos janelas, e apenas o ar que passava pela fresta da porta
- >então você consegue imaginar o fedor que a cela tinha
- >passamos uma semana e meia tentando fugir de lá
- >sem muito sucesso
- >o Lucas foi submetido a mesma rotina que eu
- >e isso nos deixou acabados
- >felizmente, depois de 1 semana e meia da captura do Lucas, nós conseguimos dar o primeiro passo pra fugir de lá
- >bem, na verdade não foi bem graças a nós
- >junto com a nossa bandeja de comida, foi entregue um envelope, do tamanho de uma folha A4
- >eu abri, e não acreditei quando eu li a mensagem que estava lá dentro
- >”caros Jake e Lucas. Este é um presente, de um velho amigo. Encontro vocês na saída!”
- >junto com o bilhete, encontramos duas chaves, cartões (pra destrancar portas pelo caminho), uma planta resumida do lugar (com um X marcado bem grande em uma das saídas e embaixo escrito “ponto de encontro”) e uma faca pequena
- >as chaves destrancaram nossas algemas, e passamos o resto da noite (ou o que imaginamos ser a noite, pois lá dentro perdíamos a noção da hora, só sabíamos que era “noite” porque não estávamos sendo torturados) estudando a planta do lugar
- >quando nos decidimos qual o caminho que tomaríamos, nos revezamos em turnos para poder dormir, de forma que não fossemos surpreendidos
- >depois de algumas horas, acordei com o Lucas me cutucando
- >imaginei que era meu turno, mas quando meus olhos se acostumaram à luz eu pude ver o cadáver do guarda e a porta destrancada
- >me levantei e, sem fazer barulho, encostei a porta
- >vesti a roupa do guarda rapidamente, peguei sua arma e usei seu boné pra esconder meu rosto
- >saí de lá “escoltando” o Lucas até uma “sala de tortura”, como eles sempre faziam
- >fizemos o caminho pré-definido, e apesar de ter deixado mais dois cadáveres pelo caminho, conseguimos chegar ao ponto de encontro
- >não vimos ninguém, mas isso não nos fez parar
- >saímos correndo e, antes que atravessássemos a rua, um furgão preto parou na nossa frente
- >já ia começar a atirar, assim que a porta se abriu, mas o rosto que eu vi ali dentro me fez parar de atirar
- >”Robin? Você está vivo?”
- >”depois eu explico Jake, entra ai!”
- >ele não precisou falar duas vezes, e eu pulei pra dentro, seguido pelo Lucas
- >ele gritou pro motorista, que saiu de lá cantando pneu
- >”então, você quer me explicar por que caralhos você não está morto? Ouvimos um tiro dentro da sua casa, imaginamos que eles tinham te matado!”
- >”eles tentaram, mas o homem que puxou o gatilho foi burro, e o tiro acertou minha barriga”
- >ele levantou a camiseta e mostrou a cicatriz que a bala deixou
- >”eles me deixaram lá, acreditando que o sangramento ia me matar. E ia, mas felizmente a ambulância chegou antes, e eu fui salvo, depois disso, comecei a trabalhar em um posto de gasolina, até conseguir contato com os Demônios Negros. Ai cheguei aqui, e consegui que um guarda entregasse o envelope pra vocês. Agora Jake, assim como metade dos Estados Unidos, eu assisti sua execução, eu vi quando a injeção foi dada. Como você ainda está vivo?”
- >”o novo líder da Organização é o filho do Cooper, e ele queria me punir pelo que eu fiz. Ai ele forjou minha morte e, enquanto todo mundo achava que eu estava morto eu fui torturado sem parar. Agora me diga, como você nos achou?”
- >”eu tinha invadido algumas câmeras de segurança da Organização, e vi vocês dois passando por uma delas, sendo levados por algum guarda pra algum lugar. Ai, já sabendo onde procurar, encontrei a cela de vocês e ai o resto vocês já sabem”
- >nessa hora, a van parou, e nós descemos em um galpão, de onde várias pessoas saíram
- >”e quem são eles?” eu perguntei
- >”são os novos Demônios Negros, Jake. São os seus homens”
- >depois disso, passamos uma semana nos recuperando dos estragos feitos pela tortura, e descobrindo o que podíamos sobre a Organização
- >descobrimos que o dinheiro dos assaltos era levado pra um cofre, em Vegas, naquele cassino que eu tinha invadido uma vez
- >mas, íamos precisar de dinheiro
- >não tínhamos nada
- >só os equipamentos que tinham ficado no galpão antes da captura do Lucas
- >então organizamos mais um assalto a um carregamento de dinheiro
- >na hora de decidir o que iríamos fazer, eu tive uma ideia
- >vendemos um dos carros que tinham sobrado, e com esse dinheiro compramos um cabo de aço e fixadores pra prender ele na parede
- >além de uma peça que era como uma roldana automática
- >pra esticar o cabo rapidamente e o manter firme no lugar
- >e isso era tudo o que íamos precisar
- >rastreamos o caminho que o furgão com o dinheiro ia fazer
- >e fixamos o cabo em uma rua deserta
- >que apesar de não ser estreita
- >era escura
- >então o cabo ia ficar escondido pelas sombras
- >tudo no lugar, mandei o Lucas pra uma rua paralela dentro do seu AMG
- >na hora que o furgão entrou na rua, avisei por rádio pro Lucas, que começou a perseguir o furgão
- >como eu esperava, eles aceleraram pra tentar fugir
- >quando se aproximaram do cabo, eu apertei um botão e o fio foi completamente esticado
- >o motorista não teve tempo de reação, e assim que o furgão atingiu o cabo, ele foi atirado pelo vidro
- >e o carro capotou
- >a traseira do furgão foi atirada por cima da parte da frente, e ele aterrissou sobre o próprio teto
- >deslizou por alguns metros, e parou
- >eu e os outros homens que estávamos escondidos atrás dos carros saímos de nossos esconderijos, com as armas já engatilhadas
- >caminhamos lentamente até chegar no furgão
- >quando chegamos perto, as portas se abriram, e dois homens rastejaram pra fora
- >eles estavam desarmados, então não atiramos neles
- >três homens mantiveram os dois homens da Organização como reféns, e nós passamos as malas de dinheiro pro nosso furgão
- >por fim, me ajoelhei de frente pros homens da Organização
- >”quero que vocês passem uma mensagem pro Cavazos. Vocês vão dizer pra ele que os Demônios Negros voltaram, e que dessa vez ele não vai conseguir se safar”
- >depois disso, virei de costas e entrei no carro do Lucas
- >o furgão já tinha partido, e nós fomos logo atrás
- >chegamos depois de 20 minutos no nosso galpão
- >lá, o dinheiro já tinha sido contado
- >6,7 milhões de dólares
- >ia dar e sobrar pro nosso próximo assalto
- >”agora, eu quero que todos vocês façam suas malas, pois nós vamos pra Vegas!”
