Arthiola

2021 - Prova Criminologia II

Apr 21st, 2021 (edited)
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  1. Criminologia - Prova II
  2. 01) Aula do dia 11.02.2021
  3. -> Delinquência proveniente de processos psicopatológicos
  4. - Esquema de Porot e Kammerer
  5. - Fazem com que o indivíduo se dissocie da realidade
  6.  
  7. -> Delinquência frenastênica - Déficit congênito precoce do desenvolvimento da inteligência - Oligofrenia
  8. -> Delinquência neurótica - Perturbações da harmonia intrapsíquica, provocando sofrimentos conscientes de causa inconsciente - Neurose
  9. -> Delinquência psicótica - Perturbações da senso-percepção, ideação e juízo crítico - Psicose e demência
  10. -> Delinquência sociopática - Afetação na capacidade de autocrítica e de julgamento de valores ético-morais, da afetividade e de entendimento - Psicopatia
  11. -> Delinquência oligofrênica
  12. - Caracterização
  13. - Etiologia
  14. - Categorias: idiotia, imbecilidade, debilidade mental
  15. - Oligofrenia e demência
  16. - Interesse legal
  17. - Distúrbio da evolução cerebral. Parada definitiva do desenvolvimento anatômico cerebral
  18.  
  19. -> Oligofrenia
  20. - Conjunto de estados deficitários, congênitos ou precocemente adquiridos da atividade psíquica
  21. - Distúrbios de evolução cerebral (congênita ou adquirida), que produzem a parada definitiva do desenvolvimento anatômico cerebral
  22.  
  23. -> Oligofrênico
  24. - É todo indivíduo cuja inteligência se mostre originariamente pequena, inferior à dos demais da mesma idade, vivendo idênticas condições socioeconômicas e culturais
  25.  
  26. -> Categoriais
  27. - Idiotia
  28. ~ Nível mental de uma criança de 02 anos de idade
  29.  
  30. - Imbecilidade
  31. ~ Nível mental de uma criança de até 07 anos de idade
  32.  
  33. - Debilidade mental
  34. ~ Nível mental de uma criança de até 12 anos de idade
  35.  
  36. -> Neurose
  37. - Reação exagerada do sistema nervoso em relação a uma experiência vivida
  38. - Neurótico tem plena consciência do seu problema, mas sente-se impotente para modificá-lo
  39. - Não apresenta nenhum comprometimento de sua inteligência
  40. - Não há distorção da realidade
  41. - Neurose não é considerada uma doença mental
  42. - A importância social da neurose reflete no desenvolvimento da personalidade, nos problemas de aprendizagem, no fracasso escolar, nos conflitos familiares, sendo que, caso não tratada, pode levar a algum grau de incapacidade social e/ou profissional
  43.  
  44. -> Neurótico
  45. - Possui conhecimento sobre a ilicitude de sua conduta
  46. - Mas não possui domínio sobre a sua vontade
  47.  
  48. 1 - Transtornos fóbico-ansiosos
  49. - Prevalência de fobia, medo anormal, desproporcional e persistente diante de um objeto ou situação específica
  50. - Pode ocorrer uma ansiedade de antecipação
  51. - Sintomas cardiovasculares etc.
  52. - Agorafobia, fobias sociais, fobias específicas, transtorno ansioso e depressivo
  53.  
  54. 2 – Transtorno obsessivo-compulsivo
  55. - Incapacidade de controlar manias, rituais, pensamentos desagradáveis, absurdos
  56. - Ciclo do TOC – obsessão – ansiedade – compulsões – alívio
  57.  
  58. 3 – Reações ao stress
  59. - Transtorno transitório
  60. - Ocorre em indivíduo que não apresenta nenhum outro transtorno mental manifesto, em seguida a um stress físico e/ou psíquico excepcional
  61. - Fases do estresse: alerta – resistência vai diminuindo – quase-exaustão – exaustão
  62. - Respostas fisiológicas: liberação de hormônios como a adrenalina, aumento da pressão arterial, cardíacos
  63.  
  64. 4 – Transtornos dissociativos
  65. - Desequilíbrio psicológico, com alterações na consciência, memoria, identidade, emoção, percepção do ambiente, controle dos movimentos e comportamento
  66. - Apresentam mudanças de comportamento (reação histérica = teatralidade, sugestionabilidade, necessidade de atenção constante e manipulação emocional das pessoas ao seu redor)
  67. - Amnesia, estados de transe e de possessão, perda sensorial
  68.  
