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May 24th, 2015
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  1. Gabinete Português de Leitura
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  3. O Gabinete
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  5. Na última metade do século XIX habitava na capital baiana um numeroso contingente de emigrantes portugueses, a fim de melhorar a sua situação econômica ou solicitar guarida política. Os nossos compatriotas também se agruparam e fundaram associações com caráter beneficente, cultural ou lúdico.
  6.  
  7. Foi assim que um grupo de portugueses, sob a direção dos irmãos comendadores Manoel Joaquim Rodrigues e Francisco José Rodrigues Pedreira se reuniu a 02 de março de 1863, na sala de sessões da Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro, e resolveu “unanimente instalar na cidade uma sociedade literária com o nome de “Gabinete de Português de Leitura”.
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  9. O Gabinete baiano foi criado com a finalidade de adquirir “obras de reconhecida utilidade, escritas nos idiomas português e francês, e mais aquelas que posteriormente se julgarem mais precisas, assim como os principais jornais publicados em Portugal e no Brasil” (Ata n. 1, 1863). Os seus fundadores buscavam manter os laços de união entre o Reino e a comunidade luso-baiana, estabelecendo um núcleo de cultura portuguesa na Bahia através da Biblioteca.
  10. A primeira sede do GPL foi instalada em 09 de julho de 1864, à Rua Direita do Comercio nº 44 – 2º andar. A partir daí, em virtude das suas necessidades, foi mudando de endereço. Em 1874 já contava com quinhentos e quatro sócios. Em 27 de junho de 1896, se instalou na Rua do Palácio nº 40, hoje Rua Chile, permanecendo por pouco tempo no local, quando o prédio foi demolido em 1915. Diante disso, e como se encontrava à venda, na Praça 13 de Maio, um prédio e um terreno, os responsáveis pela instituição resolveram comprá-lo por 55.000$000 (cinquenta e cinco mil réis) e ali construir um novo imóvel.
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  12. O atual edifício sede do Gabinete Português de Leitura de Salvador, de estilo arquitetônico Neomanuelino (cujas origens remontam a época do Descobrimento), foi projetado entre 1912 e 1915 pelo arquiteto italiano Alberto Barelli e construído pelo mestre de obras português Pinto Parente. Foi inaugurado em 03 de fevereiro de 1918, tendo o nome antigo na Praça 13 de maio e, atualmente, Praça da Piedade, sem número.
  13.  
  14. Apresenta em sua fachada elementos alusivos às glórias da nação portuguesa na era das grandes navegações, representadas pela figura do Infante D. Henrique e os feitos literários representados pelo ilustre Luiz de Camões. Compõem também a fachada escudos e brasões que completam o estilo arquitetônico e evidenciam o patriotismo português.
  15. Durante a sua trajetória, o Gabinete recebeu visitantes notáveis da cultura portuguesa, ministros e presidentes de Portugal. Em 9 de junho de 1922, os aviadores portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral fizeram a primeira ligação aérea Portugal-Brasil ou Europa-América e foram recebidos, solenemente, deixando escrito no Livro de Honra a passagem pela Instituição e pela primeira cidade do Brasil: “Nunca poderemos esquecer que passamos no Gabinete Português de Leitura uma das noites mais felizes da nossa vida” 9-VI-22 (Livro de Honra, 1922).
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  17. Nesta data foi inaugurada a luz elétrica no GPL e apresentado o vitral produzido em 1921, na cidade de Paris, oferecido por um imigrante português. O vitral retrata a primeira missa celebrada no Brasil, então Terras de Santa Cruz, em 26 de abril de 1500, pelo Frei Henrique de Coimbra, próximo ao local da chegada da Armada de Pedro Álvares Cabral.
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  19. Ao se observar a história da Instituição, percebe-se que, assim como seus congêneres nas cidades do Rio de Janeiro e Recife, o Gabinete Português de Leitura de Salvador foi inteiramente concebido, tanto cultural quanto arquitetonicamente, como um lugar de reverência a cultura portuguesa, um lugar de memória, sendo o livro utilizado como um dos principais instrumentos no resgate da memória construída pela nação portuguesa.
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  23. A Biblioteca
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  25. A Biblioteca Infante D. Henrique tem como objetivo reunir, organizar, catalogar, preservar o acervo bibliográfico existente no Gabinete português de Leitura com o fim de contribuir para a difusão da informação e conhecimento visando a divulgação da história e da cultura dos países de língua portuguesa. Reúne aproximadamente 25.000 volumes, entre livros, folhetos, periódicos que estão em fase de reorganização. O conteúdo informacional abrange diversas áreas do conhecimento, sendo mais expressivas as obras referentes a História, Geografia e Literatura de Portugal e do Brasil.
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  27. A partir da criação da Instituição, em 2 de março de 1863, o acervo começou a ser formado. As primeiras doações foram feitas pelos sócios fundadores que desejavam criar uma coleção pautada essencialmente na Literatura, na História e na Cultura, estabelecendo o livro como vetor de difusão cultural.
