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Jun 24th, 2019
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  1. Era uma tarde fria, com uma leve garoa em São Diego. Era final de primavera, no fim do primeiro semestre daquele ano de 2028, já era metade do ano. As pessoas se tornaram cada vez mais frias com o tempo. A explicação lógica pra isso é que a espécie humana está se adaptando cada vez mais a traumas e o que pode conturbar suas mentes. Isso já vem se demonstrando há um tempo, ela perdeu a cada dia sua sanidade, e pouco se importam agora caso curiosamente se depararem com um cadáver.
  2.  
  3. Clínica Freu’d Sanitan, esse era o nome estampado em uma fonte com serifa em maiúsculo na faixada de uma clínica de psicologia em um bairro pouco conhecido de São Diego, lá não costumava ter muitos clientes. A sala da psicóloga tem também uma placa na porta da frente, com o design similar a da faixada, com seu nome estampado: Aline Moore.
  4.  
  5. Dentro de sua sala, uma música clássica toca suavemente contrastando o som da garoa. Os aromas que rodeiam a sala são suaves, com o cheiro de um bom café torrado. Uma lareira tradicional aquece o ambiente. As cores da sala se diversificam entre tons de bege e cinza. Os gostos da psicóloga demonstram-se bem conservadores. Ela recebia um paciente naquele momento, um dos poucos que tinha.
  6.  
  7. “Eu... eu sei lá, sabe aquela sensação de querer voltar no tempo pra arrumar as merdas que fez?” – desabafa o paciente. “Entendo.” – a psicóloga então faz algumas anotações em sua prancheta. Ela então respira fundo. “Bom, vamos lá Kyle. Pelo visto, você é uma pessoa que guarda as mágoas de coisas que já faz anos. Por quê?” – afirmou e logo perguntou Aline. “Não é que eu guarde. Bom, talvez... enfim, é como se isso me perseguisse, toda vez que olho para ele, eu me lembro dela. Eu sei lá, isso tudo é tão... injusto. Apesar dele sempre estar sorrindo feliz, eu só queria que ele pudesse ter tido uma mãe em sua infância. Ele sabe que isso tudo não vai durar. Eu sei que ele sabe, e ele sempre continua sorrindo. Eu... eu queria conseguir fazer isso.” – a psicóloga anota mais informações em sua prancheta. – “Ela deu a vida por ele, para que ele pudesse crescer e...” – Kyle esfrega seu braço no olho para limpar uma lágrima.
  8.  
  9. A psicóloga lhe oferece um pano, mas Kyle levanta a cabeça e recusa. “Bom, Kyle... seu caso é um pouco mais complexo do que imaginei, podemos marcar outra consulta semana que vem?” – Kyle se levanta. “Claro, doutora” – ele dá um sorriso forçado. Ele já estava de saída. “Espera Kyle. Não tem mais nada que queira me contar?” – ele então abre a porta, sem ao menos olhar pra trás, com um olhar mais sério. A música clássica para. “Não” – ele então pega seu casaco e vai embora.
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