  69. 5 – Transtornos somatoformes
  70. - Procura significativa de atenção médica, em particular em serviços de emergência
  71. - Doenças físicas não detectáveis
  72. - Transtorno hipocondríaco
  73.  
  74. 6 – Outros transtornos neuróticos
  75. - Enfraquecimento do sistema nervoso, resultando em fadiga, esgotamento emocional e cansaço excessivo
  76. - Neurastenia
  77.  
  78. -> Neurótico: alteração em relação à quantidade de fenômenos psíquicos (prof considera inimputabilidade)
  79. -> Psicótico: alteração em relação à qualidade dos fenômenos psíquicos
  80. -> Neuróticos são mais:
  81. - Ansiosos, teatrais, sugestionáveis, angustiados, medrosos, deprimidos.
  82.  
  83. -> Delinquência psicótica
  84. - Psicose:
  85. ~ Perda do teste da realidade e comprometimento do funcionamento mental, manifestando-se por delírios, alucinações, confusão e comprometimento da memória – Eduardo Sörensen Ghisolfi
  86. ~ Psicótico não distingue a experiência subjetiva e a realidade – perda do contato com a realidade; realidade é experimentada de forma distorcida
  87. ~ Caso de doença por perturbação mental – art. 26, CP; ao tempo da ação/omissão, deve apresentar comprometimento das funções psíquicas; nexo causal entre a patologia e a prática do crime
  88.  
  89. - Neurose:
  90. ~ Alterações quantitativas dos fenômenos psíquicos; produzem sofrimento e/ou prejuízo na maneira da pessoa viver; não há perda da percepção da realidade
  91.  
  92. - Psicose (ainda):
  93. ~ Alterações qualitativas dos fenômenos psíquicos; produzem sofrimento e/ou prejuízo na maneira da pessoa viver; há perda da percepção da realidade; delírios e alucinações
  94.  
  95. -> Sintomas psicóticos marcantes:
  96. - Delírios: juízos falsos da realidade que aparecem como ideias ou crenças distorcidas; alterações no pensamento – interpretação falsa da realidade. Modo ilógico de pensar. Inclui variedade de temas: perseguição; bizarro; somáticos; religiosos; de grandes; ciúmes; prolixidade. Não ocorre vinculação com o aparelho sensorial (alucinação)
  97. - Alucinações: alcança o âmbito das percepções. São experiências sensoriais reais, baseadas em objetos/fenômenos irreais. Uma experiência do aparelho sensorial em quaisquer das suas modalidades (visão, audição, gustação, olfato, tato). Sujeito não é capaz de diferenciar se as imagens e os sons que ela está vendo e ouvindo são reais ou não
  98. ~ Ex.: ouvir uma voz numa sala na qual as demais pessoas não a ouvem – alucinação auditiva; ver algo que não é visto por mais ninguém – alucinação visual
  99.  
  100. - Acreditar que motoristas de fuscas azuis são agentes secretos – delírio
  101. - Ver um fusca azul que não existe – alucinação
  102. - Pode ter os dois somados
  103. - Alucinações e delírios são produtos de um transtorno mental (psicótico):
  104. ~ Esquizofrenia, transtorno bipolar, epilepsia, quadros infecciosos, traumatismos, ação de substâncias químicas (medicamentos ou drogas)
  105.  
  106. -> Esquizofrenia:
  107. - Doença mental muito grave e incurável, que se caracteriza por profunda desordem mental
  108. - Mudança no modo de pensar, sentir, reagir aos estímulos do mundo exterior (isolamento; negação da doença; alucinações e delírios)
  109. - Culturalmente o esquizofrênico representa o estereotipo do louco
  110. - Atinge mais facilmente os jovens (demência precoce)
  111. - Acomete 1% da população
  112. - Sintomas DSM-IV
  113. ~ Delírios, alucinações, fala desorganizada (descarrilhamento frequente ou incoerência), comportamento totalmente desorganizado ou catatônico, sintomas negativos (embotamenteo afetivo, alogia ou avolição). Pelo menos dois sintomas, cada um presente por um espaço significativo de tempo durante um período de um mês; exclusão de uso de substância química
  114.  
