Akame ¬Mei (Bio)

Há aqueles que dizem que os namoros universitários não progridem, que são apenas diversão ou que é apenas um “fogo de palha” por conta da idade que traz os hormônios à flor da pele; mas isso não se aplicava a família Akame que, por sinal, eram uma das famílias mais tradicionais do ramo da medicina e dona do maior hospital acadêmico de Tóquio. Para eles o destino do novo integrante da família já era planejado logo no útero da mãe, afinal, parir uma ovelha negra era algo que sequer era cogitado, e isso podia até ser considerado um lema, uma tradição.
Como já se pode imaginar, nada foi diferente com Akame Hideki, o filho mais velho do diretor do Hospital Universitário de Tóquio. O garoto desde pequeno foi considerado um prodígio, sempre teve as melhores notas, , as melhores condições de estudo e cursos de várias línguas e é claro que ao ingressar na universidade foi obrigado a cursar medicina, o que para ele não foi muito difícil já que até se afeiçoava pela ideia de salvar vidas e entender o funcionamento do corpo humano, só que ele não imaginava que esse seria apenas o início de uma vida comandada pelo sobrenome da família. Hideki desde o primeiro período ficou de olho no setor de psiquiatria, tudo ali parecia interessante e mais agitado, ele até ousava comparar aquele departamento a uma mulher bela e sensual: porque ambos lhe despertavam uma curiosidade e um desejo imensurável.
Foi, justamente, na ala de psiquiatria durante um estágio do sétimo período que o japonês conheceu Hirada Azuka, uma estudante de enfermagem que fez seus olhos brilharem e o coração disparar com tamanha beleza e inteligência; era a primeira vez que fazia experiência daquela sensação tão mencionada nos livros de conteúdo romancista. Não há muito o que dizer sobre o relacionamento dos dois no primeiro mês de estágio, o máximo que acontecia era um flerte muito, muito discreto e de vez em quando uns sorrisinhos, mas foi o que bastou para as notas de Hideki sofrerem um impacto – ainda que pequeno, mas sofrerem – e é claro que o sr. Akame notou e o encheu de perguntas e repreensões, colocando-o na parede para contar o que estava tirando a atenção do jovenzinho.
Será que Hideki pensava que era qualquer um? Que podia se apaixonar por uma estudante de enfermagem? Será que ele achava que tinha o direito de se interessar por alguém por conta própria? Achava mesmo que era dono do seu próprio nariz só porquê estava na universidade? Se achava, o fez errado. Isso era inadmissível. Era o escrúpulo para um Akame Hideki que tomou conhecimento de seu destino e da noiva arranjada que nem sequer sabia da existência. Pois bem, ele tinha uma noiva que não conhecia. Uma estranha com quem tinha uma relação mas ao mesmo tempo não tinha. Era tudo confuso e triste, porque teria de por um fim no que tinha com Azuka sem nem mesmo ter algo, sem ao menos ter conversado com ela fora do horário de trabalho.
Quase um ano e meio se passou e ele finalmente foi apresentado pra mulher que teria de chamar de esposa logo depois que estivesse com o diploma em mãos. Hirai Misaki, um nome bonito para uma moça bonita; nenhum dos dois acreditava em amor a primeira vista e foi por isso que se apaixonaram na segunda. Ela desconstruiu toda a imagem ruim que Hideki pudesse ter sobre casamentos arranjados, porque ela era tão sensacional que ele nem se lembrava o do nome de sua paixonite anterior quem dirá o que representava para si. Com tempo e convivência, vieram a tornar-se amigos, confidentes, amantes, colegas de estudo e, quem sabe, os futuros diretores do Hospital Universitário, não é? Estava tudo ótimo e ninguém mudaria nada no relacionamento deles, porque a harmonia reinava e um fazia bem pro outro em todos os sentidos, só faltava o bendito casamento que aconteceu na primavera seguinte a residência do então psiquiatra e cirurgiã plástica.
O sobrenome Akame abriu muitas portas na vida profissional do casal e é claro que eles faziam jus a tal benefício, mantendo o legado da família. Eram bem sucedidos e a vida parecia sorrir na maior parte do tempo, ou melhor, só não sorriu quando decidiram aumentar a família. Misaki teve problemas em relação a concepção de filhos, mas felizmente um ano de tratamento com o melhor ginecologista do país e pronto, ele – o ginecologista – seria avô e sua filha realizaria o sonho de ser mãe.
Os planos eram muitos e a ansiedade também