- >falei isso e fui recolher minhas coisas
- >depois de duas horas, todas as coisas já tinham sido carregadas nos carros
- >fomos divididos em quatro carros
- >eu e o Lucas no AMG
- >e o resto das pessoas foram divididas entre o furgão (onde todas nossas coisas estavam), um Nissan Grand Livina e um Dodge Journey
- >foram dois dias de viagem, até que bem tranquilos
- >a calmaria antes da tempestade
- >chegamos em Vegas, e alugamos um galpão na periferia da cidade
- >descarregamos os carros, e enquanto os outros membros dos Demônios Negros (a partir de agora vou chamar eles de Demônios) montavam nossa base de operações, saí com o Lucas pra acertar uma conexão de internet e água potável pro galpão
- >depois disso, saímos pra comprar dois carros
- >depois de rodar um pouco, encontramos o que eu queria
- >uma McLaren MP4-12C
- >saí da loja dirigindo ela
- >de lá, voltamos pro galpão, onde o Lucas deixou a Mercedes e saiu dentro da McLaren comigo
- >fomos pra uma outra loja de carros e compramos duas Mercedes G35 AMG
- >esses carros sim são uma ignorância
- >ele tem um motor V12 biturbo de fábrica
- >deixamos eles em uma oficina, pra instalar uma blindagem
- >eles disseram que faziam em 30 dias, mas meus 75 mil dólares diminuíram esse prazo pra 10 dias
- >de lá, fomos visitar o mesmo traficante de armas que eu tinha visitado da última vez que fui pra Vegas
- >dessa vez, não comprei armas pesadas
- >comprei submetralhadoras silenciadas, mas não esperava ter que usar elas
- >além disso, diversos explosivos
- >amônia em estado gasoso
- >e uns aparelhos que serviam pra fritar sistemas eletrônicos
- >voltamos pro galpão, e lá troquei de carro
- >peguei a Mercedes do Lucas e fui pra uma loja de artigos esportivos
- >comprei diversas bolsas daquelas de academia
- >aquelas que sempre usam em filmes, pra assaltos a bancos
- >você sabe de qual eu to falando
- >de qualquer jeito, depois de comprar elas, voltei mais uma vez pro galpão
- >saímos eu, o Lucas, e mais 6 Demônios, dentro de dois carros
- >fomos para uma loja de ternos, e cada um de nós comprou um terno sob medida do tecido mais caro que conseguimos encontrar, todos pretos
- >uma camisa branca e uma gravata vermelha completaram o visual
- >voltamos, e dessa vez saí com o Rajid
- >quem é ele?
- >bom, é um dos Demônios
- >mas o que o torna especial? Ele é descendente de árabes
- >na verdade, ele nasceu em Dubai e se mudou pros Estados Unidos quando tinha 15 anos de idade
- >ou seja, ela tem cara de árabe
- >compramos um traje árabe pra ele
- >novamente, do tecido mais caro o possível
- >um relógio Rolex dourado, e óculos escuros Ray Ban, estilo aviador, e tínhamos comprado quase tudo
- >compramos alguns milhões de dólares falsos de uma empresa de filmes que tinha falido
- >e, por fim, voltamos pro galpão, e eu deixei ele praticando seu sotaque árabe enquanto fui ver como andava o resto das coisas
- >o Robin tinha conseguido invadir o sistema de segurança do cassino e instalado um backdoor lá, pra podermos acessa-lo depois
- >tudo estava pronto, só tinham que esperar a blindagem das Mercedes ficar pronta
- >enquanto isso, dei 100 mil dólares pra cada um e fomos curtir Vegas
- >foram 10 dias de pura festa
- >nos divertimos muito
- >o que serviu pra aliviar a tensão pelo que estávamos prestes a fazer
- >quando as Mercedes ficaram prontas, colocamos o plano em prática
- >enchemos algumas das bolsas com dinheiro, algumas com roupas e algumas com jornal amassado
- >no total tínhamos capacidade pra 130 milhões de dólares, mais ou menos
- >se conseguíssemos encher todas com dinheiro, o que nos dava uma margem boa
- >enchemos apenas uma com dinheiro de verdade, pra podermos apostar no cassino
- >cada um dos 8 que iam como seguranças vestiram os ternos que compramos e óculos escuros, e o Rajid vestiu a roupa árabe
- >tudo pronto, carregamos a Mercedes com as malas com dinheiro falso e nos dirigimos pro cassino onde ficava o cofre da Organização
- >entramos lá como uma comitiva
- >o Rajid na frente, e nós 8 atrás dele, assim como seguranças fariam
- >cada um de nós estava carregando 4 bolsas daquelas
- >ele pediu o quarto mais caro do hotel pra ele, e os dois ao lado do dele pra gente
- >nessa brincadeira toda, tirando o dinheiro que colocamos na bolsa pra apostar no cassino, gastamos todo o dinheiro que trouxemos
- >era tudo ou nada
- >entramos nos quartos e preparamos tudo
- >tínhamos estudado minunciosamente as plantas do cassino
- >o cofre ficava no subsolo, guardado por diversos sistemas eletrônicos
- >felizmente, apenas dois guardas ficavam lá
- >mas se o alarme fosse disparado, um pequeno exército chegaria ao cassino em 5 minutos
- >o problema era passar por todas as trancas eletrônicas, portas e sensores
- >podíamos cortar a energia, mas os sistemas de segurança possuíam um gerador próprio
- >felizmente, nós tínhamos nos preparado pra isso
- >o nosso quarto ficava no último andar do prédio, e era pra dizer pouco incrível
- >tínhamos uma vista panorâmica da cidade de Las Vegas, e espaço suficiente pra uma festa com pelo menos 30 pessoas
