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- Meu nascimento e minha função nesse mundo foram planejados, programados. Meu nascimento foi uma união de dois meio celestiais que gostariam de mais um homem que pudesse liderar a ordem. Meus pais não se amavam, nem tão pouco sentiam um mínimo de afeição um pelo outro, eles só queriam trazer a justiça ao mundo assim como lhes fora ordenado e assim como eles se sentiam no dever de fazê-lo.
- Desde os meus quatro anos, meu pai Volke me treinou durante o seu tempo livre para que eu fosse eficaz no combate a demônios. Eu, sendo um dos primeiros filhos de meio-celestiais, aos quatorze anos já frequentemente acompanhava meu pai, minha mãe e outros membros da ordem em jornadas para Wastelands.
- Quando eu tinha dezessete anos eu descobri uma coisa inusitada em uma de minhas viagens, uma coisa que os membros da ordem chamavam de "diabo": a primeira vista foi difícil distinguir aquilo como sendo um diabo, afinal, ela escondia sua cauda e uma de suas asas, justamente a asa que demonstrava essência diabólica; então, no começo, eu a tratei como se ela fosse apenas mais um de nós, mais um Aasimar; mas ela estava extremamente confusa sobre onde ela estava, quem era e o porquê de uma parte do corpo dela estar escondida, ela não lembrava nem mesmo do próprio nome. A língua que ela usou para se comunicar comigo foi a mesma língua que os demônios usavam. Eu entendia poucas coisas dessa língua, mas o bastante para fazer o contato inicial.
- Eu havia sido ordenado, criado para sempre eliminar aquele tipo de criatura... no mesmo instante em que ela proferiu suas primeiras palavras, eu senti um impeto natural motivando-me a matá-la, e nesse momento, quando eu senti esse instinto de matar uma criatura indefesa, outro pensamento cruzou a minha cabeça: "Então como eu sou diferente do que eu luto contra? Como eu sou diferente daqueles que causam caos por prazer?". A partir daí as coisas se tornaram um pouco mais complicadas... eu não poderia levá-la de volta à ordem, nós dois seriamos provavelmente morto; mas ela não tinha lugar algum para ir e nem tão pouco eu. Nós estavamos perto de uma vila de Roverandoom e, com minhas poucas habilidades em Infernal, eu disse para ela que esperasse até a minha volta.
- Cerca de uma hora após dizer isso, cheguei à vila de Roverandoom e pedi abrigo até que "problemas extraoficiais" fossem resolvidos... já que o dinheiro molha a mão de todos, e eu consegui meu abrigo. Para a minha surpresa, duas horas depois da minha partida, ela ainda estava exatamente no lugar onde eu a havia deixado, a única diferença era que dessa vez ela tinha duas asas visíveis, uma extremamente branca e a outra antagonicamente negra, além de uma cauda, sinais claros de uma pessoa passando por transformações demoníacas, ou de um diabo. Ignorando meu impeto natural novamente, me aproximei e disse a ela para que viesse comigo, porém, que escondesse sua asa negra e sua cauda durante nossa estadia na vila de Roverandoom.
- Pelo preço que eu paguei pela casa, eu deveria ficar lá por aproximadamente um mês, e foi o que eu fiz, sem avisar a ordem e nem a ninguém. Durante esse mês eu aprendi muito sobre a língua dela, e ela sobre a língua que usamos comumente, porém, algo despertou em mim durante esse tempo fora, minha missão para com a ordem a qual eu prestava serviço provavelmente já terminou e há muito eu já deveria ter retornado. Eu disse a ela, dessa vez de forma mais clara, que eu estaria de volta em pouco tempo, pois eu tinha assuntos para tratar com a ordem a qual sirvo; foi nesse momento que ela começou a perguntar em frenesi"A que ordem você serve, está tudo bem? Qual é sua missão, eu te atrapalhei? Desculpa!", a minha resposta foi "Há muito tempo eu venho dizendo a você que sua cauda e sua asa negra devem ser escondidas, eu digo isso porque o mundo te veria de forma diferente caso você mostrasse essas coisas para ele. A ordem a qual eu sirvo foi especialmente feita para a caça de demônios e diabos." (nessa hora eu explico pra ela o que é um demônio e que ela provavelmente é um diabo); ela então me perguntou o motivo de eu não tê-la matado assim que tive chance, e eu respondi com "Se eu tivesse feito isso, não seria diferente daquilo que que luto contra". A missão a qual eu tinha sido designado foi eliminar qualquer possível ameaça que tentasse passar das fronteiras entre Wastelands e Roverandoom; eu preciso reportá-la agora para a ordem, mas estarei de volta daqui a alguns dias, todos os demônios que eu vi durante o meu período de vigília eu matei, não há nada aqui, nenhum mais sobrou.
- Eu voltei para a ordem e reportei sobre minha missão, sobre ter encontrado e lidado com sucesso com os inúmeros demônios durante meu tempo na fronteira, e isso foi tudo que eu reportei daquela missão. A ordem me designou para uma nova missão, porém eu disse que dessa vez eu não poderia ir, não no presente momento. A única resposta que eu dei para a ordem foi "Eu tenho alguém que está esperando por mim, alguém pra quem eu tenho que voltar, alguém com quem eu quero me casar".
- Tendo encontrado amor pela primeira vez na minha vida, eu voltei para Ysgafn. Eu nunca tive tanta certeza de algo quanto de que queria me casar com ela. O nosso mês de estadia estava no fim, então consegui pra nós uma casa na capital humana, mais afastada, e logo parti pra missão que a ordem havia me designado, antes, porém, fiz o pedido "Eu preciso cumprir com minhas obrigações, você fica aqui, toma esse dinheiro, pode trabalhar se quiser, o pessoal mais afastado da capital é gentil, eu vou voltar, prometo. E outra coisa... eu quero me casar com você."
- - Ca...sar?
- -Sim, casar.
- - É algo relacionado a casas?
- - Vão te explicar melhor o que é casar com uma pessoa no trabalho, mas, basicamente é ficar junto pra sempre, eu cuidando você e você cuidando de mim.
- - Igual a gente já faz agora?
- - Sim, mas a gente vai cuidado exclusivamente um do outro. Só por garantia, lê ... isso. É uma carta pra minha noiva.
- - O que é uma noiva?
- - Você é uma noiva. Minha noiva. É o que você tem que responder quando te perguntarem; na carta eu detalhei tudo sobre o que é ser uma noiva.
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