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Oct 9th, 2015
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  1. Era mais um dia denso e frio em uma cidade insignificante qualquer, um planeta achatado que percorre em volta de uma bola gigante de fogo. Um jovem já desapegado aos sentimentos mais fúteis do ser humano e com o coração calejado pela dor e pela tristeza (pelo menos era o que ele tentava dizer a si mesmo). Sua vida não era ruim, ele não passava fome, necessidades, tinha do bom e do melhor. Sua mãe e seu pais moravam juntos como uma família qualquer. Sem irmãos ou avós ele cresceu em um apartamento comum.
  2. Mesmo assim ele se sentia vazio e com um buraco enorme no peito. Não sabia o porque estava ali ou o porque tinha nascido. Seu pai e sua mãe trabalhavam demais que nem ao menos tinha tempo para ficar e conversa com seu ele. Ele não se preocupava com isso, ele sabia o quanto que a vida era dura e que eles inevitavelmente teriam que trazer o pão de cada dia para sustenta-lo. Mas irracionalmente a tristeza vinha e o abatia, as duvidas e os medos de um mundo cruel e sistemático.
  3. Assim ele via a sua vida passar diante seus olhos sem nem ao menos se quer ter chance de dizer isso a alguém. No colégio ele não era o melhor aluno da escola, longe disso. Mas também não era o mais quieto. Ele brincava com os amigos e ria. Se você visse ele no colégio chegaria a dizer que ele era o garoto mais feliz daquela escola. Mas dentro ele se destruía aos poucos. Diversas duvidas pareavam sob a mente dele e ele cogitava mil coisas.
  4. Ele chegava a conclusões Out Of The Box. Ele se sentia um Alien perto das outras pessoas. Ele se denominava niilista. Passava o dia inteiro em frente de uma tela de computador acessando fóruns anônimos e pornografia. Sim, pornografia. Ele mesmo dizia ser feio, não se gostava. Não engolia esse discurso que falam por ai de que temos que gostar de si mesmos. Ele pensava em um geral, nunca nele. Ele era insignificante como você.
  5. Mas diferente de todos ele se autodenominava insignificante e por isso tentava ao máximo não perturbar outras pessoas e ocupar o menor espaço possível no mundo. Suas ideias mais radicais ele guardava a sete chaves dentro da cabeça e tentava nunca abrir ou até esquece-las. Ele já tinha chegado a um ponto de desmotivação até para pensar, ele já não tinha vontade de ficar horas pensando sobre um Deus ou sobre o mundo.
  6. A unica coisa que lhe apetecia era o suicídio. Mas como ele era um covarde nunca o fazia. Não era exatamente o medo da morte, e sim o medo de sentir a dor e de passar o resto da vida dependendo de um individuo para fazer necessidades básicas e nunca mais ser livre outra vez. Se é para ser assim é melhor continuar vivo. Suas esperanças tinha acabado, ele afirmava a si mesmo; mas na verdade ele ainda tinha esperança. Não acreditava em deus e nem muito menos no amor mas apetecia pelo o mesmo. Para ele o amor era mais interessante que Deus, mesmo ele o odiando (o amor).
  7. Talvez se você tivesse a oportunidade de falar com ele, não o intenderia. Não o suportaria. Ele chegava a ter duas ou mais opiniões na cabeça dele. O que importava era não ser demagogo. Pensar o que vier na cabeça, ser original, chocar. Mesmo não sendo um adepto ao "All We Need is Love" ele não era uma pessoa "ruim". Ele como um jovem niilista não via o porque das pessoas se agredirem ou muito menos se xingavam atoa. Mesmo sendo um jovem que odiava todos, lidava com aquilo como se fosse um tipo de piada que só ele entendia. Ele nunca levaria os atos de sua cabeça a sério. Ele ficou maravilhado com a matéria nova que ele foi apresentado no EM, a filosofia. Mas discordava com o professor em varias partes. Ele pensava que muita das coisas em que escreviam sobre os filósofos clássicos foi desvirtuado. Como um telefone sem fio.