- >por dois dias, o Rajid foi no cassino apostar dinheiro
- >não chamou atenção, as vezes ganhava, as vezes perdia
- >sempre 2 “seguranças” acompanhavam ele
- >quando o perguntavam da onde vinha sua fortuna, a resposta era sempre a mesma
- >”minha família ganhou muito dinheiro vendendo petróleo”
- >uma mentira bem esfarrapada, mas todos acreditavam nela
- >de qualquer jeito, no final do terceiro dia era o dia de colocar o plano em prática
- >nós tínhamos, durante esses dois dias, roubado roupas de serviçais
- >cozinheiros, camareiros, seguranças
- >no terceiro dia, cada um vestiu um disfarce desses e foi pra perto da cozinha, por onde era o acesso ao cofre
- >as bolsas onde íamos por o dinheiro foram escondidas dentro do carrinho que um “camareiro” ia trazer
- >nós íamos ter 4 minutos pra entrar no cofre, pegar o dinheiro e sair
- >felizmente, o Robin conseguiu desabilitar todos os alarmes, menos o que ficava dentro do cofre
- >esse ficava em um sistema separado do resto, e não podíamos acessa-lo por fora
- >de qualquer jeito, tínhamos praticado carregar as bolsas com dinheiro
- >nosso melhor “assalto”, em 4 minutos, foram 110 milhões de dólares
- >já era mais do que suficiente
- >não íamos conseguir levar tudo, pois pra ter a influência que a Organização tinha, eles tinham bilhões guardados
- >o que não conseguíssemos pegar, íamos queimar
- >pra isso contrabandeamos pra dentro do cassino diversas garrafas de 3 litros com gasolina dentro
- >e as escondemos dentro das bolsas
- >chegada a hora, cada um foi pras suas posições
- >o Lucas ia nos encontrar depois, pois ele tinha que fazer algo antes
- >ele se vestiu como funcionário da manutenção, colocou a amônia gasosa em um carrinho e se separou da gente
- >nos encontramos próximo a cozinha, ainda vestidos como funcionários do cassino
- >o Lucas nos avisou por rádio que era hora de por o plano em ação, então nós entramos na cozinha e nos dirigimos pro cofre
- >se as pessoas nos estranharam, não falaram nada
- >provavelmente eles eram pagos pra não fazerem perguntas
- >passamos por uma série de corredores que desciam
- >até que chegamos na sala onde o cofre ficava
- >os dois guardas estavam na frente da porta
- >rapidamente abatemos os dois usando as armas que trouxemos
- >pegamos tudo do carrinho que tínhamos trazido (daqueles do serviço de quarto)
- >colocamos os ternos, pegamos as armas, abrimos os zíperes de todas as bolsas pra acelerar o trabalho e nos separamos em duas equipes
- >uma delas, composta por um homem só, ia espalhar gasolina por cima do dinheiro que não fossemos pegar
- >o resto, ia encher as bolsas com dinheiro
- >o Lucas se encontrou conosco, e entramos na sala
- >nos aproximamos do cofre
- >o Robin tinha nos passado a senha numérica, e quanto ao reconhecimento de retina, ele tinha conseguido hackear e desabilitar esse sistema
- >o alarme ia ser disparado, já que não sabíamos como o desabilitar, mas íamos conseguir entrar
- >soltamos o cronômetro e abrimos a porta do cofre
- >um alarme ensurdecedor foi disparado, e sabíamos que qualquer segundo a menos podia ser a diferença entre a vida e a morte
- >entramos e nos apressamos pra carregar as bolsas de dinheiro
- >vi uma câmera de segurança que ainda estava ligada e gravando, e após encher todas as bolsas que eu tinha comigo me aproximei dela, tirei os óculos escuros e acenei enquanto sorria
- >depois disso, coloquei novamente os óculos escuros, incendiei o dinheiro que sobrou e nós saímos de lá
- >saímos correndo e nos misturamos a multidão que estava correndo pra sair do hotel
- >por que?
- >bem, o Lucas antes de se juntar a nós soltou a amônia no sistema de ventilação do hotel
- >e uma evacuação tinha começado enquanto estávamos no cofre
- >de qualquer jeito
- >discretamente jogamos uma das garrafas com gasolina em um pedaço onde o chão do hotel era de madeira, e ateamos fogo
- >ninguém percebeu pois todos estavam correndo por suas vidas
- >não que isso fosse necessário
- >mas ao ouvir “gases tóxicos” todos correram achando que iam morrer
- >as duas Mercedes e a McLaren estavam paradas no estacionamento no lado do hotel
- >corremos pra lá, e entramos nos carros
- >o Rajid entrou na McLaren, e os “seguranças” nas duas Mercedes
- >eu e o Lucas fomos dirigindo
- >carregamos todas as bolsas em menos de um minuto e saímos de lá correndo
- >por fim, vimos quando a chama que começamos tomou o cassino
- >sorri, imaginando a cara do Cavazos ao descobrir
- >dirigimos até o esconderijo, onde o Robin já nos esperava
- >descarregamos o dinheiro do carro, ele me chamou pra conversar em particular
- >deixei os outros Demônios contando o dinheiro e fui ver o que ele queria
- >”foi um belo assalto, mas vocês no máximo incomodaram a Organização e nada mais”
- >”como assim? Queimamos todo o dinheiro deles, isso não é só incomodar”
- >”vocês acham que queimaram tudo, mas isso era só um cofre pequeno. O verdadeiro cofre não está aqui, não o cofre que contém toda a fortuna da Organização”
- >”e onde que ele está?”
