Um Brasil à la Policarpo Quaresma
O filósofo Jean-Jaques Rousseau afirmava que um indivíduo autêntico seria aquele cujo fosse engajado politicamente e participasse de forma efetiva das decisões públicas. O que diverge dos dias atuais, uma vez que, uma grande parcela da população trata com descaso ou desinteresse este importante ato de cidadania: a participação política. Na contemporaneidade, o concerto político atenua-se cada vez mais. Fator este devido a anomalia histórica: o conformismo político.
Visto isso, a ignorância sobre o tema desencadeia uma consequência insustentável, determinada pela escolha de representantes governamentais incapacitados de exercer o cargo. Dado que, em processos eleitorais, as candidaturas partidárias apresentam promessas que se repetem ano a ano. A escolha é feita a partir da maneira como a população encara o candidato ou a forma como este se porta, seja por meio de um discurso rebuscado, pela simpatia "kafkiana", entre diversos outros meios de garantir votos.
O "Orçamento Participativo" é um mecanismo governamental e democrático que permite à população cobrar os seus direitos, intervir em decisões políticas, questionar o dinheiro público, assim, envolvendo os cidadãos de forma coerente. Além disso, em 2014, nas eleições do Brasil, um site de iniciativa particular concedia aos internautas, um "ranking" de políticos, ao passo que estes cumpriam com as obrigações que se estendiam a diversos critérios, iriam adquirindo pontos e se mostrando o mais viável para ser eleito.
Assim como Cazuza proclamou "ideologia, eu quero uma pra viver" em uma de suas canções, a sociedade atual também busca uma ideologia, sendo esta, portanto, podendo ser encontrada na política, na efetiva participação dos indivíduos e sua procura por mudanças nas diversas instituições. Na obra "O triste fim de Policarpo Quaresma", o protagonista é um grande admirador da pátria, nacionalista e defensor de seus ideais, dessa maneira, o homem político deve ser inspirado em Quaresma: um patriota ímpar.
Por fim, é incontestável a necessidade da participação política para a construção de uma sociedade ciente e sábia, visando a melhoria nos diversos setores do corpo social, como saúde, educação e mobilidade. Ademais, deve-se dar relevância à efetividade social para a formação de indivíduos pensantes. Seja por meio de programas como o orçamento participativo, como também a lei de acesso a informação, que dá ao cidadão o direito de transparência nos dados públicos. Assim como, a atuação nas escolas, de projetos que incentivem o interesse pela política e pelos atos de cidadania. Somente assim, o Brasil ultrapassará a marca do conformismo político.