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Oct 23rd, 2014
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  1. Porque é crucial o controle da inflação - entendendo as proposições econômicas de Aécio e Dilma.
  2. O Debate presidencial de 2014 traz uma discussão econômica fundamental para o bem-estar das pessoas e sucesso da economia brasileira: controle da inflação.
  3.  
  4. De um lado fala-se em controle austero da inflação para que o país possa voltar a crescer. Do outro fala-se o contrário, de que o controle da inflação resultaria em parar a economia, gerar desemprego, e diminuição da renda dos trabalhadores via diminuição dos salários.
  5. A inflação controlada é o fio da balança que permite segurança nas escolhas dos agentes econômicos: Famílias, Empresas, Governo.
  6. Verdadeiramente, o ciclo de crescimento que o Brasil teve entre 2004 e 2010 só foi possível pela implantação do “tripé macroeconômico” em 1999, que previa:
  7. Meta de inflação - câmbio flutuante - superávit das contas públicas.
  8. A meta de inflação possibilita que os agentes da economia esperem um determinado nível de preços, e ajuste suas expectativas baseadas nisto.
  9. Quais expectativas:
  10. .Poupança
  11. .Consumo das famílias
  12. .Negociação de salários
  13. .Investimento das empresas.
  14. .Retorno de títulos públicos
  15. Com as expectativas bem definidas, os investimentos podem ser planejados, e a economia crescer de forma sustentável.
  16. Há o debate de que os juros altos encareceriam os preços de investimentos, desincentivando os empresários de investir.
  17. Acontece que a incerteza quanto à inflação é mais danosa para um projeto de investimento do que juros altos, mas com inflação controlada.
  18. Juros altos são previstos nos custos e no retorno de investimento, e então ok, está previsto. Sendo o investimento rentável, ele acontece, mesmo com juros altos.
  19. No caso da inflação não. É mais complicado formar as expectativas. Incertezas quanto a custos nos próximos anos podem inviabilizar um projeto totalmente, e levar à opção de não investimento, como está acontecendo agora (somado à incerteza jurídica dos contratos, também danoso a investimentos).
  20.  
  21. A questão de investimentos é totalmente importante para o crescimento sustentável da economia. Sem investimento, fomentando apenas consumo, como o governo o faz, a demanda de produtos é incentivada, mas sem incentivar o aumento de oferta - resultado: inflação.
  22. O modelo atual que o governo diz nos debates presidenciais ser o modelo que defende emprego, é na verdade, um modelo que incentiva apenas o consumo.
  23. Incentivo ao consumo, apenas, resulta em dois primeiros anos de crescimento, artificial (como visto em 2010) e posteriormente, baixo crescimento e inflação, como vimos no Brasil a partir de 2011, chegando ao ápice de em 2014 termos a inflação extrapolando a meta, e o crescimento próximo de 0% (Crítica de Robert Lucas à Curva de Phillips).
  24.  
  25. Portanto, o modelo atual já é um modelo que, mantido - irá causar desemprego. O gasto do governo com expansão de consumo já é muito alto, e sem efeito na economia. Como aumenta inflação, diminui investimento, como vimos aqui. De fato, o resultado nulo de 2014 está sendo puxado por uma diminuição de mais de 15% do investimento em relação a 2013.
  26. >> Para acabar com a inflação é necessário arrocho econômico??<<
  27. -A meta de inflação trabalha sim com contração da demanda, quando há pressão inflacionária. É o instrumento mais eficaz para controlar inflação.
  28. O sistema de metas de inflação funciona principalmente com a autoridade monetária (Banco Central) sinalizando ao mercado de que vai perseguir a inflação estipulada (daí a importância de um banco central independente de caprichos eleitorais de governos).
  29. Quando o público confia no Banco Central, já dá para formar boas expectativas quanto à inflação e à economia como um todo, voltando então a um novo ciclo de crescimento, puxado pelos investimentos, agora que a expectativa está melhor.
  30. *Isto aconteceu, se não se lembram, no governo Lula, logo em seu primeiro ano, em 2003. Pelo próprio “Risco Lula” das eleições de 2002 (ele iria dar uma guinada à radicalização de esquerda, ou iria manter o plano real?) - A inflação foi a 12% em 2002, e, quando inicia 2003, o Bacen de Henrique Meireles, em uma excelente performance, elevou juros à 26% ao ano.