  8. Deus, a mesma coisa. Ele não descartava não existir um relojoeiro para o relógio achatado. Mas sim que este relojoeiro era um israelita que vestia túnica e que cometia atrocidades diante a humanidade. Na verdade ele já tinha desistido deste ponto. Já não cabia mais espaço para isso. Na verdade tanto faz. Se Deus existe ou não, estamos f*didos. Ele temia a imortalidade, ele só queria poder se suicidar e sucumbir no "nada",
  9.  
  10. parte 2.
  11. Isso acontecia na mente de um jovem garoto como qualquer outro (pelo menos o que parentava ser). Mas ninguém sabia, nem mesmo os mais íntimos amigos. Os colegas de classe pensava que ele era apenas um garoto brincalhão que não ligava para nada. Ele até comentava sobre a sociedade com amigos, mas na verdade seus amigos não estavam na mesma sintonia que ele. Ninguém estava. Ninguém está. Seu hobby preferido era internet. No fórum onde ele estimulava as pessoas a pensar sobre a vida já não havia mais sentido. Era como se ele fosse um humano diferente de todos que já viveram na terra. Ele já não via mais graça em jogar, escrever, em musica. Nada. Era como se seu coração fosse sido tomado pelo "nada", o que muito pior que qualquer outra coisa.
  12. Muitas pessoas em que ele tentou se abrir o recomendava procurar Deus. Ele já não hesitava mais e até tentou visitar um dos templos de Deus. Por tês dias consecutivos ele visitava mas aquilo não passava, pior. Só mais duvidas apareciam e mais raiva. Histeria coletiva e pessoas felizes ao nada.
  13. É reconfortante para as pessoas acreditar em vida após a morte, que vão reencontrar um ente próximo ou até a pessoa amada. E quando diziam que o problema dele era falta de Deus no coração, ele concordava com a cabeça. Sim, ele não acreditava neste simbolo porque já não fazia sentido pra ele, ele tinha atingido um nível super humano de lucidez.
  14. Um dos maiores rancores da vida dele era os grupos de ativistas marxistas denominadas "feministas". Sim, elas mesmo. Ele sentia puro ódio delas, mas ao mesmo tempo ria e depois entrava em crise, como qualquer outra coisa que ele fazia.
  15.  
  16. parte 3
  17. O que ele mais queria no fundo era um abraço e palavras que o apoiassem e o motivassem de novo. Não admitia isso para os pais. Ele já tinha se apaixonado uma vez e falhou. Foi nessa vez que ele criou parte de tudo o que está escrito aqui. Já não acreditava mais no amor nem em nada. Um completo Nihilista. Mas uma jovem menina que o acompanha desde o fundamental mas ele nunca tinha prestado a atenção daquela forma, começa a despertar um sentimento nele. Uma menina normal, mas para ele era quem pusera cor em seu coração já pálido. Conforme ele usava a internet para a conhecer melhor só se auto boicotava e na fossa ele estava mais uma vez. Como já foi escrito, ele se achava um dos mais feios a pisar na terra. Não era só achar-se feio. Era tudo. Desde o pé até a cara. De fato, quem é bonito na adolescência? (só as mulheres, o modo easy da vida)²
  18. Sim, isso foi um lapise que passou pela mente dele. Mesmo assim se sentia inferior a todos. Como se ele fosse uma especie diferente de todos. Ele havia se apaixonado platonicamente outra vez, mas já sem esperanças à nada. Não havia mais motivos de tentar nada. Ele sabia que não ia acontecer, não ia dar futuro. Ela era uma boa aluna, uma das melhores, a melhor. Ele não. Ele o via como um empecilho na vida dela. Ele sabia que ela nunca ia o entender. Ele sabia que ela o rejeitaria na primeira tentativa. Ele se pôs no lugar de nada dele e ficou, vendo a vida passar. Trocava olhares, e só. Rizadas e conversas dele sobre ela eram vazadas aos ouvidos delas, mas nada.
