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- O primeiro capítulo do livro lida com a “suposta morte do sobrenatural”, nome dado ao fenômeno da secularização. Berger argumenta que é possível dizer que a teoria da secularização é falsa, e o que estamos vivenciando atualmente é uma pluralização da espiritualidade e religiosidade. O autor então fornece diversos exemplos que afirmam esta idéia e também analisa algumas situações que podem ser tanto provas a favor da teoria da pluralização quanto contra ela, como as comunidades protestantes dos Estados Unidos.
- No segundo capítulo, Berger abre falando sobre como o conhecimento verdadeiro leva ao ecstasy, a sensação de estar fora das rotinas taken-for-granted da sociedade. É uma boa introdução para o capítulo em que ele começa seu tratado sobre a sociologia do conhecimento, que ele aborda com o que só acredito ser paixão.
- Segundo Berger, o maior desafio que a teologia precisa vencer não são as ciências naturais, mas sim as humanas. Com a história, podemos reduzir os textos e rituais sagrados à meros antigos produtos humanos; e com a sociologia, podemos relativizar todo o conhecimento humano e transformá-lo em produtos humanos, também.
- A forma em que a sociologia do conhecimento usa para relativizar o conhecimento humano é dada pelas estruturas de plausibilidade, que são estruturas que categorizam o que é crível por certos membros de um conjunto social. Quanto mais suporte uma estrutura recebe, mais “verdade” ela se torna, muitas vezes chegando a ser uma “verdade inquestionável”. Por exemplo, nos tempos de hoje é uma verdade inquestionável que assassinato é algo ruim e quem não crê nisso é isolado do conjunto social. Se pessoas o suficiente fossem contra essa visão, então essa estrutura decairia e o assassinato deixaria de ser algo mal-visto pela sociedade. Todo o conhecimento humano funciona dessa forma, seja da crença nas ciências exatas ou da religião.
- Alguns tentam ignorar essas estruturas e dizer que a religião está acima disso, possuindo propriedades sagradas. Provas históricas dizem o contrário e Berger argumenta que não há diferença para o investigador empírico, já que não há como resolver um problema empírico se um indivíduo tenta sair da esfera empírica. Portanto, este argumento é inválido.
- Segundo Berger, essa perda de inocência nas verdades absolutas da religião não são a morte dela, mas sim uma liberação. Agora que o sujeito religioso conseguiu sair da cegueira, ele está livre para olhar com seus próprios olhos o fenômeno religioso como ele é, uma estrutura de plausibilidade. Afinal, não tem como se comprovar quais afirmações são verdadeiras e quais falsas com certidão, então a religião não pode ser chutada para fora pelo pensamento moderno. A sociologia então age como agente que nos libera do passado. Com a sociologia do conhecimento pode-se entender porque o homem atual faz o que faz e como elas são produtos da época que podem ser traçados e não leis inexoráveis.
- Vivemos num mundo com competição de estruturas de plausibilidade, resultado direto da modernização. Um ser humano da sociedade moderna é esperado que se conforme à diversas estruturas diferentes, fato facilmente notado nas pessoas que agem de certa forma com a família e de outra forma com os amigos. A pessoa então sempre estará tendendo à algum lado, e nos outros lados estará apenas cumprindo um papel social insincero/superficial. Essa parcialidade da crença do indivíduo é a causa do enfraquecimento da religião organizada. Afinal, é muito mais difícil ser católico ou acreditar na Bíblia em uma sociedade cujo o suporte para essas estruturas é inexistente.
- Fenerbach pinta a religião como um diálogo do homem como si mesmo, reduzindo a teologia à antropologia. Marx e Freud utilizaram do mesmo conceito e a grande maioria da discussão teológica atual expande nele. Porém, assim como um matemático pode criar matemática em sua cabeça sem precisar de nada além de seu próprio raciocínio, também existe um reino natural regido por relações matemáticas. Pode-se então considerar que a teologia poderia ser parte de uma outra realidade (o divino), da qual o homem nada sabe. Uma teoria teológica de peso seria uma que reconhecesse esse fato e abordasse a situação teológica considerando ambos lados.