  31. 2003 foi um ano de baixo crescimento (igual está sendo 2014) - porém, com este ajuste feito na economia - possibilitou que o Brasil tivesse tido o ciclo de crescimento que teve entre 2004 e 2010. - Aliado ao equilíbrio nas contas pelo superávit primário, e o câmbio flutuante, que eliminou a vulnerabilidade das reservas brasileiras, somando ainda o ciclo positivo das commodities.
  32. **O Banco Central que implantou as bases do crescimento econômico brasileiro visto no governo Lula era comandado por Armírio Fraga. Continuado de modo perfeito por Henrique Meireles durante o governo Lula até 2010. Meireles no governo Lula seguiu orientação econômica semelhante à de Armírio Fraga no governo FHC (Na parte da fazenda, que comanda as contas públicas, houve perda de desempenho quando Guido Mantega assume a pasta, após Paloci).
  33. Armírio Fraga está na campanha de Aécio - pois novamente o Brasil se encontra em um início de desequilíbrio macroeconômico.
  34. Sim, podemos falar que estamos em estagui-inflação (Sem crescimento mas com pressão inflacionária) - Guardados os níveis, é a mesma situação que havíamos antes do Plano Real - sem crescimento, mas com inflação. É crível dizer que os fundamentos do tripé que asseguraram o sucesso do Plano Real já foram abandonados.
  35. ***Aécio e Armírio Fraga vão causar desemprego, arrocho de salários, fome no país? - Grande bobagem. No máximo, ao exemplo do governo Lula, o país não crescerá em 2015, mas com a volta do equilíbrio econômico. — Gerando volta do ciclo virtuoso já em 2016.
  36. .Com as proposições de Aécio para a economia, podemos esperar um 2015 “Pior do que está não fica” - desempenho similar ao de 2014, com retorno de crescimento a partir de 2016. Porém, pode ocorrer um cenário de expectativas positivas e já termos algum crescimento em 2015, pela volta de investimentos. (Aposto neste cenário, de algum crescimento).
  37. .Com as proposições de Dilma, podemos esperar continuação da deterioração econômica, e, para 2015, 2016.. podem ficar pior do que 2014. Cenário “Pior do que tá, fica”.
  38. Esta Análise é por preferência de nomes? “Terrorismo” Eleitoral? - Não, de forma alguma. Mas a análise da continuação da condução econômica que cada governo propõe. Cada campanha propõe um efeito causal para o Brasil, de acordo com a qualidade da condução econômica que apresentam.
  39. Para aqueles que por um acaso sentiram um tom de “terrorismo eleitoral”, por favor, a proposta não é esta - vamos conversar sobre nossas visões. Isto é análise pragmática. Terrorismo eleitoral é estupidez, e não deve ser feito em nenhuma situação, nem que seja para rebater o baixo nível de uma campanha de opinião contrária.
  40. ****Brasil quebrou no governo FHC?
  41. Antes do Plano Real, lembremos que o Big Mac terminava o ano com preço mais de 10 vezes do que iniciava o ano (inflação maior do que 1000%). A forma encontrada no Plano Real para controlar a inflação foi a chamada “Âncora Cambial”- isto é, atrelou-se o real ao dólar. O Dólar é uma moeda com baixa variação, por este motivo, atrelar o real a ele fez com que esta “âncora” fixasse o valor do real. A Âncora Cambial se mostrou eficiente no combate à inflação. O Plano Real foi iniciado em junho de 1994, através da URV, que fez a transição entre a moeda antiga e a moeda nova: em 1993 a inflação foi de 2.477% ao ano, 916% em 1994, e 21,41% em 1995.
