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a guest
Mar 20th, 2019
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  1. Note-se que o filme apresenta uma clara distinção entre o paradigma patológico e o holístico. Olhar a doença, identificá-la apenas com parâmetros registrados até então, é um olhar patológico, que rotula. O olhar holístico percebe a totalidade do sujeito, é preciso fazer contato com o cliente e seu contexto. Portanto, fazer contato, "estar com" é fundamental para o processo terapêutico. Não desprezamos o olhar médico e suas categorias diagnósticas, no entanto, elas servem de fundo, para o que se revele a figura, no processo de 'estar com' o sujeito. Os sintomas, já categorizados em alguma patologia, nos servem apenas para orientar o processo. Enquanto o médico busca tratar o sintoma, seguindo o paradigma médico, a mãe decide arriscar “estar com”. Ao se tornar quase uma “psicoterapeuta”, Ruth abre espaço para re-significação, não só da filha, mas também do encontro com o próprio luto não vivenciado. O renascimento ocorre a partir desse encontro verdadeiro, onde todo a simbologia da cartas podem ser experienciadas em conjunto, trazendo nova re-significação para toda a família. O paradigma médico, representando polaridade oposta à atuação da mãe, permite que esta reconheça a presença do “sintoma”, favorecendo a integração. O filme retrata o processo de elaboração do luto a partir do sintoma evidenciado em um membro da família. Para psicoterapia de casal e família é um prato cheio. Para o profissional psi, seja psicólogo ou psiquiatra, a trama provoca sérias reflexões sobre o contato com o cliente, e, as diferentes formas de "tocar" o mundo do outro. Uma advertência aos profissionais que se prendem aos diagnósticos de pronto. O filme não foi aclamado pela crítica cinematográfica, entretanto fica evidente sua importância como disparador de reflexão humana.
  2. Muitos discordam do diagnóstico de autismo, afirmando que o correto seria algo como “transtorno reativo” ou "transtorno pós traumático". Ainda que os sintomas sejam semelhantes aos do Altismo, eles surgem durante o processo de luto. O mais importante mesmo é conhecer Sally, percebê-la, ouvi-la, estar com ela para compreendê-la. A perda inesperada do pai, as respostas aos seus questionamentos através das histórias do amigo Sectenel e a mudança de ambiente são fundamentais para a compreensão. No início da trama, ela registra algumas frases dele, como; “(...) Nos sonhos não se precisa falar.”, “(...) seu pai mora na lua.”, “Lembre-se que às vezes você precisa ficar bem quieta para ver as coisas.” Esses sintomas dão-se indícios que Sally começara a alimentar psiquicamente fantasias após as histórias contadas pelo Sectenel, no retorno ao ambiente, em que o contexto é estranho para ela. Ainda no México, durante a partida da família, Sally diz ao irmão que não se lembra da casa. Isto é, a partir do momento em que a família retorna a casa, um contexto agora estranho, surgem sintomas como, ocultamento da fala, ausência de socialização, mudanças no comportamento e aumento da função motora.
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