- Berger abre o terceiro capítulo do livro falando sobre a idéia errônea de que proposições teológicos lidam com o divino, esclarescendo que na verdade elas lidam com a relação do divino com o homem. Com essa idéia em mente, o autor parte com uma lição de história temperada com teologia; lição que ele usa para dar um contexto para sua sugestão de um novo modelo de estudo teológico, que entrarei em detalhes depois.
- Berger começa sua aula de história falando sobre a Primeira Guerra Mundial, que acabou com o otimismo burguês antropológico, causando então uma reação neo-ortodoxa ao liberalismo teológico. O neo-liberalismo teológico vinha do otimismo da sociedade burguesa, que acreditava no racionalismo e no futuro brilhante do homem. Essa noção foi destruída com a chegada da guerra, que trouxe consigo algumas idéias de que o homem era sujo e incapaz de trilhar seu próprio caminho; nascia então o neo-ortodoxismo, que em sua teologia agora estudava como o homem lida com a revelação e não ele como o seu ponto focal de adoração.
- Para o neo-ortodoxismo tudo dependia de Deus, sendo então a revelação uma característica não-humana; o que acabou impossibilitando deduzir a teologia de dentro da antropologia. Esse abandono da condição humana e entrega para dentro do Absoluto foi um dos pontos centrais da Reforma Protestante de Karl Barth. A única forma que o neo-ortodoxismo relacionava o homem à revelação através do “ponto de contato”, ou seja, sua única interação importante com o divino foi o momento no qual ele decidiu manifestar-se; antes disso o homem era uma figura grossa, suja, perdida. Alguns anos depois, o oposto da proclamação cristã era considerado a antropologia do desespero, baseada fortemente nas idéias de Freud. Palavras como angústia, desespero e tristeza começaram a surgir para definir o homem sem Deus. Não é difícil imaginar que esse pensamento tornou-se bastante popular na Segunda Guerra Mundial.
- Com o fim da Segunda Guerra Mundial, um otimismo cauteloso começou a surgir. Vimos então o surgimento de filosofias como absurdismo de Camus, que via certa beleza no meio da realidade cinza da existência, e até Sartre mudou o seu existencialismo para uma forma um caráter positivo; pintava-se então um cenário em que o homem não precisava de Deus para criar seu próprio sentido.
- Colocando a teologia em perspectiva da história, Berger me fez dar um valor maior ainda ao assunto do livro, técnica que me fez apaixonar-me ainda mais com o assunto. Relendo as minhas notas sobre esse pequeno trecho que mal ocupa três páginas, percebi que só com essas três páginas Berger conseguiu fazer um leigo como eu prestar dobrada atenção em sua proposta. A escrita carismática e didática do autor continuava me impressionando.
- A idéia que Berger propõe como novo modelo de estudo teológico é a seguinte: o estudo teológico não pode seguir o humor da população, flutuando pelas emoções geradas pelos acontecimentos mundiais e eventualmente não chegando em avanço algum. É então proposto o modelo que se baseia em encontrar o que ele chama de sinais de transcendência e gestos humanos prototípicos, pontos de início antropológicos comuns à toda experiência humana; sendo os sinais de transcendência fenômenos que residem o reino natural porém se encontram nele e os gestos humanos prototípicos uma forma de herança cultural que se assemelha aos arquétipos de Jung, porém os “GHP” em sua vez são claramente visíveis além do subconsciente. Após isso, o autor passa a grande parte do capítulo analisando, listando e conectando diversos desses pontos.
- O primeiro gesto humano prototípico do qual Berger fala é o desejo que uma sociedade possui de crer na ordem, requisito primário para que ela seja ordenada. Existe então o ato de fé que o autor chama de “argumento de ordenação”, que é a característica do ser humano de clamar pela ordem. Exemplos bastante comuns vão de atos mais complexos como a cerimônia do casamento à atos bem simples como uma mãe confortando o seu filho que teme o escuro. “Tenha fé em existir”, é o que diz um pai para seu filho através de seu conforto. O argumento Freudiano relaciona essa experiência como uma mentira e propõe que a coisa certa a se fazer seria liberar-se dela e conquistar a sua existência alheia à essa idéia; porém, Berger argumenta que experiência parental faz então um papel de sacerdote, uma projeção cósmica da experiência da criança na ordem profética do amor paternal. Essa projeção é um reflexo da verdade final, portanto é a própria religião. É uma projeção, mas que através da idéia de fé indutiva (o processo religiosa que começa com dedução da experiência humana) acaba por ser a reivindicação da ordem humana.
