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2DLima

GMnástica #1 - Relatos de assassino executado

Aug 21st, 2014
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  1. 1) O lugar fedia. Naquele cubículo mal iluminado que chamavam de cela eu mal podia ver as paredes cobertas por musgo. Um fino fio de luz entrava por uma fresta que ousam chamar de janela. Corrente pesadas me prendiam os pulsos e calcanhares. A grande porta de ferro que me separa do resto das masmorras não possui forma de se abrir pelo lado de dentro. Há apenas uma pequena grade que me permite visão para o lado de fora. Não que houvesse muita coisa para ver. Qualquer prisioneiro já teria perdido a sanidade se ficasse ali o tempo que fiquei. Precisei me concentrar em algo. Os archotes. Para um lugar destinado a criminosos perigosos, os archotes são peculiarmente bem decorados. Ferro fundido, adornado em ouro, assumindo um formato gradeado para segurar as tochas. As pontas superiores formavam cabeças de animais diversos. Na minha cela havia uma serpente. Em frente à minha porta havia um falcão.
  2.  
  3. Ouço vozes. Eles estão vindo. Chegou a hora...
  4.  
  5. 2) A porta da cela se abriu com um ranger que mais parecia o grito de uma banshee. Um grupo de guardas entrava ali, mas não chamavam a atenção como o homem que estava parado na porta. O homem que me capturou. Um homem musculoso, de aparência madura, cabelos curtos e cinzentos, penteados para trás. Suas costeletas se juntavam à barba de mesma cor. Lhe faltava um olho... Sim... Eu me lembro bem de quando o arranquei. Vestia uma cota de malha simples, coberta pelas marcas do exército. Em seu braço eu pude notar. Fora promovido a comandante. E pelo visto... Seria meu carrasco. Os guardas me obrigam a levantar e sair da cela, mas não consigo parar de olhar para aquele homem. Eu adoraria levá-lo ao inferno comigo.
  6.  
  7. 3) Finalmente posso ver a luz do sol. Uma pena ser a ultima vez. A cidade estava quieta. Atravessávamos as ruas, passando por inúmeras casas de pedra. O cheiro das flores era forte. Era um paraíso comparado ao cheiro de mofo das masmorras. Todas as lojas estavam fechadas, não havia uma pessoa pelas ruas naquele dia. Toda a comoção estava na praça central. Esperavam por mim. Ao chegar lá pude ver todas as pessoas que me odiavam. Alguns rostos até familiares. Subi os degraus... Um por um, até chegar à plataforma. Os guardas me prostraram de joelhos. "Quais são suas últimas palavras?" perguntaram. Mas ninguém queria me ouvir de verdade. Era só uma formalidade. Mesmo assim, com um sorriso respondi: "Bem vindos ao inferno". Senti a fria lâmina perfurando meu coração pelas minhas costas. Naquele mesmo dia. Aquela cidade foi dizimada.
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