  115. -> Tipos de esquizofrenia:
  116. - Tipo paranoide, tipo catatônico, distúrbio delirante (tipo erotomaníaco; tipo megalomaníaco; tipo ciumento; tipo persecutório; tipo somático; tipo misto), distúrbio psicótico breve (pós-parto)
  117. - A neurose, em alguns momentos, não gera a inimputabilidade por falta de poder de autodeterminação. Pode ser por inexigibilidade de conduta diversa – sujeito não consegue agir diferente daquilo
  118.  
  119. 02) Aula do dia 18.02.2021
  120. -> Psicose:
  121. - Perda da visão de realidade do indivíduo. Manifestando-se por delírios, alucinações, confusão e comprometimento da memoria. Perda do teste da realidade e comprometimento do funcionamento mental
  122. - Psicótico não distingue a experiência subjetiva e a realidade
  123. - Caso de doença por perturbação mental – art. 26, CP. Nexo causal entre a patologia e a prática do crime
  124.  
  125. -> Neurose:
  126. - Alterações quantitativas dos fenômenos psíquicos
  127. - Produzem sofrimento e/ou prejuízo na maneira da pessoa viver
  128. - Não há perda da percepção da realidade
  129.  
  130. -> Psicose:
  131. - Alterações qualitativas dos fenômenos psíquicos
  132. - Produzem sofrimento e/ou prejuízo na maneira da pessoa viver
  133. - Há perda da percepção da realidade
  134. - Delírios; alucinações
  135.  
  136. Obs.: alguns slides repetidos da aula anterior
  137. -> Demência senil:
  138. - Transtorno psicótico, também
  139. - Delirios e alucinações
  140. - A pessoa vai perdendo seus neurônios, sua capacidade de inteligência
  141. - Síndrome de natureza crônica e progressiva caracterizada pelo desenvolvimento de múltiplos déficits cognitivos e alterações da personalidade
  142. - Importância diante do envelhecimento populacional
  143. - Acomete: 5% das pessoas entre 65 e 80 anos. 5% a 20% das pessoas com mais de 80 anos
  144. - Causas: 50 a 65% - Alzheimer. 12 a 18% - infartos cerebrais múltiplos. 8 a 18% - associação de ambas. 8% - etiologia indeterminada
  145.  
  146. -> Transtorno de humor:
  147. - Respostas emocionais podem ser:
  148. ~ Proporcionais aos estimulos externos – normal
  149. ~ Desproporcionais aos estimulos externos (oscilações do humor) – anormal
  150.  
  151. 1 – Transtorno bipolar
  152. - Psicose maníaco-depressiva ou ciclotimia
  153. - É caracterizado por alteracoes do humor, com um ou mais episodios maniacos (extrema excitacao) acompanhados por episodios depressivos
  154. - Alternancia entre a mania e a melancolia
  155. - Fase de euforia: humor anormal e persistentemente elevado, expansivo, excessivamente euforico e alegre, as vezes com períodos de irritacao e explosoes de raiva, contrastando com um periodo de normalidade. Algumas pessoas podem ficar agressivas, chegando a apresentar delirios e alucinacoes. Auto-estima, vigor e energia fisica aumentam. Individuo passa a agir em ritmo acelerado, ficando inquieto e agitado. As ideias fluem rapidamente, não conseguindo conclui-las. Necessidade de sono diminui. Sentimentos de grandeza, considerando-se especial e sem limites. Perda da inibicao social com atitudes inadequadas ou extravagantes. O transtorno tem uma importante caracteristica genetica
  156. - Fase depressiva: tristeza persistente e imotivada, lentidao, inibicao, inercia psicomotora. E também: humor deprimido. Perda de energia, interesse e apetite. Sentimento de culpa. Dificuldade de concentracao. Pensamentos de morte e suicidio
  157. - Transtorno bipolar
  158. ~ O que é? Doenca que se caracteriza pela alternancia de humor, ocorrendo episodios de euforia (mania), de depressao e períodos intercalados de instabilidade
  159.  
  160. - Diagnóstico:
  161. ~ Deve ser feito por médico psiquiatra, baseado nos sintomas apresentados pelo paciente, não havendo exames de imagem ou laboratoriais que auxiliem o diagnóstico
  162.  
  163. - Tratamento:
  164. ~ Medicamentoso por meio de estabilizadores do humor, do qual o carbonato de lítio é o mais estudado e mais usado.
