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- "Faz funk?"
- Respondo: "Sim".
- "Que lixo não vai ter futuro, vai ser para sempre um condenado na vida a beira da criminalidade."
- Clássico discurso das pessoas ao saberem que fazemos funk.
- Contudo, ninguém conhece tão quanto a gente as dificuldades enfrentadas dia após dia nesse mundo. Estudio o dia inteiro, compassos que não acabam nunca, poucas horas de sono, pressão da midia, ouvintes, radio... E assim vai...
- Vivemos num meio onde nem tudo que estudamos no livro é possível. Nem tudo que queremos fazer para o bem da musica é possível. Temos que nos adaptar (e não nos conformar) às condições precárias de trabalho , aos interesses secundários, ao sistema falho, demorado e burocrático.
- Dizem que não podemos nos apegar aos fas, não podemos nos emocionar diante de uma menina em estado terminal, pedindo para tocar a ultima musica...
- Soma-se a isso, a nossa cobrança interna, o pensamento "Será que estou me dedicando o suficiente? Será que serei um bom funkeiro?". E a cobrança da mida, afinal, funkeiro não pode errar.
- Enfim, quando eu ainda estava no cursinho, naquela incerteza constante do vestibular, algumas pessoas, já experientes no funk, chegavam pra mim e falavam que estavam tristes, depressivas, sem ânimo por vários motivos. E eu, (quase que revoltado), pensava: " uma pessoa dessa... Reclamando de barriga cheia. Já está dentro do mundo do funk e dizendo que está triste... Quem deve tá triste sou eu, que estou aqui nessa sala de cursinho, ouvindo o professor falar a mesma coisa do ano passado!"
- Queria encontrar com essas pessoas e dizer: " Agora te entendo. Entendo cada angústia sua."
- "Índice de Depressão é crescente na industruia do funk brasileiro."
- "A prevalência de sintomas depressivos foi de 79% entre os funkeiros avaliados..."
- A pergunta que não quer calar:
- "Quem cuida de quem ouve?" (Texto de: MC Anonimo)
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