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Guest User

Untitled

a guest
Sep 3rd, 2015
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Never
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  1. Uma parede com pôsteres de bandas de rock dos anos 80 em suas costas, um celular iluminando levemente o quarto em suas mãos e olhos pesados, se fechando lentamente, em seu rosto. A conversa, exibida na tela à sua frente, já não era respondida há 15 minutos, talvez pelo fato do relógio já marcar 2:17 da manhã e a pessoa do outro lado não ser tão forte contra o sono.
  2. 02:18 - Laís: Bia, vem pra cá, rápido.
  3. 02:18 - Beatriz: Já disse pra não me chamar de Bia, meu nome é Beatriz, não Bianca. u-u
  4. 02:18 - Beatriz: E tá doida, já viu a hora?
  5. 02:22 - Laís: É sério, eu to sentindo eles.
  6. 02:23 - Beatriz: Seus misticismos de novo? Sei que curte isso, mas essa hora é meio creepy, não acha? @-@
  7. 02:31 - Beatriz: … Laís? Tá viva ou um espírito te pegou??? o-o
  8. 02:32 - Laís: Putz, não me assusta assim, eles vão me ouvir. Eles tão aqui dentro, não sei se vai dar pra responder.
  9. 02:32 - Beatriz: Mano, alguém entrou na sua casa??? Não me deixa assustada assim, quer que eu chame a polícia? D:
  10. 02:33 - Beatriz: Laís, me responde!
  11. 02:33 - Beatriz: Menina, fala algo, pelo amor de Deus. ;-;
  12. 02:34 - Laís: Não acho que Deus vai ajudar agora... Só vem aqui amanhã cedo e pega meu celular, vou deixar ele em baixo da cama, ok?
  13. 02:34 - Laís: E… Acho que é um adeus! :')
  14. 02:35 - Beatriz: Em baixo da cama? Adeus?? E você nunca manda emoji, que porra é essa?????
  15. - Este usuário não pode receber mensagens no momento -
  16. Em lágrimas, Beatriz se abraçava ao travesseiro ao ver que todas as contas em redes sociais da amiga haviam desaparecido. Pensava em chamar a polícia, mas não tinha coragem entre tantas emoções que sentia. Por mais que não quisesse, após mais uma hora de preocupação, o sono tomou controle e ela finalmente acabou dormindo. De manhã, com apenas 4 horas de sono, não sabia se tudo fora apenas um pesadelo ou realmente aconteceu. Infelizmente, a ausência das contas de Laís nas redes sociais confirmavam tudo da noite passada.
  17. Se arrumou correndo e foi logo saindo, a aula na faculdade não importava tanto, estava atrasada mesmo. Além de nunca ter sentido vontade de seguir a carreira de ciências da computação, Beatriz se sentia deslocada sem a amiga nas aulas, não fazia muito sentido ir sozinha. Já na entrada do prédio de Laís, a apenas 5 minutos a pé da própria casa, ela dá um rápido "bom dia" para o porteiro e segue subindo para o 8º andar. As duas se conheciam há anos e tinham chaves reservas uma da casa da outra, então foi logo entrando e indo diretamente ao quarto da amiga.
  18. - Laís?! Puta que pariu, o que aconteceu aqui?
  19. Por mais que o resto do apartamento estivesse aparentemente em ordem, o quarto de Laís parecia ter abrigado uma luta inimaginável. Lâmpada aparentemente queimada, várias folhas jogadas por todo o lado, algumas portas do guarda-roupas abertas, outras quebradas, no chão. O computador estava por todo lado, com vários pedaços do monitor espalhados, dificultando a locomoção. A cama, na qual as duas passaram tantas tardes e noites conversando, estava com dois pés quebrados e o colchão em pé, apoiado na parede.
  20. Cama. Ela tinha que olhar em baixo dela, se tudo foi mesmo real, o celular deveria estar por lá. Se esquivando pela confusão e ameaça que o quarto tinha se tornado, Beatriz iluminava o pequeno espaço, que já era apertado antes da cama quebrar, com o próprio celular. Entre tantas folhas com vários desenhos e símbolos estranhos, conseguiu achar o aparelho da amiga jogado ali, ainda em boas condições, desligado. Ainda pensando em chamar a polícia, ela decide ligar o celular e olhar rapidamente, caso não seja algo tão sério, apesar das aparências dizerem o contrário.
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