p; o sol da minha vida.

p,

estou lhe escrevendo para que saiba como eu me sinto, apesar de tudo.
conversar com você é como se um turbilhão de emoções me dominasse e aquecesse meu coração
te ter presente alegrava meu dia e me tornava uma pessoa melhor, como se eu valesse a pena
amar-te me faz bem, como se eu estivesse vivendo por algo importante, por um objetivo.
você trouxe cor e brilho para minha vida, tirando toda a escuridão, como se eu parasse de viver em vão. e então, tomou tudo de volta, me deixando no escuro.
mas isso vai pesar em algum momento.

no filme extraordinário a irmã do august faz uma referência incrível. ela diz que ele sempre foi o sol e os outros apenas planetas girando em torno do mesmo. e acho que isso nos define mais do que tudo. porque, p, você é o sol; possui sua luz própria, é belo e único, atrai toda a atenção para si e recebe a maioria dos olhares, todos giram ao seu redor pois você é o centro. e eu sou apenas a lua; bem menor que você e menos atrativa, estou sempre escondida à sua sombra e às vezes eu sequer apareço no seu sistema.

nós somos de galáxias diferentes, P, raramente aparecemos juntos e quando acontece, estamos sempre afastados. eu sou apenas mais uma, girando ao seu redor, observando os outros corpos no espaço tentando se aproximar de você. mas assim como o sol, p, as pessoas não podem chegar muito perto, pois você queima. e machuca. enquanto isso eu continuo aqui, te observando de longe, tentando me aproximar.

amar-te faz bem, p, mas isso vai pesar em algum ponto e vai doer, e vai sangrar, e vai queimar como o inferno, assim como o sol. mas eu não me importo. eu sempre morro antes do tiro e eu gosto. eu cutuco a ferida até sangrar novamente. e sangra. e eu aprecio.

mas alcançar-te nunca foi tão difícil.