- >ele me falou o lugar, e eu não acreditei
- >voltei pra onde todo mundo estava, onde fui brindado com diversos sorrisos e a informação de que roubamos 103 milhões de dólares
- >fiquei feliz por isso, mas depois que todos se acalmaram eu falei
- >”isso foi muito bom, mas ainda não acabou. Façam suas malas, esse cofre era apenas uma fração da fortuna da Organização. O verdadeiro tesouro esta guardado em outro lugar, e é pra lá que vamos”
- >”e pra onde vamos?” perguntou o Lucas
- >”bem” eu respondi “nós vamos pra Tóquio"
- >vendemos tudo o que tínhamos, colocamos o dinheiro todo em uma conta num banco na Suíça
- >e, depois de dois dias estávamos em um voo comercial com destino ao Japão, usando identidades novas
- >depois de 14 horas de voo, pousamos em Tóquio
- >com o dinheiro, compramos uma casa grande na periferia de Tóquio
- >agora, quando eu digo grande, é GRANDE mesmo
- >lá no Japão o espaço é mínimo
- >normalmente
- >com o dinheiro que a gente tinha dava pra comprar metade de Tóquio
- >de qualquer jeito
- >era uma mansão, com um quarto pra cada um
- >um jardim frontal até que grande, pros padrões de Tóquio
- >ele era cortado por um laguinho, onde vários peixes viviam
- >e na parte de trás da casa, um jardim bem maior existia
- >um caminho de pedras levava pra o topo de um morro, onde havia duas cerejeiras, e alguns bancos de madeira
- >além de outras cerejeiras espalhas pelo jardim
- >era lindo lá
- >só queria que a Bianca pudesse ver aquele lugar
- >a lembrança dela trouxe lágrimas pros meus olhos
- >então, enquanto todos desempacotavam suas coisas, eu fui até esse banco, debaixo da cerejeira, no topo do morro
- >a vista de lá era inigualável
- >eu conseguia ver Tóquio inteira de lá
- >e lá, eu chorei
- >chorei por tudo que eu perdi, nessa guerra louca contra a Organização
- >mas parei de chorar, quando me lembrei das coisas boas
- >dos momentos de diversão que tive
- >os carros potentes
- >a cara do Cooper e do Carl enquanto eu torturava eles
- >será que eu me tornei um psicopata?
- >me perguntei isso, e apesar de já saber a resposta, preferi não responder a essa pergunta
- >me recompus e voltei pra onde todos estavam
- >desempacotei minhas coisas, e arrumei um quarto
- >uma cama de casal gigantesca só pra mim
- >fiquei triste com a lembrança da Bianca, mas engoli as lágrimas e continuei arrumando minhas coisas
- >depois que todos tinham se ajeitado em seus respectivos quartos, chamei todos pra sala de estar
- >na tv, vimos uma reportagem sobre o incêndio e o roubo ao cassino, em Vegas
- >uma filmagem da gente entrando nos carros e saindo do cassino com as bolsas de dinheiro passou
- >todos comemoramos, e depois eu chamei a atenção de todos
- >olhei pra cada um daqueles 10 homens
- >que tinham arriscado sua vida por mim
- >que tinham virado minha família nova
- >Robin, Ed, Rajid, Joel, Sean, Will, Josh, Seth, Tony, e até mesmo o Lucas
- >nunca eu ia esquecer daqueles 10 homens
- >nem da Bianca, do Daniel, Dave, Sarah
- >nem de ninguém que tinha me ajudado
- >”agora, é nossa última missão, de um jeito ou de outro isso tudo acaba aqui. Não vai ter esse papo de ‘uma última corrida’ ou nada do gênero. Quando acabar, acabou. Ou vamos estar mortos, ou vamos ter dinheiro suficiente pra comprar metade do Japão. E vai ser a última vez que os Demônios Negros vão agir. Por isso, eu espero que essa seja nossa melhor missão até agora! Vamos fazer algo grande, maior do que o que fizemos em Vegas. Eles estão falando de ‘maior assalto já visto’, mas nós vamos fazer isso parecer brincadeira de crianças perto do que vamos fazer aqui em Tóquio!” um coro de gritos de aprovação me fez interromper o discurso. Logo que todos ficaram em silêncio, eu continuei “agora, apenas eu e o Lucas sabemos realmente dirigir um carro em alta velocidade. E pro que eu to planejando, dois carros são muito pouco. Nós vamos precisar de todos vocês pilotando. Então, como temos todo o tempo do mundo e MUITO dinheiro pra gastar, hoje nós descansamos e curtimos. Amanhã, nós vamos atrás de carros, e vocês vão aprender a dirigir como um verdadeiro piloto!”
