i.

Respirou fundo massageando suas têmporas com calma. O enorme barulho que explodia no pub não estava fazendo nada bem a ele. Não entenda mal, Edmund amava beber, sair com seus amigos... Divertir-se. Naquela noite, porém qualquer interação estava o irritando. Sentiu um tapa em sua nuca e virou no exato momento para seu lado esquerdo. Um de seus amigos olhava-o bastante divertido. - Qual é, Ed. Desmancha esse bico aí. - Luke disse. Na verdade, berrou por conta de todo o barulho. Edmund encarou o amigo por um tempo até resolver "falar" - Eu deveria estar estudando. Se eu me ferrar na prova eu vou arrebentar vocês todos. - Mínimos instantes depois a mesa toda explodiram em risadas. "Ótimo" pensou. Agora o amigo que estava sentado do lado oposto ao dele na mesa pronunciou-se. - Sinceramente, Edmund. Sua média é praticamente perfeita. Pare de ser tão filhinho perfeito da mamãe e do papai. Se solta, cara. - Fingiu achar graça e riu. Te tanto não parecer forçado. Não queria ouvir mais piadinhas direcionadas a ele.
Uma hora ou algo assim já havia passado. A visão dele estava um pouco turva por conta de todas as cervejas tomadas. E óbvio não demorou muito para que aquela familiar vontade de tragar um cigarro se manifestar. Checou em seus bolsos a presença de seu esqueiro e de um maço. Anunciou a todos que já voltava. Com um pouco de dificuldade conseguiu chegar até a porta do estabelecimento. Suspirou antes de abrir a porta. No exato momento fora recebido por uma gelada brisa que fez seus olhos lacrimejaram um pouco. Puxou as mangas de seu casaco e limpou as pequenas gotículas. Edmund encostou-se em um canto um pouco afastado da porta. Puxou os dois objetos de seu bolso. Pelo motivo de suas mãos estarem um pouco trêmulas de frio demorou um pouco para acender o cigarro já em sua boca. E obviamente se praguejou mentalmente.
Apesar de que suas mãos não foram o único motivo por Ed ter se atrapalhado. Desde que estava naquele canto sentiu que alguém não tão longe dele o observava. Não era loucura de sua cabeça. Sentia realmente uma pessoa o olhando sem desgrudar os olhos dele. Estava se sentindo muito incomodado com a situação. Evitou ao máximo se virar para lado, mas depois de certos minutos a aflição o venceu. Ao terminar de apertar seus olhos para ter uma visão melhor de quem poderia ser engasgou-se com a fumaça que acabará de sair por seus lábios. Uma garota de cabelos escuros e bem mais baixa o analisava com uma expressão impossível de decifrar. Ele sabia exatamente quem era. Tanto sabia que sentiu um embrulho de ansiedade desde seu estômago até sua garganta. Aproximou-se com cautela umedecendo os lábios. - Alice? - Sua voz saiu um pouco abafada. Limpou a garganta e continuou sua fala com um tom de voz mais firme. - O que está fazendo aqui? - O sorriso um tanto divertido nos lábios dela conseguia o deixar mais nervoso ainda.