  42. >>> Qualquer comparação da inflação do governo FHC com o governo Dilma deve ser levada em conta que antes do governo FHC a inflação foi de 2.477% ao ano. Antes do governo Dilma foi de 5,91%. Qualquer um que compare os números dos dois períodos de forma direta, sem levar em conta o desempenho, a variação do índice, o faz com uma capacidade de análise muito limitada. <<<
  43. Porém era muito caro manter a âncora cambial. Em épocas de crises internacionais (Crise dos Tigres Asiáticos, México, Rússia, Brasil, Argentina), o capital internacional que possibilitava a âncora cambial “fugia”, e o governo precisava vender suas reservas de dólares no mercado para manter o controle de inflação. Por isto precisou de pedir ajuda ao FMI, para poder cobrir as reservas usadas para manter o nível cambial, e consequentemente, a inflação. Portanto, ao invés de proclamar que "o governo FHC quebrou o Brasil três vezes", o correto é dizer que o governo FHC enfrentou três grandes momentos de risco de sucesso do Plano Real, e do risco da volta da hiper-inflação. Com a ajuda do FMI, o Plano Real foi defendido, e o ciclo de modernização da economia brasileira assegurado. Correto seria então dizer, “para defender o Brasil, o governo FHC contou com três vezes a ajuda do FMI”. Para resolver esta fragilidade do Plano Real, chega Armírio Fraga com a política do Tripé Macroeconômico. Estabilizando o plano, e como já foi dito, assegurando a modernização da economia brasileira e do crescimento do Brasil no governo Lula. - Quando o governo atual grita que Armírio Fraga vai trazer o caos para a economia, está apenas cuspindo no prato que banqueteou. Uma grande falta de virtude. Falta também de sanidade, ao querer aplicar o contrário do que deu certo.
  44. ******Inflação vs melhoria da pobreza.
  45. O controle da inflação é o melhor programa de defesa contra a pobreza. Quando a inflação está solta, é uma das maiores ameaças às pessoas pobres. Acima foi usado o Big Mac para ilustrar uma situação de perda de poder de compra. Aqui, vamos usar qualquer produto básico de consumo, desde frangos, ovos, arroz e feijão, papel higiênico, sabão, entre outros.
  46. Antes do Plano Real, façamos o mesmo exercício de que todos os itens listados teriam aumento seu valor de compra em 10 vezes ao ano. Isto é extremamente desconfortável para qualquer um que seja assalariado, e não sabe quanto exatamente sua cesta básica representará sobre o valor total do seu próximo salário
  47. Agora faça o mesmo exercício dos preços de cesta básica aumentado 10 vezes ao ano, e imagine uma pessoa sem emprego formal, que não era protegida por aumentos salariais mensais de acordo com a inflação. Esta pessoa a cada mês podia comprar menos e menos produtos de sua cesta básica. Agora imagine uma pessoa sem salário, que faça bicos, sem atividades protegidas, ou que vivesse de esmola.
  48. O resultado de pessoas com a renda cada vez se deteriorando, com os preços cada vez mais aumentando é só um: MISÉRIA.
  49. Portanto, o grande responsável pela inserção de grande parcela da população nas classes C, é sim o Plano Real, e se quisermos dar um mérito a um governo, poderíamos seguramente dar o mérito ao governo FHC.
  50. Por mais que Marilena Chauí grite, esperneie, escarnessa e dispare odes de ódio à classe média - este é o fato. Talvez ela o faça apenas por ignorância. Afinal, ela não conhece nada de cálculo diferencial e de modelos dinâmicos, então não consegue perceber que os efeitos de melhoria de renda das pessoas perdure no tempo após o ano de início do Plano Real, e portanto a inserção da população pobre à classes de rendas melhores.
  51. Porém a sensatez nos chama a dizer que o mérito real é do conjunto da obra, e que o Bolsa Família tem sim seu papel no incremento de renda da população. Mérito forte. E somente uma pessoa bastante ingênua poderia pensar que o PSDB seria um “Robin Hood às Avessas”, e tiraria orçamento do Bolsa Família para dar para os ricos. Surpreendentemente, este número de ingênuos inveterados está nos milhões.
  52. Para estes mesmo ingênuos vale lembrar que mais uma vez, a pressão da inflação começa a aparecer, corroendo a renda de quem está abaixo da pirâmide de renda.
  53. E apenas para finalizar, façamos mais um exercício: Desde 2011 a linha de pobreza do Brasil está em R$ 70,00. Considerada a inflação de 2012 a 2014, deveria está em R$ 83,4. Ou seja, quantas pessoas que ganham o Bolsa Família não estão na faixa entre R$ 70,00 e R$ 83,4 e por tanto, abaixo da linha da pobreza? Está ai um mostro do presente, que se crescer, veremos na verdade um movimento de aumento da miséria no Brasil. Com inflação não se brinca. Mas segundo o governo…. “uma inflaçãozinha de nada não faz mal a ninguém”.
  54. Este debate de controle da inflação precisa permanecer independente de quem ganhar a eleição.
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