- >todos gritaram em aprovação, e passamos o resto da noite bebendo, comendo e conversando
- >no dia seguinte, saímos para fazer compras
- >aluguei dois galpões, um do lado do outro, pra guardar os carros
- >saímos e fomos comprar nossos carros
- >deixei cada um escolher o seu
- >o Lucas comprou uma BMW E36
- >assim como o Ed
- >o Robin comprou um Nissan Silvia Spec-R
- >o Sean, um Subaru Impreza WRX STI
- >o Will pegou um Mazda RX7, e o Josh um Toyota Supra
- >o Rajid e o Joel pegaram um Honda S2000 cada
- >o Seth pegou um Mazda MX-5
- >o Tony, um Honda NSX Type R
- >e eu, por fim, comprei um Nissan Skyline GT-R R34 V-SPEC 1999
- >sempre quis ter um desses
- >comprei também três Subaru BRZ
- >pra treinos
- >dei 500 mil dólares pra cada um dos Demônios, pra eles customizarem os carros
- >dei o endereço de algumas oficinas, mas disse que pros que quisessem eu ia ensinar a mexer no carro eles mesmo, assim que voltasse
- >avisei pra eles que eu ia viajar, mas deixei o meu número de celular pra contato
- >então, eu entrei numa minivan que eu comprei, e fui pra Chiba
- >lá, dirigi até encontrar A oficina
- >não é qualquer oficina
- >é a oficina que me inspirou a fazer muito do que eu já fiz no quesito carros
- >o seu nome?
- >Top Secret
- >os que conhecem o meio de tunning sabem do que eu to falando
- >cheguei lá, e conversei com um dos funcionários
- >ele me vendeu algumas peças, mas me passou uma lista de peças que eu ia precisar pro que eu queria
- >então saí de lá, e rodei por diversas lojas no caminho
- >consegui comprar tudo no caminho de volta pra Tóquio
- >quando cheguei, levei as peças pro galpão
- >faltava só uma, muito importante, que eu tinha comprado em um outro lugar pela internet
- >descarreguei o carro , e fui buscar essa peça
- >que não era nada mais nada menos que um motor novo
- >um VK45DE
- >é um motor da Nissan
- >4.5 V8 biturbo
- >levei esse monstro de volta pro galpão, e enquanto o elevacar e os outros equipamentos da oficina não chegavam, tínhamos outras coisas pra fazer
- >cada um dos Demônios entrou no seu carro
- >e fomos às compras
- >ajudei todos a escolherem as peças certas pros seus carros, tanto pro motor quanto esteticamente
- >depois de 5 dias e muita dor de cabeça, já tínhamos comprado tudo
- >então fiz um curso expresso de mecânica, desmontando e montando um dos BRZ
- >alguns não sentiram confiança em fazer isso, e levaram seus carros com as peças pra alguma oficina especializada
- >sobraram mais 4 comigo, e então eu os ajudei a montar os carros
- >foi muito divertido, colocar uma música alta pra tocar no galpão que transformamos em oficina e ficar lá, trabalhando
- >foi mais lento do que eu imaginava, mas melhor assim
- >demorando pra atacar novamente, e não chamando a atenção, fazíamos a Organização pensar que nós acreditamos que aquele cofre era a verdadeira fortuna deles
- >óbvio que tinha sido uma baita paulada
- >queimamos ou roubamos pelo menos uns 300 milhões de dólares
- >mas eles iam se recuperar, e nessa hora nós íamos atacar
- >por isso, não tínhamos pressa nenhuma em acabar
- >o projeto da construção dos carros levou muito tempo
- >assim como o Smokey fez no famoso Top Secret Skyline R34, eu substituí o motor do meu Skyline
- >foi complicado, me custou 10 dias e muita dor de cabeça, mas finalmente consegui
- >depenei o interior, instalei uma gaiola de proteção e dois bancos de corrida da Recaro
- >o volante, coloquei um da Top Secret
- >mas o que realmente me importava era ver se o motor funcionava
- >instalar a transmissão foi difícil, mas consegui instalar também
- >tive que trocar diversas coisas, até mesmo os pistões
- >mas finalmente o motor estava pronto
- >então, eu precisava testar
- >coloquei a chave no buraco, e girei
- >não ligou
- >passei 2 dias tentando resolver o problema, até que consegui finalmente fazer o motor funcionar
- >cara, que ronco era aquele
- >sabe todos aqueles carros que eu dirigi?
- >Viper, Corvette, até o Hellcat
- >não se comparava aquele ronco
- >com seus “meros” 1200cv de potência, existiam carros mais poderosos
- >como o Hoonicorn, um Mustang com 1400cv de potência, por exemplo
- >mas ainda assim, pqp
- >era meu carro dos sonhos
- >e daquele jeito, saber que aquele carro era único
- >cara, foi uma sensação tão boa
- >desliguei o motor e mexi em mais algumas coisas
- >instalei freios da Brembo nas 4 rodas
- >pneus da Toyo e rodas da Vörsteiner
- >saí com ele na rua, pra testar e ver se precisava mexer em alguma coisa
- >resultado: não quis estacionar o carro
- >apesar de não ter me acostumado com a direção do lado direito do carro, consegui correr bastante
- >rodei com ele o resto da tarde, e não conseguia parar por nada
- >parei quando escureceu
- >e voltei pro galpão
- >comecei a instalar um body kit, mas só terminei no dia seguinte
- >instalei um aerofólio, difusores
- >depois levei ele pra uma oficina de pintura
- >pintei ele completamente de preto
- >fiz um desenho na lateral dele
- >um desenho tribal, mas que se assemelhava a um dragão em pleno voo
- >uma faixa branca no lado do passageiro do carro
- >algumas marcas de peças automotivas, e o meu Skyline estava pronto
- >os carros dos outros Demônios ficaram prontos mais ou menos na mesma semana
- >e então fomos pra um circuito fechado
- >alugamos ele por um dia, só pra gente
- >passei o dia ensinando eles a correr
- >mas principalmente, a fazer drift
- >ou, como os japoneses falam, dorifuto
- >saímos de lá com eles conseguindo correr
- >já era o começo
- >aluguei o mesmo circuito pro dia seguinte
- >e depois desse segundo dia, já dava pra ir pras pistas
- >eu e o Lucas, que já sabíamos como fazer driff, entramos no circuito de competições ilegais
- >os outros Demônios continuaram praticando, até conseguirem entrar nessas competições também
- >o meu objetivo, naquele momento, era que nós fizéssemos o máximo de amizades possíveis
- >o por que vocês vão entender mais pra frente
- >passamos cerca de seis meses envolvidos com as corridas de rua em Tóquio e região
- >foi suficiente pra desenvolver o networking que eu queria
- >juntei todos os Demônios em uma reunião, na sala da nossa mansão
- >”seguinte, chegou a hora de por em prática o plano, e dar um fim definitivo à organização. Vou precisar que vocês liberem o máximo de espaço possível dentro dos seus carros. Deixem só o que for indispensável, o resto vocês reinstalam depois”