- Aproximada à idéia do argumento da ordenação vem a idéia do play, o ato da brincadeira. Berger considera esse momento de play uma pausa no tempo social e real e uma entrada no tempo do play, onde não existem minutos e horas mas sim rounds, movimentos, capítulos. A entrada nesse tempo, quando feita de forma em que a play se mantém alegre, transforma-o em eternidade. “All joy wills eternity - wills deep, deep eternity!”, disse o Zaratustra de Nietzsche. Um momento desses quando trago de forma certa suspende o “living towards death” e transporta o ser humano para uma eternidade alheia ao sofrimento; uma busca do homo “ludens” à alegria imortal da infância, o que permite ao leitor perceber a conexão do argumento da ordenação ao argumento pelo “play”, o que então também é um ato de fé indutivo: empiricamente inexistente, mas claramente perceptível na sociedade; uma espécie de acordo não-verbal transcendente entre todo ser humano e a sua consciência.
- Outro ato de fé indutiva é o da esperança: originária da característica do homem de realizar-se em projetos e visões do futuro. Toda organização política ou religiosa que conhecemos obviamente necessita da esperança para atrair seus seguidores; basta buscar-lá em todas as religiões conhecidas e em movimentos políticos como o marxismo e rapidamente a encontrará lá, já que a esperança tanto grupal quanto individual é vital para o funcionamento da sociedade. Nota-se então um padrão: a experiência é mais um aspecto humano que funciona eventualmente como uma negação da morte. A religião utiliza da esperança para negar ao adicionar uma camada sobrenatural à existência, o que trivializa a morte física; já os movimentos políticos utilizam da esperança que um indivíduo possui para fornecer um futuro melhor ao seus amados ou povo.
- Berger também caracteriza como sinal de transcendência o surgimento da impossibilidade moral que vem junto da condenação: ao ver alguém prestes a matar uma criança, é moralmente impossível você não impedir o ato, já que caso não o faça, será condenado pela sociedade. Essa condenação é considerada então uma verdade universal; quando quebrada, se nega que ela é absoluta ou se tenta validá-la no sobrenatural. Como um exemplo perfeito temos o famoso argumento de “Apenas pena de morte não é o suficiente para esse criminoso, ainda bem que ele queimará no inferno por isso”. Essa validação da verdade absoluta realizada pelas forças sobrenaturais a mantém algo que vai além do homem, caso ele falhe em cumprí-la. Podemos então ver que a esperança e a condenação são duas faces da mesma moeda, com a esperança consolando-nos da falta de humanidade que vem com a falta de humanidade e a condenação punindo-a.
- A última característica humana que Berger analisa é o humor. O autor define Freud e Bergson como os maiores analistas do argumento do humor, resumindo que Freud fala que o humor é uma discrepância entre o super-ego e a libido e que Bergson fala que o humor é discrepância entre o ser vivo e o mundo mecânico. Berger diz não ser um grande fã das duas teorias, mas concorda que o humor é sim uma discrepância. Para ele, o humor é qualquer incongruência humana: o judeuzinho encontra o negro grande, o grande filósofo perde suas calças, o rato quer fazer sexo com o elefante. Acima de tudo, porém, o sociólogo argumenta que o humor é também a discrepância entre o homem e o universo. “The comic reflects the imprisonment of the human spirit in the world.”, é a frase que usa exatamente. O argumento vem da idéia de que o homem brinca com a sua própria mortalidade, brinca com a situação “cinza” em que se encontra. Toda essa tristeza e miséria são trivilializadas pelo humor e se transformam, por um momento, em algo superável. Daí vem a proximidade entre a comédia e a tragédia, ambas são comentários sobre a finitude do homem. Ao rir do aprisionamento do espírito humano, o humor implica que esse aprisionamento não é final e será superado, trazendo assim outro sinal de transcendência - uma forma de intimação da redenção, que assim como a infância ou o play, pode ser visto como uma vindicação religiosa da alegria. O autor também utiliza de uma anedota para fazer a pergunta: Quem merece piedade, o que tem o poder e acredita nele ou o que não tem o poder e ri dele? O argumento é que o poder é uma ilusão, pois seus limites são apenas empíricos; um palhaço seria muito mais poderoso que um imperador, pois a risada do palhaço é algo que transcende a realidade e revela por um curto momento um mundo livre das algemas empíricas.
