Advertisement
Not a member of Pastebin yet?
Sign Up,
it unlocks many cool features!
- Ao meu lado direito, um rio sinuoso corria, porém não havia água nenhuma. Não pude descobrir do que era feito, então assimilei à lava. Sua luz vermelha era a única coisa iluminando o local em que eu estava, já que era noite. O escuro dificultou consideravelmente minha forma de enxergar este local, por alguma razão eu decidi seguir o caminho do rio, que serpenteava entre árvores enormes — pinheiros, imaginei. Nenhum som, nenhuma movimentação, nenhuma presença. Talvez o local fosse mesmo deserto de qualquer vida, ou era apenas minha admiração pelo rio roubando toda minha atenção.
- Continuei seguindo sua forma, sem nem mesmo ter um motivo para fazê-lo. O céu escuro parecia um véu grosso, a poucos centímetros da copa das árvores; eu podia sentir sua textura apenas o fitando. Nenhuma lua e nenhuma estrela, nada ousava criar luz, nada além daquele rio cujo eu ainda seguia.
- No final, o rio desaparecia ao entrar num pequeno buraco, como uma caverna feita justamente para sua passagem. Um sentimento de decepção percorreu minha mente, o que eu estava fazendo afinal? O que eu esperava encontrar seguindo isso? Ao virar as costas para que eu retornasse ao meu ponto inicial, o cenário estava mudado. Não havia árvores, não havia céu, não havia nada além de um extenso branco, que aparentemente era infinito. Olhei desespero para o lado, o rio continuará ali, saindo de lugar nenhum e serpenteando entre coisa alguma. Olhei para meus pés, eu não estava pisando em nada, mas me sentia como em um piso sólido.
- Sentei-me, o que foi uma sensação demasiada estranha. Continuei fitando o rio, a única coisa que havia ali para se olhar, de qualquer forma. Então sua nascente parou, no horizonte eu pude ver seu tamanho encolhendo, como se uma ponta quisesse encontrar a outra. Quando parou de encolher, sua forma não era mais de um rio, e sim de uma poça. A poça criou uma forma, que ascendia do “chão” e ficava cada vez mais parecido com um ser humano. Então diante de mim, estava uma pequena garota, ou pelo a forma de uma. As cores do que antes era um rio permaneceram, apenas pude analisar a profundidade daquela forma, e definitivamente era a forma de uma pequena garota. Ela esticou seu braço, abrindo a palma da mão, instintivamente eu fiz o mesmo. E de uma forma lenta, encostamos a palma de nossas mãos.
- Algo deveria ter acontecido, eu aceitava qualquer coisa, menos o que realmente aconteceu. Ver os mesmos móveis velhos de sempre em meu quarto, com a luz do sol me cegando, era a última coisa que eu queria. Mas era tarde, estava acordado.
Advertisement
Add Comment
Please, Sign In to add comment
Advertisement