depressão.

Ela só queria se encontrar, saber seu lugar no mundo. Mas como se encontrar quando existe uma barreira dentro dela? Por fora ela é flor, por dentro é areia, na sua forma mais espalhada e incomoda. Mas ela sorri, recebe a pedra, sorri de novo, e mais pedras. Esta tão acostumada com as pedras que acredita que merece carregá-las.

Ela acredita que não se deve fazer para as outras pessoas o que você não quer que faça com você. Mas vê o mundo a atacando de tantas formas que fica até sem forças.

Ela leva o pensamento de não plantar o mau. Espalha a mensagem do “Não se torne o que te feriu. Não pare de distribuir sorrisos só pq alguém te fez chorar. Não perca o hábito de olhar nos olhos só pq alguém lhe deu as costas. Filtre seus sentimentos e seja gentil. Espalhe o bem nesse mundo vazio.” Mas tem o costume de dar mais importância para a dor, deixar algo ruim anular tudo de bom que vive. É difícil pensar diferente, ela sabe, sua caixinha de remédios que o diga!

Ela está tentando, é aquela velha história “seja quem você deseja ter por perto”, “seja a mudança que você quer no mundo”, “se você quer mudar o mundo comece mudando você”. Aí percebe que o mundo não tem espaço para quem tenta, se tranca no quarto e saboreia o gosto das lágrimas.

Ela só queria se sentir bem, mas o mundo gosta de ver ela mal. Não foi forte o suficiente para lutar e nem forte o suficiente para desistir.

Ela escolheu só existir e abraçar a dor como sua melhor amiga.