- >deixei eles fazendo isso, e fui pra uma loja de carros
- >eu já tinha 3 Subaru BRZ guardados
- >comprei mais 7
- >mandei todos serem blindados
- >além disso, uma Dodge Ram SRT10, igual a que eu tinha nos EUA
- >você não faz ideia de como foi difícil achar ela
- >tive que importar dos Estados Unidos
- >de qualquer jeito
- >tunei o motor dos Subaru da mesma forma
- >biturbo, nitro, sistema de escapamento novo, diferencial novo, esse tipo de coisa
- >como é o mesmo de sempre não vou entrar em detalhes
- >mas consegui subir a potência deles pros 500cv, no mínimo
- >pintei todos de preto, coloquei um aerofólio e um difusor em todos
- >troquei pneus e freios
- >etc
- >mas não é por isso que você ta lendo isso
- >a Dodge, além de tunar colocamos uma grade de proteção na frente, pra quebrar algum eventual bloqueio
- >reforçamos a carroceria
- >basicamente tudo o que eu tinha feito na outra
- >ela já tinha vindo blindada, então era algo a menos pra se preocupar
- >de qualquer jeito, consegui preparar todos os carros, com ajuda do outros Demônios, em 3 semanas
- >tudo estava pronto
- >então marquei um grande encontro de carros tunados, pra dali a duas semanas, no Circuito Internacional de Okayama
- >aluguei o lugar por um dia inteiro, consegui alguns patrocinadores
- >entrada franca desde que viesse com um carro tunado
- >se não, era o equivalente a 70 dólares a entrada
- >não preciso nem dizer que se espalhou como fogo esse evento
- >todos que eu conhecia das corridas disseram que iam, e junto com eles muitos outros que eu não conhecia
- >criei um evento no facebook, ultrapassei os 1000 confirmados em algumas horas
- >ia ser gigante o evento, assim como eu precisava que fosse
- >ele ia começar cedo, por volta das 2 da tarde
- >e ia até meio dia no outro dia
- >conseguimos uma line up muito legal de DJ’s pra tocar lá
- >iam ter dois palcos, ambos com música eletrônica
- >em um deles, o Marshmello
- >no outro, o Vintage Culture
- >o Lucas não parou de me encher pra contratar ele, e a música que ele faz na verdade é muito boa, então concordei
- >eles iam tocar a noite toda, das 10 da noite até 3 da manhã
- >até as 10 da noite, em um dos palcos ia estar o Steve Aoki, e em outro o Tujamo
- >alugamos tendas, para uma eventual chuva
- >arranjamos muita comida
- >obviamente que não ia ser open food, ou íamos falir
- >também contratamos muita gente pra manter a organização do lugar
- >colocamos gente com bafômetros na entrada da pista, só iam correr motoristas sóbrios, por motivos óbvios
- >torramos facilmente uns 30 milhões de dólares nesse evento
- >mas o lucro ia ser muito maior
- >MUITO
- >maior
- >tudo organizado, partimos pra segunda parte do plano
- >os carros já estavam prontos, nossa rota de fuga também
- >só um detalhe
- >o lugar onde esse evento ia acontecer
- >fica a 8h de carro de Tóquio
- >mas ia ter que servir
- >só íamos ter que fugir por 8 horas dos homens da Organização
- >mas a gente ia conseguir, conhecíamos essas estradas como a palma da nossa mão
- >passamos 5 dias fazendo esse percurso diversas vezes
- >reconhecendo o terreno
- >aprendendo onde podíamos correr
- >caminhos alternativos
- >por fim, uma semana antes do evento, instalamos uns sistemas elétricos nos Subarus e no Dodge
- >e contratei alguns programadores, pra fazerem um programa pra mim
- >e comprei alguns brinquedinhos tecnológicos
- >quais? Bom, mais pra frente você descobre
- >de qualquer jeito, depois disso fomos atrás de armas
- >armas pesadas
- >conseguimos contato com um traficante de armas
- >montei a nossa estratégia, e dentro de algumas opções deixei que cada um escolhesse sua própria arma
- >o Lucas ficou com uma Barret .50 com mira térmica, e uma L96A1 silenciada
- >eu fiquei com a minha M4A1 SOPMOD de sempre, equipada com um lançador de granadas, mira térmica híbrida (eu podia desligar a mira térmica e ficar com uma mira normal caso quisesse), grip, mira laser e supressor
- >eu gostava daquela arma
- >o Robin ficou com uma M4A1 SOPMOD igual a minha
- >o Ed escolheu uma M240, e o Rajid uma AK47
- >o Joel ficou com uma Mossberg 590 Mariner
- >o Sean com uma MP7
- >o Will com uma G36C
- >o Josh com uma FN MINIMI
- >e por fim, o Seth e o Tony pegaram uma Glock G45 cada, pois eles iam carregar aqueles escudos balísticos
- >eram escudos especiais, pois além de serem a prova de balas, tinham uma série de luzes na sua parte da frente, que quando ativadas cegavam igual uma granada de luz
- >por falar em granadas, compramos algumas delas
- >ta bom, muitas
- >compramos fragmentadoras, de fumaça, de luz, incendiárias
- >C4 também não podia faltar
- >óculos de visão noturna pra todos
- >proteção também, compramos coletes a prova de balas, capacetes, etc
- >comprei um maçarico também
- >não pra torturar ninguém, mas caso precisássemos dele pra abrir alguma porta
- >sempre bom estar preparado
- >e uma serra industrial
- >caso precisássemos cortar o cofre e o maçarico não fosse suficiente
- >ela era portátil, e uma bateria de carro tinha energia suficiente pra ela ser ligada por quase uma hora em potência máxima
- >depois disso, comprei um rolo de sacos de lixo
- >ia ser lá que íamos por o dinheiro
- >fizemos um teste com tudo o que tínhamos, e com as notas falsas que eu comprei em Vegas
- >em cada carro cabiam mais ou menos 350 milhões dólares
- >espremendo bastante, no porta malas e no espaço dentro do carro
- >ia dar espaço de sobra
- >com tudo finalmente arrumado, pudemos esperar pelo dia quando tudo ia acontecer
- >e finalmente ele chegou
- >deixamos nossos carros (os que usávamos pra corrida, não os Subaru BRZ) estacionados no pátio onde todos iam estacionar seus carros
- >fizemos isso no dia anterior, já que não ia dar tempo de dirigir 8h até Tóquio no dia do evento
- >depois disso, estacionamos em um shopping próximo ao prédio onde o cofre ficava e esperamos
- >a escolha de dia pro evento não foi aleatória
- >naquele dia ia acontecer algo grande
- >não conseguimos descobrir o que
- >mas isso, o que quer que fosse, exigia que muitos dos homens da Organização estivessem presentes
- >com isso, o cofre ia ficar muito menos protegido
- >ou você acha que os 6 meses só participando de corridas de rua foi só por diversão?
