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a guest
Dec 1st, 2015
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  1. Quem não passou por isso, conhece alguém que conhece alguém que passou.
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  3. Eu fui criada com aquela visão de relacionamentos de que eu só seria uma mulher feliz, completa e bem sucedida da vida se encontrasse um homem pra casar, e sim tinha que ser um homem. Daqueles que tivessem dinheiro pra me sustentar, que fossem grandes (franzino não podia) e que não fosse fresco.
  4. Comecei a namorar muito cedo, por volta dos meus 13 – 14 anos e de certa forma me arrependo disso. Meu primeiro namorado e eu tínhamos 4 anos de diferença, eu o conheci no final da sétima série e ficamos 5 meses juntos. A família dele me considerava uma péssima influência porque eu era mais nova e tinha uma aparência diferente (foi quando comecei a pintar todo o cabelo de colorido), além de ser uma má influência achavam que eu só tinha interesse em engravidar e ser sustentada. O namoro todo foi desgastante, me sugou e me machucou muito. Como se não bastasse todos os 5 meses difíceis com o fim do namoro quando eu comecei a superar o rapaz me procurou pra me lembrar de que eu era fraca, frágil e que nunca alguém iria gostar de mim.
  5. Alguns meses se passaram e eu conheci outro rapaz, este 6 anos e meio mais velho que eu. O namoro durou 2 anos e meio e foi relacionamento mais longo que tive até hoje. Eu era completamente apaixonada, tolerava todas as coisas que me machucavam e me diminuíam, afinal, ele me amava incondicionalmente, né!? Foram dois anos e meio que atrasaram a minha vida, que me impediram de ser eu mesma. Na época eu acreditava que estivesse sendo eu mesma puramente, aquelas limitações impostas que me moldavam a ele não queriam dizer nada, elas não estavam me reprimindo, errado. Nada que eu fizesse ou falasse era certo, ou suficiente. Eu não era madura o suficiente, “sofisticada” o suficiente, magra o suficiente, vaidosa o suficiente... Incontáveis vezes o questionei o por que de continuar comigo se em nada eu era como ele gostaria/esperava, e ele dizia que me amava como eu era, a ingênua acreditava cegamente nisso, afinal eu precisava dele, eu era muito fraca e precisava dele. Eu era imatura, paranoica e instável mas ele me amava e era a minha vida. Até que ele terminou comigo no meu aniversário de 17 anos e em menos de um mês estava namorando em casa uma colega de trabalho que conhecia a pouco tempo, ok.
  6. Fiquei quase um ano isolada de todo mundo, só estudava e dormia, meu estado emocional agravou alguns problemas de saúde e durante quase um ano eu não sorri, não dormi direito e chorei muito.
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  8. No final do ano um conhecido de anos se aproximou de mim, saímos e foi desastre, pior encontro das nossas vidas. Nos tornamos melhores amigos. Ele foi a pessoa que quando ofereceu amizade sincera me ajudou a sorrir de novo e me mostrou que tinha uma escada lá no fundo daquela sofrência. Depois disso eu vi que tinha uma luz no fim da bagunça.
  9. Mesmo tendo ciência de que era possível eu ainda estava sem forças e sem acreditar em nada, até que conheci o velhote. Aquele cara com cara de humanas, 10 anos mais velho do que eu que a única que pediu de mim foi sinceridade. Ele virou a minha vida de cabeça pra baixo como um furacão que chegou bagunçando tudo sem pedir permissão. Ele me apresentou outra vida, ele me apresentou a outra eu mesma.
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  11. Ele era tudo o que tinham me ensinado a ficar longe, e mesmo deixando claro que eu tinha medo da diferença dele, me fascinava conhecer alguém tão diferente. Ele me ensinou a valorizar a minha liberdade e a mim mesma. Me ensinou a não insistir em uma relação pelos motivos errados, a aproveitar ao máximo o que me faz bem, ter a mente aberta pra viver coisas novas. Depois que eu conheci ele comecei a me encontrar e a me conhecer, a buscar força em mim mesma e a lutar por mim. Foi quando ele me fez questionar toda a minha vida, tudo o que eu acreditava que eu me encontrei e comecei a gostar do que achei. Me sinto mais confiante e capaz de lutar pelo que eu quero, aprendi que eu não preciso estar com alguém pra me sentir inteira ou satisfeita comigo mesma. Ele abriu os meus olhos e me fez enxergar que eu preciso por a mim mesma em primeiro lugar e o que eu quero, eu não preciso aceitar algo que me faz mal eu não preciso disso, eu sou capaz de ser feliz sem precisar de alguém de bengala, eu sou forte.
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  13. Eu tenho a recém 18 anos, e em menos de um ano aprendi e amadureci uma parte de mim que algumas pessoas que eu conheço nunca terão oportunidade. Queria ter aprendido isso mais cedo, ter aproveitado minha adolescência e infância sem a exigência de ter que ser algo pra agradar alguém. Meu maior conselho pra vida é que se questionem, me apaixonei por uma pessoa que me fazia questionar absolutamente tudo na minha vida, e isso foi o melhor presente que já me deram. Se questionem se vale a pena insistir em algo que não te satisfaça, se questionem do por quê não estão satisfeitos consigo mesmos, se questionem do por que fazem ou deixam de fazer algo, por que tem esse ou aquele pré conceito e enquanto estiver pensando vai lá e da uma chance pra essa coisa que tu não gosta, as vezes pode ser só algo que te impuseram e tu aceitou sem pensar, afinal somos criados pra não pensar e não questionar, só aceitar e baixar a cabeça então façam o oposto disso! Levantem a cabeça e corram atrás, experimentem uma perspectiva nova, vençam os medos e acima de tudo, se encontrem e se apaixonem por si mesmos.
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