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a guest
May 20th, 2018
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  1. * | FICHA
  2. ANJOS: → aquela no uniforme militar? por mais que pareça a { lee luda }, juro que não é. o nome dela é { park ryuwon }, se você precisa saber. ela tinha { 20 } anos quando morreu e se identifica como { cisfemale ( + ela/dela) }. não lembro de tê-la visto chegar, os anjos estão aqui faz tanto tempo — no caso dela, há { 17 anos }, pelo que sei. você pode tentar falar com ela, mas não acho que ela vá ser muito receptiva. { yu, ela/dela, (+ suicídio, abuso sexual e distúrbios alimentares) } / @ryuwns
  3.  
  4. → Desenvolva um parágrafo (sem delimitação de tamanho) que explique como seu personagem morreu, bem como a perspectiva do mesmo sobre a permanência no limbo e a atuação como “anjo”.
  5. com a vida que levava, ryuwon sentia a morte à espreita de seu cada movimento. cada noite em que conseguia voltar para casa com dinheiro manchado de sangue em mãos, tirava um momento para respirar fundo e dopar sua mente em uma tentativa de mimicar um senso de conforto, já que paz e descanço eram luxúrias que havia trocado por um fio de esperança de uma vida melhor. era irônico, realmente, pensar que a garota já esteve esperando algo bom de toda a bagunça de sua vida. que, algum dia, conseguiu crer que havia algo bom à sua espera no futuro. os meios justificam os fins, mas após a contagem de quantas vezes fora responsável por uma morte ou acidente grave ficara longa demais, ryuwon não tinha outra escolha fora apenas esperar a hora de perder em seu próprio jogo. afinal de contas, a garota sequer possuía algo a perder.
  6. sua obstinência talvez tenha sido um dos fatos a colaborar com sua ruína, mas ryuwon nunca dera o universo a chance de começar a levar seus sinais à sério. portanto, a garota não deveria ter ignorado o sentimento de adeus que sentira no dia de sua morte, que era para ser mais um dos milhares que passava raspando. quando a polícia invadira a cena da luta, ryuwon já sabia como agir, tendo decorado em seu coração o procedimento de fuga. mas o fato de que a plateia estava em maior quantidade que o rotineiro e entre eles haviam muitos novatos, o caos se instalara em questão de minutos. daquela vez, não conseguia fazer com que seu coração colaborasse com seu estado de espírito. miúdo e comprimido em medo, ele o dizia que não adiantava correr. e apesar de agora se considerar uma pessoa calculista e cautelosa, a versão viva de si não sabia lidar com a infinita e borbulhante quantidade de raiva dentro de si, que era simplesmente grandiosa demais para seu porte tão miúdo. por mais que ryuwon resistira contra as balas que perfuraram seu corpo, a garota havia finalmente perdido em algum beco qualquer depois de ter escapado da desordem e da forma que menos imaginara; silenciosamente e em vão.
  7. o fato de ter acordado depois de tudo isso havia sido uma das coisas mais difíceis de compreender. era difícil de ignorar o gosto azedo que viver eternamente deixava em sua boca. era fato que ryuwon não se importava com a própria vida, mas continuar após o fim da mesma soava muito como uma maldição para si. sentia como se todo seu corpo estivesse sendo preenchido com algodão contra sua vontade - sua miúda forma que antes era lar de tragédias e desastres esvaziando-se e deixando apenas a casca de um ser destrutivo.
  8. a notícia de seu novo posicionamento como anjo veio após muito tempo, apesar de ryuwon sequer ter percebido. ter que cuidar de outras almas por toda a eternidade parecia o detalhe final de sua maldição, e tal fato fazia com que seus punhos feridos receassem diante sua indignação. um novo olhar sobre sua situação lhe atingiu como uma avalanche; se estava amaldiçoada à viver por todo o sempre, não viveria derrotada como todas as outras almas presentes. escondendo sua língua afiada por trás de sua aparência angelical, ryuwon tornara-se cruel pela simples satifação que lhe trazia. não segurar seus impulsos catastróficos e ainda por cima possuir seu cargo como desculpa por seu comportamento áspero fazia o peso da eternidade um pouco mais fácil de carregar.
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