  165. Acompanhamento psiquiátrico deve ser mantido por um longo período, sendo que algumas formas de psicoterapia podem colaborar no tratamento
  166.  
  167. - Estatística:
  168. ~ Doenca crônica que acomete cerca de 5% da população mundial
  169. ~ 50% dos portadores apresentam pelo menos um familiar afetado
  170. ~ Filhos de portadores apresentam risco aumentado de apresentar a doenca
  171. ~ Até 50% dos portadores tentam suicidio ao menos uma vez na vida e 15% efetivamente cometem
  172. ~ 41% criam dependência ao álcool
  173. ~ 12% criam dependencia a alguma droga ilícita
  174.  
  175. -> Outros transtornos de humor:
  176. - Transtorno bipolar
  177. - Transtorno ciclotímico – forma mais suave. Leva-se em conta um período mais extenso de tempo, pois a oscilação é mais suave, menos intensa, menos marcante
  178. - Transtorno induzido por substâncias – consequência do abuso no uso de drogas
  179. - Transtorno do humor sem outra especificação: personalidade borderline (forte componente afetivo no transtorno de humor. Tem oscilação de humor. Mas o padrão é a excessiva emotividade e busca por atenção, que levam à dramatização) e déficit de atenção e hiperatividade
  180. - Os transtornos psicóticos podem acontecer nesses casos. Os sintomas psicóticos também – delírios, alucinações
  181. - Se ao tempo da ação ou omissão o sujeito estava agindo sem conhecimento de que o que fazia era proibido ou sem condições de manifestar sua autodeterminação, em decorrência daquela doença mental – incidente de insanidade mental, laudo pericial, considerações a respeito de sua imputabilidade ou inimputabilidade ao tempo da ação e aplicação de medida de segurança se for o caso
  182.  
  183. -> Psicoses epiléticas
  184. -> Epilepsia
  185. - Doença que provoca repentina convulsão ou perda de consciência
  186. - Síndrome clinica cuja manifestação é o ataque epilético
  187. - Síndrome: conjunto de sinais e sintomas de etiologia (origem) variável
  188. - Conjunto de condições neurológicas que levam a descargas elétricas excessivas e anormais no cérebro. Essas descargas desencadeiam as crises epilépticas
  189. - Distúrbio que afeta o cérebro e se expressa por crises repetidas, caracterizadas por manifestações motoras, sensitivas, sensoriais, psíquicas e neurovegetativas
  190. - Parcial simples:
  191. ~ Não provoca alteração da consciência. Eventos visuais, motores, ou sensoriais e podem se confundir com outros fenômenos transitórios. Em alguns casos, evoluem para a forma parcial complexa.
  192.  
  193. - Parcial complexa:
  194. ~ Mudança da consciência com incapacidade do indivíduo para responder normalmente a estímulos externos.
  195.  
  196. - Generalizada:
  197. ~ Descargas neuronais bilaterais, envolvendo ambos os hemisférios. Consciência quase sempre comprometida.
  198.  
  199. - Fases:
  200. ~ Tônica: contração muscular
  201. ~ Crônica: contrações ritmadas seguida de relaxamento em rápida sucessão.
  202. ~ Relaxamento: descontração muscular.
  203.  
  204. - Parcial simples:
  205. ~ Não perde a consciência. Irritabilidade, explosividade, agressividade ou instabilidade de humor. Episódios de fúria e alucinações. Alterações eletroencefalográficas no lobo temporal.
  206. ~ A parcial simples retoma para os sintomas mais comuns para o interesse da criminologia, que é a alucinação, na fase de furor epilético.
  207.  
  208. - Furor epilético: em alguns casos, após ingestão de pequena quantidade de álcool. Raiva, irritabilidade, podendo ter agressão. Esse estado pode durar minutos, horas, dias, semanas. Terminado o período, ficam reminiscências confusas dos atos que praticou.
  209. Formas de epilepsia: parietal, frontal, temporal, occiptal.
  210. - Proximidade de sintomas entre psicose epilética e esquizofrenia paranoide.
  211.  
  212. -> Esquizofrenia paranóide
  213. - Manifestações pré-psíquicas nos limites anormais
  214. - Não crítica
  215. - Delírio de cunho persecutório
  216. - Dificilmente apresenta alucinações visuais
  217. - Alucinações auditivas bem estruturadas
  218. - Humor e afetividade tendem ao indiferentismo e embotamento
  219. - Lembranças afetivas não preservadas
  220. - Estereotipias motoras não são comuns
  221.  