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  29. Ao longo dos anos, o Gabinete Português de Leitura reuniu um acervo representativo sobre a presença portuguesa no país e, principalmente, para compreender questões culturais que unem Portugal e Brasil. Em 1986, o acervo foi enriquecido com a incorporação do Centro de Estudos Portugueses do Prof. Helio Simões.
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  31. Histórico
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  33. Possuía a capital baiana elevado contingente de portugueses emigrados; havia já na cidade uma instituição - a Real Sociedade Portuguesa de Beneficência 16 de Setembro (inda hoje mantenedora do Hospital Português, importante nosocômio da cidade), e foi na sede desta que deu-se a primeira sessão de instalação.
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  35. O objetivo maior era atender o aspecto cultural da grande colônia, dotando-a do "maior número de obras de reconhecida utillidade escriptas nos idiomas Portuguez e Francez e mais aquellas que posteriormente se julgarem mais precisas, assim como os principais jornais publicados em Portugal e no Brasil"[1]
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  37. Seu primeiro presidente foi o comendador Manuel Joaquim Rodrigues.
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  39. A 17 de Maio de 1958 foi feito Comendador da Ordem de Benemerência, tendo sido elevado a Membro-Honorário da Ordem do Mérito a 13 de Julho de 1990, e Membro-Honorário da Ordem do Infante D. Henrique a 18 de Agosto de 1997.[2]
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  41. As sedes
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  43. O Gabinete Português de Leitura
  44. Gabinete Português de Leitura
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  61. Funcionou em várias sedes, desde sua fundação. A primeira foi no segundo andar dum prédio na rua Direita do Comércio, e no ano seguinte para, neste mesmo bairro, à rua da Alfândega, onde funcionou até que o aumento da demanda fez que fosse transferida para local maior, na chamada Cidade Alta, à rua do Palácio (atual rua Chile), 28, em 1870. Em 1896 mudou-se para um prédio próprio sito nesta mesma rua - mas este, com a ampliação desta artéria que durante décadas foi o principal centro comercial da cidade, teve de ser desapropriada. As novas e atuais instalações passaram a ser imperativo aos associados, ainda em 1912, quando viu-se desalojada[1] .
  62. A sede definitivaEditar
  63. Para a construção da sede foi adquirido um imóvel situado à Praça da Piedade, em ótima localização diante da Catedral que dá nome ao logradouro - e ainda na confluência da Avenida Sete de Setembro e a Avenida Joanna Angélica.
  64.  
  65. A construção iniciou somente em 1915 e foi inaugurada em grande solenidade a 3 de Fevereiro de 1918. Nesta esteve presente o governador Moniz Aragão, o padre jesuíta LuísGonzaga Cabral (fundador do Colégio São Luís Gonzaga, em Caetité, para onde fora junto a muitos dessa ordem, egresso de Portugal por conta de perseguições religiosas. Foi o principal orador da solenidade, em discurso onde realçou a tríade: livro, pátria e a fé) e próceres da cultura local, como Teodoro Sampaio. Foi abençoada, neste ato, pelo monsenhor Francisco de Assis Pires, vigário de São Pedro, cuja igreja situa-se no outro extremo da Praça da Piedade.
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  67. Caracteres arquitetônicosEditar
  68. A construção obedece ao mesmo estilo neomanuelino do edifício erguido no Rio de Janeiropara sede do Real Gabinete Português de Leitura, embora com fachada maior, e em 3 frentes: uma para a Praça da Piedade, outra para a rua Direita da Piedade e outra para a Avenida Joanna Angélica, sendo ao fundo uma pequena praça, pertencente à propria instituição.
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  70. O edifício ocupa o pequeno quarteirão onde se localiza e foi obra do arquiteto Alberto Borelli.
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  72. Em sua fachada erguem-se imponentes duas estátuas, representando Pedro Álvares Cabrale Camões. Possui, ainda um belo vitral alegórico da primeira missa no Brasil, e dois murais representando "O Adamastor" e Camões a salvar Os Lusíadas.
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  76. Estilo neomanuelino
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  78. O estilo neomanuelino foi uma corrente revivalista que se desenvolveu dentro da arquitectura e das artes decorativas portuguesas entre meados do século XIX e o início do século XX. É a principal forma de arquitectura do romantismo português devido, essencialmente, à tendência romântica em assumir carácter nacionalista na construção de grandes edifícios públicos. Está para a arquitectura portuguesa do século XIX como o neogótico para a restante Europa. O nome deriva da junção das palavras neo, "novo" em grego, e manuelino. A historiografia da arte dava então os seus primeiros passos e o nome "manuelino", ligando o estilo à produção artística do reinado de D. Manuel I (1495-1521), foi introduzido em 1842 pelo historiador Francisco Adolfo de Varnhagen.
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