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Guest User

Untitled

a guest
Aug 30th, 2015
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  1. Ao meu lado direito, um rio sinuoso corria, porém não havia água nenhuma. Não pude descobrir do que era feito, então assimilei à lava. Sua luz vermelha era a única coisa iluminando o local em que eu estava, já que era noite. O escuro dificultou consideravelmente minha forma de enxergar este local, por alguma razão eu decidi seguir o caminho do rio, que serpenteava entre árvores enormes — pinheiros, imaginei. Nenhum som, nenhuma movimentação, nenhuma presença. Talvez o local fosse mesmo deserto de qualquer vida, ou era apenas minha admiração pelo rio roubando toda minha atenção.
  2.  
  3. Continuei seguindo sua forma, sem nem mesmo ter um motivo para fazê-lo. O céu escuro parecia um véu grosso, a poucos centímetros da copa das árvores; eu podia sentir sua textura apenas o fitando. Nenhuma lua e nenhuma estrela, nada ousava criar luz, nada além daquele rio cujo eu ainda seguia.
  4.  
  5. No final, o rio desaparecia ao entrar num pequeno buraco, como uma caverna feita justamente para sua passagem. Um sentimento de decepção percorreu minha mente, o que eu estava fazendo afinal? O que eu esperava encontrar seguindo isso? Ao virar as costas para que eu retornasse ao meu ponto inicial, o cenário estava mudado. Não havia árvores, não havia céu, não havia nada além de um extenso branco, que aparentemente era infinito. Olhei desespero para o lado, o rio continuará ali, saindo de lugar nenhum e serpenteando entre coisa alguma. Olhei para meus pés, eu não estava pisando em nada, mas me sentia como em um piso sólido.
  6.  
  7. Sentei-me, o que foi uma sensação demasiada estranha. Continuei fitando o rio, a única coisa que havia ali para se olhar, de qualquer forma. Então sua nascente parou, no horizonte eu pude ver seu tamanho encolhendo, como se uma ponta quisesse encontrar a outra. Quando parou de encolher, sua forma não era mais de um rio, e sim de uma poça. A poça criou uma forma, que ascendia do “chão” e ficava cada vez mais parecido com um ser humano. Então diante de mim, estava uma pequena garota, ou pelo a forma de uma. As cores do que antes era um rio permaneceram, apenas pude analisar a profundidade daquela forma, e definitivamente era a forma de uma pequena garota. Ela esticou seu braço, abrindo a palma da mão, instintivamente eu fiz o mesmo. E de uma forma lenta, encostamos a palma de nossas mãos.
  8.  
  9. Algo deveria ter acontecido, eu aceitava qualquer coisa, menos o que realmente aconteceu. Ver os mesmos móveis velhos de sempre em meu quarto, com a luz do sol me cegando, era a última coisa que eu queria. Mas era tarde, estava acordado.
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