  222. -> Epilepsia condutopática
  223. - Reúne algumas síndromes psiquiátricas
  224. - Estado crepuscular lúcido ou orientados: dupla personalidade (estudo no Capítulo das Psicopatias)
  225. - Causas:
  226. ~ 65% - desconhecido
  227. ~ 10% - vascular
  228. ~ 8% - congênita
  229. ~ 6% - trauma
  230. ~ 4% - tumor
  231. ~ 4% - degenerativa
  232. ~ 3% - infecção
  233.  
  234. - Tratamento:
  235. ~ Medicamentos antiepiléticos são capazes de abolir ou reduzir a frequência das crises em 70% dos casos.
  236. ~> Não modificam as consequências do dano neurológico coexistente e das dificuldades psicossociais
  237.  
  238. ~ Intervenção cirúrgica: procedimento mais apropriado para jovens que desenvolvem a doença há pouco tempo, antes que as sequelas psicossociais
  239.  
  240. 03) Aula do dia 25.02.2021
  241. -> Transtorno psicótico induzido por álcool e drogas
  242. - Todo sujeito que consome substância etílica em grande quantidade em um período de tempo, vai adquirir embriaguez patológica.
  243. - Pode desenvolver um transtorno psicótico.
  244. - Patologias ligadas à ingestão de etílicos: transtornos alimentares; piromania; jogo patológico; impulsos agressivos-destrutivos; frangofilia; cleptomania; dromomania; outros transtornos
  245.  
  246. -> Relatório mundial sobre drogas – 2020 – escritório das nações unidas sobre drogas e crime
  247. -> Pobreza e marginalização
  248. - Pobreza, pouca educação e marginalização social são fatores importantes que aumentam o risco de ocorrência de transtornos associados ao uso de drogas. Grupos vulneráveis e marginalizados também podem enfrentar barreiras para obter serviços de tratamento devido à discriminação e ao estigma.
  249.  
  250. -> Quebra do ciclo que fortalece o crime organizado
  251. - Diminuição da pobreza e fortalecimento do Estado de direito, provocam a queda na produção de drogas ilícitas, enfraquece o crime organizado e reduz a violência.
  252.  
  253. -> Psicopatias
  254. - Estudos começaram com:
  255. ~ Pinel – mania sem delírio
  256. ~ Kraepelin – personalidade psicopática
  257. ~ Schneider – não é doente mental, mas possui personalidade anormal
  258. ~ Cleckley – ênfase aos aspectos afetivos e interpessoais
  259.  
  260. - CID 10 e DSM-5: transtorno de personalidade antissocial
  261. - Características comuns em psicopatas:
  262. ~ Charme superficial e boa inteligência, ausência de delírios e outros sinais de pensamento irracional
  263. ~ Ausência de nervosismo e manifestações psiconeuróticas
  264. ~ Não confiabilidade
  265. ~ Tendência à mentira e insinceridade
  266. ~ Falta de remorso ou vergonha
  267. ~ Comportamento antissocial inadequadamente motivado
  268. ~ Juízo empobrecido e falha em aprender com a experiência
  269. ~ Egocentrismo patológico e incapacidade para amar
  270. ~ Pobreza generalizada em termos de reações afetivas
  271. ~ Perda específica de insight
  272. ~ Falta de reciprocidade nas relações interpessoais
  273. ~ Comportamento fantasioso e não convidativo sob influência de álcool e as vezes sem tal influência
  274. ~ Ameaças de suicídio raramente levadas a cabo
  275. ~ Vida sexual impessoal, trivial e pobremente integrada
  276. ~ Falha em seguir um plano de vida
  277.  
  278. -> Personalidade psicopática
  279. - Indivíduos cronicamente antissociais, que não tiram proveito nem da experiência nem das punições sofridas e não mantém lealdade real a qualquer pessoa, grupo ou código. (Manual Estatístico de Diagnóstico de Doenças Mentais da Associação Americana de Psiquiatria)
  280. - Indivíduos insocializáveis, e cujo padrão de comportamento os coloca repetidamente em conflito com a sociedade. São incapazes de lealdade significativa para comm os indivíduos, grupos ou valores sociais. São manifestamente egoístas, rudes, irresponsáveis, impulsivos e incapazes de sentir culpa ou aprender com a experiência e o castigo. (Associação Psiquiátrica Brasileira)
  281. - Caracteriza-se, principalmente, por ausência de sentimentos afetuosos, amoralidade, impulsividade, falta de adaptação social e incorregibilidade
  282.  