- >só estávamos esperando o momento perfeito pra fazer isso
- >olhei no relógio
- >9:30 da noite
- >hora de começar
- >eu saí do estacionamento sozinho, e dei um jeito de grudar uma bomba eletromagnética nos postes com transformador
- >uma carga grande o suficiente pra fritar os transformadores
- >depois que eu dei a volta no quarteirão, coloquei nos quarteirões ao redor
- >depois voltei pro estacionamento e, assim como todos já tinham feito, coloquei uma máscara de ski
- >a placa dos carros tinha sido coberta com uma película quase invisível a olho nu, mas que fazia com que câmeras de segurança, ou qualquer outro tipo de câmera, não pudesse capturar a nossa placa
- >ou seja, era virtualmente impossível eles rastrearem a gente
- >ou a polícia
- >ou qualquer um
- >era o plano perfeito
- >quando meu relógio indicou 10:30, era hora de colocar o plano em ação
- >saímos do estacionamento e, quando estávamos na rua de trás, detonei as bombas
- >explodiram uma depois da outra, e a energia no quarteirão do prédio e dos quarteirões ao redor foi cortada imediatamente
- >o Robin acionou um dispositivo que ele tinha montado, que aparentemente impedia que telefones fixos, celulares e a internet móvel funcionassem
- >aceleramos, e o Lucas, que estava dirigindo a Dodge usou até nitro e colidiu com os portões, que não tiveram uma chance e arrebentaram
- >entramos voando pelos portões destruídos, e estacionamos no primeiro subsolo
- >o cofre ficava no terceiro
- >acessível através de um elevador único
- >que tinha um gerador próprio
- >descemos dos carros já trocando tiros com os homens da Organização
- >nos escondemos atrás dos pilares e dos carros
- >todos nós 11
- >apesar de ser um sniper, o Lucas também veio
- >ele correu pra um canto isolado do estacionamento, se escondeu entre dois carros e usou sua L96A1
- >a mira telescópica convencional tinha sido substituída por uma mira ACOG, exatamente pra ele poder fazer isso
- >fomos avançando aos poucos, até chegarmos no elevador
- >mandamos 5 pro andar de baixo, e o resto ficou segurando os homens da Organização
- >eu fui pro andar de baixo, junto com o Seth, o Joel, o Robin e o Will
- >levamos uma bolsa com a serra, C4, o maçarico e a bateria
- >no andar de baixo tinham apenas 10 guardas espalhados, e conseguimos lidar rapidamente com eles
- >avançamos em formação militar, com o Seth na frente com o escudo levantado, e o resto de nós em fila indiana atrás dele
- >conseguimos avançar até o lugar onde o cofre ficava
- >usamos simultaneamente a serra e o maçarico, mas conseguimos só enfraquecer a porta
- >mandei todos se afastarem e coloquei toda a C4 que tínhamos concentrada nos pontos enfraquecidos, corri de lá e a detonei
- >o barulho foi ensurdecedor, o que queria dizer que tínhamos menos tempo, alguém ia acabar ouvindo e ligando pra polícia
- >voltamos pra lá e a porta do cofre estava destroçada
- >e na minha frente, o paraíso
- >era muito dinheiro
- >MUITO dinheiro
- >o cofre era gigantesco, bem maior do que a antiga oficina do meu pai
- >tenha em mente que conseguimos levar cerca de três quartos do dinheiro que tinha lá
- >entramos e eu comecei a encher os sacos com o dinheiro
- >formamos um tipo de fila indiana, no qual eu enchia os sacos, e eles eram jogados até o elevador, por onde eram levados pro andar onde os carros estavam
- >depois que acabaram os homens da Organização, mais 4 homens desceram pra ajudar
- >só ficaram o Lucas e o Sean carregando os carros
- >depois de 25 minutos, tínhamos carregado a capacidade máxima dos carros
- >botamos fogo no que sobrou
- >e saímos correndo de lá, pra descobrir que a merda da polícia tinha sido acionada
- >tinha um bloqueio com homens armados do lado de fora
- >o Lucas acelerou e furou o bloqueio pra nós, que fomos atrás dele
- >foram oito horas de insanidade
- >fugir da polícia, dentro daquele Subaru modificado, fazendo drift pelas montanhas do Japão
- >foi ao mesmo tempo aterrorizante
- >e uma das melhores experiências da minha vida
- >só... não tentem fazer isso em casa crianças
- >quase fui jogado das ruas diversas vezes, mas consegui me manter nela
- >cada um de nós tomou um caminho diferente
- >que a primeira vista pareceriam aleatórios
- >mas em compensação foram muito bem pensados
- >cada um tinha um caminho pré definido
- >um caminho que tínhamos feito exaustivamente, cada um em seu próprio caminho
- >pra conhecer o caminho
- >as irregularidades no caminho
- >os becos sem saída
- >os caminhos alternativos
- >era tudo preparado
- >e por que?