  19. O mundo dele desaba quando ele descobre que ela tem um namorado. O mundo dele entra em estado de evacuação. As cores que restavam em seu coração foram automaticamente sugadas pela sua mente. Não vamos falar sobre uma pessoa que nem ao menos está tendo ciência do que esta sendo escrito e aqui e não pode se defender. Mas já falando... Ele não era um bom partido para ela. Era um adolescente como os piores. Sim, ele era forte e alto e tinha um cabelo de dar inveja. Ah, inveja era o que ele mais sentia.
  20. Você pode me dizer que era normal, sim, coisa de adolescente, isso passa. Não para ele. Quero te convencer a ler isso sem dizer nada ou julgar esta história.
  21. Antes de tudo preciso-lhe informar sobre o suicido. O suicídio é uma forma de "escape". É uma metáfora filosófica adepto aos que são fracos e oprimidos. Culturalmente é errado. Cientificamente é natural mas errado. Para o Cristianismo é o inferno. Para ele era um meio de alivio, e quem sabe um dia... A verdade é que o suicida lida com o suicido como uma vingança ao mundo, como um troco. É a direito de resposta.
  22. Eu? Eu francamente acho que o suicido deveria ser direito à todos, como engravidar é. É muito mais irracional e errado você ter a coragem de por alguém neste mundo cruel do que você simplesmente se matar.
  23. Sua relação com os seus pais só ia de mal a pior. E ele só queria poder abraça-la. Ele planejava se matar em um domingo, quando passava um programa muito popular em seu país. Este programa tinha uma "Intro" antiga que levava as pessoas ao suicido. Sim, domingo, não é atoa. Você que é suicida sabe a dor no peito quando você está naquela noite de domingo apreensivo para a segunda-feira.
  24. parte 4 - visão do mundo.
  25. Certa vez na sala de aula qualquer, ele falta. Seus 2 amigos estão na sala já discutindo sobre ele ter faltado e perdido matérias. Ninguém mais liga para sua falta. A menina em que ele ama nem ao menos olha para o seu assento. A professora faz a chamada e quando chega a vez dele, foi aquele silencio. Ninguém disse que ele tinha faltado. Ninguém disse nada. Francamente? Quem liga? Na verdade era isso que ele esperava. Por isso se matou.
  26. A inspetora da escola vem avisar que neste dia não haverá mais aula. Eles estavam entre o primeiro tempo indo para o segundo. Quando ela vem e diz que não haverá aula. Quando os alunos perguntam o porque, ela diz que um menino que estudava ali tinha cometido uma tentativa de suicídio. Os dois amigos dele se olham já arregalando os olhos. A amada percebe da situação na hora e também fica surpresa. Um dos amigos grita, f*deu. Ele pergunta para a inspetora, tentativa? Ela responde que sim. Então ele falhou até nisso e já sei até como ele fez, afirmou ele. Asfixia por monóxido de carbono, apelidado por ele como churrasco no banheiro. É um processo demorado de morte, e se interrompido causa sequelas graves ao cérebro.
  27. Dito e feito. Ele estava em estado vegetativo no maior hospital da cidade. Isso tudo porque um dia amou alguém. Passaram-se uma semana e o clima era tenso e ninguém teve coragem de cara de ir visita-lo. Até verem a mãe dele retirando a matricula dele com um semblante abatido e pálido ao mesmo tempo. Perguntam se o poderiam visitar e ela diz que não naquela semana.
  28. Tempo se passou, tempo o bastante para a visita. Ele acorda do coma pós cirurgia, não podendo falar e nem se mover pela eternidade. Está em repouso. Em uma cadeira de rodas em inercia ele olha para o horizonte vazio na sombra de uma vida vazia. Ele continuava ali, preso. Rostos sentam a sua frente, familiares, amigos e ela. Chega a vez dela se sentar. Ela não consegue segurar o choro olhando aquele semblante de uma pessoa que desprendeu de si mesmo por ela. Em um movimento suave ele vira a sua cabeça em direção a ela e a olha fixamente, como se tentasse dizer alguma coisa. Mas nada. Era tarde de mais. Essa foi a resposta. Quantas vezes ele já não chorou por ela.
  29. Essa foi uma história insignificante de um garoto insignificante que nunca recebeu um abraço.
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