  283. -> Psicopatia e sociopatia
  284. - Sociopatia: síndrome é forjada inteiramente por forças sociais e experiências.
  285. - Psicopatia: fatores psicológicos, biológicos e genéticos contribuem para o desenvolvimento da síndrome.
  286. - Sinônimos: expressão psicopata é muito parecida com psicótico.
  287.  
  288. -> Psicopatia:
  289. - Se origina por fatores genéticos
  290. - Agem de forma mais dissimulada
  291. - Planejam detalhadamente os seus crimes
  292.  
  293. -> Sociopatia:
  294. - Se origina por fatores sócio-ambientais
  295. - Resultado de um caso mais declarado e aberto de disfunções no relacionamento interpessoal
  296. - São impulsivos
  297.  
  298. 04) Aula do dia 04.03.2021
  299. Obs.: Slides da aula anterior
  300. -> Diagnóstico
  301. - Não se adequa às normais sociais -> tendência à falsidade -> impulsividade ou insucesso em planejar o futuro -> excitabilidade e hostilidade, marcado por constantes agressões físicas -> indiferença pela sua segurança e a dos outros -> irresponsabilidade reiterada -> falta de remorso
  302.  
  303. -> Escala Hare PCL-R
  304. -> Diagnóstico de crianças e adolescentes
  305. - Nunca de psicopatia, por que ainda não têm a personalidade formada e se trata de um transtorno da personalidade
  306. - Menores de 18 anos não podem receber o diagnóstico de psicopatia
  307. ~ Nomenclatura utilizada -> Transtorno de conduta
  308.  
  309. - Crianças que se frustram rapidamente por não conseguirem atingir seus objetivos
  310. ~ Acessos de fúria e comportamentos cruéis
  311.  
  312. - Agressões aos colegas ou a animais de estimação
  313. ~ Indica desprezo por outras pessoas, quando maiores
  314.  
  315. -> A maior parte dos criminosos violentos, de algum modo, sofreu abuso quando eram crianças
  316. - Nesta fase, a estrutura mental do indivíduo ainda está vulnerável, podendo-se então associar a vivência de abusos ao comportamento violento apresentado posteriormente, pois o meio social pode interferir no padrão de comportamento futuro, visto que no início da vida a criança costuma associar e assimilar aspectos do contexto em que vive, com o objetivo de compor sua própria identidade e personalidade futura (HEMERLY, 2016)
  317.  
  318. -> Grau de psicopatia
  319. - Grau leve
  320. ~ Aplica pequenos golpes: cola-se no papel de vítima, culpando sempre os outros por suas atitudes
  321. ~ Correspondem à maior parte dos portadores do transtorno
  322.  
  323. - Grau moderado
  324. ~ Golpes e trapaças são aplicados em escala maior; sentimentos de tédio, de transtornos de ansiedade; procuram sempre novas atividades, dificilmente concluindo-as
  325.  
  326. - Grau grave
  327. ~ Perigo à sociedade; apresentam um prazer incontrolável em enganar, torturar e matar e planejam suas ações visando despertar o maior sofrimento possível na vítima
  328.  
  329. -> Origens do transtorno: três tendências
  330. - Fatores genéticos: de forma intrínseca e orgânica
  331. - Fatores ambientais: a sociedade cria seus próprios psicopatas a partir de seu estilo econômico, social e educativo de vida
  332. - Fatores emocionais: fundamentos na psicanálise: forma de perversões, com raízes na sexualidade
  333.  
  334. -> Psicopatia e violência
  335. - É um mito afirmar que todo psicopata é um serial killer
  336. - Poucos psicopatas chegam ao extremo de matar
  337. - Manipular é mais atraente do que matar
  338.  