- Berger termina sua listagem de gestos humanos prototípicos e sinais de transcendência com o aviso de que ele sem dúvidas não listou todos e nem conseguiria fazer tal tarefa, mas que o capítulo serviu como bom exemplo de seu modelo religioso em que o ponto inicial é o próprio homem. Ele considera a natureza humana estática e uma teoria de evolução social coisas que não são relevantes à sua teoria, já que a história não é “uma escada rolante que só sobe”. Verdades são descobertas, enterradas, redescobertas. O que ele propõe é apenas um modelo que caracteriza gestos humanos genéricos que são visíveis em toda sociedade. O autor termina o capítulo pedindo por um retorno do lado “noturno” do ser humano, que está sendo negado pela sociedade moderna. A sociedade funciona e sempre funcionou como uma barreira contra o “horror pelado” da realidade, que caso fosse exposto à todo ser humano, a raça simplesmente pararia de funcionar devido à sua ansiedade fundamental em relação ao medo da morte e da insignificância. Porém, com a secularização, começou a vir uma negação do lado “noturno’ do homem, ou seja, sua propensidade a acreditar nos mistérios e no metafísico; a sociedade trivializa toda experiência não-empírico como algo sem sentido (vemos muito disso no positivismo). Esta ação de sufocar o espiritual é um grande empobrecimento da humanidade, pois o homem agora se encontra roubado do “ecstasy” e mantém sua vida presa apenas dentro do físico. A proposição teológica de Berger tenta, através de filosofia antropológica, trazer estes presentes metafísicos de volta à humanidade para que ela volte a sonhar e olhar para além de sua bolha real.
- No quarto capítulo, Berger pondera a importância de desafiar as tradições definidas, explicando brevemente que sua proposição teológica não é conservativa ao buscar voltar para um tempo onde a espiritualidade era mais potente, já que a teologia conservativa é uma dedução da fé através de tradições, o que sua proposição não é. A teoria de Berger é um pouco mais direcionada à teologia liberal, que busca induzir a fé através da experiência humana geral.
- Seguindo sua linha de raciocínio, Berger dá uma anedota interessante de processos que a religião utiliza para negar a idéia de que a religião é uma “escolha”, de certa forma então desumanizando os fiéis - podemos ver isso no batismo e na idéia de “sangue judeu” - para que não considerem nunca que há outra opção.
- Voltando à idéia de desafio de tradições, o autor fala sobre a teimosia de alguns de olhar para trás na história, considerando o passado uma época barbárica e o fluxo da história linear. O sociólogo argumenta que a história, muito menos em relação à religião, não é linear; é importante conhecer a história e sinais de transcendência únicos à cada época antes de bolar uma proposição teológica que já pode haver sido “descoberta” no passado. Também importante é nunca considerar as descobertas e revelações do passado como algo empírico e científico, mas sim como verdadeiras transcendências, de fato realidades. Berger considera este tipo de teologia científica que olha “de cima” para o passado uma prática errônea. O autor também fala sobre a importância de não buscar o estudo teológico em um só lugar: além do confronto entre antropologia filosófica e a história do homem, também deve haver o confronto de todas as tradições religiosas de dentro e fora do âmbito cultural definido, além de buscar por sinais de transcendência em obras de arte, que são a forma que um artista exploraria estes mesmos sinais.
