A criança teve que sair correndo quando explodiu a guerra no seu país. O Albanês entrou em um barco cheio de desconhecidos com uns quinhentos Leks (moeda albanesa) pra um lugar desconhecido. Ele era o único que adorava Allah naquele lugar. Ele não se sentia nada confiante, mas o que ele poderia fazer? Era morrer e encontrar o Allah-todo-poderoso (o que não seria uma péssima escolha) ou viver mais um pouco. Ele só tinha quinze, e esse era o ano de 1998. Deixou os familiares soldados para trás porque não queria ter o mesmo destino.

Erion chegou ilegamente nos Estados Unidos e foi acolhido em uma província albanesa junto com os outros refugiados. Ele viveu por lá até o fim da guerra.

O muçulmano gastou o dinheiro todo com porcaria. Uma hora ou outra ia acabar, mas acabou rápido demais. Como esperado, teve de procurar um emprego e encontrou um velhote em uma barbearia. Não ganhava muito dinheiro, mas ia aprendendo e aprendendo cada vez mais. Ficou efetivo e começou a ganhar dólares mensais. Saiu da província e alugou uma casa.

Até então, Gjinali estava ilegal, até um fato curioso. Ele se casou com uma americana em 2001, e viveu com ela até a morte desta, em 2005. Ele ficou furioso mas entendeu que foi pela vontade de Allah. Viveu do mesmo jeito por muitos anos.

E então, em 2016, parece que tudo acontece do jeitinho que tem que acontecer. O recrutamento da polícia abre e ele resolveu se inscrever. É inacreditável. Ele fugiu do país pra fugir deste destino e acabou dando voltas em círculo.