  339. -> Psicose e psicopatia
  340. - Psicose:
  341. ~ Transtorno mental
  342. ~ Psicótico não tem discernimento real das consequências
  343. ~ "São definidos por anormalidades em um ou mais dos cinco domínios a seguir: delírios, alucinações, pensamento, (discurso) desorganizado, comportamento motor grosseiramente desorganizado ou anormal (incluindo catatonia) e sintomas negativos (DSM-5, 2014)
  344. ~ Sintomas típicos como alucinações, delírios, pensamentos desorganizados e comportamento claramente bizarro, como fala e risos imotivados
  345. ~ A psicose mais comum é a esquizofrenia
  346.  
  347. - Psicopatia:
  348. ~ Transtorno de personalidade
  349. ~ Portador tem total consciência de seus atos e punições
  350. ~ Psicopata é movido pela razão de forma desproporcional
  351. ~ "A característica essencial do transtorno da personalidade antissocial é um padrão difuso de indiferença e violação dos direitos dos outros, o qual surge na infância ou no início da adolescência e continua na vida adulta" (DSM-5, 2014)
  352. ~ Não apresenta os sintomas típicos da psicose
  353.  
  354. -> Tratamento e recuperação
  355. - Psicopatia não tem cura -> não é uma doença, mas, um traço de personalidade, o jeito de ser do indivíduo
  356. - Tratamentos:
  357. ~ Psicoterapia
  358. ~ Terapia cognitiva comportamental - TCC (Aaron Beck)
  359. ~ Medicação
  360.  
  361. - O tratamento não significa a cura, mas, ajuda os psicopatas a convierem melhor com as pessoas que o cercam
  362.  
  363. -> Classificação jurídica:
  364. - Psicopata não é um doente, no entanto, ele vive à margem da normalidade emocional e comportamental – são considerados fronteiriços
  365.  
  366. -> Parafilias -> Transtornos Parafílicos
  367. - Perversão sexual
  368. - Transtorno da sexualidade
  369. - Grego:
  370. ~ Para -> paralelo, desordenado, anormal
  371. ~ Hilos -> amante, que tem afinidade/apego
  372.  
  373. -> Manual de diagnóstico e estatístico de transtorno mental (DSM-5, 2014)
  374. - "O termo parafilia representa qualquer interesse sexual intenso e persistente que não aquele voltado para a estimulação genital ou para carícias preliminares com parceiros humanos que consentem e apresentam fenótipo normal e maturidade física"
  375. - Fantasias e comportamentos sexuais recorrentes e intensos que envolvem objetos inanimados ou pessoas sem o seu consentimento ou a humilhação pessoal ou do parceiro
  376. - Parafílicos podem ser atraídos sexualmente por objetos, animais, pessoas ou situações
  377. - Padrão sexual de comportamento inadequado, intenso, recorrente
  378.  
  379. -> Normalidade sexual
  380. - Sexo sadio: é aquele que satisfaz todos que dele participam
  381. - Sexo normal: que não causa sofrimento
  382.  
  383. -> A aspiração sexual estatisticamente normal deveria envolver:
  384. - Indivíduos humanos -> contrário de bestialismo
  385. - Indivíduos vivos -> contrário à necrofilia
  386. - Indivíduos livremente concordantes -> contrário ao assédio
  387. - Indivíduos livremente receptivos -> contrário à violentação
  388. - Indivíduos de faixa etária relativamente compatível -> contrário à pedofilia
  389. - Parentes sem grau próximo de parentesco -> contrário ao incesto
  390. - Locais adequados e em circunstâncias propícias -> contrário ao exibicionismo
  391. - Outra pessoa -> contrário à auto-satisfação
  392. - Pessoas do sexo oposto -> contrário ao homossexualismo
  393.  
  394. -> Prática sexual (normal ou anormal)
  395. - Para ser considerada doença -> necessidade de causar sofrimento
  396. - Um transtorno paralifico deve:
  397. ~ Causar sofrimento ou prejuízo ao indivíduo
  398. ~ Causar dano ou risco de dano pessoal a outros
  399.  
  400. -> Parafilias são consideradas transtornos da sexualidade
  401. - Acontecimento incomum
  402. - Estatisticamente anormal
  403. - Capaz de causar sofrimento ou prejuízo na pessoa ou em outros
  404.  
  405. -> Sintomas (DSM IV)
  406. - Fantasias, anseios sexuais ou comportamentos recorrentes, intensos e sexualmente excitantes, em geral envolvendo:
  407. ~ Objetos não-humanos
  408. ~ Sofrimento ou humilhação próprio ou do(s) parceiro(s)
  409. ~ Crianças ou outras pessoas - sem o seu consentimento
  410.  
