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Jun 27th, 2019
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  1. Distopia - Capítulo 1
  2. Writen by Yuri Q.
  3.  
  4. 2028
  5.  
  6. Na fronteira entre Canadá e Estados Unidos, um caminhão de aço que cruzava por lá, para o carro enfrente a uma espécie de "alfândega", onde um sensor captou sua placa e verificou automaticamente seus documentos no sistema, então aprovado. Consequente disso, um oficial saiu de uma cabine de metal enfrente ao caminhão, se aproximou então do motorista e olhando para cima, deu dois toques leves na janela da cabine do veículo, dando sinal para o homem a abrir, o sujeito obedecera.
  7.  
  8. "Bom dia, oficial." - o homem falava o inglês com um sotaque distinto. - "Como posso ajudá-lo?" - aquele sotaque dava a entender de que o motorista era de nacionalidade francesa. "Bom, eu vou precisar revistar o que tem ai dentro, amigo." - assim que o disse, o policial então direciona seu olhar para a carga do veículo. "Pardon, mas isso não vai acontecer." - o motorista então liga o caminhão novamente. O oficial coloca a mão sobre as algemas de seu bolso, porém sem retirá-las. "Já que é assim, vou pedindo gentilmente que o senhor se retire do caminhão, mas você ainda pode optar por nos deixar revistar o que tem aí, é claro. Ou dar um fora." - o policial força um sorriso com micro expressões de irritação, o francês ao ouvir isso dá uma breve risada de canto.
  9.  
  10. "Vamos lá... não complique as coisas, campeão, me ajuda pra eu poder te ajudar. Eu acho que Roeburt não vai gostar muito de saber que não deixaram vos hommes passarem na fronteira. E quando ele está insatisfeito com algo, podemos dizer que ele é um pouco... como é a palavra mesmo... instável, isso mesmo..." - o motorista encara o policial. O oficial, instantaneamente, fica com um olhar preocupado, pressionando o botão de seu rádio comunicador. "Liberem-no" - ele diz um pouco ofegante, aproximando sua boca ao aparelho. "Mas o veículo nem foi revist..." - uma voz respondia pelo rádio comunicador, mas é interrompida pelo oficial. "Apenas liberem-no. Ele está limpo." - então ele deixa de pressionar seu rádio e a porteira se levanta para o caminhão passar. O francês vai fechando sua janela enquanto atravessa a fronteira.
  11.  
  12. Era uma tarde fria, com uma leve garoa na cidade de Dysto. Era final de primavera, no fim do primeiro semestre daquele ano de 2028, já era metade do ano. As pessoas se tornaram cada vez mais frias com o tempo. A explicação lógica pra isso é que a espécie humana está se adaptando cada vez mais a traumas e o que pode conturbar suas mentes. Isso já vem se demonstrando há um tempo, ela perdeu a cada dia sua sanidade, e poucos se importam agora caso curiosamente se deparararem com um cadáver.
  13.  
  14. Clínica Freu’d Sanitan, esse era o nome estampado em uma fonte com serifa em maiúsculo na faixada de uma clínica de psicologia em um bairro pouco conhecido de São Diego, lá não costumava ter muitos clientes. A sala da psicóloga tem também uma placa na porta da frente, com o design similar a da faixada, com seu nome estampado: Aline Moore.
  15.  
  16. Dentro de sua sala, uma música clássica toca suavemente contrastando o som da garoa. Os aromas que rodeiam a sala são suaves, com o cheiro de um bom café torrado. Uma lareira tradicional aquece o ambiente. As cores da sala se diversificam entre tons de bege e cinza. Os gostos da psicóloga demonstram-se bem conservadores. Ela recebia um paciente naquele momento, um dos poucos que tinha.
  17.  
  18. “Eu... eu sei lá, sabe aquela sensação de querer voltar no tempo pra arrumar as merdas que fez?” – desabafa o paciente. “Entendo.” – a psicóloga então faz algumas anotações em sua prancheta. Ela então respira fundo. “Bom, vamos lá Kyle. Pelo visto, você é uma pessoa que guarda as mágoas de coisas que já faz anos. Por quê?” – afirmou e logo perguntou Aline. “Não é que eu guarde. Bom, talvez... enfim, é como se isso me perseguisse, toda vez que olho para ele, eu me lembro dela. Eu sei lá, isso tudo é tão... injusto. Apesar dele sempre estar sorrindo feliz, eu só queria que ele pudesse ter tido uma mãe em sua infância. Ele sabe que isso tudo não vai durar. Eu sei que ele sabe, e ele sempre continua sorrindo. Eu... eu queria conseguir fazer isso.” – a psicóloga anota mais informações em sua prancheta. – “Ela deu a vida por ele, para que ele pudesse crescer e...” – Kyle esfrega seu braço no olho para limpar uma lágrima.
  19.  
  20. A psicóloga lhe oferece um pano, mas Kyle levanta a cabeça e recusa. “Bom, Kyle... seu caso é um pouco mais complexo do que imaginei, podemos marcar outra consulta semana que vem?” – Kyle se levanta. “Claro, doutora” – ele dá um sorriso forçado. Ele já estava de saída. “Espera Kyle. Não tem mais nada que queira me contar?” – ele então abre a porta, sem ao menos olhar pra trás, com um olhar mais sério. A música clássica para. “Não” – ele então pega seu casaco e vai embora.
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