- >pra que a penúltima parte do nosso plano fosse posta em ação
- >seguindo esses caminhos, em média cada um de nós ia passar pelo encontro de carros tunados que eu organizei
- >e lá que a mágica ia acontecer
- >de qualquer jeito, o meu era o último carro a passar por lá
- >o meu caminho demorou quase nove horas
- >você com certeza não faz a menor ideia do que é fugir por 9 horas da polícia
- >eu estava exausto
- >até que vi a pista onde o evento estava acontecendo ao longe
- >isso me deu forças redobradas
- >usei o que me restava de nitro, e consegui abrir uns dois minutos de vantagem em cima da polícia
- >era suficiente
- >passei por um toldo, e lá dentro que a mágica aconteceu
- >parei completamente o carro, e enquanto eu pulava pra fora dele o Kumagai, um grande amigo que eu tinha feito no Japão já tinha aberto o porta malas e puxado os sacos de dinheiro que estavam lá, e eu tinha feito o mesmo com os que estavam dentro do carro
- >eles estavam amarrados juntos, pra facilitar nessa hora
- >eu nem acabei de fechar a porta, e meu carro já saiu cantando pneu, de volta para a perseguição
- >”rápido, por aqui”
- >o Kumagai abriu um de muitos containers que tinham ali próximo (garantimos que algumas pessoas trouxessem seus supercarros em containers pra facilitar essa parte)
- >lá dentro, um dos programadores que eu tinha contratado estava sentado em um daqueles simuladores pra jogos de corrida
- >lembra que eu falei que eu tinha comprado alguns brinquedinhos eletrônicos? Então, eu estava falando disso
- >montei um sistema que permitia eu controlar os carros a distância
- >assim ninguém ia saber onde nós tínhamos pulado dos carros
- >de qualquer jeito
- >assim que ele me viu ele pulou pra longe e eu assumi controle do carro
- >corri até a conexão ficar muito fraca pra fazer as curvas direito, e então detonei uma bomba que eu tinha fixado debaixo do carro
- >troquei de roupa, passei um perfume pra mascarar o cheiro ruim que eu estava e fui curtir o resto da noite
- >me lembro de cruzar com os outros Demônios na festa, mas apenas nos cumprimentamos como se ainda não tivéssemos nos visto
- >a festa continuou até pouco antes do meio dia do dia seguinte
- >disputei alguns rachas no meu Skyline, e apesar de star cansado de dirigir, sentar atrás do volante daquele carro era sempre muito divertido
- >os shows, tanto do Marshmello quanto do Vintage Culture foram insanos, não consegui ver tudo dos dois mas o que eu vi foi absurdo
- >infelizmente eu perdi o Show do Tujamo e do Steve Aoki, mas não me importei
- >no dia seguinte, depois que todos partiram e finalmente a empresa que eu contratei pra fazer a limpeza do local chegou, eu fui pra casa, junto com todos os outros Demônios
- >agora, caso alguém olhasse bem de perto, ia ver que os carros estavam mais pesados
- >se olhassem bem pra dentro dos carros, iam ver diversos sacos de lixo dentro
- >ah se as pessoas soubessem o que tinha dentro desses sacos de lixo
- >nos encontramos na nossa mansão, e contamos nosso lucro
- >tínhamos cerca de 3 bilhões de dólares
- >aquele dia
- >nós não comemoramos
- >nós despencamos em nossas camas e dormimos
- >ai sim, depois que acordamos, comemoramos
- >assistimos o jornal, falando do “maior roubo do século 21”
- >descobrimos que a Interpool, o FBI e mais umas 5 polícias secretas estavam atrás da gente
- >mas não ligávamos, não era possível nos rastrear
- >mesmo que alguém ligasse os pontos e visse que todos os carros passaram pelo meu evento
- >e mesmo que esse alguém fosse atrás de descobrir quem tinha organizado o evento
- >ia descobrir que foi um tal de “Cooper Kosami”
- >que coincidentemente morreu em um acidente de carro três dias depois
- >então, para que o mundo pudesse apreciar a obra prima que foi esse assalto
- >cada um de nós tinha ido realizar o assalto usando uma GoPro
- >sem contar que as câmeras nos carros gravaram tudo
- >nós divulgamos tudo na internet
- >então dividimos igualmente o dinheiro
- >e cada um seguiu seu caminho
- >só mantive contato com o Lucas depois disso, tanto porque voltamos a ser amigos
- >quanto porque tínhamos ainda contas a acertar com o Cavazos
- >montamos uma armadilha, e o sequestramos
- >depois disso
- >bem
- >lembra daquele maçarico e daquela serra industrial?
- >então
- >usamos eles mais uma vez
- >depois disso, nós nos mudamos
- >pra onde? Bom, isso eu não posso contar pra você
- >até por que não moro em um lugar fixo, vou para onde meu coração me manda
- >mas posso te dizer que estou em algum lugar do mundo, correndo com alguma supermáquina
- >usando um nome falso, pra evitar problemas
- >felizmente, depois que acabamos com a fortuna da Organização e matamos mais um líder, ela se dissolveu
- >depois disso, passei a usar Jake como meu primeiro nome
- >e sempre mudava o sobrenome
- >agora, tenho que acabar de escrever isso pois uma festa em Ibiza me aguarda
- >adeus, e até nunca mais
- >dessa vez, definitivamente
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