  411. - Prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo
  412.  
  413. - Sintomas devem ocorrer durante um período de, pelo menos, seis meses
  414. - Para alguns parafílicos:
  415. ~ Fantasias (ou estímulos parafílicos) são obrigatórios para a excitação erótica e sempre incluídos na atividade sexual
  416.  
  417. - Para outros parafílicos:
  418. ~ Preferências parafílicas ocorrem episodicamente (p. ex., durante períodos de estresse)
  419.  
  420. -> Causas
  421. - Elementos que integram a gênese das parafilias:
  422. ~ Fatores biológicos
  423. ~ Fatores genéticos
  424. ~ Fatores neurológicos
  425. ~ Fatores ambientais
  426.  
  427. 05) Aula do dia 11.03.2021
  428. -> Modelo psicossocial – etiologia diferente – como surgem os problemas relacionados às parafilias na visão do modelo psicossocial
  429. - Teoria psicanalítica: indivíduo que fracassou em completar o processo de desenvolvimento normal em direção ao ajustamento heterossexual
  430. - Outras teorias: experiências primitivas que condicionam a criança para que cometa um ato parafílico
  431. - Ex. criança molestada tornar-se predisposta a ser um adulto receptor de abuso ou abusador
  432.  
  433. -> Modelo psicossocial
  434. - Transtorno parafílico pode resultar:
  435. ~ Modelagem
  436. ~> Pela imitação
  437. ~> Pelas recordações
  438.  
  439. -> Graus de parafilias
  440. - Caráter opressor: com perda de liberdade de opções e alternativas, o parafílico não consegue deixar de atuar dessa maneira (ABREU IP, 2005)
  441. - Caráter rígido: a excitação sexual só se consegue em determinadas situações e circunstâncias estabelecidas pelo parafílico (ABREU IP, 2005)
  442. - Caráter impulsivo: necessidade de repetição da experiência (ABREU IP, 2005)
  443.  
  444. -> Classificação das parafilias (DSM-IV)
  445. - Transtorno voyeurista -> Espiar outras pessoas em atividades privadas
  446. - Transtorno exibicionista -> Expor genitais
  447. - Transtorno frotteurista -> Tocar em indivíduo que não consentiu
  448. - Transtorno do masoquismo -> Passar por humilhação, submissão ou sofrimento
  449. - Transtorno do sadismo -> Infligir humilhação, submissão ou sofrimento
  450. - Transtorno pedofílico -> Foco sexual em crianças
  451. - Transtorno fetichista -> Usar objetos inanimados ou ter um foco altamente específico em partes não genitais do corpo
  452. - Transtorno transvéstico -> Vestir roupas do sexo oposto visando excitação sexual
  453.  
  454. -> Avaliação psiquiátrica
  455. - Prática de crime sexual, por si só, não implica em diagnosticar seu autor como portador de doença-transtorno mental, pois:
  456. ~ Nem todo aquele que abusa de crianças é pedófilo
  457. ~ Nem todo aquele que estupra é sádico
  458. ~ Nem todo aquele que pratica ultraje público ao pudor é exibicionista
  459.  
  460. -> Deve-se considerar, porém, crimes praticados na vigência de:
  461. - Processo esquizofrênico
  462. - Episódio maníaco
  463. - Surto epiléptico
  464. - Transtorno de personalidade
  465. - Abuso de substância entorpecente
  466. - Outros transtornos
  467.  
  468. -> Tratamento:
  469. - Psicoterapia
  470. ~ Psicoterapia individual e/ou grupo
  471. ~ Readaptação social
  472. ~ Redução da estigmatização
  473.  
  474. - Farmacológico
  475. ~ Tratamento hormonal (castração química)
  476. ~> Acetato de ciproterona
  477. ~> Acetado de medroxiprogesterona
  478.  
  479. ~ Antidepressivos
  480. ~ Neurolépticos
  481. ~ Ansiolíticos
  482. ~ Antipsicóticos
  483. ~ Estabilizadores de humor
  484. ~ Antagonistas opiáceos
  485.  
  486. -> Objetivos do tratamento
  487. - Controlar fantasias e comportamentos parafílicos
  488. - Controlar o impulso e as urgências sexuais
  489. - Diminuir o nível de estresse e prejuízo dos pacientes (LUCENA BB, et. al, 2014)
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