- O autor dá tanta importância para este embate entre tradições porque ele considera que tal prática pode apenas fortalecer e mudar as crenças atuais, para o melhor. É saudável que freiras batam de frente com rabinos e monges, já que isto permite que uma nova descoberta teológica não seja ignorada apenas por tradição e isolamento individual; a religião agora toma um aspecto de “melting pot”, coisa que nota-se muito claramente no Brasil. Porém, o autor deixa claro que sua proposição não é de um “esperanto teológico” mas sim de uma dissolução das barreiras da teologia a ponto de que as religiões se mostrem como “escolhas”. Nunca será possível unir o catolicismo ao budismo em uma só religião, porém é importante que um aprenda com o outro e se mostrem como escolhas diferentes de experienciar a transcendência. A mensagem do autor é que é através da adoração que o homem busca a transcendência, portanto a religião nunca deve ser primariamente uma atividade teórica de intelectuais, mas sim uma experiência à ser sentida. O impulso religioso fundamental não é teorizar, mas sim adorar.
- Terminando o capítulo, Berger decide tentar mostrar seu modelo ao confrontar algumas tradições do Cristianismo. Para isso, ele entra em muitos detalhes sobre diversos aspectos da religião, que resumo agora.
- A experiência religiosa de Israel antiga foi a primeira “descoberta” de Deus. O Deus do Velho Testamento é totalmente removido da condição humana, mas ainda interage com o homem, sendo seu criador. Ao contrário das religiões vistas na Ásia, que creem que a busca pela redenção introspectiva, já que dentro de si ele possui toda a verdade universal, vemos nas religiões reveladas uma necessidade de buscar pela verdade em “Deus”, que mesmo totalmente removido da experiência humana, é a chave do fiel para encontrá-la. Podemos dizer então que a descoberta de Deus transformou a história do homem em um caminho até o momento da redenção, podendo só então naquele momento de contato com Deus finalmente sentir-se completo. O Cristianismo difere do Judaísmo e Islamismo neste aspecto, porém: a redenção cristã ainda virá, pois o mundo ainda está dominado por sofrimento, todavia, a redenção também já se manifesta através dos atos de Cristo. O problema que o Cristianismo encontra nesse quesito é que este “gostinho” de redenção só é presente através dos atos de um “homem” no passado, quando o que importante em um novo modelo seria o ato de não tornar Cristo apenas relacionado às ações de Jesus, mas sim como uma entidade presente em todos os atos de bondade e comunidade, já que sua essência significa justamente esta antecipação da redenção.
- No último capítulo, que é bem curto, o autor apenas conclui seu argumento geral, constatando que os sinais de transcendência, atualmente, são apenas rumores. Não adianta apenas pular de bico de volta no sobrenatural do passado, esperando por uma melhora. Cabe a nós ter paciência e estudá-los como rumores, buscando então se sua fonte é verdadeira ou não.
- A redescoberta do sobrenatural seria, acima de tudo, o ganho de uma abertura na visão de mundo geral. Seria também uma superação da trivialidade pós-moderna, já que com o povo receptivo aos sinais de transcendência as verdadeiras proporções da nossa experiência seriam reveladas. A redescoberta da religião nos permitiria confrontar a era em que vivemos com a transcendência, colocando eventos históricos como algo “penúltimo”, já que o verdadeiro significado se encontra fora da realidade. Isso adicionaria uma leveza à vida do homem sem trivializá-la.
- Na minha opinião pessoal do livro, Berger abriu totalmente meus olhos céticos para uma capacidade humana muito além da situação atual, que não é de forma alguma agradável. Embora me mantenha sem religião ou espiritualidade alguma, creio que agora me encontro junto dele nesta posição em que a busca pela espiritualidade poderia ser justamente o que nos salvaria do futuro moral cinza que espera a humanidade. O autor escreve de forma muito bem explicativa e casual, o que é ótimo para um leitor inexperiente que quer ler algo profundo porém fácil de digerir. Considero este livro um dos livros mais essenciais que alguém interessado na experiência humana deveria ler, seja esta pessoa interessada em religião ou não.
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